Você É Minha! escrita por Mscabooo


Capítulo 2
Capítulo 2 - O meu pai


Notas iniciais do capítulo

Oiie só para lembrar que estes 1º's Capítulos serão uma apresentação de como estarão a vida deles em 2022 e sem mais demoras...espero q gostem :D



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As crianças saíram do camarim da Carla, felizes com o sucesso da apresentação, comentando, surpresas, todos os elogios que ouviram da professora. Pilar aguardou na porta que todos saíssem para entrar com uma certa fúria no camarim assustando a Carla com o bater da porta.

Pilar: Que história é essa de chamar o Binho para ver a apresentação?

Carla: O Binho? BinhoBinho?!

Pilar: Não, Binho - o Papa!

Carla: Jura… Aqui? Onde?

Pilar apenas olhou para ela não acreditando que este dia tinha chegado pelas mãos da mulher que estava diante dela, ela não tinha esse direito, não ela!

Pilar: O Tomás sabe? – Diz aproximando-se da Carla – O Tomás sabe que você chamou o Binho pra patrocinar os recitais? – Completou, franzindo os olhos, num tom de insinuação que a Carla não gostou muito.

Carla: Eu não sei do que você ta falando e…hamm…agora não é o momento pra gente falar do Binho – diminuindo o tom de voz à medida que acabava a frase.

Pilar: Bem que estranhei toda essa sua conversa que a Sophia tinha o direito de conhecê-lo... que ela tava fazendo muitas perguntas sobre o Binho... que esse dia cedo ou tarde iria chegar... e adivinha? CHEGOU! Satisfeita Carla? Você não tinh...-

Carla: Pilar! - Diz enfrentando o olhar cheio de raiva da Pilar que a qualquer momento poderia explodir em algo mais, algo que ela já não via há muito, muito tempo.

Pilar: Eu to tentando perceber – diz afastando-se dela- você estava lá, Carla. Você viu tudo acontecer e…é dinheiro? A gente pode aumentar o patrocínio dos escritórios do Miguel, você sabe disso…porque não...-

Carla: Não! A escola tá indo bem, pra quê mais patrocínios?! Pilar, não fui eu que chamei o Bi-

Elas foram interrompidas por uma voz que vinha de dentro da casa de banho do camarim.

Sophia: Fui eu.

As duas adultas olharam surpresas para a criança que se aproximava delas lentamente.

Sophia: Fui eu que chamei ele pra vir ver o recital. – Sem ter uma reação das duas mulheres, agora ambas de frente pra ela, a menina continuou- Eu não quero ninguém discutindo por minha causa. Fui eu que entrei no email da escola e enviei um email para a secretária dele convidando para o recital.

Carla: Sophia? Você mexeu no meu computador sem autorização? - Carla aproxima-se dela, ficando de joelhos na frente da menina. Pilar sorriu ironicamente, passando a mão pelo cabelo - tinha como este dia piorar?

Sophia: sim…não. Lembra da pesquisa que pedi pra fazer?… Mas eu juro que não mexi em mais nada juro! – olhou para a mãe, que já dava sinais claros que estava começando a perder a paciência se ela não se explicasse, então concluiu- Eu só queria que ele me visse dançar.

Pilar: Você ta mentindo Sophia, porquê?

Sophia: não, não estou! Eu só queria conhecê-lo – Completa nervosa sob o olhar atento da mãe e compreensivo da professora.

Pilar: é a História do recital de novo não é, Sophia? – A menina desvia o olhar para o chão, dando a certeza que a Pilar precisava para saber que ela estava mentindo.

Sophia: E se for? Do que adianta? Você não acredita em mim mesmo! – Ela diz com voz de choro, saindo correndo do camarim. Pilar instintivamente tentou ir atrás da filha mas Carla impede colocando-se na frente da amiga.

Pilar: Ela ta mentindo.

Ela tinha a certeza que Sophia estava mentindo só não sabia no quê; em que parte da história ela estaria mentindo; Será que foi mesmo ela quem chamou o Binho? Quem mais poderia ser? Porém algo lhe dizia que a mentira era o “motivo” da vinda dele para o Brasil.

Inicialmente, ela não queria que a Sophia participasse no recital, no entanto achou que seria melhor ela enfrentar os medos em vez de, simplesmente, fugir. Mas e agora? Pilar já não sabia o que fazer, para que a filha ultrapassasse essa fase. Na verdade essa história do recital já estava indo longe demais, fugindo do controle de todos, sensação que ela uma vez já experienciou: “é como se a minha vida estivesse escapando das minhas próprias mãos e eu to vendo, sem conseguir segurar ela”; Lembrou de quando disse essas palavras a Miguel à mais ou menos 10 anos atrás. Mal ela sabia que aquilo era apenas o inicio.

Em contrapartida, a vida do Binho no exterior resumia-se a 3 coisas: Fama, Dinheiro, e Mulheres! “O solteiro mais cobiçado do mundo” pelo menos era assim que as revistas “pintavam” a vida do produtor musical. Em apenas 9 anos, sozinho, ele fez uma fortuna! Todos se questionavam da onde veio esse rapaz com olho pra descobrir estrelas e talento pra fazer dinheiro? Todos se questionavam o que movia um jovem rico a querer independência, abandonando tudo e todos pra vir fazer sucesso num país de estranhos? Num país tão longe do seu! Vários foram os boatos criados mas nem um correspondeu à realidade. Agora, de volta ao Brasil ele esperava encontrar dias de sossego e não só… de novo, perdido em seus pensamentos, Binho sentiu alguém indo contra ele, só que desta vez era tão leve que ele não conseguiu pegar nela fazendo com que aquele pequeno corpo caísse de costas no chão, amparada apenas pelas suas mãos.

Binho cuidadosamente se aproximou ao aperceber-se de quem se tratava e ajoelhou-se na frente da criança.

Binho: Machucou, gatinha? Isso não foi nada – disse tentando suavizar a expressão de medo na cara dela enquanto lhe dava a mão pra ela se levantar.

Sophia: Meu nome não é gatinha – repetiu no mesmo tom de voz que ele enquanto se levantava, ficando um pouco mais alta que ele, ainda de joelhos.

Binho: Perdão. Então tem nome?

Sophia: Claro que eu tenho. Já viu pessoa sem nome?! Sophia. Anna Sophia de Araripe Zimmer – disse abrindo um sorriso encantador.

Não tinha como não lembrar da Pilar porém, curiosamente, a nível físico ela tinha muito pouco da mãe, pensou Binho enquanto estudava o desenho dos olhos dela, a leve sombra duma convinha no queixo dela, seus longos cabelos cor de âmbar caindo pelo ombro como pequenas ondas...pra falar verdade também tinha muito pouco do Miguel.

Talvez na atitude. Sim, na atitude parecia ter muita coisa deles, que acabava por camuflar os traços físicos fazendo com que a menina fosse muito parecida com os pais. Em poucas palavras: era uma mistura do charme da Pilar com a petulância do Miguel! Mas ele achou graça à menina, de uma certa forma lembrou quando ele conheceu a Pilar. De uma certa forma, a pequena lhe parecia muito familiar, sabe? A intensidade do olhar era muito semelhante a alguém que ele talvez conhecesse. Era um misto de vazio e medo que preenchiam aqueles olhos claros cor de amêndoa, como se a qualquer momento pudessem ser consumidos pela raiva e mesmo assim, mantinha um falso brilho no olhar. Brilho esse que escondia toda essa raiva, toda essa revolta. Como ele saberia? Talvez porque esse olhar não lhe era familiar, mas sim lhe pertencia.

Já a Sophia não o reconheceu apenas o tinha visto em fotos: uma vez pela revista, que usou pra saber onde ele morava e outra, quando encontrou no meio das coisas da Pilar uma foto deles abraçados.

Sophia: Mas pode-me chamar de Sophia.

Binho: Lindo nome Sophia. Eu sou Fábio Correia, mas pode-me chamar de Binho.

Sophia ficou surpresa ao ouvir o nome dele, retraindo o corpo como se tivesse levado um susto, fazendo com que Binho tivesse certeza que ela sabia quem ele era. Será que ela sabe da história dele com a família da mãe dela? Imagina o que o Miguel deve ter falado sobre ele.

Binho: Não precisa ter medo. Eu não te vou fazer mal.

Numa forma surpreendente, algo mudou nos olhos dela, a menina deu um passo em frente e olhou bem nos olhos dele.

Sophia: Eu não tenho medo de você - passou a mão levemente e devagar pelo rosto do Binho enquanto completava sorrindo- Sempre quis conhecer você.

E sem aviso o abraçou. Por breves segundos ele não soube como reagir mas rapidamente retribuiu o carinho da menina passando a mão no cabelo dela e sentiu o corpo dela relaxando – duma forma bizarra ele sentiu uma sensação de familiaridade que já não sentia há décadas.

Sophia: você veio. Você veio pra nos salvar – Murmurou baixinho mas ele conseguiu ouvir.

Binho: Como? – Ele afasta ligeiramente a menina pra olhar pra ela.

Sophia respirou fundo e duma vez só disse

Sophia: Sim, você. Minha mãe ta correndo perigo, ela vai morrer se você não fizer nada! Só você pode tirar a gente daqui, só você pode salvar a minha mãe! O meu pai…meu pai é do mal, ele quer matar ela.


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Notas finais do capítulo

Finito xD aí o que acharam? sim, ni ou nay?
xD mais uma vez obrigada por ler gente e
*Desculpem qualquer erro de Português*