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O alarme soava pela nave, alto e urgente enquanto iluminação vermelha substituía a luz normal intermitentemente. O chão e as paredes vibravam quase constantemente. Subitamente, a nave tremeu violentamente e a iluminação branca habitual piscou antes de se extinguir, as luzes carmesim passando a ser a única forma de ver fosse o que fosse.

“Vice-Almirante! Vice-Almirante Harlaown!”

Lindy Harlaown levantou a cabeça do chão lentamente. Uma dor lancinante penetrou-lhe o cérebro e a sua já fraca visão desfocou-se ainda mais. Parecia que o mundo andava á roda sob o seu corpo, e uma náusea profunda atingiu-a. Mãos grandes agarravam-lhe nos ombros e ajudaram-na a sentar-se.

O Coronel Bora estava ajoelhado à sua frente, olhando para ela preocupadamente. O seu lábio sangrava e Lindy conseguiu focar-se nisso.

“Coronel... Coronel, eu estou bem.”

“Vice-Almiral, está ferida.” Protestou ele, uma mão vindo pairar perto da sua cabeça. Só então é que ela reparou que para além de a sua cabeça lhe doer como se estivesse aberta ao meio, também parecia molhada. Sangue, decerto.

“Coronel, eu posso esperar.” Interrompeu-o. “Antes de mais, temos de tirar o Merak de esta tempestade.”

O homem acenou, embora visivelmente descontente. “Sim, senhora.” Levantando-se, dirigiu-se aos homens na ponte de comando. “Relatório, já!”

“Os reatores estão em baixo, relativamente 50% em-”

“Danos superficiais ao casco. Danos médios internos-”

“Senhor! Temos uma perturbação espacial a formar-se em Eng4.”

O Coronel empalideceu. “Obrigado Major. Quero uma equipa de técnicos lá e quero-a ontem! Qual é a probabilidade de conseguir ligar os reactores, Tenente?”

“25%, talvez 30%. Mas se se baixar a energia de ativação, 50-60%. É quase garantido.”

“Muito bem.” Bora voltou-se para Lindy, que entretanto tinha conseguido levantar-se, e apoiava-se num terminal desligado. “Vice-Almirante, que acha?”

“Estamos numa má posição. Para nos libertarmos de uma tempestade dimensional deste calibre vamos precisar de muito impulso. Os reatores têm de dar o máximo, só os vamos desgastar mais se baixarmos a energia inicial.” Lindy baseava-se nos seus longos anos de experiência a comandar naves TSAB da mesma categoria que o Merak.

Sem hesitação, o Coronel aceitou as suas decisões, relevando um profissionalismo considerável. “Muito b-!!”

Com um solavanco, a nave inteira pareceu lançar-se para a frente. Lindy sentiu a gravidade desligar-se antes de uma pancada na nuca lhe roubar a consciência.

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