It Will Rain escrita por GirlOfHypnos


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem. Espero que gostem :)



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Moscou,  14 de Agosto de 1903

O trem soltava fumaça.  Era divertido ficar olhando os montes de vapor desaparecer no céu.

“Escolha uma carta.” Pediu Thalia, tirando Annabeth de seus devaneios.

A loira fez a carta levitar, um pouco acima da cabeça da morena.

“Isto não tem graça.” Rebateu ela, esticando o braço para pegar a carta.

“Para mim, tem sim.” Annabeth deu de ombros.

“Só porque ninguém tem poderes mágicos como você.”

“Isso não é verdade.”  

“Certo, a única pessoa assim é aquela que você não pode ver.” Cantarolou Thalia.

Annabeth fechou os olhos por um momento e no segundo seguinte todas de tarô estavam voando em forma de aviãozinhos.

“Pare com isso!” Exclamou Thalia.

“Isso o quê¿” A loira deu um sorrisinho inocente e todas as cartas voltaram ao normal.

“Que deselegante, hein.”

A loira ignorou o comentário da amiga, inclinando-se sobre a mesa de madeira que ficava ao lado da janela daquele vagão imenso. Depois de muito insistirem, as duas tinham conseguido um vagão inteirinho apenas para elas. Claro, isso foi depois de muitos ‘não’ da parte de seus pais.

“ E então cartomante? Não vais me contar as coisas que suas cartas dizem sobre mim?”

“Não. Você não gosta de falar sobre sua mágica. Não gosto de falar das minhas cartas também.”

“É. Tanto faz.” Ela resmungou antes de voltar a olhar para o céu. Mesmo com aquela conversa para distrair, Annabeth não conseguia parar de pensar no garoto de olhos verdes.

[...]

O trem parou abruptamente, com rangidos e barulhos agonizantes.

“Argh. Odeio isso.” Resmungou Thalia. Annabeth revirou os olhos. Thalia odiava tudo.

“Eu gosto.”

“Você é anormal. Sua opinião não conta, loirinha.” Ela disse pulando do banco acolchoado com veludo branco macio. Abriu uma porta de madeira que ficava  atrás de uma cortina azul, deixando assim a claridade e o calor do lado de fora entrar.

Annabeth suspirou. Ela não queria sair agora. Não para o calor insuportável que devia estar Moscou naquela hora, e muito menos para ser atropelada por milhares de homens pregando tendas e de artistas reclamando sobre coisas que faltavam em seus camarins.

Ela se levantou e encarou a parte externa do vagão, procurando algo fora do lugar que pudesse ser arrumado e também servisse de refugio para sua mente acelerada. Infelizmente, não havia nada que precisasse de sua atenção. Livros estavam devidamente ordenados nas estantes; roupas estavam dentro dos armários; penteadeiras estavam organizadas com escovas de cabelo, perfumes, colares e todo o tipo de coisas que duas adolescentes de doze anos precisassem.

A cama de Thalia também estava arrumada, o que naquele caso era uma raridade. Ela mesma tinha se surpreendido com Thalia acordando mais cedo do que o costume.  

Annabeth ouviu os gritos de Zeus do lado de fora, indicando que algum empregado tinha feito algo errado. Ela suspirou novamente e se levantou.

 Foi em direção das cortinas e empurrou a pesada porta de madeira. Enrugou o nariz, quando o sol tocou em seus olhos.  Dois dias dentro de um trem seria de matar qualquer um, mas ela já tinha se acostumado. Principalmente depois que sua mãe morreu, há seis anos, quando as viagens do Le Cirque dês Revês se tornaram mais constates, afim de todos quererem esquecer a morte da querida domadora e artista de cavalos, Atena Chase.

Ela começou a andar pela terra, levantando seu vestido branco e preto para não entrar em contato com o pó que havia no chão. Assim que olhou para cima, viu Frederick andando em sua direção.

“Annabeth! Eu não gosto de lhe ver andando por aí assim que o trem para. É uma confusão.” Ele disse enquanto se esquivava de estacas grandes de madeira que funcionários carregavam.

“Eu sei. Também não gosto, papai. Mas estava entediada lá dentro,” Ela disse encolhendo os ombros, assim que seu pai chegou mai perto.

“Tudo bem, meu amor. Por que não vai andar por aí com Thalia?” Annabeth deu um sorrisinho. Seu pai não gostava dela andando no meio do alvoroço do circo, mas não se importava dela andar sozinha com Thalia pela região. Vá entender.

“Certo. Você a viu?”

“Da última vez, falando com o filho de Hermes.” Era assim que seu pai chamava Luke, um dos seus melhores amigos. Nunca de Luke, ou Sr. Castellan. Apenas de filho de Hermes.

Ela lhe deu um abraço e saiu em direção ao vagão de Luke.  Viu Thalia escorada ao lado da porta rindo de alguma piada que ele havia lhe contado. Luke avistou Annabeth e piscou.

“ E então, mini mágica? Pelo o que devo a honra?” Ele falou quando ela enfim se juntou aos dois.

“Na verdade, vim chamar Thalia. Desculpe.”

“Ah certo. Tudo bem. Até mais, pequena.” Ele deu tchau para as duas e voltou para dentro do vagão.

“Na verdade vim chamar Thalia.” A morena tentou imitar a voz da amiga. “Ai meus deuses, Annabeth, qual o seu problema¿ Ele estava dando em cima de você!”

“Thalia!” A loira a repreendeu.  Baixou o tom de voz e continuou. “Ele pode ouvir, sabia¿ Além disso, Luke é um irmão para mim.”

“Certo. Conta outro. A mim você não engana loirinha. E aí? O que queres?”

“Meu pai disse para nós passearmos por aí. O que acha?”

“Um máximo. Afinal nunca viemos a Moscou.” Thalia falou sarcástica.

“Thalia?”

“Hum?”

“Cale a boca, sim?”

[...]

“Ai! Meus pés estão me matando. Vamos voltar Annabeth. Daqui a pouco é o almoço, e eu estou morrendo de fome.” Thalia disse enquanto pulava no meio da pequena floresta em que elas entraram. O circo escolheu um lugar mais afastado para ficar desta vez. Era rodeado por árvores grandes e velhas, perfeitas para se esconder.

“Deuses, Thalia. Você só sabe reclamar. Nunca ouvi uma pessoa tão rabugenta como você.”

“Cale a boca. E você sabe que não conseguiria viver sem mim. Com quem você dividiria quele vagão se eu não estivesse lá¿ Com o seu pai¿”

“Com Piper talvez. Ela não reclama do mundo como você.”

“Mais uma vez Chase: Cale a boca.”

Annabeth riu. Ela reclamava do jeito mal-humorado da amiga, mas era Thalia. As duas eram inseparáveis desde sempre. Eram irmãs. Irmãs de pais diferentes. E de gostos diferentes, sem dúvida.

“Olhe só.” Thalia mostrou a paisagem que se estendia na frente delas. Finalmente tinha saído do meio das árvores e agora estavam em um campo aberto, com flores, pedras de onde podia se avistar uma cachoeira abaixo da colina onde se encontravam.

“É lindo. Podíamos ficar aqui a semana toda.” Annabeth sentou em uma pedra escura grande o bastante para as duas e contemplou a cena. O vento vazia seus cachos, antes arrumados, voarem na frente de seu rosto.

“Sem dúvida.” Disse uma voz ao seu lado.

Ela se virou, surpresa pelo fato de não estar sozinha com Thalia e viu olhos verdes muito familiares.


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Notas finais do capítulo

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