Senti algo passar pela minha cabeça, imediatamente meus olhos ficaram arregalados e um sorriso foi surgindo no meu rosto, percebi que aquele cordão de pedras vermelhas estava sendo posto em meu pescoço, comecei a me levantar e ao ficar de pé estava de frente ao ser sobrenatural e o mais intrigante era que ele também não possuía reflexo.

Meu olho estava fixado ao dele, eu não piscava, nem ele. Aquele sorriso macabro de dentes pontiagudos com aquele tique em seu olho me apavorava, mas o que eu poderia fazer se algo naquele cordão me controlava?!

O brilho nos olhos dele foi aumentando e algo naquele olhar me apavorava completamente. Uma fumaça negra começou a sair dos olhos dele e foi tomando todo o lugar e senti uma dor inexplicável, uma machadada na minha cintura. Quando a fumaça foi desaparecendo a dor já não existia e eu estava em um quarto, amarrada em uma cama de ferro, (acho que era no porão porque tinha uma escada que levava a uma porta que tinha no teto) olhei pro lado e vi uma mesa cheia de facas de todos os tipos. O teto era forrado de espelhos e no reflexo vi que tinha outras camas com pessoas amarradas e o pior era que todas estavam mortas, sem os olhos, com cortes nos cantos da boca ate as bochechas formando um sorriso horripilante e com a barriga cortada.

Por incrível que pareça eu conseguia me ver no espelho, e o demônio também tinha reflexo, eu estava tão desesperada ao ver aquele chão repleto de sangue e olhos por todo lugar que nem dei muita atenção ao meu reflexo por que eu já sabia o que me esperava. Vi o demônio indo guardar seu martelo e seu colar de pedras vermelhas em uma prateleira e logo notei que nas costas dele tava escrito Zebukÿ. Quando ele guardou os seus objetos ele se virou e veio andando com aquele caminhar lento e apavorante em minha direção. Eu com a boca amarrada e com o medo tomando conta de mim não conseguia gritar e só expressava meu medo com as lagrimas escorrendo pelo canto do meu rosto.

Ele chegou em mim com aquele olhar psicótico e seus dentes se separaram naquele sorriso maníaco e disse: “Acho que você já sabe o que irá acontecer”  que fez um arrepio percorrer por todo meu corpo, uma voz grave e ao mesmo tempo aguda de tão insuportável  ecoava naquela sala repleta de pessoas mortas, eu sem poder gritar soltava apenas gemidos de desespero. Ele tirou o pano da minha boca e eu comecei a gritar e tentar me soltar, mas meus pés e minhas mãos estavam  bem amarrados.

“Pode gritar a vontade, ninguém vai te ouvir, só somos eu e você aqui.” Ele disse fazendo novamente eu me arrepiar por completa.

Eu pedia por favor, eu implorava pra ele me deixar, mas ele não tinha piedade e aqueles olhos e aquele sorriso me apavorava cada vez mais.

Ele pegou no meu rosto com aquelas mãos pálidas e aqueles dedos sangrentos. Uma mão gelada e áspera, eu observava tudo me vendo nos espelhos que tinham no teto. Saiu um tipo de tentáculo de traz daquela cabeça branca careca com uma espiral preta no centro de seu crânio e pegou uma faca pontuda e afiada. Seu sorriso ficava cada vez mais macabro e com a outra mão ele colocou a faca posicionada no canto da minha boca e com uma força extrema a puxou pro lado até determinado ponto da minha bochecha, eu gritava de dor e desespero e lá no teto via metade do meu rosto cheio de sangue, ele fez o mesmo com o outro canto da minha boca. Ouvi o som daquela voz novamente, dessa vez distante porque eu estava quase desmaiando. “Seus olhos vão ser por último porque eu quero que você veja tudo” ele disse, cada vez com os olhos mais arregalados e o sorriso mais macabro.

Vi o tentáculo ir em direção ao machado de cristal, ele pegou o machado e com os olhos se arregalando cada vez mais cortou a minha barriga com toda sua força. Minha visão ja estava escurecendo e vi na frente dos meus olhos aquele tentáculo se separando em dois, penetrando em meus olhos e sugando o resto da energia vital que eu tinha.