I will find you escrita por Kin


Capítulo 30
Ensaios


Notas iniciais do capítulo

Galera! Pensa no quanto fiquei atarefada com estudos e vestibular? Espero que esse capítulo agrade!



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E novamente, o som soou ali. A bateria de Irie fez a música se iniciar e a as guitarras deram o ar da graça logo em seguida, assim a voz de Iwasawa estremeceu a base do microfone, como sempre. Meu corpo todo ressoava com isso, igual ao momento em que ouvi essa música pela primeira vez. Yui acompanhou como segunda voz durante o andamento da canção.

O sorriso da nossa vocalista principal era brilhante e notório ao ver aquele corvo na janela gritar, assim ela se sentia da mesma maneira. Iwasawa sempre se sentiu representada por aqueles animais que voavam livres e cantavam alto, como à própria. Percebo que nesse momento até Sekine estava acompanhando perfeitamente as linhas do baixo, enquanto lançava breves olhares para a namorada atrás da bateria.

Yui estava agitada na cadeira enquanto seguia o backvocal nos refrãos, junto a mim e a loira. O seu orgulho de estar cantando para a sua senpai estava estampado na cara dela. Quanto a mim, sentia que a vida havia tomado um curso que eu sempre desejei. Eu estava feliz e fazer os solos para Crow Song ao lado de Masa era sempre um dos maiores prazeres.

É como um dia ela disse junto a mim: “Neste mundo onde tudo está morto, nossa música ainda vive...” e aqui estamos nós novamente. Com nossa música a atravessar o ar pelas ondas sonoras que moram nos nossos corações. O Sol brilhava alto no céu e nossa música aqui dentro. Finalmente, o nosso sonho recomeçou aqui.

— Isso foi extremamente lindo! – Iwasawa exclamou assim que nossos solos se dissiparam nas caixas de som.

— Devo concordar que não foi ruim. – Sekine nos mostrou a língua, piscando um dos olhos.

— Claro que foi ótimo! Você até parou de improvisar, Sekine-chi. – Irie deu uma batida na caixa de leve, encarando a amada.

— Eu amei cantar com a Iwasawa-senpai! Você é demais! Meu Deus, eu realizei um sonho! – A garota na cadeira de rodas se remexeu, segurando na mão da Masa. – Muito obrigada por isso, senpai!

— Percebi que você sentiu a música com toda a alma, Yui-chan. – Iwasawa abriu um sorriso calmo e acolhedor, apertando a mão da kohai de volta.

— Parabéns. Finalmente fizemos isso sem ter algazarra. – Cruzei os braços e confirmei com o queixo a minha reação de satisfação.

— Aposto como você está esperando esse momento há tempos, Hisako-senpai. – A jovem na cadeira de rodas piscou para mim, apontando para a líder da banda. Dei de ombros para disfarçar meu nervosismo crescente. Obviamente eu ansiava por esse dia.

— Ora, ora. Parece que voltamos aos velhos tempos! – Uma voz veio da porta, seguido de passos firmes e logo avistei Yurippe entrar ao olhar para cima. – Me sinto em casa.

— Por que será? – Shiina estava ao lado dela e carregando uma garota pela gola da blusa. A menina tinha cabelos loiros que iam até a cintura. – Olha só quem eu achei por aí.

— Yusa-san! É você? – Sekine arqueou uma sobrancelha e pôs as mãos na cintura, analisando a jovem pendurada pelo punho da ninja.

— Olá. – Ela disse timidamente.

— Ela vai ajudar com a banda, agora que está completa! – Yuri disse confiante e batendo o punho contra o peito. – Vocês lembram-se dela?

— Oe. – Yusa olhou friamente para a líder, que se recompôs.

— Mas é claro. – Respondi confiante e retirei a guitarra do meu colo, repousando-a sobre a base ali ao canto da sala. Após isso, cumprimentei a amiga de tanto tempo ali pendurada. Ela não se importava com isso, a não ser que fosse com garotos.

— Bem-vinda de volta, Yusa-san. – Iwasawa cruzou os braços timidamente sobre a guitarra presa a seu pescoço.

— Yusa-san! É bom te ver. – Irie levantou a baqueta ao fundo.

— Igualmente. – Ela abriu um pequeno sorriso e isso já era o bastante para saber que ela estava contente. – Já posso ficar no chão? – Yusa dirigiu os olhos dourados para a ninja que a carregava.

— Oh, claro. – Shiina colocou a moça de volta em pé e ajeitou suas luvas tebukuro nos punhos.

— E então, eu vim aqui assistir o ensaio. – Yurippe sentou em uma cadeira ali à frente e cruzou os braços, fazendo as outras garotas imitarem seu gesto. – Vocês sabem que eu amo suas músicas. – Ela piscou e a banda toda sorriu enquanto se entreolhavam.

— Nunca duvidamos disso. – Voltei a vestir minha guitarra e me pus atrás do microfone.

— Vamos lá! Impressionem-me! – Ela acenou e Shiina colocou a mão sobre a fronte, com aquela típica ‘vergonha alheia’ da superiora.

— Ela se acha né? – Sekine resmungou, mas ficou calada ao ver os olhos vermelhos da ninja à sua frente.

— Um, dois, três, vai! – A baterista marcou o ritmo nas baquetas e começamos a tocar a segunda música que nós compomos que era ‘Million Star’.

E assim o ensaio se estendeu até o fim da tarde, quando o Sol já estava se aproximando do horizonte. Desta vez, não tinha hospital, nem preocupação. Apenas a ansiedade em se apresentar no campeonato escolar outra vez. Eu queria muito solar minha guitarra abaixo daquele Sol escaldante com Iwasawa e nossa banda. Não importa se o clima era insuportável, a situação seria maravilhosa do mesmo modo.

— Wow. Foi intenso. – Yurippe levantou da cadeira quando terminamos e bateu palmas. Ela parecia surpresa e orgulhosa da performance.

— Deu pra ver a evolução do desempenho de vocês durante as horas que se passaram. – Shiina completou, cruzando os braços e dando um pequeno sorriso. Dessa vez, quem ficou pasma foi a banda.

— Uau! Até a Shiina gostou. – Yui arregalou os olhos e Sekine olhou da mesma maneira.

— Vocês sabem que ela nunca foi muda, galera. – Eu disse rindo baixinho.

— Ela até tocava bateria. – Iwasawa piscou pras outras integrantes surpresas.

— Oh, sério? – Irie se aproximou, guardando as baquetas sobre a caixa.

— É uma longa história. – Yusa sussurrou ao revirar os olhos.

— Me pergunto como consegui garotas tão góticas. – Yuri coçou o queixo ao observar as duas amigas ali ao lado.

— Não pedimos pra você nos recrutar, senhorita líder. – Sekine resmungou, baixando as pálpebras.

— Ou você diria emos? – Shiina colocou as mãos na cintura dessa vez.

— Bom... – Yurippe tentou retrucar, mas observei uma Iwasawa pensativa indo até a janela após largar a guitarra em seu assento especial.

— Não diríamos emos... Mas sim, almas emocionais... Aquelas que observam e sentem intensamente até a mais profunda obscuridade dentro de si mesma. Pessoas assim são mais humanas também. – Ela suspirou ao olhar os corvos girando pelo céu que já estava ganhando seus tons alaranjados.

— Alguém explica o que ela disse? – A loira disse com voz de desdém.

— O que você falou aí, mocinha? – Puxei a gola da camisa dela, na parte detrás.

— Nada nada nada! – Sekine se debateu e fez birra.

— É por isso que amo estar envolta de pessoas assim como vocês. – A líder se pôs ao meio, tocando no ombro da pequena Irie. – Que sabem expressar seus sentimentos e sabem que a vida está aí para ser aproveitada e feita de momentos memoráveis.

— De fato. – Yusa confirmou, confirmou com a cabeça assim como Shiina.

— É sempre bom compartilhar a vida com vocês, garotas. – Sorri e apoiei-me na minha melhor amiga/namorada. – Certo, Iwasawa?

— Exatamente. – Ela encostou a testa na minha.

— Eu deveria concordar. – A baixista acabou cedendo e dando um abraço em Irie, que estava logo a retribuí-la.

Assim, fomos terminando nossa tarde. Cada uma foi para um canto conseguir o seu lanche e comer ao por do Sol. Eu me aconcheguei do outro lado da escola, aonde tinha uma elevação que dava para ver toda a cidade de lá, assim como o horizonte. Iwasawa foi junto comigo e ficamos a observar a magia de mais milhares de nascimentos de estrelas no céu limpo. Aproveitei e deitei a cabeça em seu colo, focando em seus lindos olhos tom de magenta.

— Iwasawa... – Sussurrei baixinho, sentindo meu coração bater muito rápido, o que era comum ao estar tão perto dela... O cheiro dela, a sua beleza inquestionável e sua presença confortante e marcante.

— Sim? Você está bem, Hisako? – Ela me olhou de volta, notando meu agitamento no peito. Masa parecia decifrar meu eu só de me olhar. Eu devo parecer um livro aberto a seu ver.

— Eu... – Relutei em dizer ao que minhas bochechas ferviam. Não era de meu feitio dizer coisas sentimentais o tempo todo. – Eu te amo. – A frase saiu em um sussurro, assim como o vento que soprou nos cabelos dela.

— Hisako... – Ela sorriu de um jeito simpático e segurou meu rosto com ambas as mãos, provavelmente sentindo o calor dele e me presenteou com um beijo curto e profundo nos lábios. – Eu te amo muito.

— Eu me sinto sortuda. – Dei um pequeno riso bobo, disfarçando meu jeito apaixonado. Mas acho que ela notou mesmo assim e deslizou os dedos pelo meu cabelo.

— Você é boba. – Ela continuou com o carinho e aqueles olhos cheios de um sentimento diferente, chamado amor.

— O que foi isso? – Arregalei os olhos ao ouvir um barulho que parecia vir dos arbustos que ficavam ali atrás. Tinha um bosque lá, assim como da escola antiga.

— Parece que não estamos sozinhas. – Ela virou o rosto e levantamos para ver o que acontecia por ali.

Nós nos colocamos escondidas ali por detrás das folhas e ficamos a checar. Um jovem de cabelos esverdeados estava tramando um tipo de armadilha com as luvas de beisebol. Maravilha. Agora sei que tipo de treta estava acontecendo entre ele e o Hinata.

— Me parece verídico porque Hinata briga tanto com ele... – Disse baixinho na orelha de Iwasawa.

— Quem é ele? – Ela indagou, coçando a nuca.

— Ayato Naoi.


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Notas finais do capítulo

Continua...

Espero que gostem! Até o próximo capítulo!



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