I will find you escrita por Kin
Notas iniciais do capítulo
Como prometido, eu ia escrever nesse fim de semana e escrevi! Espero que gostem desde pequeno capítulo, mas que é muito significativo também.
Aquela frase me deixou imensamente feliz, eu não tinha palavras para descrever o que estava sentindo agora, mas sei que meu coração deu os mais altos pulos de felicidade dentro do meu peito.
— Eu nunca vou me esquecer desses momentos, espero que venham muitos deles daqui em diante... – Acariciei sua mão gentilmente e tratei de não soltá-la enquanto eu pudesse.
— Pessoal, agora todos podem ir. Podem deixar Hisako aqui, ela fará companhia enquanto se recupera. Iwasawa não pode se esforçar muito. – O médico pediu educadamente para que nossos amigos saíssem da sala no momento. Yui obviamente reclamou, mas Sekine e Irie concordaram e ajudaram a acalmá-la.
— Eu vou voltar, senpai! – Ela resmungava enquanto a loira empurrava sua cadeira de rodas. Iwasawa riu baixinho e acenou. Assim eu repeti esse mesmo gesto.
— Hai hai, Yui-chan. Tenha paciência, as meninas vão cuidar de você. – Depois de tentar acalmar a rosada, voltei a sentar perto da maca e suspirei ao não ter palavras. Eu estava ali sozinha com ela, isso me deixava um pouco nervosa, apreensiva e feliz, tudo ao mesmo tempo.
— Como eu vim parar aqui, Hisako? – Ela deslizou a mão pela própria testa, bagunçando a franja de leve. Eu não podia evitar em apreciar cada gesto dela, era como se apaixonar ainda mais todas as vezes que ela se mexia.
— Queria eu saber... Depois que você tocou aquela música, creio que você voltou para cá. – Ela consentiu e tentou se levantar, tentei impedir, pois ela não poderia se esforçar ainda. – Calma, não se esforce, não é bom pra você...
— Vejo que você não mudou nada... – Ouvi aquela risada baixa e senti o meu rosto ferver um pouco, depois mostrei a língua.
— Boba! Você sabe que eu me preocupo com a sua saúde. Você tem que ficar saudável sempre, pra poder fazer o que você tanto ama... Tocar seu violão, sua guitarra e cantar. – Minha voz ficou séria e ela entendeu, não quis parecer grossa, já ia me desculpar, mas ela respondeu.
— É mesmo... Me desculpe, você tem razão... – Seus olhos abaixaram e vaguearam o quarto em volta, parecia estar pensativa. – O que você e as meninas fizeram depois que eu parei aqui? O que aconteceu?
— Oh, essa é uma pergunta boa... A Yui apareceu na sala da Frente da Batalha pedindo para ser a nova vocalista da banda. Ela tocou uma música e foi aceita, já que não havia jeito. Sekine não quis ser a vocalista, por mais que ela fizesse a segunda voz. – Ria baixinho ao me lembrar da cena.
— Que engraçado, Yui sempre foi um pouco... Escandalosa demais? – Ri mais ainda ao ouvi aquilo e ela acabou rindo também.
— Demais! Eu simplesmente não aguentava ensaiar com ela. Era muita gritaria, notas erradas, reclamação da parte dela. Mas como antigamente acontecia quando você estava na banda, a gente acabava entrando num consenso.
— Realmente... Nós éramos um desastre quando Sekine e Irie chegaram, não é? Eu lembro que a Sekine tinha um diário e me chamava de ‘A Maníaca da Música’. – Isso era um fato total. Iwasawa era tão fissurada em música que não parava de pensar nisso o dia inteiro, ela queria ser perfeita e não era nada humilde com isso.
— Eu não tenho culpa se você a fazia tocar o baixo com o comando da sua voz e a Irie tocar a bateria usando a cabeça. Às vezes eu nem tocava por culpa sua. – Uma gota surgiu no topo de nossas cabeças quando nos lembramos desses momentos. Nós éramos realmente imaturas.
— A música me sobe a cabeça na maior parte do tempo... Eu sou um pássaro livre, como um corvo, destinado a cantar as maravilhas e frustrações da vida em que eu resolvi levar... – Já contei que ela costuma fazer música até quando não quer? Essa era Iwasawa Masami.
— Ahm... Certo... Posso continuar? – Ela consentiu e eu continuei. – Então, nós cantamos muitas vezes para distrair os NPC’s nas missões. Um dia, o Otonashi descobriu que a Tenshi não era nossa inimiga e começou a ajudar todos a encontrarem a paz e aceitarem as vidas que levamos. Aconteceu uma guerra, uns seres estranhos começaram a aparecer naquele mundo e a Yuri acabou descobrindo quem controlava aquele lugar. No final, ela acabou destruindo todos os controladores e eu vim parar aqui. Depois eu soube que o que causou aquilo tudo era a existência do amor naquele mundo... A história ainda não ficou bem clara pra mim, mas acho que foi algo em torno do Otonashi e a Kanade. – Ela ouviu tudo com atenção e eu me debrucei na cama. – Senti tanto a sua falta...
— Essa história daria uma grande música... – Eu fiz beicinho e ela riu silenciosamente, fazendo um cafuné nos meus cabelos. Senti um arrepio imenso e fiz todo o esforço do mundo para não suspirar com isso, se acalma Hisako! – Gomen! Eu realmente não me lembro do que aconteceu depois disso, eu só sei que estava tudo escuro aqui. Fiquei numa grande espera, até que te vi e pedi para que me salvasse daquele buraco escuro, assim como a minha solidão nesse mundo... – Abri um pequeno sorriso. Iwasawa era tão exagerada e poética... E eu adorava isso, já estava com saudades.
— Eu achava que aquilo era um sonho... Mas aconteceu e agora você está aqui... E eu não vou te soltar, certo? Nós vamos tocar juntas de novo, não é...? – Pedi num quase desespero, esperando ouvir um ‘sim’ como resposta.
— Não vejo a hora de sair daqui. Nós vamos tocar muitas vezes, Hisako. Agora mais do que nunca. Nós vamos para Budokan, para o exterior, para o mais alto que pudermos... Se conseguimos arrastar aquela multidão de NPC’s sem alma...
— Nós podemos salvar essas almas machucadas desse mundo... – Nossos olhares se encontraram naquele momento e eu corei bastante. Antes que eu pudesse pensar, seus braços quentes me puxaram para um abraço apertado, me fazendo debruçar sobre o seu corpo macio e quente. De alguma maneira, meus pensamentos maliciosos não estavam presentes ali e eu agradeci por isso. Aproveitei o máximo do abraço e senti minha alma limpa, sentindo preenchida por mais amor e agradecimento.
— Obrigada, Hisako... – Ela sussurrou e eu apertei seu corpo com o máximo de cuidado nos meus braços.
— Pelo quê...?
— Por me salvar da solidão que prendia minha alma... – Senti desta vez a camisa dela úmida, na parte do ombro. Oh meu... Eu estava chorando? Não pode ser.
— Eu quem te agradeço... Se não fosse você, eu não estaria aqui agora... – Sussurrei de volta, tentando engolir o choro de felicidade.
—Por que diz isto? – Ela me olhou e foi secando minhas lágrimas com os dedos.
— P-Porque... Porque... – Se segure Hisako. Ela não pode saber que você a ama. Não agora... – Porque você me salvou minha alma primeiro, lembra? Quando ouvi sua música pela primeira vez, a minha música despertou em mim...
— Eu fico feliz por saber... Este mundo precisa muito de pessoas como você, Hisako... Pessoas que não abandonam seus amigos... – Afundei meu rosto em seu pescoço e sorri, eu estava tão feliz. Obrigada por viver, Iwasawa...
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Continua...
Espero que tenham gostado!
Ganbatte! Ja ne!