Os deuses estão me encarando, alguns rindo da minha expressão, e vejo que Ártemis virou a cara, tentando disfarçar o riso, enquanto Zeus e Hera me olham impassíveis.

-É alguma brincadeira? – me ouço perguntar e ouço Apolo rir baixo.

-Seremos ótimas amigas! – Ártemis fala batendo palmas, feliz da vida, enquanto Zeus levanta uma sobrancelha para ela.

-Isso não foi decidido ainda, Ártemis. – Zeus fala frio e ela revira os olhos, enquanto Hera me abre um sorriso. Por que ela está me ajudando? Ela nunca gostou de Percy, e aposto que nunca gostou de mim, também.

-Tudo bem, isso é uma sessão que será discutida amanhã. Essa sessão foi encerrada por hoje. – é Zeus que fala num suspiro. – teremos tempo para pensar, amanhã nos reuniremos no mesmo horário. Que Camille LaFont esteja presente. – e então a maioria dos deuses torna suas formas olimpianas e eu fecho os olhos tão rápido que fico surpresa com minha velocidade. Pelo menos eu não virei pó.

Apenas cinco pessoas ficaram na sala. Poseidon, Afrodite, Ártemis, Apolo e Quíron.

Afrodite me dá um abraço apertado.

-Eu estou tão feliz que você esteja viva. – ela suspira e se afasta um pouco, mas ainda mantendo seus braços em minha volta. – e finalmente vou poder lhe dar minha benção.

-Mãe... – é estranho, mas falo assim mesmo. – não acredito que eu vá gostar muito de ficar toda bonitinha, estou bem assim. – ela resmunga algo indefinido e sinto um poder fluir por mim, e solto um suspiro. Olho para cima e vejo seu brasão em cima de minha cabeça, oh, droga.

Eu imediatamente sei que eu já recebi a benção de Afrodite e faço uma careta.

-Urgh, Afrodite, ela ficou estranha. – é Ártemis que fala, e então bagunça um pouco meu cabelo, mas ele volta a ficar perfeitamente bem. Apolo apenas encara tudo rindo.

-Quanto tempo vai durar? – Afrodite dá de ombros.

-Talvez até uma semana, só queria fazer essa magia mais uma vez, faz um tempo que eu não á faço. – Poseidon revira os olhos e solta Afrodite de mim, me abraçando e me levantando do chão, me girando.

-Pai! – ele ri quando falo isso e me solta, depositando um beijo em minha testa, e eu juro que se não estivéssemos na sala do olimpo, poderíamos ser uma família normal.

Apolo simplesmente me dá um aceno com a cabeça e vejo que Poseidon está o encarando, com um pouco de raiva. Mordo o lábio.

-Não vá começar, Poseidon. – Afrodite fala, mas ele a ignora.

-Eu estou lhe fazendo um favor, Apolo. – ele simplesmente fala. – vou permitir que você fique com minha filha, mas eu juro, se você magoa-la, você sentirá minha ira, e você sabe que isso não é bom. – Apolo faz que sim, mas ele não parece se sentir ameaçado nem nada do tipo, parece bem.

-Não vou magoa-la. – É a vez de Afrodite estreitar os olhos.

-Tomara que não. – é Afrodite que fala, dessa vez. E eu reviro os olhos.

-Por que vocês nunca apareceram e brigaram com Jensen? Ele também namorou comigo.

Poseidon revira os olhos e Afrodite me dá um sorriso.

-Por que essa não era sua história de amor, era apenas um passatempo. – encolho os ombros. – eu sou a deusa do amor, Cams, sei dos casais, e não havia nenhum casal entre você e Jensen, vocês eram apenas melhores amigos que se tornaram namorados por serem próximos. – ela dá de ombros. – em toda a nossa vida amamos somente uma pessoa... Ou deus. – ela olha para Apolo rapidamente. – e você vai entender isso. – ela suspira.

Ártemis sorri para mim e me dá um abraço rápido.

-Vai ser tão divertido ter uma nova deusa! Já imaginou nós duas caçando por ai, acabando com nossos inimigos...

-Ártemis. – Apolo a interrompe e ela revira os olhos. – Acho que Cams não vai se tornar uma caçadora.

-Eu não estou falando disso. – ela revira os olhos. – estou falando sobre Cams me ajudar com algumas coisas, mas que droga, Apolo. Não seja tão possessivo. Duvido que ela lhe troque pelas caçadoras.

Mordo o lábio novamente e uma piada me vem á mente.

-Na realidade... Seria interessante, sabe? Quer dizer, se tornar uma caçadora.

-MAS O QUE? – Apolo explode e eu começo a rir, batendo as mãos num hi-five com Ártemis. Poseidon e Afrodite apenas olham tudo sorrindo. – Nunca mais faça isso, eu quase caí duro aqui mesmo. – reviro os olhos e ele se aproxima, passando a mão pela minha cintura.

Ártemis começa a falar com Afrodite sobre suas ultimas caçadas e sobre algumas caçadoras serem filhas de Afrodite, enquanto Poseidon apenas revira os olhos para elas e vai se sentar em seu trono, cruzando as pernas daquele jeito masculino.

-Nós precisamos conversar. – Apolo fala no meu ouvido e faço que sim. – acho que seu pai ou sua mãe vai querer que você conheça o cantinho deles... Bom, ou reino, como eles preferem chamar. Mas amanhã... Sei lá, eu vou lhe procurar onde você estiver, e quero conversar com você... Sobre nós. – faço que sim, apenas ouvindo e sorrio quando ele me dá um beijo na bochecha. – eu tenho que ir. – faço que sim e ele fecha os olhos rapidamente, me mandando fazer isso, e assim eu faço, sentindo o poder de quando ele se transforma em sua forma original. Quando abro os olhos resta apenas Ártemis e Afrodite conversando, e Poseidon sentado em seu trono olhando para o nada. Parecendo tenso.

-Cams, quer conhecer meu reino? – ouço Afrodite falar e olho com tudo para ela. – você pode passar a noite lá. Tem uma cama no meu quarto, você pode ficar lá. – acho que eu era a filha preferida dela, só acho.

Ártemis me dá um sorriso, se despedindo, e eu fecho os olhos, sabendo que ela ia se transformar em sua forma original para ir para outro lugar.

Quando abro os olhos Afrodite já está na minha frente, assim como Poseidon.

-Eu preferiria que ela fosse no meu reino, conhecer seus irmãos que estão lá. E aposto que Tyson morreria só de ver uma nova irmã. – Afrodite revira os olhos.

-Mas prometa que amanhã a tarde você irá leva-la até a minha casa. – ele faz que sim.

-Tudo bem, Afrodite. Vou fazer isso, ou peço para Apolo levar, já que acho que os dois já tem planos para amanhã de manhã. – Afrodite faz que sim, sabendo disso e então um brilho começa a aparecer e eu fecho os olhos, logo depois Afrodite já não está mais conosco.

Poseidon sorri para mim e segura minha mão esquerda.

-Feche os olhos, querida. – e assim feito, quando não sinto mais nada me segurando no chão e segundos depois sinto a pressão da água. Abro os olhos rapidamente e eu estou em baixo d’água. Poseidon está na minha frente, me encarando.

-Você consegue respirar em baixo da água, pare de trancar a respiração, Cams. – solto um suspiro e vejo que realmente consigo, quando vejo um ciclope correr até nós.

-Pai! Você chegou! – ele olha para mim. – e quem é essa?

-Essa é Camille, mais conhecida como Cams. Ela é minha filha. – o Ciclope me abraça com força, me fazendo quase quebrar alguns ossos. – e esse é Tyson, Cams. – faço que sim, entendendo. – ele pode lhe mostrar onde é seu quarto... – faço que sim. – boa noite, Cams. – faço que sim mais uma vez e Tyson me puxa pela mão para outra sala, e então entramos por um corredor.

-Queria tanto ver o Percy, como ele está? Estamos trabalhando duro aqui em baixo, os monstros voltam cada vez com mais força e mais rápido, o que nos torna mais fracos, então precisamos reforçar as proteções e aumentar nossa quantia de armas. – faço que sim mais uma vez, como um robô e respondo.

-Percy estava bem, pelo menos a ultima vez que eu o vi ele estava bem. – Tyson para e me encara.

-Como assim? Essa frase não foi muito legal. – trinco os dentes.

-Percy foi sequestrado na outra noite. Eu fui até o olimpo pedir ajuda para encontra-lo. – Tyson solta minha mão e me encara.

-Precisamos salvar nosso irmão! – faço que não.

-Ele está bem, Tyson. Mas não posso ajuda-lo, mal os deuses podem faze-lo. – Tyson solta um suspiro e os ombros caem, mas então recomeça a andar me puxando pela mão e para na frente de uma porta, a abrindo logo depois.

Tem uma cama grande o bastante para mim, e tem um bidê, assim como um tipo de luminária que eu duvido que tenha energia elétrica, e também tem um notebook (? Como assim, produção?)

Estamos em baixo da água, como isso é possível?

Tyson se despede de mim e fecha a porta do quarto, saindo apressado, e eu olho em volta, me sentindo meio... Claustrofóbica, mas fico brincando de nadar no meu próprio quarto, até decidir tirar meus tênis e me deitar.

Me aconchego na cama, mas antes de conseguir dormir. Eu tenho um pensamento.

Por que eu deveria ser uma deusa? Por que Hera propôs isso? Por que justo eu? E por que isso era tão importante?

Muitas perguntas para nenhuma resposta.