Sometimes

I wish I could save you

And there's so many things

That I want you to know

I won't give up

'Till it's over

(Save You – Simple Plan)

Acordei com meus pais me chamando, é hoje que nós vamos voltar para Recife, meu Deus, eu não acredito! Quantas coisas mudaram em dois meses e algumas semanas. Eu, Bruna Bratz apaixonada, quem diria!

Levantei rindo de algumas lembranças desses meses. Definitivamente essa foi umas das férias que eu não iria esquecer. Meu Deus! Acabo de me dar conta que como nos filmes eu tive um amor de verão, que não só vai durar o verão. – Risos – meu Deus. Quem acorda pensando isso?

Forcei-me a me levantar e ir até o banheiro. Separei uma roupa e entrei no banho, com os pensamentos voando longe. Sequei-me, troquei-me, penteei meus cabelos e fiz minhas higienes.

Quando chegue lá, Maria e Elida as secretarias do lar, como eu gosto de chamar – risos – elas estavam arrumando as coisas por ali.

Todo mundo naquele clima estranho... Até o Pedro já estava acordado e surpreendentemente ajudando. Meu garoto está crescendo. – risos - .

- Bom dia – Chamo a atenção de todos.

- Bom dia Bru – Eles respondem e olham um para a cara do outro e começa a rir, eu hein.

- Suas coisas estão arrumadas? Que pergunta. Claro que não – Meu pai perguntou e o mesmo se respondeu. – Vai lá arrumar – Ele me obriga.

Entro no meu quarto, uma palavra para descrever? Bagunça.

Na penteadeira, tinha tudo que se possa imaginar, maquiagem, perfumes, uma parte dos livros, caderno, escova. Uma bagunça sem tamanho.

Na escrivaninha, tinha a outra parte dos livros, toda bagunçada, um monte de papel de tentativas de música, tinha o meu celular, fone de ouvido, tinha o cabo da guitarra para o amplificador, tinha o adaptador do amplificador, tinha o capotraste do violão, tinha o meu conjunto de palhetas. É meu quarto é muito bagunçado, segunda a minha mãe ela não sabe como eu consigo achar as minhas coisas aqui dentro, quer saber um segredo. Eu também não sei como eu acho.

Peguei a minha mala, fiquei sentada a frente do guarda-roupa e fui pegando as roupas uma por uma e colocando elas dobradas. Peguei minha bolsa e enfiei o fone de ouvido, o celular, o caderno e as tentativas de música. Peguei a capa da guitarra a coloquei dentro e arrumei seus cabos no bolsinho, fiz a mesma coisa com o meu violão. Abri a mala novamente e despejei meus livros. Peguei uma nécessaire e arrumei meus perfumes, arrumei a maquiagem na frasqueira e os coloquei na mala.

É! Eu finalmente tinha acabado e já era hora do almoço. Saí do meu quarto e encontrei-os jogados nos sofás.

- Enquanto eu faço o trabalho pesado, vocês aí na boa – Afirmo irritada.

- Meu amor, a diferença foi que você gastou das oito horas ás uma no seu quarto arrumando, ninguém trouxe tudo isso pra cá – Minha mãe fala.

- Eu passei tanto tempo dentro daquele quarto? – Pergunto com os olhos arregalados.

- Passou – Meu irmão diz.

- Meu Deus – Eu digo e me jogo em cima do Lucas, que estava jogado na poltrona.

Ele geme de dor.

- Aí – Ele diz se remexendo.

- Me desculpa meu amor – Dei um selinho nele e aprofundamos mais.

Ouvimos várias tosses fingidas e nos separamos rindo um para o outro.

- Vocês tem que começar a aprender a fazer outra coisa – Lucas comenta, se jogando de cara na poltrona e se acomodando. Fico por cima dele, abraçando a sua cintura e encostando meu rosto nas suas costas.

- Que cena fofa, pera vou tirar uma foto! – Tia Cecí exclama feliz.

Lucas vira e me abraça. Escondo a minha cabeça em seu peito e minha respiração bate em seu pescoço e ele se arrepia, eu ri baixo apenas para deixar claro que eu havia visto.

Neste momento sinto um flash em nós e tenho a certeza quando tia Cecí exclama feliz que a foto ficou linda. Ri.

Ficamos mais um tempo assim.

- Almoço galera – Pedro diz, voltando da cozinha.

Todos atacaram a comida e ficamos jogando conversa fora.

Meus pais foram colocar as malas no carro, afinal amanhã já é o primeiro dia de aula e eu preciso ficar bonita pra garantir que nenhuma garota de em cima dele.

Enquanto nossos pais colocavam as malas no carro eu e Lucas fomos nos despedir de cada cantinho da casa.

Passamos pela sauna, pelo salão de festa, piscina externa, piscina interna, chegamos a sala de música.

- Bons momentos – Lucas sorri com uma das mãos no bolso e a outra entrelaçada a minha.

- Bons não – Ele me fita confuso –Perfeitos – Sussurrei e o beijei.

Ele cantou um pedaço de Just The Way You Are no meu ouvido e eu me arrepiei. Passamos pela praia e sentamos na pedra de modo que eu ficasse entre as suas pernas e com a cabeça em seu peito e ele com os braços envolta do meu corpo, me “abraçando”.

Ficamos ali em silêncio, não se precisava de palavras nesse momento. Apenas a presença um do outro bastava.

Decidimos que estava na hora de ir e seguimos para o portão ainda de mãos dadas. Todas as nossas já estavam arrumadas e apenas nos esperavam para ir embora.

Me despedi de tia Cecí, tio Gilberto e chegou a vez do pequeno.

- Biel, tchau meu amor – Eu digo o abraçando. Ele se joga em meus braços e eu o rodo.

- Bru, eu ainda vou te ver muito num é? – Ele pergunta.

- Claro meu amor – Beijo sua bochecha. E o levo até a sua cadeirinha do carro e o ajeito.

- Meu amor – Me jogo nos braços do Lucas.

- Tchau minha pequena – Ele diz. – Te amo – Ele diz sussurrando.

- Eu também te amo muito muito muito – Digo sussurrando.

- Ah, ei casal vocês vão se ver amanhã, pra que toda essa enrolação? – Meu irmão pergunta acabando com o clima.

- Deixa de ser mal amado Pedro – Rebato.

- Tchau – Ele sela nossos lábios em um beijo calmo e apaixonado.

E assim nos seguimos o nosso rumo na estrada, cheguei em casa era por volta das cinco horas, corri direto para o meu quarto e ele continuava do jeito que eu havia deixado, o criado mudo com a televisão, duas prateleiras de bonequinhos esculpidos, e duas gavetas. Em cima duas prateleiras de vidro, uma com aqueles brinquedos da mc – risos – e a outra com mini esculturas de cachorrinhos. Ao lado as cinco portas do meu guarda roupa, do lado a minha banquinha de vidro, também muito bagunçada, em cima uma prateleira com os meus livros e porta-retratos, do outro lado à janela, do outro o papel de parede de listirnhas colorida, assim que eu me mudei e fui à loja de decoração eu me apaixonei por esse papel de parede e logicamente a minha cama.

Eu comecei a separar as coisas para amanhã e fazer aquilo que todo ano faço, me visto como se estivesse indo para a escola e checo se está legal.

Eu gostei ,tênis roxinho claro, a coisa mais linda. É proibido no colégio, mas quem liga?- risos – Liguei para a Lu e ficamos batendo altos papos e imaginando como seria amanhã.

Joguei-me dentro do banheiro e tomei um banho morninho e coloquei um dos meus pijamas confortáveis, fechei os olhos torcendo, para que quando abrisse já fosse segunda-feira.