Akai Ito escrita por Ushio chan


Capítulo 9
Reencontros e Decepções.


Notas iniciais do capítulo

Ohayo, Minna-san! Capítulo enorme hoje para compensar o dia de ontem, ao longo do qual não postei.
Cara, hoje tô muito feliz! Cheguei em casa e fui desesperançosamente (essa palavra existe???) olhar as atualizações do Nyah! Pensando "ninguém deve ter comentado... :( "
Eis que eu não poderia estar mais enganada! Recebi mais do que um review por capítulo, porque há dois leitores novos e mais um de outro leitor! No total, tenho 24 reviews na minha fic! YAAAYY!! Arigatou, minna-san!
Boa leitura!



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__ PDV KIM __

Meu irmão está brincando sozinho hoje. Estou sem ânimo para brincadeiras. Estou trabalhando no perfil de Halle, que está sendo traçado por mim desde semana passada. Rester é o único agente presente, ao menos por enquanto. Bem, os agentes não dormem aqui, só nós, ex-moradores do Wammy’s House. Meu irmão desliza um carrinho azul pela estrutura amarela que construiu ao longo da manhã enquanto faz um som com a boca, imitando o motor do carro. Dezessete anos e tão infantil no que diz respeito a brinquedos... É por isso que ainda aperto as bochechas de Near de vez em quando, embora isso o irrite.

Rester se aproxima da estrutura de brinquedo de meu irmãozinho, que para de fazer o barulho com a boca.

- Near, qual é seu parecer a respeito da situação? – Pergunta o agente. Reparo que ele revira os olhos quase que carinhosamente ao observar por um instante a brincadeira de Nate. Viro algumas páginas em meu caderno e anoto em seu perfil “gosta de crianças”.

- A julgar pelas facilidades que Kira tem e a última ação da polícia, no mínimo deve-se concluir que a Polícia Japonesa e Kira são cúmplices.

- Cúmplices? – Questiona Rester, que parece um tanto indisposto a acreditar no que meu irmãozinho acaba de declarar.

- Se é o caso, Kira deve ser o segundo L. – Responde meu irmão, abrindo o “capacete” de um robô que ele construiu com uma embalagem velha de spray de pimenta que uma vez pertenceu a mim.

- Impossível. Acredita mesmo nisso, Near?

- Sim. Existe uma chance de 7%

- Eu diria que a chance é de 10% talvez mais. – Declaro, sentada no encosto de uma poltrona e apoiando os pés no estofamento.

- Você tem o hábito de estimar para cima quando se trata de suspeitas minhas ou suas, onee-chan, mas, desta vez, tenho que concordar. – Near se vira para olhar, mas sem interromper a brincadeira. – Bem, agente Rester... Se agirmos pensando nisso e estivermos errados... – Começa Near.

- Teremos apenas que nos desculpar. – Completamos juntos. Esta é uma frase que nós já dissemos juntos milhares e milhares de vezes.

*** Cerca de seis horas depois ***

Halle, que foi dispensada por hoje por ter passado mal ao longo da tarde, descobriu algo sobre um programa japonês chamado “no reino de Kira”, o qual assistimos hoje. Achei que fosse vomitar escutando aquelas baboseiras sobre como Kira é a justiça e como é inaceitável opor-se a ele. Não. Aquele homem faz isso por medo e por dinheiro. Não realmente acredita no que diz, o que me soa completamente deplorável.

Ino muda de canal antes que o programa acabe, indo para o canal onde irá passar uma coletiva com o presidente a respeito de Kira.

Na televisão, o presidente dos EUA está parado atrás de uma mesa, a expressão completamente arrasada. Atrás dele, dois seguranças enormes, ambos assustadores e vestidos de preto. À sua frente, centenas de repórteres.

Então ele começa a falar com uma voz desanimada e cheia de resignação.

“Nós, os Estados Unidos da América, reconhecemos a vontade de Kira e não mais lhe faremos oposição”. – Diz, quase que forçando as palavras a saírem de sua boca. Kira, ou melhor, Yagami Raito, provavelmente está adorando isso.

- Mas o que diabos ele está fazendo? – Grita Leila, que parece estar em uma crise emocional durante a TPM, o que a deixa incrivelmente irritada o tempo todo durante os últimos dias.

- Ele provavelmente está com medo de receber uma ameaça pessoal de Kira. Ele é uma figura muito facilmente acessível através da mídia, seria fácil mata-lo. Ele resolveu não arriscar, só para o caso de ser morto sem aviso prévio. – Esclareço para a ruiva, tirando as palavras da boca de meu irmão.

Na televisão, os repórteres exigem explicação, querendo saber porque Kira foi reconhecido como a justiça.

“ Justiça? Não disse nada disso...” – começa o presidente. – “Mas, graças ao poder de Kira, guerras foram extirpadas. Não seguiremos os passos de outros países que tentam capturá-lo. O crime organizado já foi quase extinto! Aqueles que se opõem diretamente acabarão mortos! Não digo que reconhecemos a justiça nos atos de Kira, dizemos apenas que não apoiaremos quaisquer tentativas de detê-lo” Diz antes de se retirar, ignorando os desafios dos repórteres, que questionam sua coragem e sua competência para o cargo de presidente. Na verdade, todos nós estamos questionando as mesmas coisas.

- O que será de nós agora? – Pergunta Gevanni.

- A equipe terá que se romper, graças ao nosso covarde presidente. Aliás, não covarde... Um verme. – Near começa a desmontar seu robô-spray de pimenta e deixa que sua cabeça role por uma rampa de lego da mesma estrutura na qual ele deslizava o carrinho  hoje de manhã.

- Maldito seja. – Dizemos todos nós, os ex-moradores do Wammy’s, em uníssono.

- Está fora de questão compactuar com Kira. – Completa Near.

__ PDV MELLO __

Ok, é hoje. Hoje eu irei invadir a “sede” da SPK. Hoje reverei o rosto da minha Kim.

Matt concordou em se encontrar comigo na frente do prédio, sendo que, então, serei eu e apenas eu o responsável pelo sequestro daquela de nome Halle. Nós a temos investigado a fundo há algum tempo, desde que acordei e decidimos que teríamos que encontrar os membros da SPK em breve, mesmo porque estes tem fotos nossas. Assim, deixamos o apartamento de Matt e cada um de nós vai para um lado.

O ruivo me disse para usar o carro, já que a minha parte do “trabalho” seria a mais complexa.

Minha queimadura não está completamente cicatrizada, mas já está bem o bastante para sair de casa e sequestrar uma pessoa, em especial se a recompensa for rever Kim. Ligo o automóvel e dirijo até o endereço que Matt apontou como sendo o da casa de Halle. Surpreendentemente, não é assim tão longe do apartamento de Matt, embora demore algum tempo para chegar lá.

A casa de Halle é estranhamente fácil de invadir, o que denuncia o excesso de confiança que ela tem em suas habilidades enquanto agente. Eu estou pensando assim por influência da Kim, só pode ser... Penso enquanto abro a janela do quarto e entro. Escuto barulho de água. Ela deve estar tomando banho. Na verdade, isso não estava nos meus planos, mas não importa.

Espero por ela dentro de seu quarto, encostado na parede ao lado da porta, pronto para lhe apontar uma arma assim que ela entrar. O tempo passa lentamente enquanto como meu chocolate com menta, ainda pensando no beijo desesperado que troquei com Kim em meu sonho/experiência extra corpórea. Duvido que ela vá me beijar daquele jeito quando eu a vir hoje. Na verdade, duvido que ela vá sequer olhar para mim sem uma expressão de ódio em seu rosto perfeito. Aliás... Como estará Kim depois e cinco anos? Ainda muito bonita, certamente, pois, ao menos aos meus olhos, nada poderia deixar a albina feia. Mas como exatamente estará? Será que finalmente cresceu? E os olhos? Espero que continuem os mesmos. Os olhos de Kim sempre foram perfeitos.

Perdido em pensamentos, sou acordado quando a água é desligada e eu escuto passos no corredor. Pego a arma no bolso de meu casaco vermelho de capuz e me preparo. A loura entra no quarto com uma toalha cobrindo o corpo e outra enrolada nos cabelos. Aponto-lhe a arma e ela instintivamente olha para mim, assustando-se ao me reconhecer de alguma foto que Near provavelmente mostrou aos agentes. Pigmeu traidor.

- Está vivo? – Mordo meu chocolate.

- Para a sua infelicidade. – Respondo sarcasticamente. – Vista-se. Vamos para a sede da SPK. Quero falar com Near.

- Mello...

- Não. Me. Questione. – Digo, começando a ficar um pouco irritado com a loura. – Com licença. Tomarei a liberdade de pegar roupas para você, já que não confio e você o suficiente para ter certeza de que não terá uma arma na gaveta.

Vou em direção ao armário da agente e abro uma gaveta indicada por ela como sendo a de roupas íntimas. Jogo para ela peças aleatórias, tentando não olhar. Ela as pega, segurando a toalha contra si antes de ficar de costas e vestir o sutiã e a calcinha, abandonando o tecido branco que a cobria. Jogo para ela o resto da roupa depois de revistar cada uma das peças, só para ter certeza.

- Agora vamos. – Ordeno, apontando-lhe a arma. – Não faça nada e eu não vou te matar. É mais ou menos a mesma ideia do sequestro de Yagami Sayu. Lembre-se de que ninguém se feriu. – Declaro.

- Só os agentes da SPK, não é?

- Isso foi necessário. Agora faça-me o favor de andar, ok? – Ordeno, voltando a morder o doce em minha mão que não segura a arma. Ela se vira e começa a andar. Encaminho-a para o carro e a deixo no banco da frente, sentando-me no banco traseiro e continuando a apontar-lhe o revólver. Não trocamos nenhuma palavra depois que eu a informo que ela deve nos levar para o prédio da SPK.

Saio do carro e me asseguro de que o capuz está bem colocado. Matt também está escondido pelo capuz de seu casaco. Ele nos espera encostado na parede de concreto do prédio, ao lado da entrada. Matt, o descuidado. Qualquer um que não Near, que nos conhece e confia em nós, prenderia qualquer um que ficasse assim, dando bandeira de que está planejando algo contra os agentes ali dentro.

Entramos juntos no prédio, eu apontando a arma para a cabeça de Halle. Ela anda na frente, tendo desistido de tentar discutir comigo. Caminhamos pelos muitos corredores até chegarmos os três à sala onde está equipe de investigação do caso Kira. Mais importante; a sala aonde está Kim.

Com a arma apontada para a cabeça da agente e com Matt ao meu lado, tento me preparar psicologicamente para o que está por vir. Não vejo Kim fora de um sonho desde os quinze anos, quando deixei a deixei no orfanato, dando uma tremenda mentira como presente de despedida. As perguntas que eu me fazia enquanto esperava que a loura saísse do banho para que eu a sequestrasse voltam à minha cabeça, apossando-se de minha mente. Luto para manter a concentração, mas é difícil visto o meu nível de nervosismo.

Após o que me pareceu uma eternidade, a porta se abre, revelando todos os agentes. Mas meus olhos não vão para Near, que está sentado de costas para a porta, observando dois trens em miniatura girarem dezenas de vezes seguidas em uma estrutura de metal. Meus olhos também não vão para os agentes, ou para qualquer um dos órfãos do Wammy’s, meus amigos, os quais não vejo há cinco anos. Meus olhos voam para a menina baixinha, magra e albina. Minha pequena Snowdrop, que não é mais minha. A garota cuja imagem minha mente não permitiu que eu esquecesse desde o dia em que deixei o orfanato.

Ela mudou muito, a começar pelo desenvolvimento do corpo, que tomou uma forma mais arredondada, por assim dizer, mais feminina. Os cabelos incrivelmente brancos, antes completamente lisos, ganharam algumas ondas delicadas nas pontas, parecendo um pouco com a mecha que Near costuma enrolar com os dedos. Por um instante, sinto o impulso de largar a arma e correr para abraça-la, mas duvido que ela retribuiria este ato com muito carinho, visto a expressão magoada que está em seu rosto e a amargura em seus olhos violetas.

- Matt! – Um grito agudo e quase choroso me tira de meus devaneios ao mesmo tempo em que Íris passa correndo por mim e se joga nos braços do ruivo, que a gira no ar e a beija intensamente, ambos se abraçando forte, tentando impedir qualquer distância entre seus corpos. – Matt... Eu senti tanto a sua falta... – Murmura a morena, aconchegada nos braços do namorado.

- Eu também, meu amor. – Responde, enterrando o rosto nos cabelos negros de Íris. – É tão bom ouvir sua voz...

- A sua também.

Então deixo de ouvir a conversa melosa dos dois. É algo que merece alguma privacidade, na minha opinião. Se fosse entre mim e Kim, gostaria de estar sozinho com ela. Ela certamente choraria e enterraria seu rosto em meu peito, se fosse o caso. Mas não. Minha Kim desistiu de me amar.

- Mello... Matt... Sejam bem vindos. – Diz o albino. Mas não me sinto bem vindo aqui. Não com duas armas sendo apontadas para mim.

- Largue a arma! – Grita um deles.

- Por favor, todos larguem as armas. – Pede o garoto, que parece jamais ter se desapegado de seus brinquedos. – Derramamento de sangue é desnecessário.

- Mas Mello matou nossos colegas! – Acusa um deles. Meus olhos voltam a voar para Kim, que desvia o rosto, mas observo que há algo que me lembra o choque na expressão da albina. Provavelmente é a queimadura. Assusta qualquer um.

- Não me faça repetir. – Ordena o irmão de minha amada com um tom imperativo na voz. – Nosso objetivo comum é capturar Kira, matar Mello não é o caminho para conseguir isso.

- Tudo bem. – Diz o agente de cabelos castanhos claros.

- Near, tudo saiu como você queria, não é? – Pergunto, acentuando o duplo sentido de minhas palavras. Ao mesmo tempo em que o albino conseguiu que meus comparsas fossem mortos, ele conseguiu me afastar de sua irmã, garantindo a segurança dela.  Afasto a arma da cabeça de Halle.

- Sim. Lidner já contou sobre o segundo L, não? – Pergunta ele, referindo-se claramente à Halle. – Graças às suas ações nós fomos capazes de pressionar Kira.

É então que perco a cabeça. Volto a sacar a arma, apontando-a desta vez para o albino. Um grito agudo se escuta.

- Near! Não sou uma peça para te ajudar a resolver outro de seus quebra-cabeças! – Grito para ele, que nem se mexe.

- Mello... Se quer atirar em mim, atire. – Desafia o albino. Penso na hipótese de puxar o gatilho, mas não me sinto capaz de fazer isso. Mesmo tendo sido a desculpa para eu sair do Wammy’s e me afastar de Kim, mesmo tendo me usado e arriscado minha vida, o albino é meu amigo. Ele é o irmão de Snowdrop. Eu me afeiçoei ao pequenininho durante o período que o amor de minha existência passou no Japão.

Duas armas são apontadas para mim, mas não são elas que me fazem abaixar o braço. E tampouco o pedido de Halle, que tenta empurrar meu braço. O que me faz desviar a arma é o corpo de Katherine River que se coloca entre minha mira e seu irmão mais novo. Sua expressão é a de quem está pronta para morrer aqui e agora se isso se mostrar necessário para proteger meu irmão, mas preferiria sair viva, se possível.

- Mello... – Ela se força a pronunciar meu nome, como se a palavra lhe machucasse. Provavelmente é verdade. – Se matar Near e, portanto, a mim... Também vão te matar. De qualquer forma, se ambos morrerem, o único beneficiado com isso seria Kira. Então, por favor, largue a arma. – Pede suavemente

- Tudo bem... – Suspiro, olhando-a no fundo dos olhos, tentando assegurar-lhe de que jamais a feriria ou ao seu irmão. Não diga a verdade, não diga a verdade, não agora. – De qualquer forma... Near, eu vim para pegar qualquer foto minha que possa estar com você.

- Sim. – Responde o pequeno, tirando um papel de um bolso e me estendendo, sem jamais se virar para me olhar. – Creio que seja a única que existe.

- N... Não. Espere aí. – Diz Kim, disparando pela porta. Me viro para olhar interrogativamente para Íris, que como melhor amiga de minha ex-namorada provavelmente sabe o motivo do comportamento estranho dela. Em resposta, a morena apenas faz que não como a cabeça, como se não soubesse.

Kim volta pouco depois e me estende uma foto. A foto que tiramos no natal do ano em que ela e Near chegaram.

- Eu... Eu mesma queimei todas as outras, mas... Esta... Eu... Não sei. – Suspira, entregando-me o papel.

- Snowdrop... – Sussurro para ela.

- Não me chame de Snowdrop! – Grita ela, furiosa com a simples menção do apelido. Antes ela adorava que eu a chamasse assim. Bem, provavelmente está magoada e furiosa demais comigo para sequer ser chamada pelo apelido que inventei para ela em seu primeiro dia no Wammy’s.

- Tudo bem, albina. – Simplesmente não tenho a capacidade de não chamá-la por um apelido carinhoso depois de tanto tempo sem vê-la. Em resposta às minhas atitudes, a garota tem uma reação que eu realmente não esperava.

Mal posso ver o movimento de seu braço, pois ela o ergueu em uma velocidade realmente incrível. Só percebo que ela me deu um tapa quando sinto uma forte queimação no rosto, que foi virado para um dos lados. Entretanto, não é meu rosto o alvo de toda a dor. O desconforto em meu coração, que parece estar sendo apertado por mãos de aço, é infinitamente maior que o  ardor no rosto. Volto a olhar para Kim. Seus olhos me parecem excessivamente brilhantes para não estarem cheios de lágrimas, mas ela as prende, piscando com força e ignorando a vontade de chorar. Parece que ela aprendeu a fazer isso também.

- Kim, já chega. – Diz Near, levantando-se e segurando a irmã por trás. Snowdrop baixa os olhos, resignando-se. Near a solta e volta para o meio de sua construção, sentando-se de frente para nós desta vez. – Era só isso o que tinha a fazer aqui, Mello? – Ele está tentando me provocar?

- Você sabe melhor do que qualquer um aqui. – Respondo. – Não tenho a intenção de ajuda-lo.

- Eu sei disso.

- Mas fico em débito por devolver a foto. O Caderno Assassino pertence a um Shinigami. Pode-se vê-lo ao tocar no caderno.

- Isso é ridículo! – Gritam os dois agentes.

- Eu acredito nele. – Diz o albino. Minha menção ao shinigami também parece ter despertado o interesse de Kim.

- Eu... Mello... Você disse que o Shini Noto pertence a um Shinigami? – Ela me olha com um brilho estranho nos olhos, ainda marejados. Sei o que ela está pensando. Está pensando que, então, provavelmente foi mesmo um shinigami que matou Yukiteru.

- Disse. Você... Você provavelmente sempre esteve certa, Kim. Ao menos com relação a isso. – Digo, acariciando seus cabelos. Ela empurra a minha mão quase que com nojo. Eu simplesmente não consigo evitar ficar magoado, mesmo sabendo que a culpa é minha. Por outro lado, também não consigo conter meu impulso.

- A... Arigatou gozaimasu, Mello. – Ela quase se força a falar. Certamente preferiria que eu não lhe fizesse nenhum favor. – Você não tem razões para mentir. Então acredito em você.

- E, se fosse mentir, teria inventado uma história mais convincente do que esta dos deuses da morte. – Ino, que está com os dedos entrelaçados aos de Ushio, que ainda tem os cabelos roxos de sempre, também fica do meu lado. No fim, ainda somos amigos.

- O caderno que obtive estava em posse de outro shinigami, que não o original. – Continuo. – E nele há regras falsas. É só isso o que direi. Acho que isso, digamos, apaga minha dívida para com você.

- Não é o primeiro favor que te faço, não é, Mello? – Near me desafia, provavelmente tentando obter o resto das informações. Entretanto, meu objetivo aqui é resolver o caso Kira sem envolvê-los demais, então não posso dar mais informação.

- Aquilo, Near, não foi um favor. Foi uma obrigação sua enquanto irmão dela. Enquanto alguém que me pediu o que você me pediu. E eu também já tinha me decidido. Nós dois apenas concordamos com aquilo, não foi um favor seu.

- Odeio dizer isso, mas no fim das contas você está certo, Mello. Espero, pelo bem comum, que consiga realizar este seu objetivo.

- Eu também. – Observo que todos na sala, exceto Matt, nos olham com perguntas nos olhos. Não é a hora para lhes dar a resposta, entretanto.

Viro-me e preparo-me para ir embora, virando-me para a porta. Sinto algo me agarrar pelo casaco e me viro esperançoso. Mas é apenas a pequena Leila.

- Não vá... – Pede a ruivinha. Ela sempre me “shippou” com a Kim, deve ter o mesmo objetivo que eu.

- Desculpe, Chibi-chan, mas não sou exatamente bem vindo aqui. Mas eu provavelmente voltarei aqui algumas vezes. – Afago os cabelos de fogo da garota, que cresceu bastante nos últimos cinco anos. Depois volto a andar, escutando os passos de Matt atrás de mim. Não. Ao menos um de nós deve ficar com a pessoa que ama hoje. Viro-me para ele. – O que está fazendo, Matt? Você deve ficar aí com a Íris. Me sentirei menos pior se ao menos você realizar seu objetivo aqui hoje.

- Mello... – Ele começa, mas, para o ruivo, minha proposta é realmente irrecusável. – Obrigado. – Observo-o fazer a volta e quase correr para os braços de Íris, que sorri e olha para mim, agradecendo.

Saio do recinto massageando o rosto, que ainda arde devido ao tapa que levei há pouco. Kim também ficou mais forte.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram o reencontro "romântico" do Mello e da Kim? haha. Tensinho, neh? Não fiquem bravos com ela, ela está magoada e triste e com raiva, ok?
Bem, próximo cap eu faço um momento MattxÍris, que realmente merecem um tempo sozinhos depois de cinco anos, né? haha.
Beijos! Por favor, deixem reviews! Não é só porque recebi um monte hoje que não continuo com uma "sede" insaciável por comentários viu? hahaha.
Beijos, amores! Daisuki!
- Ushio.