Akai Ito escrita por Ushio chan


Capítulo 8
Sonhos da linha vermelha.


Notas iniciais do capítulo

Kon'nichiwa, minna-san!
Como vão? Espero que bem! Prontos para mais um capítulo? Espero que sim, porque aqui vai o próximo.
Ah, Ino-kun, obrigada por recomendar a minha fic para o Are Hyuuga! Arigatou gozaimasu!
Boa leitura, pessoal!



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__PDV MATT__

Dois dias se passaram. Mello ainda não realmente acordou, embora já tenha passado alguns minutos consciente ontem, mas seus sinais vitais não poderiam estar mais fortes. Ainda assim, estou começando a ter medo que ele esteja em coma e não acorde pelos próximos dois anos. Além disso, estou preocupado com a alimentação e a hidratação de Mello, já que ele não pode comer enquanto dorme. Entretanto, umas quatro ou cinco vezes por dia eu espremo  meio copo de água dentro da boca dele. Por sorte ele engole.

Eu costumo passar o dia inteiro ao lado de Mello, sentado, fumando e jogando no meu Nintendo DS. Cigarros... Tenho a sensação de que isso é algo de que Íris não vai gostar quando nos reencontrarmos, então tenho tentado fumar um pouco menos... Mas agora, com Mello inconsciente, é difícil não descontar um pouco de meu nervosismo na nicotina. Aliás, se o louro estivesse acordado, ele já teria atirado no tubo de papel cheio de “veneno” em minha boca, já que também é contra meu mais recente vício.

Abaixo-me perto de Mello, mais uma vez checando sua respiração. Normal. Mello continua vivo. Pela cara que está fazendo, posso perceber que seu ferimento está doendo. Pego o tubinho de pomada para queimaduras e passo mais uma camada na enorme ferida. Mais uma vez, sua expressão relaxa, mas ele permanece adormecido.

Penso, então, que talvez Mello queira algumas barras de chocolate para quando acordar, então saio para comprar a substância viciante que já me salvou de tantas surras do louro, quando estava irritado... Principalmente durante a ausência de Kim, se bem me lembro – e eu me lembro.

Saio do apartamento, trancando a porta atrás de mim. Caminho calmamente para fora do prédio, ainda com o cigarro na boca. Na rua, não consigo evitar o impulso de olhar em volta, buscando desesperadamente por alguém conhecido, torcendo para alguém do Wammy’s House estar passeando pelas redondezas, fazendo alguma coisa.

Mas é claro que ninguém estaria aqui, não é? Ninguém poderia facilitar um pouquinho a minha vida. De qualquer forma, sigo pela rua ensolarada e cheia de construções, tanto comerciais quanto para moradia.

Entro em um pequeno estabelecimento comercial e procuro algumas barras de chocolate do tipo que Mello gosta: Chocolate com menta. Quando pergunto o porque, ele fica estranhamente vermelho. Pessoalmente, não gosto muito de chocolate com menta, ao contrário do louro. Quer dizer... Ele geralmente come isso quando Kim está longe, então deve ser algo relacionado a ela. Me lembrarei de perguntar quando ele acordar. Tomara que, desta vez, ele responda.

Pago as dez barras que comprei e saio da loja, sem prestar muita atenção nos arredores, incluindo as pessoas que vejo pelo caminho e dentro do estabelecimento. Volto diretamente para casa, ansioso para ver se Mello acordou, embora não tenha muitas esperanças.

__ PDV MELLO __ (N/A: Favor ler a parte em itálico escutando “shining in the sky”, parte da trilha sonora de Clannad. Foi escutando essa música •e chorando litros por causa dela• que eu escrevi esse capítulo)

“Mello... Não...” pede a voz de Kim, dentro de minha mente. “Mello...” Sussurra ela de novo. Procuro a fonte da voz. Sigo por uma trilha estreita e cercada de árvores altas e com copas densas. No fim da trilha, descubro-me perto dos portões do Wammy’s House. Mas não é exatamente o Wammy’s. O jardim está cheio de pedras. Pedras não... túmulos, penso eu. “Mello...” a voz de Kim me chama novamente. Desta vez consigo ver sua forma pequena e branca ajoelhada em frente a uma das lápides. Aproximo-me dela. Uma rosa vermelho-sangue em suas mãos contrasta com a cor branca da pele e do cabelo da albina. Lágrimas escorrem de seus olhos e por suas bochechas enquanto ela soluça baixinho, sussurrando meu nome de vez em quando. Abaixo-me a seu lado.

“Katherine...” chamo, mas ela não me responde. “Katherine!” Grito, mas ela continua sem me responder. “KATHERINE! Por favor, meu amor, me responda!” Mas ela apenas continua chorando descontroladamente, olhando para a lápide. Então olho para lá também, buscando por pistas do porque ela não olha para mim.

Mihael Keel “Mello”. Está escrito. 13/dezembro/1989 – 10/novembro/2009. Saudades eternas, amado pelos amigos e pela família.

Não consigo acreditar no que leio. Encaro a lápide por muito tempo antes de assimilar que estou morto. Então este é o motivo das lágrimas de minha pequena Snowdrop. Lágrimas passam a escorrer também de meus olhos.

“Kath... Snowdrop... Por favor, me escute. Eu te amo, eu sempre te amei, jamais deixei ou deixarei de te amar por um instante sequer, minha pequena” digo, completamente arrasado.

“Mello...” sussurra ela de novo. Levanto o olhar, esperando vê-la olhando para baixo, ainda chorando. Entretanto, o que vejo diante de meus olhos, a frente da figura corpórea de Kim, é a figura da própria Kim, porém de pé. Ela me estende a mão direita, na qual, em seu dedo mínimo, está amarrado o seu lado da nossa Akai Ito. Observo com alegria que, em minha mão, a linha vermelha também permanece amarrada. “Mello... Eu... Eu também jamais deixei de te amar, nunca duvide disso.” Diz quando me levanto, ainda fitando a linha vermelho-sangue que nos une. Ela entrelaça nossos dedos e usa a outra mão para direcionar meu rosto para o dela.

“Minha pequena...”, ela toca meus lábios, impedindo que eu fale.

“Eu sei... Mas, Mihael... Você não pertence a este lugar. Você não está morto, meu amor. Ainda não. Mas, se permanecer aqui, vai morrer. Então, por mim, acorde. No mundo real eu não sei que você me ama, mas eu preciso saber. E você também precisa realizar este seu objetivo, pela sua saúde psicológica. Se você morrer, Mihael, não ficaremos juntos”. Revela.

“Mas... Kath...” eu não sei como dizer isso. Como dizer a ela que estou incrivelmente desesperado para ficar com ela mais um minuto que seja?

“Mello... Isso o que está acontecendo aqui é real, sim, mas não pode durar para sempre. A Akai Ito nos proporciona este encontro, mas... Nossos corpos ainda estão separados. Só você pode nos juntar de novo, então, por favor, faça isso”. Ela me implora, seu corpo-fantasma começando a liberar lágrimas dos olhos.

“Então ao menos me deixe te beijar... Assim eu terei algum alívio desta saudade toda”, imploro, movendo a outra mão para sua cintura, abraçando-a, mas ainda mantendo uma pequena distância entre nossos rostos.

“Sim”.

Então colo nossos lábios, sentindo seu gosto de chocolate com menta inundar minha boca. Ela abraça meu pescoço, puxando-me mais para si. Abraço-a ainda mais forte, pedindo passagem com a língua, a qual é prontamente concedida. Nossos lábios se movem juntos, famintos pelo contato que há tanto não acontece. Desesperados, na verdade. As lágrimas de Kim escorrem por nossos rostos, assim como as minhas. Ficamos assim durante vários instantes antes que Kim, após um momento de mais intensidade no beijo, se afasta de mim.

“Agora você precisa ir. Não é nosso último beijo, meu chocólatra. Eu te prometo.”. Sorrimos suavemente um para o outro antes que eu a solte.

“Então eu também te prometo, minha pequena.”, digo a ela, vendo sua imagem se esvair aos poucos, assim como a imagem do Wammy’s House.

Então, depois do que me pareceu uma eternidade, eu abro os olhos.

Estou num quarto pequeno cuja mobília se resume a cama de casal na qual estou deitado e uma cômoda. Sento-me na cama, sentindo uma suave queimação ao longo do lado esquerdo de meu corpo. Olho para baixo, encarando meu peito nu e observando que boa parte do lado esquerdo de meu tronco está tomado por uma enorme marca vermelha. Uma queimadura. Bem... se for pela aparência, minhas chances de reconquistar Kim estão bem reduzidas... Mas minha intenção é que ela me ame pelo coração e não pelos olhos.

- MELLO! – A voz de Matt grita quando ele entra no quarto enquanto o ruivo literalmente se joga sobre mim e me abraça.

- Matt! – Solto um gemido de dor quando ele aperta contra si, encostando em minha queimadura.

- Graças a Deus você acordou, já estava achando que teria que te levar para o hospital para te internar!

- Quanto... Quanto tempo eu fiquei apagado?

- Bem... Na verdade, está dormindo há dois dias. – Ele revela, baixando os olhos. – Fiquei assustado.

- Dois dias?! Por isso é que eu tive aquela sensação de eternidade!

- Deve ser... – Há um tom de reflexão em sua voz. – Mas, então... Quer chocolate? – Pergunta, estendendo uma barra de chocolate com menta para mim. É uma oferta irrecusável, de forma que aceito, abrindo a barra e mordendo o primeiro pedaço, sentindo o gosto que se assemelha ao beijo de Kim. Este é o único motivo de eu ter comido este sabor de chocolate pelos últimos cinco anos.

- Obrigado. – Digo entre uma mordida e outra.

- Hm... Posso te fazer uma pergunta? – Pede ele, ficando ligeiramente corado. Espero apenas que ele não se declare para mim, ou terei que bater em sua cabeça até ele se lembrar da Íris e que eu tenho a Kim.

- Pode...

- Então... Por que você só como chocolate com menta? – Cospe ele. Bem, esta é realmente uma pergunta que eu não esperava.

- Bem... Normalmente eu preferiria guardar segredo, mas... Bem, eu acabei de quase morrer, então vou falar logo. – Respiro fundo e cuspo as palavras em seguida: - Eu como chocolate com menta porque me lembra do gosto do beijo da Kim.

- Mello... – Ele me olha com um olhar triste. Mas depois ele resolve afastar a minha tristeza e trazer a irritação. – Quando foi que você ficou tão romântico? – Ele abre um sorriso enorme. Dou um soco de leve no braço dele, mas minha queimadura dói demais para eu dar uma surra que mereça o título de “surra do Mello”.

- Desde que eu conheci a Kim. – Respondo, sorrindo de leve ao me lembrar de meu sonho com ela. Prometo a mim mesmo que, assim que eu estiver curado, darei um jeito de ver minha Snowdrop, mesmo que seja apenas para dar mais uma olhada em seu belo rosto.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou do momento MelloxKim no sonho deixe um review! *sorriso digno do Luffy*
Eu chorei escrevendo o sonho... Não sei se foi mais pelo sonho mesmo ou se foi porque "shining in the sky", que foi o que me deu inspiração para escrever, me faz chorar litrrroooosss!!! *morre desidratada de tanto chorar pensando em Clannad*. Não sei porque tenho pensado tanto em Clannad... Faz um tempão que vi o anime...
Mas, enfim, vamo deixar de papo furado que eu devo tá incomodando vocês.
Beijos!
- Ushio.