Ceifeiro. escrita por LittleLucas


Capítulo 3
C.




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Sabe o que é mais interessante?. Antes desse meu trabalhinho eu gostava de Pierrot, era meu personagem favorito da “Commedia dell’Arte”, sempre chorando por seu não ter seu amor correspondido por Colombina.

Pouco depois que acordei neste lugar detestável me mandei para a Itália, onde essa forma de teatro estava começando, e estava fazendo o maior sucesso. Pobre Pierrot, perambulando pelo palco, mal-amado e tristonho.

Ah, sempre amei os tristonhos, eles são fáceis de levar, na hora de morrer nem lutam contra. Como se desejassem a morte. E sendo sincero, alguns deles realmente a desejam.

Estacionei meu carro na vaga de sempre, a terceira vaga mais perto da porta da delegacia. Meu carro era um tanto demais perto dos carros dos outros detetives.

É, eu trabalho em uma delegacia, aqui sou sargento Daniel Ford. Impossível?. Não, quando seu chefe é o Destino.

- Bom dia, sargento Ford. – Falou a novata Samara Branco que a pouco tempo foi promovida da narcóticos.

- Nossa, relaxa novata, pode me chamar de Kevin. – Gustavo Mets, um detetive egocêntrico, que tentava puxar meu saco loucamente, mas só o fato dele ter um carro igual o meu me irritava. Me virei para ele que sorria bobamente. – Pra você não, Mets. Pra você é só sargento.

Continuei andando, cumprimentei algumas pessoas e me dirigi para minha sala.

Pouco tempo depois, Bruna, a tenente, apareceu. Por um acaso, Bruna era um súcubo não sei quem deixou essa merda acontecer, quem colocou ela lá, porque ela estava lá, qual era a missão dela, só sei que ela estava lá, e quase todo dia ela me enchia o saco.

- O que você quer, Bruna? – Perguntei impaciente.

- Oh, Daniel, eu quero você. – Respondeu ela sentando na minha mesa com as pernas abertas na minha direção.

- Eu vou explicar mais uma vez, Bruna, você pode ser o quão forte, sedutora, gostosa e bonita que você quiser. Mas eu sou um ceifeiro, força vital de mim você não tira.

- Você já esteve com um súcubo, para saber isso?

- Já, Bruna. Se eu transasse com você seria pedofilia sobrenatural , sei lá.

- E como você sabe disso?... Línguas dizem que você não sabe nem a sua idade, muito menos o seu nome.

Com as mãos na cintura dela, a puxei para mais perto.

- E qual é a história que dão pra eu me apresentar como “Daniel Avranches”?

- As boas línguas falam que você teve um encontro com anjos, e eles te chamaram por este nome, então você começou a usar esse nome desde então.

- E as más línguas?

- Falam que você era um mortal chamado Daniel, de uma dinastia muito antiga da Europa. Você morreu com 27 anos, foi pro inferno, aconteceu alguma coisa lá embaixo, que você voltou, e com o trabalho de ceifeiro, é por isso que a séculos você não tem sequer uma mudança. Falam que você é muito perigoso, que já passou quase um século inteiro, matando por prazer. Você odiava os humanos, mas odiava mais ainda os outros seres sobrenaturais, ouvi falar que você nos mutilava. Nós, súcubos. Uma noite, ao invés de nós tirarmos sua força vital, você conseguia tirar nossa, e a única coisa que nós súcubos sentíamos era uma exaustão insuportável. Em seguida com um simples beijo, você tirava o ultimo fio que nos restava da nossa alma.

Enquanto ela falava eu apenas a observava, ela parecia realmente ter ouvido aquelas histórias, mas obviamente não tinha certeza de nada, estava jogando verde e esperava que eu confirmasse uma das duas versões da minha vida.


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