–ACORDA! - Um ser que não tem medo da morte berrou no meu ouvido.

–Puta Merda. - Murmurei ainda de olhos fechados esfregando o ouvido "atingido".

Quando abri os olhos me deparei com o Bieber que agora gargalhava. Dei-lhe um tapa estalado no braço, e ri ao vê-lo esfregar o local.

–Ficou louca? - Arqueou uma sobrancelha.

–Eu que te pergunto. - Fiz o mesmo.

–Eu só queria avisar que estamos chegando. - Se fez de coitadinho.

–Você quase me deixou surda.

–Você é tão exagerada. - Ele disse ironicamente.

–SE EU PERDER 1% DE AUDIÇÃO EU VOU TE PROCESSAR, ENTENDEU GAROTO? - Berrei.

–PARA DE GRITAR CHANEL, NÃO TEM NINGUÉM SURDO AQUI. - Ele respondeu no mesmo tom.

–POIS GRAÇAS A VOCÊ EU POSSO TER FICADO.

–SE VOCÊ ESTIVESSE REALMENTE SURDA NÃO ESTARIA OUVINDO O QUE EU ESTOU FALANDO.

A nossa discussão teria se prolongado se o piloto não tivesse nos mandado colocar o cinto pois iríamos pousar.

–Lembrem-se, vocês se amam. - Rachel apontou para nós dois antes de sairmos do jatinho.

"ah claro, nos amamos muito" – Guardei meus pensamentos para mim.

Descemos os degraus da escada do jatinho e assim que olhei pra frente uma avalanche de flashes nos atingiu. Paparazzis. Normal.

Justin segurou a minha mão, me causando arrepios estranhos novamente. Eu bocejei e fingi não me importar, seria assim daqui pra frente.

Dei sorrisos e tchauzinhos como costumo fazer. Justin fazia o mesmo mas de um modo um pouco mais reservado.

–Eu e Rachel vamos fazer o Check-in, ok? - Scotter disse, e nós assentimos. - Nos esperem na sala de embarque, lá tem pouca gente. - Ele sorriu sem mostrar os dentes, e passou pelo meio daquele bando de paparazzis.

Não posso negar meu nervosismo, por mais que eu pudesse esconder as minhas expressões de ânsia e aflição, meu coração pulsava de uma forma exagerada, e eu torcia pra que Justin não tivesse uma audição apurada.

Ele riu pelo nariz, e nossos olhares se encontraram o fazendo abrir um sorriso enorme me fazendo rir junto, foi contagiante.

Nem parecíamos os mesmos cidadões que brigavam a poucos minutos atrás.

–Vocês estão namorando?

–Estão juntos?

–Justin, você não estava saindo com a Selena?

–Chanel o que você acha que os seus fãs vão pensar disso?

Perguntas e mais perguntas, eram tantas que poucas chegavam ao meu ouvido sem me confundir.

Justin e eu não respondemos nada. Jhon e um segurança de Justin foram à nossa frente abrindo caminho e barrando os paparazzis.

Assim que entramos no aeroporto, uma avalanche de paparazzis, muito maior que a primeira estava na nossa frente. Foi notável quando mais seguranças chegaram e afastaram -ou tentaram- os paparrazis de mim e de Justin.

Ele não tinha soltado a minha mão ainda.

Entramos na sala de embarque ficamos sozinhos lá dentro e nossos seguranças ficaram em frente a porta, bloqueando a passagem dos paparazzis.

Aí ele soltou a minha mão.

Infelizmente as paredes da sala de espera eram de um vidro um pouco escuro, mas não era fumê, então era totalmente visível olhar de fora o que acontecia lá dentro. Por isso não poderíamos fazer nada que comprometesse a nossa farça.

Respirei fundo e fechei os olhos tentando manter uma expressão natural no rosto. Foi quando algo surpreendente, muito surpreendente aconteceu, os lábios de Justin se prensaram contra os meus, me fazendo chegar pra trás assustada, mas ele me impediu de romper o beijo segurando a minha cintura, logo sua língua pediu passagem, eu cedi instantaneamente, fechei os olhos e tentei não pirar. Nossas línguas brincavam uma com a outra, e dançavam em uma perfeita sincronia, justin apertava a minha cintura e brincava com as pontas de meu cabelo. Naquele momento foi como se nada estivesse acontecendo, como se os paparazzis não estivessem atás de uma parede de vidro e estivessem quase se matando para tirar fotos, só nós dois existiamos no momento.

Quando rompemos o beijo, se ele não estivesse segurando a minha cintura e suas mãos estivessem apoiadas em minhas costas, eu teria caído, sem sombra de dúvidas.

Ele encostou sua testa na minha e eu fechei meus olhos sentindo sua respiração ofegante bater em meu rosto, e foi imáginavel que ele fazia o mesmo.

Os batimentos acelerados e descompassados de nossos corações eram perceptíveis tanto pra mim quanto pra ele. Abri os olhos e ele ainda estava de olhos fechados, empurrei seu peitora - definido - fazendo ele abrir seus olhos e fitar os meus instantaneamente, minhas bochechas ardiam de vergonha, mas como sempre, eu tentei me manter natural.