12 de outubro

Delegacia 1-6

Assim que Olivia deixou os gêmeos na escola, ela se dirigiu para a delegacia. Este inicio de manhã foi estranho, as crianças não falaram praticamente nada, o que era anormal.

Elliot a viu chegando. “Bom dia, Liv” ele disse, assim que ela se sentou em sua mesa.

Viu que ela estava diferente, distante assim como era quando foi estuprada. Levantou-se e sentou-se numa cadeira ao lado dela “O que aconteceu, Liv?”

Ela balançou a cabeça, como se quisesse dizer que nada aconteceu “Não ouse me dizer que nada aconteceu, Olivia. Eu te conheço muito bem para saber quando algo te incomoda”

Ela suspirou e começou: “Ontem, os gêmeos perguntaram-me sobre seu pai...”

“E o que você os disse?” Elliot perguntou.

“Eu os enrolei com uma conversa. O problema não foi só esse. Eu tive um pesadelo e... e eles me ouviram gritando. E agora, eles pensam que eu os odeio por terem me perguntado sobre seu pai” ela lamentou, lágrimas evidentes em seus olhos.

Ele assistiu como uma única lágrima escorreu por sua face. Com seu polegar, limpou-a e disse: “Os gêmeos sabem que você não os odeia. você os ama mais que qualquer coisa, e eu posso provar isso. Você não os abordou, e não há prova maior de amor do que essa”

“Eu não quero tornar minha mãe. Ela não me abordou, e ainda sim me odiou” disse com uma voz rouca “Eu não quero que eles passem o mesmo que passei...”

“Eles não vão, pois eu nunca vi uma mãe amar tanto seus filhos como você, Liv. E o pesadelo, não se preocupe, não acontecerá novamente, desde que você pare de se sentir assim”

Ela sorriu. Olivia adorava o jeito que Elliot sempre a fazia se sentir melhor, não importa a situação.

Ela então se recompôs “Thank you, El. Eu não sei o que faria sem você”

O resto da tarde passou calmamente. Nenhum caso novo, apenas um monte de papelada a ser feita. Agora, já era por volta de quatro horas da tarde, horário onde geralmente seus filhos estariam chegando na delegacia depois de um longo dia na escola. E como Olivia não se sentia confortável em deixa-los com uma babá, Cragen permitiu que eles ficassem brincando ou fazendo algo no berço. Além disto, como a escola era muito próxima da delegacia, Olivia ensinou os gêmeos a atravessaram as ruas com cuidado e a direção correta para a delegacia.

Porém, foi dando depois de quatro horas e meia, e nenhum sinal dos gêmeos. Olivia começou a ficar preocupada. Era suposto eles estarem aqui muito tempo antes. Ficou muito mais preocupada ainda, quando viu uma das professoras entrando no recinto, com August em seus braços.

Ela se levantou rapidamente “O que aconteceu?” perguntou, desesperada.

Ao ouvir a voz de sua mãe, August pulou do colo de sua professora e correu até ela, abraçando-a “I’m sorry, mommy. Eu tentei protegê-la, eu juro. Mas ele era mais forte que eu” August chorou em seus braços.

“O que você esta falando, Gustie?” ela olhou para a professora “Por favor, alguém me diga o que está acontecendo!” ela pediu, para ninguém em especial.

Elliot já havia falado com ela, e sinceramente, não sabia como Olivia reagiria “Olivia, sente-se”

Olivia pegou o menino que chorava ternamente em seus braços, e sentou-se, esperando pelo pior. Ela sabia que receberia uma noticia ruim, Elliot sempre a mandava sentar quando era algo que provavelmente não suportaria “Slip it out, Elliot”

“Liv, o que Gustie esta tentando lhe dizer, é que Emily foi sequestrada”

Queixo de Olivia caiu. Isso não podia estar acontecendo. Sua filhinha, um dos motivos que ela provavelmente se recuperou de seu estupro, foi-se embora. Ela abraçou o menino mais ainda.

Elliot viu como uma única lagrima caiu de seu olho. Ela nem se preocupou em escondê-la. “It’s gonna be ok, Liv”

“Quando?” Olivia perguntou, simplesmente.

“Uma hora atrás” a professora disse.

Olivia começou a ficar brava “Vocês nem se preocuparam em me ligar? Ou ao menos ligar para 911?!”

“Desculpe-nos, mas estamos muitos ocupados”

“Mas seus deveres não são para garantir bem-estar de uma criança? Ou vocês não sabem como cuidar bem de um ser tão inocente?”

Ela estava preste a se levantar, mas Elliot a impediu “Liv, acalme-se”

“Mas Olivia esta certa, Elliot. Quando o governo passará a se preocupar com nossas crianças, o futuro de nosso mundo?” protestou John.

Olivia teria rido em outras situações. Ela olhou para August, que agora dormia profundamente em seu colo “O que nós vamos fazer?” perguntou quase em um sussurro.

“Nós vamos acha-la, Liv. Eu prometo” assegurou Elliot “Agora, vá para casa com August. Qualquer coisa, nós te ligaremos”

Olivia assentiu. Levantou-se e ajustou o menino adormecido em seu colo. Mas antes de sair, ela sussurrou apenas para Elliot ouvir “Por favor, apenas traga minha menininha de volta para onde ela pertence”

Mas antes que Elliot pudesse dizer qualquer coisa, Olivia saiu em disparada para fora da delegacia.