Um Louis Em Minha Vida escrita por Kou


Capítulo 1
1 – Segredos e Gatinhos


Notas iniciais do capítulo

Érh....
Boa leitura o/



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Capítulo 1

Segredos e Gatinhos

Ah, sim... Isso foi quando o Harry e o Liam estavam naquele abraço tão lindo de ver, tão apertado e cheio de sorrisos e risadas, bem doce, não? Quando o Liam tinha acabado de...

Epa! Já tá valendo??

Desculpa, desculpa. Vou começar outra vez.

Harry e Liam eram amigos. Daqueles muito amigos mesmo, indesgrudáveis. Quero dizer, inseparáveis. Daqueles que cresceram juntos, compartilhando planos e brincadeiras, mantendo um passado e interesses em comum. Até algumas garotas, se eles muito bem lembravam. Ou mesmo um segredinho, bem pequenininho...

Que eu não vou contar agora.

Nem tem tanta importância.

Nenhuminha. Até sorrio com isso...

Porque, bem, a vida deles era ótima. Não perfeita, assim, mas era ótima, pelo olhar deles. E não que eles olhassem muito para isso, também. Não, que nada. Eles podiam olhar para coisas muito mais interessantes num começo de dia escolar daqueles. Mesmo com os olhos ainda pesadinhos de sono, já que ninguém é de ferro, ainda mais numa manhã de segunda-feira. Quem que gosta, né? Nem a professora gostosa de Filosofia conseguia fazer aquela aula menos dormível. Não para o Liam... Porém, o Harry pode contar isso melhor.



Fiquei quieto quando aquela pessoa rebolante entrou na sala. Simplesmente me pedia por silêncio, para apreciar. O horário não ajudava, mas só uma pessoinha assim para conseguir chamar atenção numa matéria daquelas. Ela poderia muito bem ter uns melhoramentos, umas possíveis e estranhas mudanças de estilo, mas... propor algo assim tornaria a vida de muitos elementos dessa turma uma tragédia.

Mas que ela rebolava bem, ô se rebolava.

Infelizmente, Teacher Katherine tinha o dom de saber calar a boca dos alunos abrindo a própria. O que me fez parar de ouvir a linda voz do Liam, que fazia três dias eu não ouvia direito, para encher meu ouvido de baboseira sobre aqueles caras que só sabiam pensar para confundir a mente alheia. Poxa, era tão desagradável.

Liam falava com um carinho muito mais agradável. E também sobre assuntos muito mais interessantes. Era mais que desagradável, era injusto! Ao menos o sorriso eu ainda podia ver...

Teacher Katherine fechou a cara pra mim bem naquela hora. Acho que eu também estava sorrindo, e talvez o assunto não fosse assim tão engraçado. Sou um aluno tão atento...

– O que há de tão divertido tão cedo, Mr. Styles? – falou com carinho demais...

– Perdão, Kath, eu não estava prestando atenção.

Depois dessa, eu não devia ser considerado nem mais um aluno, concordam... ?

– Para você, é Katherine, com o Teacher na frente, seu saidinho.

– Perdão novamente, Teacher Katherine, eu não tive a intenção de atrapalhar...

– Você nunca tem, Mr. Styles, mas ainda é muito cedo para começar, não acha? Então baixa um pouco a bolinha e me deixa começar a aula, por favor. – O que ela tinha de rebolante, ela tinha de grossa... E isso só a tornava maior para os alunos interessados naquela matéria toda. A mãozinha indicando o “baixa a bolinha” da frase, e a carinha de sofrida de quem fora completamente atrapalhada a tornavam quase sedutora, só que tenho pena de quem fosse provar uma língua afiada daquelas. Comprimi os lábios para não ter outra reprimenda por sorrir.

E Liam estava rindo do meu lado, discreto. De mim a monstra fala, dele não?! Ah, talvez ela preste mais atenção em mim... arregalei os olhos (verdes) com essa.

Durante toda aquela rebolação das duas primeiras aulas do começo da semana, tive mais três oportunidades de ser expulso. Eu bem que gostaria, mas Kath parecia gostar de me aguentar. Cruz credo, justo eu.

O que quer dizer que continuei sem saber o que Liam ia me contar, já que ela estava me controlando o tempo todo. Não é legal ser um aluno queridinho, ouviram?

Liam, com toda a sua indiferença, permanecia intacto e imune ao meu lado, enquanto eu era sempre bombardeado por não estar fazendo nada. Quando fui pedir desculpas de novo, Kath disse que ia pegar uma tesoura para cortar minha bola, já que ela não estava baixando. Isso é bullying, Kath, não é legal. E pior que eu não podia responder, pois ela estava fofamente me aturando ao invés de me expulsar. Acho que estava sendo solidária com o diretor, vai saber.

Enfim, a liberdade. O sinal tocou e trocamos de sala. Liam veio rindo me imitando mexendo no cabelo.

– Você podia se controlar um pouco, né, diabinho. Desse jeito vai ficar sem essa bola toda aí.

– Ah, mas eu sei que você gosta...

– É, gosto, gosto, só arruma esse cabelo. Você falsamente indignado fica com um penteado maravilhoso.

Remexi nele sem prestar atenção no que fazia e, do jeito que ficava, ficou. Ia perder aula se fosse até o espelho. E eu não podia de jeito nenhum, pois...

– Tá um pouco mais decente. Agora senta aí que eu quero te contar como... – Liam começou a rir no meio da frase, enquanto eu me sentava com um baque na cadeira dura, e ele ao meu lado.

– Para de ser egoísta, garoto, fala logo!

– Shhhhhh, que daqui a pouco o professor chega. – Tentou se controlar, tomando fôlego.

– Então fala! – Sussurrei.

Foram mais três respirações profundas para conter aquela risada. E eu com medo de acompanhar, até me esquecendo de que não era mais a Kath que dava aula agora.

– Você se lembra do Niall, meu primo?

– Niall, Niall, Niall...

– Um loirinho, vizinho da minha avó. Já te falei dele, com certeza.

– Tá, vamos dizer que sim, o que tem ele?

– Ele estava lá na minha vó esse feriado, passando tempo comigo...

– Vamos dizer que isso eu consegui entender, o que tem de importante?

– Não me interrompa, curioso.

Arregalei os olhos de novo, fingindo estar assustado. Aquele garoto era demais.

– Assim, Niall é muito mais sacana do que eu achei que fosse. Conheço ele muito pouco, mas ele é muito divertido. – Fiz um bico. – Que foi?

– Nada, continua. – Eu não podia dar bandeira! Estávamos na escola, droga.

– Tá... – Uma risada subiu-lhe pelo peito, escapando pelo nariz. – Eu levei um fora. Épico.

– Dele? – Perguntei, confuso.

– Não... ele só me empurrou para cima da garota.

– Ah, sim... Garota? – Franzi as sobrancelhas. Aquilo estava estranho. – Como era ela?

– Deixa eu contar! Bicho ansioso, fica quieto.

Nessa hora acho que o professor entrou na sala, pois Liam demorou um pouco para continuar a falar, todavia, não ousei desviar o olhar dele, com medo do que poderia perder daquela cena. Ele não era bem o tipo que costumava levar um fora assim, de graça. Quanto mais de admitir... Até porque ele raramente falava assim tão abertamente de tentativas rápidas e inusitadas. O que diabos o Niall poderia ter... ?

Me assustei.

Por nada.

– Nós estávamos lá, sentados no banco da praça, no centro da cidadezinha. Aquele ovo. Tá, enfim, daí o Niall comentou sobre uma garota que vinha andando lá por uma rua. Era loira, cabelo curtinho... tinha uma boca bem bonita. Magra demais, as roupas até meio larguinhas.

– Estou tentando imaginar... continue. – Acho que eu estava fazendo até umas caretas ao mentalizar aquela pessoa, porque ele me encarou por um momento. Ri.

– De certa forma, ela chamava a atenção. E Niall me disse que ela estava solteira. Respondi que não tinha interesse. Ele fez uma aposta. Uma... chantagem. Que se eu não tentasse falar com a garota, eu ia ter que pagar de gay. E aquilo me assustou. Porque você sabe cidade pequena, não?

– É, essas coisas são polêmicas e nunca saem de moda, digo, o assunto não morre cedo e...

– Sim, isso. E minha avó ia enlouquecer. Eu sendo mal falado, chamado de gay por toda a cidade. Como o nome dela ia ficar? – Ele riu com aquela frase. Cidade pequena é coisa de monstro mesmo, muita coisinha fútil para dar bola, e pouco conteúdo no geral. Se bem que seria interessante... – Então. E a garota estava chegando perto. O Niall me arrancou do banco e me mandou na direção dela.

– Você devia estar desesperado!! – Não controlei direito uma risada, como eu queria ter visto aquilo. – Mas você chegou a fazer alguma coisa?

– Espeeeera. Eu perguntei o nome dela. Taylor. E quando eu fui repetir, saiu meio alto, e ela ouviu e parou. Deve ter estranhado, mas enfim. Daí o Niall me empurrou, totalmente direto e sem graça, para a direção dela, quase do outro lado da praça.

– Você tá todo vermelho! – Eu tive que apertar aquela bochechinha.

– Para... Eu fico sem jeito de contar isso.

– Contar o quê? – Aproximei um pouco o rosto, baixando a voz.

– Que... que eu chamei ela de Taylor e fui elogiar... E ela me respondeu: “Bonita? Eu sou um garoto.” Sorriu de lado e saiu andando.

Explodi numa risada, meio contida meio fugida, porque eu tinha consciência da voz do professor ao fundo. Era inacreditável que Liam realmente tivesse feito isso!

– Para de rir! – Esperneou, tentando não me acompanhar.

– Desculpa, Liam... mas é que... – Me interrompi com outra risada. Ele sabia que era engraçado, só que, realmente, a coisa era épica demais para não o deixar com um pouquinho de vergonha. Ainda mais que fora deixado no vácuo.

– É que você tá fazendo exatamente igual ao Niall depois daquilo. Eu fiquei lá parado, sem saber o que fazer, e ele rindo sentado no banco. Eu realmente mereço!!!

O professor nos pediu para fazer silêncio. Vish, hoje não estava sendo um dia muito produtivo... estávamos nos expondo muito. Três dias longe e perdíamos a prática. Ou talvez apenas o professor estivesse se importando... Sei lá, não estava interessado nisso. Aquela cena do Liam todo tolo no meio de uma praça que eu não conhecia era cômica demais para se esquecer de um instante para o outro.

– Não dá... Esse Niall merece um Oscar!

– E você é que nem ele, né. – Me deu um soquinho no ombro, em protesto.

– Ain, desculpa, Liamdo, mas eu te abraço depois para te consolar. Não fica tristinho, tá? Você foi heroico na sua luta contra a difamação! Você... você...

– Cala a boca, Harry! Assim eu fico triste mesmo...

– Aaaain, não faz assim! Você sabe como eu te adoro, né? Esse fora não vai mudar nada... nossa amizade ainda está intacta!

Ele sorriu todo covinhas (inexistentes), atuando mais do que bem na cena. Aquela figura. Ele bem que merecia aquele mico.

– Desculpa, viu? E me desculpa mais ainda, porque você até que merecia.

– Quem merecia era o Niall!

Uma voz reverberou entre nós. Voz potente.

– Senhores Styles e Payne, se não têm interesse em assistir à aula, queiram se retirar, por favor! Já pedi duas vezes. Na terceira, é sem pena.

Nos olhamos uma última vez, e assumi minha carinha de culpado.

– Perdoe-nos, senhor...

– Poupe-me, Styles. Seu silêncio me basta. E o seu também, senhor Payne. Tome cuidado. Ele não é uma boa influência.

Liam, o traidor, acenou que sim com a cabeça e sorriu de leve, aceitando o conselho.

– Pode deixar, senhor. – Pegou o lápis que surgira sabe-se lá de onde, junto do caderno, e tornou a copiar a matéria do quadro.

Injuriado e sem opção, fiz o mesmo.

Agora quem estava necessitado de um abraço era eu.

Vida cruel.

Toda a crueldade foi embora da minha mente quando, alguns minutos depois, lembrei-me da maior de todas as novidades. Não podia deixar Liam desavisado. Comecei a bater a ponta da caneta na beira da mesa, produzindo um barulho irritante. Senhor Payne me olhou e ignorou, na maior cara de pau. Ah, esse maldito... só podia ser vingança pelo ‘merecer’.

Porque... bem, ele não podia ter dado ouvidos às palavras do professor, né?

A solução foi a mais típica dos inquietos. Arrancar uma pontinha da página e escrever um bilhete.

Liam, tenho uma incrível para você.

Amassei o tisco de papel e joguei no caderno dele. Habilmente, abriu-o com uma das mãos, continuando a fingir que copiava (ou então copiando de verdade, vai saber...). Uma leve alteração do rosto me indicou a curiosidade. Eu não era o único faminto por novas aqui... Rabiscou a resposta e me devolveu.

Hmmm... e qual é?

Rabisquei de volta: Estão todos bobos com a novidade. Um ano mais velho, na turma do Zayn.

Era o suficiente. A pausa para o almoço seria muito bem utilizada... Puxei de leve seu braço para repassar o bilhetinho. Pisquei os olhos feito um tonto imitando uma menininha apaixonada, talvez ele entendesse a indireta. E talvez bem errado.

Liam me olhou com um sorrisinho de canto.

É. Ele deve ter entendido muito errado.



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Notas finais do capítulo

Hmmm... e então, alguma opinião? O.O
Deixe seu review :3 E não nos odeie õ/