Lost Souls - Primeira Temporada escrita por Meg, Lys17


Capítulo 1
Pilot (Piloto)


Notas iniciais do capítulo

Só pra constar, esse é o elenco regular, na ordem dos principais:
Rachel Berry
Finn Hudson
Noah Puckerman
John Mellark Berry (esse é criação própria)
Quinn Fabray
Brittany S. Pierce
Santana Lopez
E vai ter o Louis também, pra fazer pair com a Santie, mas ele não está no elenco regular ainda.
Só explicando:
Normal - terceira pessoa
Itálico - Rachel narrando
Itálico sublinhado - Finn narrando
Itálico feat. Negrito - Mulher Misteriosa (Gossip Girl style)
Enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/269490/chapter/1

Fazia calor na pequena cidade conhecida como Lima. Aquela pequena cidadezinha era conhecida em Ohio pela maior escola de bruxos do país. Sim, você não entendeu errado. Bruxos mesmo.

Não daqueles bruxos que você vê em conto de fadas, nas quais eles sempre são os vilões. Pelo contrário, nesta história, conta a história de uma jovem bruxa, que começou com apenas treze anos uma das maiores histórias do planeta.

E essa menina, viria a se tornar a mulher mais forte, a mulher mais bonita, e a mulher mais independente já conhecida no mundo inteiro.

O nome dessa menina? Rachel Berry Mellark.

========================x=========================

15 de janeiro de 2008

O sol já estava queimando todos que estavam sem proteção de roupas naquela cidade. Coitado do que estivesse usando alguma roupa enorme, provavelmente estaria morrendo de calor.

Encontrava-se uma casa vermelha, modesta, de três andares, nas terras modestas dos Berry. Sim, eles meio que cultivavam uma 'fazenda', mas não era exatamente uma fazenda por não ter bichos ali. Apenas corujas, que viviam no celeiro, junto com a dona.

Rachel se localizava no último andar da casa, de frente para a janela, observando o sol, com os olhos brilhando de uma cor que ninguém jamais conseguia identificar.

Ela tinha cabelos negros, assim como a escuridão da noite, porém brilhosos e vivos. A pele era branca, como a neve, e muitas vezes quando criança, ela era chamada de branca de neve pelos colegas. Tinha apenas treze anos, mas seu corpo já era bastante desenvolvido. Tinha as pernas torneadas, a cintura fina, o corpo magro, porém bonito. Um rosto que qualquer outra garota mataria pra ter. E tinham os olhos...

Os olhos eram de uma cor castanha, que ao sol, ficavam tão claros, que chegavam a parecer fora do comum. Eram os olhos mais bonitos que aquela região já havia conhecido. A única desvantagem de tanta beleza era que ela era um tanto... Baixinha.

Usava uma camiseta dos Beatles, e um short jeans que batia na metade da coxa. Os pés estavam enfiados no velho chinelo de estampas. Logo se podia ser visto que ela segurava algo nas mãos. Alice No País Das Maravilhas. Seu livro favorito.

Logo então ela se tocou que em breve chegaria a hora que ela tanto ansiava por. A hora de rever os amigos que ela já não via fazia tempo. Imediatamente desceu da bancada da janela, e foi andando com pressa até a cama, onde tinha um uniforme preto separado pra ela. Ela o olhou com animação, até perceber que sua capa não estava lá.

- MÃE! – gritou ela com todas as suas forças, implorando pra que sua mãe conseguisse ouvir.

- O QUÊ? – respondeu uma voz lá embaixo. Obrigado, senhor.

Ela tirou os sapatos, e desceu as escadas correndo. Correr era uma habilidade que ela havia adquirido desde que era criança. Sempre adorava correr. Quando menor, já havia participado de algumas competições, e sempre as ganhava.

Finalmente ela se encontrou na cozinha, de frente pra mãe, encarando-a com os olhos cheios de expectativas.

- Mãe, onde a senhora colocou minha capa da escola?

- Ah – a Sra. Berry franziu o cenho, tentando se lembrar, e em seguida deu um sorriso sem graça. – Eu a coloquei na varanda, querida, esqueçi de ir deixar no seu quarto.

- Tudo bem - disse Rachel, abrindo um sorriso, e se preparando para perguntar ao irmão se ele já havia encontrado os cinco galeões que devia à ela.

Tudo parou.

Seu sorriso foi desaparecendo aos poucos, e os olhos dela foram se franzindo, enquanto ela encarava o rapaz à sua frente, que estava sentado ao lado de seu irmão, John.

Era um rapaz alto, de cabelos castanhos, e que tinha um sorriso de lado no rosto, que se dirigia totalmente pra ela.

- Oh, que falta de educação a minha... – disse a Sra. Berry. – Filha, este é um amigo do seu irmão, que acabou de se descobrir bruxo.

- É, quando você descobre, nem sempre é tão fácil - comentou Rachel, ainda sem tirar o olhar do menino.

Ele se levantou da mesa e foi andando na direção dela. Quanto mais ele se aproximava, mais ela podia enxergar a cor dos olhos dele. Só conseguia conhecer completamente alguém quando observava seus olhos. Afinal, os olhos eram espelhos da alma. Ou costumavam ser, até inventarem os celulares.

- Eu sou Finn – disse ele, estendendo a mão. Ela olhou nos olhos dele, observando a cor daqueles olhos. Um castanho tão lindo, de uma cor que lhe lembrava chocolate. - Finn Hudson.

Ela ainda não havia conseguido sorrir, pois ainda estava estranhando a situação. Sentia-se como numa espécie de déjà vu. Sim, ela havia acabado de conhecer o menino, mas ele não lhe parecia estranho.

Ela então deu um sorriso de lado, e apertou a mão forte dele.

- Rachel Berry.

E foi ali que tudo começou.

=======================x==========================

Pausa para a abertura da série, ao som de "Love The Way You Lie", de Rihanna feat. Eminem, com apenas o som do refrão.

=========================x=========================

Rachel fechou a porta do quarto com força.

Sentia uma sensação estranha no corpo. Uma sensação... Nova. E tudo por causa daquele garoto. Aquele garoto que ela havia conhecido em minutos atrás, e já havia causado todo aquele efeito nela. Ela nunca tinha sentido aquela sensação antes. Era uma sensação... Boa e ruim ao mesmo tempo. Indescritível.

Foi andando lentamente até a cama, agarrou a roupa nos braços com força, e se trancou no banheiro. Talvez um banho lhe ajudasse a se concentrar no seu objetivo do dia: reencontrar Puck, Brittany e Santana. Seus três melhores amigos.

Ela retirou a camisa, depois o short, depois o sutiã, depois a calcinha, depois entrou no chuveiro, deixando que a água lavasse seu corpo suado. Ela lavou os cabelos, com a mente ainda concentrada naquele... Lindo estranho.

Nós já nos encontramos?

Você é algum tipo de estranho bonito

Você poderia ser bom para mim

Eu gosto do perigo

Assim que ensaboou seu corpo inteiro, ela terminou de fazer sua higiene, e se enxugou com a toalha, se cobrindo em seguida. Olhou-se no espelho, respirando fundo. Estava no Mckinley já ia fazer cinco anos. Ela tinha entrado mais cedo do que os outros, pois a sua mágica começou a ser mostrada quando ela tinha dez anos, e ela foi mandada pra aquele colégio, junto com o irmão um ano mais velho. Toda sua família tinha estudado naquele colégio.

Se eu fosse inteligente, correria para bem longe.

Mas não sou, acredito que vou ficar.

Que os céus proíbam

Vou ter minha chance com um belo estranho

Ela enxugou o cabelo, ainda não muito longo, mas que batia no fim de seus ombros. Ela era bastante diferente das outras garotas que ela mesma conhecia. Será que ela era realmente normal?

Eu olhei em seus olhos

E meu mundo desmoronou

Você é um demônio disfarçado

Por isso, estou cantando esta canção

Outra respiração profunda de frente ao espelho. Ela se sentia nervosa.

Será que havia sido aquele garoto? Ou era simplesmente o velho frio na barriga de reencontrar as pessoas que ela mais amava?

Ela preferiu acreditar que era a segunda opção, mas algo lá no fundo lhe acusava, argumentando que não era.

Enrolou-se na toalha novamente, e pegou suas roupas, pra ir se tocar no quarto, e ao destrancar a porta do banheiro, soltou uma ofegada surpresa.

E o susto foi tão grande que a toalha caiu.

Conhecer você é amar você

Você está em todo lugar que vou

E todo mundo sabe

Olhe pro rosto dela, Hudson.

- Oh, me desculpe! - disse Finn, arregalando os olhos ao vê-la nua. - Eu... Er... Eu não sabia que... Droga! - e se virou, envergonhado, enquanto Rachel, ainda em estado de choque pegava sua toalha e se enrolava nela de novo, da cor de um tomate.

- O que você tá fazendo aqui?! – perguntou ela, vermelha de vergonha e de raiva. Ele havia acabado de conhecê-la, que diabo fazia em seu quarto?

- É que... – ele estava vermelho também. -  Você estava meio estranha lá embaixo, e eu não gosto das coisas assim... Por isso pedi pra vir aqui, pra saber se estava tudo bem... Talvez você estivesse gripada.

Ela ergueu uma sobrancelha.

- Gripada?

Amar você é fazer parte de você

Eu tenho pagado por você com lágrimas

E engolido todo meu orgulho

...Belo Estranho...

Belo Estranho

- É, uma das doenças dos trouxas, ou sei lá como vocês o chamam – ele deu de ombros, e em seguida abriu um sorriso envergonhado. – Se você quiser, eu volto outra hora.

- Era só isso que queria falar comigo? – perguntou ela, cruzando os braços.

- Sim, era – em seguida o sorriso dele aumentou um pouco, e ela se arrepiou inteira quando percebeu que ele a fitava de cima pra baixo. – Até que valeu a pena subir essas escadas todas, no fim...

Ela imediatamente teve vontade de vestir um cobertor, que a cobrisse por inteiro. Não ficava seminua nem na frente da sua própria mãe.

Se eu fosse inteligente, correria para bem longe

Mas não sou, acredito que vou ficar

Você não me ouviu?

Vou ter minha chance com um belo estranho

Ele soltou uma risada irônica, ao perceber o espanto nos olhos dela.

- Não se preocupe, eu tenho namorada.

Imediatamente ela relaxou. Mas algo em si continuava aberto, algo vazio, que parecia se aprofundar cada vez mais. Como quando você está prestes a pular de um penhasco, e observa o quão fundo ele é.

- Bom – disse ela. Não se sentiu muito à vontade com o frequente olhar dele, que se focavam mais em suas pernas.

Em seguida, ele sacudiu a cabeça, como se acordasse de um transe.

- Eu devo ir.

Eu olhei para o rosto

Meu coração estava dançando por todo lugar

Eu gostaria de mudar meu ponto de vista

Se eu simplesmente conseguisse esquecer você

- Não. – disse ela, sem se conter.

Peraí, de onde saiu isso?

Nem ela mesma acreditou no que ela própria havia dito. Se não se sentia a vontade com ele ali, por que havia pedido pra que ele ficasse?

Ela sentiu as bochechas se avermelharem, assim que ele ergueu as sobrancelhas pra ela, provavelmente tão confuso quanto.

- Hein? – ele perguntou, se aproximando, com os braços cruzados. – Você quer que eu fique?

- N-Não, é que... – ela olhou pra baixo, e tentou se concentrar, mas quanto mais ele se aproximava, mais ela perdia noção do que falava.

Eu olhei em seus olhos

E meu mundo desmoronou

Você é um demônio disfarçado

Por isso, estou cantando esta canção

- É que o que? – ele perguntou, se aproximando mais ainda, enquanto ela recuava pra trás. Como um pássaro assustado recuando de um gato faminto.

- Sabe... – ela disse, estreitando os olhos. – Meu irmão não gosta que fiquem à mais de três metros de mim. E nesse momento, você está sendo um péssimo amigo.

- Eu sou amigo dele. Não serviçal – ele disse, com a voz zombeteira. – Se bem que eu adoro desobedecer às regras.

O corpo dela inteiro se arrepiou com aquela frase. Ela sentiu uma movimentação dentro de si. Uma vontade estranha tomou conta dela. Uma vontade de parar de recuar, e deixar que ele viesse, e o que quer que estivesse passando pela cabeça dele, ela queria deixa-lo fazer.

Eu tenho pagado por você com lágrimas

E engolido todo meu orgulho

Mas ela não cederia aquele impulso idiota. A mão dele tocou de leve seu ombro, e ela sentiu uma vontade incrível de...

- Você devia ir – disse ela, desviando o rosto que estava próximo demais do dele. O corpo relaxou mais, mas havia uma parte nela que queria batê-la por ter feito aquilo. Por mais que tenha sido o certo a se fazer.

- Oh, sim, é claro – ele deu um sorriso malicioso. – Estaremos te esperando lá embaixo.

E saiu, com uma risada zombeteira.

Ela finalmente relaxou e voltou ao normal.

O que foi isso? Ela perguntou a si mesma enquanto fechava a porta do quarto, e deixava a toalha cair novamente.

======================x=========================

Finalmente Rachel havia acabado de se arrumar. Vestiu o uniforme inteiro, e prendeu os cabelos num rabo-de-cavalo. Diferente das outras garotas, Rachel não gostava de salto. Na verdade, ela abominava aquele tipo de calçado, mesmo que aquilo a deixasse mais alta. Pra falar a verdade, haviam várias coisas que Rachel não tinha em relação de ser uma garota. Ela odiava rosa, odiava saltos, e não se vestia normalmente como as outras garotas. Ela usava sempre seu tênis velho, shorts ou calças jeans, e uma camiseta, ou até um suéter. Saia com certeza não era seu fértil, mas era o das outras meninas. Por isso mesmo que quando se entrava no Mckinley, a primeira coisa que as pessoas viam eram garotas usando saias tão curtas que dava pra ver uma parte enorme das bundas. Rachel achava aquilo ridículo.

Desceu as escadas cuidadosamente, carregando seu malão pesado sem sequer fazer força, pra então encontrar John e seu amigo Finn sentados na mesa. O rosto de Rachel ganhou tom avermelhado quando ela se lembrou daquela cena constrangedora uns minutos mais cedo.

E então ela viu uma figura masculina mais velha, que sorria pra ela.

- Papai! - gritou ela, largando o malão no chão e pulando nos braços do homem, que riu.

Joseph Mellark era o exemplo de pai que qualquer menina gostaria de ter. Ele era compreensivo, nunca a colocava em situações constrangedoras, e sempre a deixava fazer o que queria.

Joseph e sua mãe, Rita, foram casados até seu nascimento. Quando Rachel completou um ano, eles se separaram por causa, pela boca dos outros, traição, mas Rachel no fundo sabia que era simplesmente porque o amor não dava mais certo.

E era por esse mesmo motivo que Rachel nunca havia acreditado no amor.

- Oh, pai, eu senti tanto a sua falta - sussurrou ela, enquanto ele a abraçava com força.

- Eu também, minha querida - disse Joseph colocando-a no chão, e sorrindo novamente. - Que orgulho, minha querida. Agora só faltam dois anos pra você ir pra Academia De Magia, e então a faculdade.

- Nossa, papai, agora você tá sonhando longe - ironizou Rachel. - Eu nem sei se vou passar nos testes ainda.

- Mas é claro que você vai - disse sua mãe, dessa vez - Você é uma das alunas mais inteligentes de lá, nunca nos decepcionou.

Rachel sorriu, e baixou o olhar pra baixo, as bochechas vermelhas.

- Ah, que é isso... - ela murmurou, envergonhada. - Eu só me esforço, mãe.

- Eu reconheço isso, filha - disse Rita, com um sorriso agradável. Em seguida, ela olhou para o filho. - Talvez você devesse seguir o exemplo da sua irmã este ano, John.

- Ah, por favor, mamãe - grasnou John, tomando seu suco de laranja. - Eu já cheguei até o quinto ano. Isso é um grande avanço, não é?

- Hm - foi tudo que Rita fez, pra em seguida colocar o prato de Rachel na mesa.

A menina se sentou, enquanto o pai se juntava à sua mãe na cozinha, conversando silenciosamente.

- Então... - disse Finn, de repente, chamando a atenção dela. - Você é do tipo certinha, certo?

Rachel girou os olhos.

- Pode-se dizer que sim.

- Certinha é pouco - disse John, rindo da cara da irmã. - Se ela não parecesse com o demônio às vezes, eu juraria que essa menina é uma freira. Mas não, ela fala palavrões, e essas coisas. Mas é muito inteligente. Então você pode chamar ela do típico moderno: nerd.

- Eu não sou nerd - Rachel estreitou os olhos para o irmão.

Com um irmão desses, quem precisa de inimigo?

- Hamham, senta lá - fez John, e em seguida sussurrou pra Finn: - O quarto dessa menina parece uma biblioteca, e...

- Droga, John - irritou-se Rachel - Você tem que ficar falando da minha vida o tempo todo? Não tem coisa melhor pra fazer não?

- Na verdade... - John franziu o cenho pensando. - Não... Eu estava pensando em ligar pra Quinn, já faz tempo que não vejo ela. E você?

- Também; Não a veja desde o fim do ano passado - disse Rachel, comendo seu cereal. - Mas por que você não tenta?

Na mesma hora que John ia falar alguma coisa, ela sentiu seu celular vibrando dentro do bolso, e ela imediatamente o pegou. Lá tinha escrito:

Já estamos aqui. Esperando por você, B.

- Puck.

Rachel soltou um sorriso de lado, e olhou pro irmão.

- É o Puck - ela falou, sem conter a animação. - Ele já chegou lá.

John assentiu, e continuou comendo. E então ela viu o olhar interrogativo de Finn, e resolveu explicar:

- Puck é meu melhor amigo - ela disse, lambendo os lábios, tirando os resíduos de leite de cima dos seus lábios. - Nos conhecemos desde os seis anos.

- Ah. - fez Finn, se escorando casualmente na cadeira. - Legal.

Esse garoto é estranho.

Foi o último pensamento de Rachel assim que ela terminou seu café da manhã, e levou seu prato à pia, um pouco temerosa, pois sabia como era a reação da sua mãe quando a pia estava cheia. Colocar mais um prato poderia irritá-la.

- Então... Vamos? - perguntou Joseph, erguendo a sobrancelha. - Estou encarregado de levar vocês três ao trem.

(N/A: Eles moram em Lima, mas o colégio Mckinley é em NY)

Rachel, Finn, e John se levantaram, pegaram seus malões, e foram seguindo Joseph. Depois de muitos beijos molhados dados pela Sra. Barbosa, eles finalmente foram. Rachel podia escutar os murmurinhos das conversas cheias de lezeira compartilhadas pelo seu irmão e Finn Hudson.

Hudson. Aquele nome lhe parecia tão familiar. Ela tinha certeza de que já havia o ouvido em algum lugar.

Quando estavam entrando na cabine, onde ficariam ela, Finn, e John, Rachel imediatamente pegou seu livro de Alice, e começou a ler, enquanto Finn e John continuavam conversando. Foi quando uma parte da conversa chamou a atenção de Rachel:

-... Mas essa sua namorada, como ela é? - perguntou John, interessado.

- Ela é bem gostosa. Estamos namorando já vai fazer umas duas semanas, e, cara, posso te dizer que vem sido bem quentes - disse Finn, maliciosamente.

- Hm - fez John, os olhos brilhando.

Rachel soltou um bufo pela boca, e girou os olhos. Meninos eram tão crianças e idiotas. Seu irmão nunca havia beijado ninguém, e agia como uma criança que escutava o pai contando a história quando algo era relacionado à beijar.

- Como é o nome dela? - perguntou John, todo empolgado.

Finn sorriu de lado.

- Lauren Styles.

O queixo de Rachel quase caiu.

- Peraí - ela disse, de repente. - Você tá namorando com Lauren Styles?!

- É - disse Finn, confuso com o alvoroço todo. - Qual o problema?

Rachel sacudiu a cabeça, incrédula.

- E eu achando que ainda existia esperança pra vocês meninos... - ela disse, fechando os olhos por uma questão de segundos, pra em seguida abri-los novamente. - Eu deveria imaginar... Namorando a capitã das líderes de torcida? Você é tão igual aos outros meninos.

- Rachel, não fale assim com o Finn - John o defendeu. - Eu sei que você e a Styles não se dão bem, mas é uma escolha do Finn, né? Sem tirar o fato de que ela é gostosa pra caramba. - e em seguida olhou pra Finn. - Com todo o respeito.

- Tudo bem - Finn deu de ombros, e voltou seu olhar pra Rachel. - Por que vocês duas não se dão bem?

- Bom, talvez pelo fato dela fazer bullying comigo desde que eu coloquei meus pés naquele colégio, ou de já ter mandado uma daquelas amiguinhas fúteis dela me dar uma surra. Aquela garota é tudo que eu abomino em uma pessoa - e o olhar dela foi se tornando frio. - E se você a namora, então não deve ser muito diferente também.

- Whoa, calma aí, garota - falou Finn, se alterando. - Você nem sequer me conhece direito, e já vem me atacando por causa da minha namorada?

- É, você também não me conhecia quando entrou no meu quarto sem permissão nenhuma - disse ela, estreitando os olhos. - Com o risco de eu estar pelada.

Finn girou os olhos, e corrigiu a frase:

- Você estava pelada.

John arregalou os olhos.

- Hein?

- Longa história, John - falou Rachel. E voltou seu olhar pra Finn. - Eu só mantenho a minha opinião. Sempre fui sincera com as pessoas, e eu gostaria mesmo que elas retribuíssem o favor.

- Oh, você gostaria? - perguntou Finn, ironicamente. - Pois então eu vou te contar o que está passando na minha cabeça agora sobre você: Coitado do cara que se casar contigo.

Rachel quase ardeu de raiva nessa hora, mas ela conseguia disfarçar bem.

Esse sempre foi um dos meus maiores dons. Eu conseguia disfarçar muito bem. Mas eu já estava acostumada a escutar comentários assim. Eu os escutava desde o meu primeiro dia na escola... Então por quê o que saiu da boca dele pareceu machucar tanto?

- Não se preocupe com ele, Hudson - disse Rachel, a voz cortante e fria. - Se depender de mim, vai demorar muito ainda pra ele aparecer.

Finn notou que ele tinha exagerado um pouco nas palavras, mas não se desculpou. Oras, ela tinha irritado-o!

Na mesma hora, a porta da cabine se abriu, e de lá apareceu uma garota loira, de cabelos cacheados, e que usava roupas de cheerleader. Tinha o corpo bonito, e a saia era tão pequena que mal escondia as 'coisas'. Rachel girou os olhos, irritada.

Aquela era Lauren Styles.

- Oi, querido - ela foi até Finn e o beijou.

A cena era tão nojenta que Rachel teve vontade de vomitar ali mesmo. A náusea era real. E a cena também.

- Oi, Laurie - disse Finn, carinhosamente, e aquilo só fez Rachel querer vomitar mais ainda. - Esse aqui é o meu amigo John, mas acho que você já o conhece.

- Na verdade, não - Lauren deu um sorriso falso. - Olá, John.

John soltou um sorriso sem graça, e ergueu a mão acenando. Rachel olhou pra atrás de Lauren, e viu as 'guardas' dela ali paradas. Lígia Pocket e Erica Scarllet. Ambas da torcida também.

- Berry Girl - falou Lauren, de repente, virando seu olhar pra Rachel. Rachel ergueu seus olhos pra garota, de uma forma fria e sem prazer nenhum. - Ah, uma loser do colégio adorou as suas roupas de nerd. Perguntou aonde você comprou.

Finn pareceu indignado com o insulto que veio de Lauren. Por mais que algunas segundos atrás estivesse numa discussão com Rachel, ele não gostava quando alguém era injustiçado na sua frente.

Então ele olhou pra John, como se esperasse que ele a defendesse, mas John apenas baixou a cabeça.

Como ele sempre fazia.

Rachel apenas respirou fundo, não esperando nada de ninguém, se levantou, e falou cara a cara pra Lauren:

- Me vestir como uma nerd é mil vezes melhor do que me vestir como uma puta.

O queixo das meninas atrás de Lauren, e o da própria, caíram. Finn teve que abafar uma risada, e John ergueu os olhos surpresos.

Lauren estava pronta pra partir pra cima da menina, quando um toque corrompeu o silêncio.

I'm on the highway to hell

Oh the highway to hell

Highway to hell

I'm on the highway to hell

Rachel pegou o celular, e sussurrou para todos:

- Com licença.

E saiu da cabine, sem se importar com os olhares chocados de Lígia e Erica. Quando atendeu, foi educada, e perguntou:

- Alô?

- Raaaaaaaaaaaach - disse uma voz escandalosa do outro lado - Minha vadia favorita.

- Oi, Britt - disse Rachel, sorrindo. - Você já chegou aí?

- Já estou de frente à escola - disse a garota, do outro lado da linha. - E você? Ainda no trem?

- Ainda - falou Rachel, a voz entediada. - Por favor, fale alguma coisa animante.

- Hm, não é tanto, mas talvez eu tenha uma - a voz de Brittany se tornou maliciosa do outro lado da linha. - Eu e a Santie estávamos de férias no Iate dos Lopez, quando a gente conheceu o menino mais gato EVER! Sério, você tinha que ver, ele era muito gostoso, tinha corpo sarado, fortão, e...

- Sem detalhes sórdidos, por favor - pediu Rachel, corando.

- Ham, tanto faz - fez Brittany só de birra. - O importante é: ele viu a gente falando com você pela internet, viu sua foto, e ficou super interessado. Eu é claro, falei pra ele que você tava super disponível.

O queixo de Rachel caiu.

- Espera... Você O QUÊ?!

- Vamos lá, Rachel, você é uma garota bonita, que precisa viver um pouco, mas não, você vive por trás desses seus livros, não se arruma bem, acha nossos costumes uma besteira... E mesmo assim tem o maior gostoso na tua, e você vai negar?! - Brittany estava quase fazendo um escândalo. - Por favor, aceita, por miiiiim!

Rachel girou os olhos.

- Por favor, Pierce - disse Rachel, achando a situação muito engraçada. - Você acha mesmo que eu vou ficar com um desconhecido? Você sabe que eu não faço desse tipo.

- Não, não sei - Brittany agora parecia levemente irritada. - E sabe por quê, dona Rachel? Porque eu NUNCA, e olhe que eu te conheço quase a vida toda, eu NUNCA vi você com nenhum menino que não fosse o Puck ou o seu irmão. Parece até que você... - Brittany se calou.

Os olhos de Rachel se estreitaram.

- Parece até que eu o quê, Brittany Susan Pierce?

- Desculpa, Rach, eu sei que você não gosta disso... Mas às vezes parece que você é gay.

Rachel respirou fundo, implorando a Deus toda à paciência do mundo.

- Eu não sou gay, Britt. Eu só nunca me interessei por ninguém, e você sabe porquê - a voz de Rachel saiu mais hostil do que ela esperava.

- Isso não é questão de amor, é questão de prazer.

Rachel soltou uma gargalhada sonora. Sua amiga conseguia ser tão louca às vezes.

- A resposta é não, Brittany - disse Rachel, sorrindo. - Não adianta tentar mudar a minha opinião.

- ARGH! - a menina fez do outro lado da linha. - Essa é a última vez que eu tento arranjar um encontro pra você, okay, Rachel Berry? A ÚLTIMA VEZ! EU TE ODEIO!

Rachel sorriu.

- Também te amo, amor. Tchauzinho.

E desligou.

Então ela desligou o celular, e voltou pra cabine.

==============================X======================

Assim que eles chegaram à escola, Rachel se surpreendeu em como tudo havia mudado. As paredes do prédio, que mais parecia um castelo, antes cinzas agora estavam pintadas de um azul prata super moderno, que tornava o lugar brilhante.

- Uau - ela escutou Finn dizendo atrás dela, e não conseguiu evitar um sorriso.

Todos os alunos da escola foram entrando, e logo tudo eram abraços, e essas coisas. Quando avistou uma figura loira de olhos azuis, o coração de John se acelerou.

- Eaí, Quinn - disse Rachel, abrindo um sorriso, enquanto erguia as sobrancelhas. A loira sorriu e a puxou pra um leve abraço, pra em seguida abraçar John, que parecia que ia levar uma queda a qualquer minuto.

Era fato que meu irmão estava totalmente apaixonado pela Quinn Fabray, a melhor amiga dele. E eu super apoiava que esses dois ficassem juntos, mas mesmo assim, eu ainda não conseguia acreditar no sentimento.

- Quinn, esse é o Finn - disse John, apresentando-os. - Finn, essa é a Quinn.

- Olá - disse Finn, abrindo um sorriso normal, que Quinn retribuiu.

Rachel não tinha tempo para aqueles meros detalhes. Voltou seu olhar pra busca de algum de seus amigos, mas não achou nenhum deles. Então bufou, frustrada, pegou seu malão, e foi em direção às escadarias que levariam até seu dormitório.

=====================X=========================

E eu nunca pensei que fosse me sentir dessa maneira

E até onde eu sei

Estou feliz de ter a chance de dizer

Que eu acredito que te amo

Rachel continuou arrumando suas coisas, colocando tudo dentro da sua parte no quarto. Ela olhou pra parede. Lá tinham várias fotos, uma dela sozinha, duas dela com sua mãe e seu pai, e uma na qual ela estava com Quinn, Brittany, e Santana. Não pôde evitar sorrir quando se lembrou dos bons momentos que passaram juntas. Era incrível como a vida passava rápido.

Rachel já estava em seu quinto ano, e em Maio, ela faria 14 anos, se tornando oficialmente uma adolescente. No mundo bruxo, quando chegassem no sétimo ano, aos 17, no caso dela 16, seria o último, pra então entrar na Academia De Magia. E depois tinha um ano inteiro de faculdade, pra então ela finalmente se tornar uma adulta e arranjar um emprego.

E se algum dia eu precisar ir embora

Bem, então feche os seus olhos e

Tente sentir como nos sentimos hoje

E então se você puder lembrar

Aquilo era meio embaraçoso de se admitir, mas desde criança, Rachel queria ser uma atriz. Queria ser famosa, queria fazer muitos filmes, e quem sabe até musicais. Mas não. Não era aquele tipo de vida que ela imaginava pra ela.

Sua colega de quarto era Quinn. As duas se conheceram depois que John e Quinn se conheceram. John tinha salvado Quinn de morrer afogada na praia, e de lá havia surgido uma grande amizade. Amizade que Rachel tinha certeza que não era o suficiente pra nenhum dos dois.

Ela pegou apenas seu celular, e olhou mais uma vez pra o céu. O crepúsculo já estava acontecendo, e o jantar provavelmente já havia começado. Ela respirou fundo, e foi andando em direção ao salão da escola.

Continue sorrindo, continue brilhando

Sabendo que pode sempre contar comigo, com certeza

É para isso que servem os amigos

 Nos bons e tempos ruins

Eu estarei ao seu lado sempre

É para isso que servem os amigos

No salão, todos se cumprimentavam. Finn estava distraído observando como as coisas eram ali. Toda sua vida, ele havia sido maltratado pelos Vasley, e agora era tão bom poder viver em um lugar no qual as pessoas realmente se importavam com ele. Mesmo que o primo chato dele, Bernardo, também estudasse ali.

Finn continuaria distraído, se não fosse o susto quando um rapaz se sentou ao seu lado. Finn se virou.

Era um garoto de pele morena, com um sorriso gentil, e cabelos pretos (N/A: Puck tem cabelo aqui, tá, ninos?)

- Oh, desculpe - falou o garoto, percebendo que tinha assustado Finn. - Você deve ser novo aqui, certo?

Finn riu.

- Acertou em cheio.

O garoto riu junto, e estendeu a mão.

- Sou Noah Puckerman. Mas você pode me chamar só de Puck. Noah é muito... Suave.

Finn sorriu.

- Eu sou Finn Hudson.

Bem, você chegou e me abriu

E agora, há muito mais que eu vejo

E então por isso, eu lhe agradeço

 Oh, e então durante o tempo em que nós estivermos separados

Bem, apenas feche seus olhos e descubra

Que estas palavras que estão saem do meu coração

E então se você conseguir lembrar

Rachel olhou pelas portas, procurando seus amigos. Ela viu Brittany e Santana conversando, de longe, e assim que as duas a viram, sorrindo de volta pra ela, acenando e mandando beijos.

Rachel sorria de volta, e cumprimentava todos, enquanto trajava seu caminho. Foi quando ela viu uma figura morena. Uma figurava que ela adorava com todas as suas forças. Uma figura que era sua força.

Noah Puckerman.

Continue sorrindo, continue brilhando

Sabendo que pode sempre contar comigo, com certeza

É para isso que servem os amigos

Nos bons e tempos ruins

Eu estarei ao seu lado sempre

É para isso que servem os amigos (+ 2x)

Puck escutou quando ela chamou seu nome. Se virou imediatamente, e a enxergou. Ela estava parada na porta, um sorriso tão lindo que poderia iluminar o céu.

- Rach... - ele murmurou, se levantando.

A garota foi correndo até ele, e pulou em seus braços, se reconfortando em seu abraço, e o seu carinho.

- Oh, Puck... - ela murmurou, apertando-o com mais força ainda.

- Rach, eu senti tanto a sua falta - disse Puck, finalmente a soltando.

Rachel apenas continuou sorrindo e então Finn forçou um sorriso, ficando ao lado de Puck.

Ele estendeu a mão.

- Acho que começamos com o pé esquerdo - disse Finn, sorrindo de lado. - Amigos?

Rachel esticou os lábios, pensando. Então, sorriu e apertou a mão dele.

- Ainda em fase de descoberta, Hudson. Ainda em fase de descoberta. - ela o corrigiu.

Enquanto os dois sorriam um pro outro, Puck captou alguma coisa no ar. Uma vibração.

Finn Hudson e Rachel Berry?

Não, nunca rolaria!

Ah, se ele ao menos soubesse na época...

CONTINUA...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só pra dizer pra vcs, esse é o John:
http://nadaerrado.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/08/penn3.jpeg
Esse é o Louis:
http://seriesandtv.com/wp-content/uploads/2010/05/nate-archibald-dead-dying-gossip-girl-season-finale.jpg
E essa é a namorada do Finn, a Lauren:
http://images.fanpop.com/images/image_uploads/Peyton-Sawyer-333-peyton-sawyer-740969_1024_768.jpg
E por mais que a Rachel seja interpretada pela linda Lea Michele, eu imagino a Rachel mais ou menos assim:
http://makeup411.com/411_product_images/3511_Megan-Fox_Jennifers-Body.jpg
O Finn assim:
http://2.bp.blogspot.com/_LQNIuwCx4hk/TE9W8mJa-mI/AAAAAAAACW4/pMNQR0Ze-js/s640/Ian_Somerhalder_Comic_Con_2010_008.jpg
E o Puck assim:
http://winchesterhome.files.wordpress.com/2011/07/jensen_ackles.jpg
Mas eles são interpretados pela Lea, o Cory, e o Mark mesmo, eu só imagino eles assim.
Review?