Ligação On

-Ele tá aqui !!

-Como assim “ele tá aqui” ? – quando falei isso, Katherina levantou do sofá em um pulo e com o mesmo foi para cima de mim, afim de pegar o celular.

-Não ouça o que ela está falando – falou Katherina tentando me distrair, neguei, e tirei ela de casa trancando a porta.

-Não me diga que Kath veio de brinde!

-Como sabia que ela estava aqui ?

-Sua irmã, seu problema, o alvo dela preferido. – revirei os olhos.

-E agora?

-Eu não sei

-Onde está?

-Na porta do quarto o encarando.

-E tem alguém ai ?

-Tem a Juliet.

-Quem é Juliet ?

-A enfermeira que me ajudou a entrar no quarto.

-Eu tô indo ai, enquanto isso, siga com o plano que você tinha e não conte nada à Juliet. – falei desligando.

Ligação Off

P.O.V Sophia

-Tá tudo bem Sophie?

-Tá sim, Ju, é só que eu nunca pensei em vê-lo cheio de fios.

-Quer que eu saia?

-Não, fique, aquela supervisora me dá medo.

-Está bem – falou ela com um sorriso enorme de orelha à orelha.

-Como é que é ser enfermeira?

-Um saco, você vê gente morrendo, gente pedindo sua ajuda, mas você também vê pessoas com esperanças e isso é perfeito – estávamos viajando   na conversa sobre filmes e tal e o Matt geme. – o efeito da morfina deve ter passado.

-Você tem como aplicar de novo?

-Vou ver. – ela se levantou e procurou algo.

-Não, me desculpa, ele não pode, já tomou muita, não tem nenhuma seringa no quarto. Ele é o único que tem morfina no quarto desse andar, demoraria um pouco, até lá ele já teria acordado.

-Eu quero assim mesmo.

-Tá bom então.

-Quem quer o que? – perguntou Matt, com uma cara de grito estampado no rosto.

-Morfina pra você – falei olhando pra ele, no mesmo momento ele olhou em minha direção, de cara de dor passou pra uma cara surpresa.- O que você tá fazendo na cidade? – falei curta e grossa, precisava saber, mesmo que ser uma pessoa direta não é meu forte.

-Longa história.

-Eu teeenho tempo – falei me ajeitando na poltrona colocando meus pés debaixo da perna de lado.

P.O.V Morgana

-Cheguei- falei parando na frente do hospital – como eu vou entrar? – andei em direção ao hospital visivelmente preocupada, entrei e dei de cara com Nina, a mulher que me fez assinar toda uma papelada. – Bom dia doutora Nina.

-Bom dia, Morgana. – falou ela forçando um sorriso, que retribui com um arquear de sobrancelhas. – no que posso lhe ser útil?

-Preciso ver o Matthew Grey.

-Por que?

-Assuntos do mesmo, em que quarto ele está ?

-Está no 167, mas você não pode ir até lá.

-E por que não? – falei saindo de sua frente em direção ao elevador.

-Ele está acompanhado de sua namorada. – falou ela elevando a voz, não sei se por conta da distancia ou por onta da raiva, pode ser dos dois.

-Foi uma pergunta retórica – falei à ela sem olhar pra trás, levantando os braços – maaas, fazer o que, não se pode mais ter aquelas saídas marcantes como antigamente. – peguei o elevador, quando cheguei no andar me preparando para encontrar a Katherina lá, já que a Nina falou que ele estava com a namorada. – Onde é que a Sophie está?!!!

-Parada na porta? Entra !! – o Matt falou e a Sophie abriu os  olhos, tirou os fones e me olhou.

-Entãaaao, o que tá fazendo aqui?

-Vocês não têm outros perguntas à me fazer? vou dar uma idéia, pergunta como eu consegui ficar tão gostoso.

-Eu pergunto coisas que tenham base em algo além de ego cego.

-Com licença – falou uma enfermeira, pedindo passagem.

-Tá bem, você que é Juliet? - cedi, e ela ficou ao lado da poltrona em que Sophia estava sentada parcialmente em cima da perna.

-Sim, e você?

-Sou Morgana, quem trouce o desacordado ingrato ali – falei apontando pra Matt. – ele já disse por que está aqui?

-Não, se negou.

-Mentira, eu disse que se você me desse um beijo eu falava.

-Rum – falou Sophie com um sorriso falso, soltando ar pelo nariz.

-O que quer dizer “rum” ? – perguntou virando a cabeça para Sophia. Ela abriu a boca para responder mas falei primeiro.

-Quer dizer : “é a mesma coisa idiota, por que eu nunca te beijaria”.

-Rum – falou ele dessa vez voltando a sua posição inicial, deitado de barriga pra cima, olhando para o teto e com as mãos entrelaçadas em cima de si. – será que isso é verdade? – questionou com um  sorriso no rosto.

-Claro que é – falei irritada. Olhei para Sophie que estava de boca aberta e franzia a testa. O que ele queria dizer com isso?

P.O.V Ryan

-Meu Deus do céu, como eu pude esquecer ? hoje eu tenho que ir na casa de Sophia.

-Caaaara, não grita. – o Christian falou se levantando do chão do meu quarto, o que ele tá fazendo aqui?

-O que você tá fazendo aqui?

-Tentando dormir. – falou ele franzindo as sombrancelhas.

-E por que no meu quarto?

-Boa pergunta, se lembra de alguma coisa de ontem?

-Não, e você?

-Não, eu tive um sonho bizaaarro.

-Hm... e como foi? – perguntei me levantando e indo pro closed, não dava tempo pra tomar banho, é pra isso que serve o perfume.

-Foi meio engraçado velho, foi como se fosse a continuação do que eu lembro da festa de ontem. Você tá lá, saindo da balada... – e então interrompi.

-Legal, tchau amor – falei saindo do closed, pegando meu celular e soltando-lhe um beijo no ar – depois discutimos a relação. – e fechei a porta.

Comecei a correr quando saí de casa, olhei o céu e então comecei a rezar, estava nublado, meu perfume ia sair, tá, isso é gay, falou meu subconsciente. –Coooooncordo. – falei.

15 minutos depois de corrida e cominhadas alternados.

Comecei a bater na porta de Sophia, torcendo pra ela não bater a mesma na minha cara quando me visse.

-Obrigada Deus, por não chover !!!!!

-Decidiu se declarar pra Sophia de vez?

-O que você tá fazendo aqui?

-É assim que você trata sua primeira namorada?

-Cadê Sophia ? – falei entrando na casa atropelando Katherina

-Não está. – tocou no meu ombro, e me girou – mas eu estou – falou pulando no meu colo e me beijando.