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Sozinha.

Rodeada de pessoas e mesmo assim, sozinha. Corações batendo, correntes sanguíneas espalhando seu calor na sala fechada, o aquecedor na parede dando seu máximo e mesmo assim me sentia fria.

Vazia.

O barulho de suas vozes não conseguia abafar o grito mudo e ensurdecedor do vazio dentro de mim. Parecia um radio transmitindo estática, sempre no mesmo ponto. Meu peito estava sempre pesado, me impedindo de respirar.

Não sabia quanto tempo havia passado e isso tão pouco importava. Ele havia perdido o sentido pra mim.

Abracei meu corpo sentido o tremor gelado que nada tinha haver com a neve do lado de fora do prédio.

Estava em uma sala de aula com adolescentes humanos em alguma cidade perdida no norte do Alasca. Sentada próxima à janela, encarava os flocos brancos e únicos que dançavam no ar e se prendiam ao chão, mas na verdade não os via. Tentava apenas evitar os olhares de piedade e empatia de Edward e Bella e a curiosidade ainda presente em meus colegas de classe, os quais ainda não sabia o nome.

Isso era deprimente.

Do que adiantava conhecê-los? Seriam apenas mais alguns nomes em minha mente que não teriam nenhum significado. Do que adiantava conversar com eles? Seriam apenas assuntos bobos e sem sentido, em vozes irritantes e especulativas.

Sendo que o único nome que preenchia minha mente e a única voz que queria ouvir, eu havia deixado para trás numa reserva indígena a beira de uma cidadezinha chuvosa da península de Olympic. Havia deixado meu chão, meu ar.

O tempo continuava passando, enquanto eu esperava que um dia, talvez, eu pudesse respirar novamente.