*Flashback*

–O que fazemos aqui? –pergunto, confusa.

–Eu queria partilhar isso com você... Meu lugar preferido em toda Londres!

–Um hotel? O que tem de mais num hotel?

–Você não se lembra? –disse falsamente decepcionado. –Foi você quem o tornou tão especial!

Fazia uma semana que eu havia chegado a Londres, exatamente uma semana que nós havíamos quebrado jejum de um ano.

Lembranças daquela noite me vieram à mente e eu automaticamente sorri.

Ele me guiou até o elevador, apertou o botão, esperou que abrisse, me empurrou para dentro, apertou o botão e me beijou, prensando meu corpo contra a extremidade fria do mesmo e me fazendo soltar um gemido baixo em agonia. Ele riu em meio ao beijo e o parou com selinhos assim que a porta se abriu.

Antes que eu pudesse me dar conta, ele me tomou em seus braços, me levando até a porta de um dos quartos. Ele tirou do bolso uma chave e abriu a mesma. Ele a chutou e me levou para dentro.

O quarto estava totalmente redecorado. As cores claras que dançavam nas cortinas e lençóis do quarto não existiam mais e foram substituídas por um vermelho sangue que dava ao lugar um ar romântico quando iluminado pelas velas que iluminavam o quarto.

Elas estavam em todos os lugares. Onde quer que olhasse,  veria o chão coberto por elas e por pétalas brancas. Apenas uma parte do quarto se destacava por não ter velas, somente as pétalas que davam ao lugar um cheiro agradável.

Era uma trilha.

Ela era dividida em três caminhos, que se espalhavam pelo quarto. O da direita levava à cama, o da esquerda a uma mesa de jantar disposta com pratos, talheres, duas taças, uma garrafa de champagne e um jantar que parecia maravilhoso. A do meio se estendia pelo quarto e em certo ponto se dividia entre o banheiro e a varanda.

Ele me pôs no chão e me guiou até a mesa para jantarmos.

Depois de jantarmos, ficamos na varando conversando e tomando o resto do champagne.

Nós já não estávamos tão sóbrios, mas ainda não estávamos completamente bêbados.

Nós fazíamos brincadeiras idiotas, cócegas um no outro quando ele me prensou na parede, ainda rindo.

Eu parei e continuei a o encarar.

–Por que um lugar tão... Comum? –pergunto.

–Como assim? –pergunta, agora sério e um pouco confuso.

–Porque o lugar é tão especial? –pergunto.

–Ele não é especial!

–Não é?

–Não, o que o torna tão especial é o fato de que você está aqui comigo! –ele faz uma pausa, me dá um selinho e volta a falar. –Enquanto você estiver comigo, até o inferno poderá se tornar o lugar mais lindo do mundo por você estar nele.

Eu não sabia como responder aquilo, então simplesmente deixo que meus olhos encontrem os seus e se afoguem neles. Eu aproximo meus lábios dos seus e o beijo. Um beijo calmo, mas quente. Um beijo romântico, mas selvagem. Um beijo sem sentimento, mas totalmente sentimental e apaixonante. Um beijo que nos levou a uma noite mágica.

–Você se casaria comigo? –pergunta, me apertando contra seu corpo e soltando a respiração em meu pescoço, causando-me arrepios. –Não agora... Quero dizer, você se casaria comigo um dia?

–Eu prometi a mim mesma que quando achasse o homem dos meus sonhos não o deixaria ir... –respondo, mas ele continua em silêncio. –Isso é um sim! –digo e sinto ele sorri enquanto mordisca meu lóbulo.

Eu me viro, aconchegando-me suavemente em seus braços e enterrando meu rosto em seu peitoral e enroscando meu corpo nu ao seu também nu.

E assim eu adormeço.

*Flashback*

Eu me levanto rapidamente da cama do hospital e todos me fitam surpresos.

Eu caminho até a bolsa de Leticia e pego nela minhas roupas e aproveito para pegar as chaves do carro de Niall escondido.

–O que você está fazendo? –Harry pergunta.

–Eu preciso sair. –digo, saindo do quarto.

–Ela não vai muito longe a pé.

–Não, eu vou de carro! –digo, balançando as chaves e começo a fechar a porta, mas antes de terminar de fazê-la, suspiro cinco palavras. –Eu sei onde ele está!