Como já era esperado, eu passe o Natal e o Ano Novo naquele cubículo que eles chamam de casa sozinha, mas não foi tão ruim... Como foi prometido, eu e Louis nos falavamos todos os dias, mas eu ainda sentir sua falta.

Demorou, mas eu consegui me enturmar. Hoje, Clary havia me chamado para ir à uma balada com ela e eu, é claro, não pude negar.

Já eram nove e meia e eu marquei de encontrá-la em seu quarto às dez. Fui para o meu banheiro, tomei um banho rápido  me arrumei. Eu usava um vestido preto e curto, um sapato de salto, maquiagem escura, o colar que Harry me dera e o cabelo permanecia enrolado sob meu ombro.

Eu terminei de me aprontar, fui ao quarto dela e a chamei.

Ao chegar lá, me surpreendi... A casa era de uma amiga dela e a casa era realmente grande... Isso é porque eu morei em um apartamento de três quartos sozinha e ainda achava pequeno.

Nós entramos e, enquanto Clary ia beber alguma coisa, eu fui dar uma volta até que achei um kakaokê no jardim.

A verdade é que eu sempre amei cantar, mas sempre tive muita vergonha. Eles estavam procurando um desafiante e, antes de pensar duas vezes, eu já havia me manifestado e subia no palco.

–Hm, uma desafiante! Então vamos lá, qual música vai querer, hein, gatinha? -um cara alto e bonito perguntou.

–Hit the Lights, Selena Gomez!

–Tem certeza? Pode ser um pouco difícil... Ta na cara que você é estrangeira e não falam inglês no seu pais.

–Pode tocar!

Eu cantei a música inteira e no final, eu acabei ganhando... Surgiram mais vários desafiantes, mas eu não perdia UMA! Eu bebi algumas e, mesmo assim, eu continuava bem... Ou eles cantam muito mal, ou eu canto muito bem!

–E agora, gatinha? Que música vai querer? -disse um menino que subiu no palco.

–Pode tocar Don't Cha! -eu disse.

–Uuuh! -eles soltaram, desafiadores.

Ao final da música eu desisti e fui beber alguma coisa, antes que minha garganta esplodisse. Eu estava chegando no bar, quando o garoto quem me desafiou me puxou.

–Carne nova, né? Nunca te vi aqui, gata... -ele disse, malicioso.

–A gata aqui, já tem um pittybull! -eu disse e saí.

–Eu só ia te chamar pra dançar, gatinha...

–Eu não to afim, tá? -eu respondi e saí, mas ele continuou atrás de mim, até que resolvi voltar para casa.

Eu abri a bolsa pra pegar o celular e só então percebi que ele não estava ali...

Quando cheguei, vi que meu celular estava em cima da cama e nele estavam registradas 10 chamadas perdidas... Todas dos meninos!

Lá estava eu, novamente, enquanto todos comemoravam e se divertiam, eu estava no meu cubículo doce cubículo...

Das dez chamadas perdidade, uma era de Clary, duas de Leticia, uma de Liam, uma de Harry, uma de Zayn e as outras quatro eram todas de Louis... Eu ia retornar a ligação de Louis quando ele ligou. Eu atendi e le já começou me dando bronca.

–O que deu em você, hein? Você some, não atende o telefone... Eu fiquei preocupado!

–Eu não posso sair pra me divertir mais? -perguntei, irritada.

–Você não consegue se divertir com o celular na bolsa?

–Louis, eu não to com paciência pra piti seu hoje, tá? -eu disse e desliguei.

Eu tirei aquele vestido, joguei ele em um canto qualquer, coloquei um blusão, escovei os dentes e os cabelos, como faço toda noite, e me joguei na cama.

Luh, me desculpa por ontem, eu sei que eu errei e quero conversar com você... Mi liga viu? Eu te amo! -era a voz de Louis que me despertava, mas só depois de deixar que meus olhos vaguem pelo quarto percebo que a voz vem a secretária eletrônica.

–Frustante! -murmuro, me levanto, vou até meu pequeno e desorganizado banheiro e faço minha higiene matinal. Só então volto ao quarto e substituo o blusão por uma outra roupa e vou em direção à minha primeira aula do dia.

A aula foi a mesma coisa chata, monótona e tediosa de sempre, mas, às vezes, eu me pegava olhando para o lado, esperando encontrar ali Gabriel rindo da minha cara, ou então me ajudando com os professores.

O pior de tudo é que era doloroso. Doloroso lembrar dele, lembrar de Leticia, lembrar dos meninos e de nossas brincadeiras totalmente sem sentido, lembrar de Louis e logo ser obrigada a asociá-los à distância e saudades.

Um mau estar repentido invadiu minha mente e eu tomei o impulso de sair no meio da aula e ir para meu quarto... Eu não queria mais ficar na Austrália... Podia ser meu sonho, mas eu não queria, eu queria estar perto das pessoas que eu amo!

Peguei meu Macbook, aposentado em um canto do quarto e o abri.

Eu não sabia se aquilo era o certo a fazer, mas eu comprei minhas passagens e amanhã estarei ao lado do homem que amo.