Aquecimento. escrita por AyLolita


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

ESSA FIC NÃO ME PERTENCE!!
Gente obrigado por todas as reviews!! A fic tá entrando na reta final, esse é o penúltimo capítulo, e espero que vocês gostem desse capítulo =)



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Mal havia começado a me concentrar no cliente do dia, e telefonado para um criador de jabutis em busca de um macho reprodutor para o jabuti fêmea de Tom Cruise ou alguém assim – raramente ligo nome à pessoa, então quase nunca sabia quem era o dono do bicho louco por sexo da vez – quando aconteceu. Fazia calor e o escritório estava quase em silêncio. Uma semi paz que (descobri algum tempo depois) eu deveria temer. 

- Alerta violeta forte, aliás, fortíssimo. Tenho a impressão de que ele vai botar para quebrar hoje. – avisou Anne, os olhos arregalados, os dedos trêmulos apanhando tudo o que podiam de cima da mesa; imediatamente os outros fizeram o mesmo. Ergui a mirada para a porta e – para meu completo pesar – Finn aparecera, com um machado nas mãos e os olhos ferozes. 
- VAMOS! VAMOS, TODOS PARA FORA, TODOS PARA FORA, JÁ! EVACUAR PRÉDIO EM TRÊS MINUTOS, VAMOS, VAMOS, DEPRESSA! EVACUAR EM TRÊS MINUTOS! – gritava num alto falante que a mão esquerda erguia, enquanto empurrava os outros funcionários pela porta e se aproximava de mim. Estremeci de medo, mas não conseguia sair do lugar. Que diabos significava aquilo tudo? Por que ele tinha um machado, pelo amor de Deus?! Meus olhos arregalaram-se em dobro quando, colocando o machado sobre minha mesa, ele pegou-me no colo e me fez montar em suas costas. – EVACUAR PRÉDIO, EVACUAR PRÉDIO EM DOIS MINUTOS! RÁPIDO, RÁPIDO, TREINAMENTO DE EMERGÊNCIA! 

Finn continuou gritando até que o prédio já estivesse vazio, mas eu tive a ligeira impressão de sua voz não estar tão tensa quanto geralmente ficava durante os treinamentos. E suas orelhas não estavam nem um pouquinho vermelhas. Me agarrei um pouco mais a seu pescoço enquanto ele descia as escadas depressa, alegando que o elevador poderia ser perigoso. Sorri quando notei que ele parecia prestes a explodir em gargalhadas.

- Ter fama de maluco deve ter suas vantagens. – murmurei em seu ouvido, percebendo os pêlos de sua nuca se eriçarem e ouvindo, logo em seguida, o barulho de seu riso. 
- Droga. Achei que estava sendo convincente. – ele reclamou, tentando parecer zangado, suas mãos pressionando minhas coxas para me manter firme enquanto ele saltava para fora do prédio pelos fundos, sem despertar suspeitas.
- E estava. – respondi, passando o nariz por sua bochecha enquanto ele destravava as portas do carro e me colocava no chão. – Suas orelhas não estavam vermelhas. 
- Bem lembrado. Da próxima vez vou passar aquela tinta dos índios nelas. – replicou Finn, abrindo a porta do carro para mim e colocando-me dentro para logo dar a volta e ligá-lo. 
- O plano não era almoçarmos juntos? – perguntei, minha mão esquerda já pousada sobre a perna dele.
- Era, mas... Tendo a oportunidade de evacuar o prédio e passar a tarde com você, quem dá tanta importância assim a um almoço? Além disso, quero conhecer aquela sua amiga. 

Quem liga para jabutis no cio tendo Finn para si a tarde inteira? Eu não, obrigada. Mas opa. Espera aí. Ele disse que queria conhecer a minha amiga? A minha amiga? Que diabos ele estava querendo com Santana? Por que queria conhecê-la? Bem que eu devia ter desconfiado! Não se contenta com uma só, não é, sr. Pirado-gostoso-das-mãos-grandes? Quer todas, não é? Safado.

- Que é que você quer com a Santana? – perguntei, áspera, as sobrancelhas erguidas e as mãos cerradas em punhos. Ele sorriu torto, parecendo divertir-se com a minha pergunta.
- Nada. – respondeu baixinho, entrelaçando os dedos aos meus. – Por que, ela é muito bonita?
- Cala a boca! – ralhei, estapeando seu ombro e fazendo-o rir. 
- Estou brincando. – disse Hudson, fazendo beicinho. Sorri, notando que suas orelhas já começavam a ficar vermelhas.
- Tudo bem, Finny. Pare na esquina para fazermos o maldito treinamento outra vez.

Não sem mais apitos de cronômetro, agitação, rapidez e alarmes, saímos e entramos no carro em louváveis sete segundos e meio, um beijo. Logo subíamos as escadas de meu prédio, os dedos de Finn ainda segurando os meus. Quando chegamos à porta de meu apartamento foi que pude perceber que estava nervosa. 

- São duas da tarde. Acho que Santana ainda não está em casa. – sussurrei, assustada, os dedos tremendo. Ele estendeu a mão e apanhou minhas chaves, finalmente abrindo a porta.
- Tudo bem. Posso esperá-la. Há algo que eu gostaria de falar com ela. 

Em silêncio, puxou-me pela mão e entrou no meu apartamento. Suas mãos de imediato envolveram meu corpo, enquanto sua testa encostava na minha. Suspirei, o ar num rompante parecendo rarefeito; passei os braços por seu pescoço, meu nariz roçando sua bochecha enquanto sorríamos ao mesmo tempo. E – sem que eu entendesse – Finn se afastou, ainda com o mesmo sorriso radiante, ainda com as mãos ao meu redor.

- Q-quê? – perguntei, piscando sem parar. Tentei tirar meus braços do pescoço dele, mas Hudson não deixou. Mordendo o lábio com o mesmo sorriso torto nos lábios, o rosto movendo-se em uma negativa muda. Aproximei-me outra vez de seu rosto, os olhos semicerrados. Senti as mãos de Finn subirem e tomarem conta de minhas bochechas, os polegares girando sobre elas. 
- Eu não preciso experimentar, Rachel. – ele disse baixinho, passando o nariz pelo meu e soltando-me depressa. Estática, observei-o encostar o corpo contra a janela e vi seu olhar se perder. Não podia me mover. Por que diabos ele me rejeitara?
- Finn, que diabos...? – comecei, perplexa, fazendo força para não agitar as mãos ou fazer qualquer uma dessas linguagens corporais que indicassem nervosismo e frustração. Virando o rosto em minha direção, ele deu um meio sorriso. 
- Não quero ficar com você, Rachel.

- Eu... Ah, sim. Desculpe. – murmurei, as mãos cobrindo meu rosto. Que merda! Não sabia onde enfiava a cara. Onde é que eu estava com a cabeça?! Fui dar uma chance pro maluco e no fim das contas ele me rejeitara. Minha vontade era esbofeteá-lo até tirar sangue e mandá-lo para fora da minha casa a pontapés. Que filho da puta! Quem ele pensava que era?!
- Não preciso ficar com você. – começou, mantendo ainda certa distância, pelo que pude ver através das frestas entre meus dedos. – Não quero só ficar, Rachel, entende? Eu... Bom, eu gosto de você. Gosto muito. Então... Se você não puder ser minha por tempo integral, é melhor que não seja por tempo algum.

Ai. Meu. Deus. Tirei as mãos do rosto, meus olhos procurando os dele, minha boca semiaberta em sinal de espanto. Aproximei-me o bastante para agarrar seu rosto com força e puxá-lo contra mim, um sorriso travesso se formando em meus lábios. 

- Eu gosto de você também. – sussurrei, mexendo em suas orelhas e fazendo-o chegar mais perto. Rocei meus lábios nos dele, fazendo-o rir e segurar meu rosto também. Um selinho. Dois. Três. Quatro, e aquilo já estava me cansando. Ri com vontade enquanto puxava seu lábio, juntando os meus aos dele. E um maldito barulho de chave me impediu de beijá-lo como eu queria.
- A Rachel não está aí? – uma voz masculina perguntou, e soltei um palavrão baixinho contra a boca de Finn quando reconheci seu dono. Sebastian
- Quem é? – murmurou Finn também contra a minha boca. Eu ri, dando-lhe outro selinho.
- Não, não está. – respondeu Santana, em voz alta, escancarando a porta de casa num estrondo. Quando finalmente me separei de Finn e ergui os olhos para ela, entendi que o estrondo fora causado por Sebastian que a imprensara contra a parede e batera a porta com força. Pigarreei. – Ah. Rachel. Oi.

- Oi, Sant. – respondi com um sorriso cínico. – Oi, irmãozinho. – completei, tentando abafar uma risadinha (o que foi impossível, óbvio). Aqui se faz, aqui se paga. Santana me olhava com uns olhos assassinos, a vaca. 
- Você deve ser o pirad... Digo, Finn. – cachorra. Vou brincar de guerra do travesseiro com você mais tarde, sua imunda, e vou fazer você pular no meu colinho à la Clara. Finn, no entanto, assentiu com um sorriso, estendendo a mão na direção dela.
- Dá a pata,Santana. – falei, rindo.
- Vai se foder. – ela respondeu com um sorriso torto, apertando a mão dele. – Olha, pode levar! Rachel é toda sua. 
- Era sobre isso mesmo que eu queria falar com você, Santana. Quero pedir a Rachel em namoro. 

O coro de risadas que se seguiu àquela frase fez Finn entender que o pedido já estava mais do que aceito.

- Rachel? – chamou-me, o queixo pousado em minha cabeça, as mãos deslizando por minhas costas. Acariciei sua bochecha, sorrindo.
- Quê? – respondi, dando-lhe um selinho demorado. Mexi em suas orelhas, que começavam a esquentar, e entrelacei os dedos em seus cabelos. – Eu nasci com o cabelo lisinho, cheio de fiozinhos na caixola... – entoei, rindo ao mesmo tempo em que fazia cachinhos em seus cabelos. 
- Rachel, quer se casar comigo? 

Trêmula, ergui os olhos – já marejados - para ele. Minhas mãos tomaram seu rosto enquanto meus lábios colaram-se aos seus com ânsia. Enchendo-o de beijos, num misto de sorrisos e lágrimas, assenti. Seus braços envolveram meu corpo enquanto ele se esticava para pegar uma caixinha na gaveta da mesinha de cabeceira; segundos depois, uma aliança já estava em meu anelar esquerdo e sua boca cobria a minha outra vez. Chega de aquecimento.


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