Eu estava tremendo de nervosismo, eu queria muito o papel, pois sabia que Aron ia ficar feliz. Algo me fazia bem quando o via bem.

- A lista está posta. - Disse a sra. Kahng ao sair do camarim.

Todos correram para ver a lista, eu esperei a multidão passar e fui andando calmamente para o camarim, me preparando para o resultado. Aron colocou a mão sobre meu ombro direito e deu um sorriso enorme.

- Preparado? - Ele perguntou.

- Acho que sim. - Falei e olhei para a lista. E lá estava meu nome, eu consegui, eu seria o Romeu.

Aron me abraçou, algumas pessoas da turma vieram me parabenizar, e eu só pude notar como Aron estava feliz e satisfeito.

- Viu, falei que você conseguia! - Aron disse me abraçando novamente. Eu me senti especial com aquele abraço, então retribuí. - Então, temos que comemorar, o que quer fazer?

- Não sei hyung... Dá uma ideia... - Falei sorrindo.

- A gente podia ir para minha casa ver uns filmes e pedir uma pizza. - Ele falou parecendo envergonhado. - O que acha?

- É, boa ideia!

Então nós pegamos um taxi e fomos para a casa de Aron-hyung. Ao chegar eu notei que seu apartamento estava apagado.

- Hyung, seus pais não estão? - Perguntei.

- Não, eles estão de viagem para o Japão, devem voltar só domingo. - Ele disse corando. - Mas... Se não quiser ficar, tudo bem.

- Não, não é isso. - Falei meio sem reação. - Eu fico, temos que comemorar nossos primeiros papéis de protagonistas!

- Daebak! Então eu vou ligar para a pizzaria e você pode ir escolhendo os filmes. - Disse ele pegando o celular em sua mochila.

- Ok! - Falei indo para o seu quarto escolher os filmes.

Cheguei no quarto de Aron e me deparei um uma foto nossa juntos em um porta-retrato em formato de coração, eu ri, foi inevitável. Mas achei fofo ao mesmo tempo. Qualquer menino normal não acharia isso, mas porque eu fiquei feliz ao ver isso?

Aron entrou no quarto e me pegou com o porta-retrato nas mãos, eu dei um pulo e joguei o porta-retrato na mesa do computador, onde estava antes. Notei que ele ficou assustado e envergonhado quando percebeu o que eu tinha visto.

- Olha eu posso explicar. - Ele disse corado e com a voz trêmula. - É que não tinha outro porta-retrato pra botar a foto... Me desculpa se você quiser eu posso...

- Tudo bem Aron, eu não me importo. - Sorri e ele abriu um sorriso lindo quando viu que eu realmente não me importei.

- Ok então. - E ele fez um aegyo lindo, irresistível. Porque eu tava sentindo essas coisas? Que estranho. - Então, já escolheu os filmes?

- Não, na verdade... - Eu ri baixinho. - Eu estava distraído por outra coisa... - Eu dissso sorrindo para ele, e o vi corando aos poucos.

- Ah, sim, entendo. - Ele sorriu corado.

Então, nós decidimos assistir o filme Cartas para Julieta, para entrar no clima da peça. Ficamos esperando a pizza chegar para dar o play no filme.

- Então, animado com o papel? - Ele me perguntou.

- Sim, muito! É bom te ver feliz. - Falei e pude ver suas bochechas corando aos poucos. E ele deu uma risadinha baixa.

- Mal posso esperar para ser protagonista. Finalmente consegui. Depois de dois anos tentando. E ainda é um papel clássico. - Ele falou sorrindo

- Tem razão hyung, e nós conseguimos isso juntos! Isso é tão... - Fui interrompido pelo som interfone. - Deve ser a pizza.

- Tem razão. Fique aí que eu vou lá buscar. - Ele levantou do sofá da sala e foi até a porta buscar a pizza.

Ele levou a pizza para a cozinha e eu fui até lá para ajudá-lo a cortar. 

- Não precisa Minhyun, eu corto. - Ele disse.

- Tudo bem, eu quero ajudar. - Então peguei a faca e ele pegou também, nossas mãos se tocaram, sua mão estava quente e macia, eu senti algo especial naquele toque. Olhei para ele e ele me olhou, eu senti meu rosto quente de vergonha, então puxei a mão rapidamente e cocei a cabeça para disfarçar.

- Eu vou... Colocar o filme no aparelho. - Eu disse com a voz tremula, o que era isso que eu havia sentido em seu toque? Que coisa mais estranha.

- Tudo bem, eu levo a pizza para a sala. - Disse ele sorrindo envergonhado.

Então eu coloquei o cd no aparelho de blu-ray e me sentei no sofá. Eu estava me sentindo estranhop, diferente, e feliz. Porque?

Aron chegou na sala com a caixa de pizza.

- Prontinho, pode dar o play. - Ele disse sentando-se ao meu lado e colocando a pizza na mesinha de centro da sala. Eu peguei o controle e dei o play.

O filme começou e eu estava gostando bastante. Eu sentia de vez em quando durante o filme os olhos de Aron-hyung em mim. Então, numa dessas, eu resolvi olhar para ele. Ele virou o rosto rapidamente olhou para o filme sorrindo envergonhado.

- O que foi hyung? - Perguntei sorrindo.

- Nada. - Ele disse corando.

- Tem certeza? - Perguntei.

- Absoluta. - Ele disse.

-Ok. - Respondi voltando para o filme.

- Na verdade... - Ele se pronunciou.

- Sim? - Olhei para ele esquecendo do filme.

- Você já deve saber, ou ter percebido... Mas por favor, não me odeie depois que eu falar isso, mas é que eu não consigo mais segurar. - Ele disse. - Promete não me odiar?

- Te odiar? Função impossivel para mim. Não se preocupe hyung. - Respondi sorrindo.

- Ok... É que eu gosto muito de você, mutio mesmo, eu sei que você não deve sentir o mesmo, mas é que eu não consigo mais segurar esse sentimento em mim. Eu te amo Minhyun. De verdade. - Ele falou e engoliu seco. Eu estava surpreso, mesmo desconfiando do que estava por vir.

- Isso é... Novo pra mim Aron-hyung. - Falei ainda sem ideia do que sentir. - Mas eu gosto de saber disso.

- Então você sente o mesmo? - Ele abriu um sorriso enorme e lindo.

- Acho que sim. - Eu respondi sorrindo e peguei a mão dele. Então ele se aproximou de mim no sofá.

Nossos rostos foram se aproximando cada vez mais, nossos olhos estavam como imãs, não desviavam para nada. Então, eu que nunca tinha beijado ninguém, nunca tinha se quer sentido esse tipo de sentimento por ninguém, senti pela primeira vez o sentimento de amor. E eu sentia que era algo tão puro e real.

Senti seus lábios tocando nos meus, e foi um momento mágico, eu retribuí o beijo, claro. Mas eu não sabia o que fazer, era tudo muito novo para mim, então ele me guiou. Colocou sua mão direita na minha nuca e a mão esquerda em minha cintura, e me puxou para perto dele. Sua lingua pediu passagem e eu permiti. Nossas linguas se tocavam e eu sentia um frio na barriga, era como borboletas no estômago, eu nunca tinha sentido nada tão bom até hoje. Eu não queria nunca mais parar.

- Eu te amo Minhyun. - Ele disse parando para pegar fôlego.

- Eu também te amo Aron. - Falei abraçando-o como nunca antes.

Ele se deitou no sofá e eu deitei junto dele, encostei minha cabeça em seu peito e senti seu coração batendo forte. Então ele começou a fazer carinho em meu rosto e brincar com o meu cabelo. Eu fechei os olhos e dormi.