- Não ligue. Ele é mesmo assim... - revelou Gerard, cismático. - Eu vou só tentar falar com ele. Espera aqui. - finalizou Gerard, indo em direcção de Brian, que já tinha dobrado a esquina de tijolos.

   Não vai ser aqui que me vão ajudar. O Brian é frio e indecente. Gerard parece uma boa pessoa e doce. Mas não posso arriscar mais a minha vida. - pensei.
Tenho de voltar para casa e mostrar ao meu pai do que é feita aquela mulher. Aquela puta. Ele não merece isto. É demasiado injusto. Eu não posso sofrer mais. Não é justo. Porque não sou igual a todos os outros? Com suas vidinhas repletas de merda desnecessária? Com a sua música bem alta nos ouvidos, sempre desprezando o que os rodeia?, com as suas piadas secas e humilhantes? Quero também ofender e ser cínico, se for esse o remédio para a cura de toda esta dor. Não consigo localizá-la e muito menos arrancá-la de mim.

   Já fora dos meus pensamentos, levantei-me e comecei a caminhar. O destino era a minha casa, amarga casa. Penso que consigo remediar algo naquela casa. Impossível? Talvez noutra altura. Agora... agora não acho.