Josh era um amor de pessoa. Era engraçado, inteligente, e lindo.

– Ei Hannah, sabe como resolver esse exercício? – Perguntou ele quando percebeu que eu não estava conseguindo. – Quer ajuda?

OK, espero que ele não tenha visto, mas senti meu rosto queimando. Depois de um curto tempo olhando para seu rosto perfeito, respondi:

– Obrigada, mas vou tentar mais um pouco.

– Tudo bem. Quando precisar de ajuda, me chame.

“Tudo bem...” – pensei enquanto sentia meu corpo derreter e cair sobre o chão. Mas, onde eu estava com a cabeça? Um garoto lindo, vira para trás e me pergunta se preciso de ajuda, e eu digo que vou tentar mais um pouco? Não acredito nisso!

Voltei para casa, pensando em como fui tão estúpida. Será que ele sabia onde eu morava? “Ah, deixa disso Hannah.” – pensei – “como se ele se importasse demais...”.

Chegando em casa, minha mãe, que por algum acaso já estava em casa, me perguntou como foi o dia.

– Foi legal mãe, nada de mais.

– Querida, sente-se aqui. – disse ela apontando para a poltrona da sala de estar. Me sentei, pois não queria acabar com sua alegria. E logo veio as perguntas... – E os garotos? Já fez alguma amizade?

– Mãe! Foi o meu primeiro dia de aula!

– Eu sei, bebê. Olhe Han, eu sei que não queria se mudar, especialmente depois do que aconteceu com seu pai...

– Você ainda o ama? O papai?

– Claro que sim. Ele foi o meu primeiro amor.

– Se você o amasse, não o teria deixado lá em Nova York, preso em um hospício.

Enquanto saio correndo em direção ao meu quarto, escuto minha mãe gritando meu nome, extremamente brava. Não me importei. Fechei a porta do quarto. Quando será que isso ia passar? Não quero ficar com um clima pesado entre eu e minha mãe. Mas não vou dar o braço a torcer. Não nesse momento.

Depois de um certo tempo deitada, peguei o celular e liguei para Josh.

– Alô? – ele disse.

– Oi, Josh. Sou eu, Hannah.

– Ah! Hannah. – ele parecia surpreso, mas em um bom sentido. – E aí, o que me conta?

– Hum, tem como você passar aqui em casa? O tédio está me consumindo... – soltei uma risada após ter percebido que falei isso.

Ele riu. – Claro. Te vejo em quinze minutos?

Senti minhas bochechas queimarem. – Claro. Perfeito.

A verdade era que eu não fazia a mínima ideia de onde iríamos. Pensei em qual roupa eu deveria vestir. – “O básico, Hannah. O básico.” – pensei. Peguei uma calça jeans, uma pólo azul, e meu All Star. Exatamente quinze minutos depois da minha ligação, Josh apareceu em minha janela. – “Vamos.” – sussurrou ele, mesmo sabendo que eu não o ouviria. Desci as escadas, e fui em direção à porta.

– Onde você pensa que vai? – ouvi minha mãe dizer secamente através de minhas costas.

– Vou dar uma volta com Josh. – Falei, virando em direção a onde ela estava. – Acho que não vou demorar. Qualquer coisa, estou com meu celular.

Ela hesitou por um momento. – Não volte tarde. Esteja em casa às onze.

– Tchau mãe. – disse enquanto abria a porta.

Josh deu um olá com a mão, e minha mãe deu aquele sorriso forçado. – “Tudo bem, apenas aprecie a noite, Hannah” ­– sussurrei para mim mesma.

– Olá Miss Casual. – disse ele com um tom de voz engraçado, enquanto ria de minha roupa.

– Há algo errado, Mister Esporte? – perguntei com ironia, e com um grande sorriso estampado no rosto.

– Nada de mais. – ele riu. – Aonde quer ir? – perguntou ele enquanto abria a porta do passageiro para mim.

– Não faço ideia. Só queria sair um pouco, me divertir.

– Se importa se formos em um lugar animado?

– De jeito nenhum.

Entramos no carro, e logo chegamos a um lugar chamado Beer & Talk. Que nome mais original para um barzinho em Indiana. “Não acredito que mudei de Nova York para Indiana.” – pensei. Josh me olhou, e riu, percebendo minha expressão.

– Será que podemos ir, senhorita de Nova York? – Ele me olhava como se estivesse me devorando.

– Hum, sim, claro.

Ele desceu de seu porsche preto, que brilhava debaixo de um poste. Novamente, abriu minha porta, e pegou minha mão. Conversamos, bebemos e conversamos mais um pouco. Quando íamos saindo, ele pegou minha mão, e saímos andando, de mãos dadas. Chegamos no carro. Ele me encostou suavemente contra a porta do carro, segurou meu rosto, e me deu um beijo. Sua boca era macia. Seu hálito era quente. Senti minhas pernas tremerem, e meu coração parecia pular para fora. Odiava admitir, mas eu estava amando Josh Stephen.

Era quase onze horas quando ele me deixou em casa.

– Então... Foi uma noite espetacular. – disse Josh.

– Foi... Perfeito. – eu disse, com o meu rosto em chamas.

– Te vejo na escola?

– Claro. – respondi, abrindo a porta do carro.

Antes que eu pudesse sair, ele me puxou pelo braço, e me deu um beijo de despedida. Olhei em seus olhos, dei um leve sorriso, e saí. Abri a porta de casa, e vi minha mãe, sentada na poltrona, com os olhos fixos na porta.

– Hannah! Já estava ficando preocupada...

– Desculpe mãe, por tudo... – eu disse, caminhando em sua direção, e dei-lhe um abraço apertado.

– Han... – minha mãe retribuiu meu abraço, e ficamos lá, por alguns minutos. – Então, Josh, hum?

Soltei uma risadinha vergonhosa. – É.

– Vocês dois estão namorando, ou alguma coisa desse tipo?

– Mãe, ele só me beijou. Foi só isso.

– Sei bem... – disse ela, com um sorriso nos lábios. – Vá dormir bebê, já está tarde.

– Boa noite, mãe. – falei enquanto me curvava para dar um beijo em sua bochecha. – eu te amo.

– Também te amo bebê.