Wake Me Up When September Ends escrita por AnnySama


Capítulo 9
8º dia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Obrigada pelos Reviews que ando recebendo e que sempre me motivam a escrever mais e mais essa fic! Obrigada á Eu-Pamy pela indicação!



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Segunda demorou á vir. Estava ansiosa para conversar com Brend, que não entrara no MSN no Domingo. Eu o esperava na entrada do colégio, observando os grupos de estudantes entrarem aos poucos. Ri um pouco ao perceber que quase todos comentavam de como haviam feito loucuras, como se jogar na piscina de roupas, pela pegadinha na festa da Tracy.

      Andrew e Jack tentaram entrar no edifício rapidamente sem serem percebidos, mas á poucos metros da porta foram atingidos por uma dúzia de latinhas de Schweppes de um bando de fumantes subordinados para fazer aquilo.

      Finalmente avistara um vulto, com o capuz apertado no rosto passando como um furacão em direção á entrada do fundo. Corri para alcançar Brendon que não parou.

      -Hey! Mais devagar, por favor! – Gritei, ele olhara para trás e para abruptamente. Encarou o chão, frustrado.

      -Ah, oi. – Sua voz estava fraca e desanimada.

      -O que foi? Por que está assim desde ontem? – E cruzando os braços contra o peito fortemente, desconfiei: - É aquilo que você não quer me contar?!

      Ele se balançava para frente e para trás nervosamente. Eu ainda o encarava, mas ele parecia muito distante.

      -Mais ou menos.

      -Então por que você não me conta? – Senti lágrimas quentes se acumularem em meus olhos. Estávamos longe do pessoal que entrava, nos fundos do colégio.

      -EU NÃO POSSO! – Ele gritou para o vento. E deu alguns passos em minha direção. – Não posso fazer isso comigo, nem com você!

      Eu trinquei o maxilar com força, tentando não me enfurecer. Olhei para as pequenas formigas que passavam em uma rachadura no concreto.

      -Nós nunca, nunca fomos de guardar segredos um do outro! Mesmo quando nos apaixonávamos por outras pessoas, sempre fomos francos! – Eu respondi, com toda calma possível, mas ainda saiu com marcas de meu ressentimento.

      -O problema é quando essas pessoas... – E ele parecia prestes a falar algo importante e constrangedor. Mas se calou, deixando a frase voar pelo vento perfumado do início da primavera. Me zanguei ainda mais.

      -Você anda tão afastado. Parece que teme algo! – Falei depois de alguns segundos em silêncio. Me encostei na parede externa da escola e enfiei as mãos nos bolsos da blusa de moletom. – Só me fale quando quiser, ok?

      E incapaz de discutir mais alguma coisa, empurrei a pequena porta e entrei pelas escadas de incêndio, rumando á sala de artes. Não vira se ele me acompanhara ou apenas ficara parado lá. A irritação era tão grande e a curiosidade tão sufocante que eu apenas queria tê-lo longe de mim.

      Enquanto ouvia a professora explicar pela quinta vez sobre a arte Surrealista, entrei em profundo pensamento. Forcei minha mente a lembrar tudo o que havia acontecido no sábado. Lembrava de me arrumar para a festa e de chegar lá. A memória falhava um pouco, mas lembrava de Brendon e eu sentados, tomando um copo de Ponche provavelmente ainda não envenenado.

      Fechei os olhos por alguns segundos, me concentrando no que viria a seguir. Estava na ponta da língua o momento em que não me lembrava com clareza, mas eu não conseguia acessá-lo.

      Um enorme branco inundou minha vista até se afastar e dar lugar a uma pequena cena e uma conversa.

      Estávamos eu e Brendon sentados em um pequeno banquinho do lado do jardim, sozinhos. Ele mantinha os braços em torno de meus ombros e eu parecia um zumbi. Meus olhos estavam quase fechados e eu não agüentava segurar a cabeça no lugar, de forma que ela se balançava para lá e para cá. Brendon segurava um copo vazio com um canudinho que provavelmente eu acabara de tomar.

      -Caramba, só você mesmo, só você para estragar o nosso primeiro encontro! – Ele rira e me ajeitara perto á ele.

      -O que? Enc-encontro? – Falara zonza, os olhos girando na órbita. Me inclinara para a frente com ânsia de vômito, mas me contive. Assim como Brendon dissera.

      -Ah, esqueça... – Brend parecia chateado pela situação. Eu passara uma mão leve em seus cabelos bem penteados. Ele sorriu. – Você é, sem dúvida alguma, a alcoólatra mais linda do mundo.

      -Heeey... Eu... Eu não sou uma... alcóla... Isso ai... – Respondi debilmente. Nem uma palavra simples eu conseguia falar.

      Um silêncio se aprofundou na cena. Eu forçava mais e mais para conseguir chegar ao final, mas um alarme irritante soara acima de minha cabeça. Abri os olhos de novo e me deparei com vários alunos se levantando e recolhendo suas mochilas.

      A aula acabara, e meu sonho também.


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