Wake Me Up When September Ends escrita por AnnySama


Capítulo 17
15º dia - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpe gente pelo capítulo grande e não finalizado. Essa parte do hospital vai ficar meio grande mesmo, mas eu fiz um capitulo maior exatamente para que na parte 3 as lembranças da rach já acabem... Estamos no fim. Força, corações ;) Boa leitura!



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Com um baque de realidade, meus olhos se abriram e arderam por um segundo pela luz forte que vinha do teto. Tentei raciocinar o mais rápido possível, minha cabeça doía e eu estava dormente. Percebi que estava deitada e que algo tampava minha boca e meu nariz. Aquilo me irritou profundamente. Com muito esforço eu alcancei o pequeno objeto e o arranquei de meu rosto. Com um salto eu levantei, reunindo todas as energias possíveis. Me senti zonza e tentada a deitar novamente, mas eu não podia. Minha visão ficou turva e eu apenas ouvi alguém gritando:

      -Ela acordou! Me ajudem aqui! – A voz firme e urgente de uma mulher ecoou á minha esquerda. Tentei virar a cabeça para a sua direção. – Hey querida, você precisa ficar calma, ok? – A mulher pegou um opthalmoscope e examinou meus olhos rapidamente. Eu tentei desviar meu incômodo da luz. Ela pegou em meu braço e me ajudou á sentar em uma cadeira ao lado. – Parece que você está bem... Fique aí até chegarmos ao hospital, ok?

      Olhei ao meu redor, um pouco melhor. Percebi que a sensação de movimentação que estava sentindo não era psicológica. Eu estava em uma ambulância. Havia acamado de levantar de uma maca, e havia outra encostada mais atrás carregando uma garota de cabelos ruivos inconsciente. Pisquei, aturdida. Olhei para frente, estávamos passando por uma avenida em alta velocidade.

      -O que aconteceu?! Brendon? Ele está bem?! – Comecei a perguntar, desesperada. Coloquei uma mão sobre a testa e percebi que um pano cobria parte dela. Ao tatear mais por ali, descobri uma dor aguda e provavelmente um ferimento por trás da gaze.

      A mulher veio novamente. Ela tinha cabelos curtos e pretos e olhos esverdeados gentis. Usava um uniforme de camisa branca e calça preta com uma insígnia que dizia: “paramédico”.

      -O ônibus em que você estava sofreu um acidente. Mas se acalme, tudo está bem. – Jéssica, pelo que se lia em seu crachá, notou o estranho desespero em meus olhos e se apressou a falar: - Eu sinceramente não sei como está Brendon, Querida. Ele era seu amigo? Estava lá também? – Eu acenei rapidamente e ela abaixou o olhar, decepcionada. – Eu realmente não sei. Mas presumo que esteja bem, o acidente não foi nada grave.

      Nada grave...

      Paramos e eu logo me pus de pé para sair correndo daquele ambiente claustrofóbico. Mesmo assim, Jéssica pegou em meu braço e me ajudou a descer os degraus que pareciam embaralhados em minha cabeça confusa.

      Ela me deixara do lado de fora da ambulância enquanto falava pelo rádio com outros paramédicos. Tínhamos parado em frente a um hospital. Li em letras douradas e grandes “Seattle Grace Hospital”. Olhei para o horizonte, esperando as outras ambulâncias chegarem. Havia três paradas lá já.

      Avistei outras duas chegando e rezei para que Brendon estivesse lá. Lágrimas se acumularam em meus olhos e eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

      Os dois transportes pararam e dois paramédicos saíram de cada um. Um deles parecia aflito, alcançou Jéssica e disse em tom de alarde:

      -Tem um aqui que parece ser grave. Eu ainda não sei o grau de seus danos, mas... Parece feio. Carter já está o trazendo. – Ouvi-o dizer. Arregalei os olhos, eu sempre pensava o pior nas piores horas. Eu nunca estava certa, e adoraria não estar naquele momento também. As portas da ambulância foram abertas e dois homens carregaram uma maca com um garoto deitado lá. Apertei os olhos para enxergar quem era.

      Ví uma mecha de cabelo castanha escura pendendo de um lado da maca.

      Eu simplesmente não pensei.

      Corri sem me importar em direção á maca. Chegando mais perto, olhei diretamente em seus olhos. Olhos lindos cor de âmbar.

      Os meus lindos olhos cor de âmbar.

      Gritei desesperada, não podia acreditar.

      -Brend! Você está bem?! – Eu perguntei, me apoiando sobre a maca.

      -Eu... Ai! Isso está doendo muito! Estou bem, Rach! Não se preocupe! Você está bem? – Ele perguntou. Eu assenti apressadamente e olhei acima de seus olhos. Coloquei uma mão na boca, para conter o espanto.

      Era horrível.

      Um pedaço de vidro consideravelmente grande estava cravado logo acima de sua sobrancelha. Gazes cobriam em volta, mas além disso Brendon parecia igual á mim.

      -Ah meu deus. – Sussurrei espantada. Ele bufou e me encarou.

      -Ah, vai, não está tão mal assim, está? – Brend sorriu tentando fazer uma piada. Mas ao ver as lágrimas rolando de meu rosto se conteve e me acalmou: - Hey, eu estou falando! Eu estou super bem! Você sabe que é só assustador, não é? – Mas eu não o respondera. Não conseguia parar de chorar.

      Entramos no hospital. Um alvoroço sem igual estava em um saguão cheio de macas e cortinas fechadas. Era a área do Pronto Socorro. Eu seguia firme e decidida segurando na barra da maca de Brendon. Toda minha tontura tinha ido embora e dado lugar ao desespero.

      -Olá. Eu sou o Dr. Maison... O que temos aqui? – Uma voz falou ás minhas costas. Eu me virei instintivamente e me deparei com um homem alto de jaleco, com cabelos negros penteados para trás e uma expressão tranquila no rosto. Sorri o máximo que podia para ele enquanto um paramédico relatava á Maison o acontecimento.

      -Eu não sei o que aconteceu... Eu estava ajoelhado e me levantei para saber o porquê da gritaria... – Brendon contou ao médico. Ele estava razoavelmente nervoso. – E depois eu apenas rolei pelo chão até bater no vidro.

      -Tudo bem... Não vamos descobrir muita coisa apenas olhando. Tenho que fazer alguns exames. – O doutor assentiu para alguns médicos internos que entenderam aquilo como um sinal de segui-lo e se juntaram ás suas costas.

      -Eu posso ir? – Perguntei incapaz de soltar a mão forte da barra de ferro da maca de Brendon. Mais uma lágrima saiu de meus olhos e eu a limpei.

      -Receio que não... Precisam arrumar isso ai em sua testa. Mas os exames serão rápidos. Manterei você atualizada. – Com um ultimo sorriso, o Doutor Maison seguiu com seus internos empurrando Brendon e eu fiquei lá, parada.

      Parada.

      Esperando.

      Rezando.


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