~ Ashley ~

Eles cansaram de ficar lá em baixo e foram para o quarto de Ryan. E pelo jeito já tinham se tornado amigos. Ele riam e gritavam, pareciam que faziam parte de um clã, e Ryan era o novo membro.

Revirei os olhos ao ouvir aquilo, eu estava morrendo de fome, por isso desci e fui preparar alguma coisa pra eu comer. Quando cheguei lá em baixo, Ryan e Josh – sim ele mesmo, Josh Ryan, ou Josh Hutcherson – como agora ele é conhecido - a sensção do momento, na minha cozinha, esse é o sonho de qualquer menina eu sei, mas não o meu – estavam fazendo pipoca também. E eu tentando fingir que não estava na mesma casa com ele. E lá estava eu, preparando um sanduíche pra mim e escutando aquela conversa ridícula deles. Foi quando fiquei sozinha com ele.

– Ei – ele disse chegando perto de mim – Tá gostando daqui?

– Não, estou aqui a menos de 24 horas... Não posso definir um lugar...

– Psiu, ei... Eu só fiz uma pergunta – ele chegou mais perto e colocou o dedo indicador rente a minha boca – Mas, já que você parece não está gostando nenhum pouco de estar aqui, eu posso te mostarar o lado bom de tudo isso, inclusive o meu lado!

– Sai – empurrei-o para longe de mim – Eu não quero o conhcer mais do que eu já conheço, faça-me o favor!!

Ele puxa meu braço de leve o que faz com que o espaço entre nós diminua muito – Tá, agora eu fiquei confuso, dá pra você me dizer o por quê? – ele sussurra.

– Bem... Por onde eu começo? Ah, já sei, bem; eu não sou as outras meninas, não sou como elas eu tenho opinião própria e pelo amor de Deus, reveja seus rídiculos conceitos!!– é inevitável, a cada palavra que eu digo ele faz com que eu dê um passo para trás, até que eu fico encostada na parede.

– Nossa, parabéns! E essas conclusões você tirou baseada em que mesmo? – ele se apoia com as duas mãos na parede, me fazendo uma presa fácil.

– Por favor... – eu não consegui completar quando percebi nossos lábios já se tocavam, uma de suas mãos estavam na minha nuca e a outra na minha cintura. Em um ato de desespero o empurrei para longe.

Subi para o meu quarto pisando bem forte no chão e o deixando lá sozinho. Sim, eu tenho raiva dele, mas o que fazer? Ele me decepcionou no passado e pelo jeito ele não mudou em nada. Esses pensamentos logo foram deixados de lado quando me lembrei de Sara e dei uma rápida passada no quarto dela, como ela não estava lá, fui até o quarto do Ryan abri a porta e fui em direção dele, dei-lhe um soco no ombro e gritei – Cadê a Sara, seu maluco!! Me diz!!

– Calma, eu a deixei no quintal brincando! – ele levantou-se e afastou-se de mim

– Eu juro que ainda te mato garoto!! – saí e bati a porta do quarto dele.

Depois ouvi algumas gargalhadas atrás de mim, sim, provavelmente eles estavam zombando do seu novo amiguinho. Desci as escadas correndo e fui para o quintal, ela não estava lá, fui correndo para o quintal de trás, ela também não estava. Procurei por toda casa gritando seu nome, até que eu perdi as forças, não dava mais, eu estava exausta de tanto correr pra lá e pra cá, eu fui a um mesmo cômodo umas três vezes. Então gritei por Ryan, eu estava senta no sofá com o rosto apoiado sobre as mãos enquanto lágrimas corriam pelas minhas bochechas.

– Mãe?

– Oi filha! Nósvamos demorar um pouco, ainda não conseguimos olhar tudo!

– Não mãe! – gritei – Vai pra casa, a Sarinha sumiu mãe!! – eu chorava muito

– O quê? Filha, calma, nós estamos indo pra casa agora então! – ela disse – Vamos Carl a Ash disse que... Ah, tchau filha daqui a pouco chegamos ai! – desliguei.

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Então minha mãe chegou após longos minutos de espera e fomos à polícia, eles fizeram algumas perguntas, fomos para casa com eles. Os policiais pegaram várias pistas e alguns foram para o parque fazer algumas perguntas para as pessoas que estavam ali e outros foram pela vizinhança perguntando. Era tudo muito ruim. Mas nesses momentos horríveis é que descobrimimos verdadeiros amigos, não que eu esteja falando que o sumisso da minha irmã tinha sido uma coisa boa, mas é que eu conheci uma pessoa maravilhosa, a irmã do Chris um dos amigos do Ryan. O nome dela é Jenna e é um doce. Nos meses que se passaram sem nós sabermos nada sobre o paradeiro de Sara, foi ela que ficou do meu lado, todos os dias ela ia lá pra casa pra tentra me acalmar e sempre me disse lindas palavras, só para me alegrar. Realmente havia nascido uma ótima amizade!

**

Era sexta-feira e estava muito frio, nevava, e os policiais já haviam ligado pela manhã. Então eles chegaram, devia ser 2:35 p.m., eles nos disseram que haviam encontrado o corpo de Sara em uma floresta, mas que nós tinhamos que ir lá para conferir. Então fomos correndo pra lá. Quando chegamos, era tudo muito horrível, uma cabana velha e aos pedaços com um lago congelado, e lá estava, um corpo tão pequeno estirado no chão com um bilhete ao lado que dizia:

“Ela foi apenas mais uma. Ainda virão muitas outras, tome cuidado com suas queridas filhinhas e porque não seus filhos?!

Com muito amor e sangue,

Srº YF.”

Tinha uma mança de sangue bem perto daquela assinatura, eu não podia acreditar, eu já tinha ouvido falar desse tal assassino, mas não queria acreditar que um dia ele chegaria até nós. Peguei naquele corpo tão fágil e roxo, por conta do frio. Passei a mão em seu rosto e não podia mais segurar, lágrimas e lágrimas caíram de meus olhos, abracei seu corpo pequeno e frágil, que foi torturado até o último segundo. Minha mãe se ajoelhou ao meu lado e me abraçou, ela também chorava muito, aliás, todos nós. Me levantei, mas não conseguia parar de olhar aquela menina. Perdida em meus pensamentos, lembrei de Sara, desde que minha mãe descobriu que estava grávida até o último dia que a vimos com vida. Era como se alguém tivesse arrancado um pedaço do meu coração e levado pra muito longe. Er ainsurpotável a dor que eu sentia. Fui em direção ao carro e Ryan me abraçou de lado.

– Calma Ash, ela foi pra um lugar bem melhor – depositou um beijo na minha testa e me ajudou a entrar no carro.

Eu nunca mais queria voltar naquele lugar. Nunca mais queria lembrar desse dia.