A chuva bate na janela

produzindo um som oco,

anuncia a vinda dela

e me pega de surpresa o soco.

Mil perguntas na cabeça,

a confusão me fecha o estômago...

Nos olhos, reflexos de lembranças vazias,

na mente, vestígios de muitos sonhos.

O ciclo começa,

o ciclo termina.

Pensei que continuava,

afinal, uma roda somente gira...

Mas vai, segue tua vida,

irei seguir a minha.

Uma pena que a estrada se bifurca

e me dói ter que cortar nossa linha.

Mas vai, somos arrastados por uma corrente inexorável,

ela foi mais forte, tive de soltar sua mão.

Seguiremos sozinhos por enquanto,

só tenho medo da minha solidão.

O que me consola é que é tudo perecível à nossa volta...

Para o encontro, a despedida,

para a despedida, velhos ou novos encontros...

Eu só gostaria... Deixa pra lá, isso é sonho...