Uma Babá Em Apuros - Finalizada escrita por Luhluzinha


Capítulo 19
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii... quem é vivo sempre aparece. Antes tarde do que nunca.
Quero agradecer as novas recomendações da fic; Xuxuzinhas voces são maravilhosas; serio mesmo, eu fico toda emotiva e inspirada em continuar quando leio vocês me elogiando e falando tao bem da minha escrita. Sei que não a melhor fic e que eu falho na questão de prazo de posts, mas vocês que me acompanham e esperam pelo capitulo e sempre estão se manifestando através de comentarios, são o motivo que eu continue aqui firme e me sinta compromissada em comparecer por aqui.
Estamos quase entrando em reta final da fic, esse capitulo decide algumas coisas e define o nosso INVERNO que esta quase chegando.... espero que gostem. dessa vez prometo ser mais rapida. Provavelmente domingo ou sabdo estou de volta! :)
Enjoy!



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Capitulo XIV

Isabella terminou de vestir Andy. Desceu as escadas com a menina e a soltou na sala onde tinha alguns brinquedos para que ela se distraísse.

A campainha tocou e Isabella como não estava ocupada resolveu abrir.

Seus olhos contemplaram a figura conhecida. Respirou fundo. Depois do episódio do jantar ela jamais imaginou ficar novamente cara a cara com seu pior pesadelo atual. Não sabia nem como reagir ou se comportar. Esperou tiro, facadas ou bofetadas, mas não aconteceu nada. Então resolveu abrir a boca.

- Olá Senhorita Denali, entre fique a vontade.

Tanya a olhou gentilmente simulando uma enorme simpatia.

- Obrigada Nanny. – seus saltos em contato com o chão incomodou Isabella – Poderia chamar meu noivo?

- Ah.. o Edwa... – limpou a garganta - Senhor Cullen – se corrigiu rapidamente – Não esta.

- Não esta? – repetiu – Não esta... então me chame o Thomas. Tenho algo para ele.

Foi então que Isabella notou a sacola elegante nas mãos dela. Desviou os olhos para Andy.

- Pode deixar que eu olho a fofinha para voce!

Isabella assentiu tentando ignorar a sensação ruim que a atravessava o seu peito. Não sabia o que era, mas talvez o fato de ela, Isabella Swan, estar tendo um caso com seu patrão, o noivo da mulher a sua frente, a deixou nauseada. Ainda mais pelo fato de Tanya a ter acusado de algo assim e ela ter negado e se feito de cega do que realmente estava acontecendo.

- Só um minuto! – disse se afastando e subindo rapidamente as escadas.

Entrou no quarto de Thomas que fazia tranquilamente a sua tarefa.

- Thommy voce tem visita!

Ele a olhou surpreso.

- Visita? Quem é?

- Vai ver com seus próprios olhos! – disse com um sorriso.

O menino deu de ombros e saiu em direção aonde a sua suposta visita estava. Isabella se sentou tremula na cama se sentindo um pequeno camundongo esmagado pela beleza e superioridade de Tanya. Se recuperou rapidamente e desceu.

Thomas encarava a sua madrasta um tanto chocado.

- Voce me trouxe um presente? – ele questionou incrédulo.

- É – ela disse suavemente como um anjo – Eu sei que é um presente de aniversário bem atrasado, mas eu queria que fosse algo especial então até eu decidir o que seria e até o presente chegar...

Ela estendeu a sacola e Thomas pegou sem olhar o que era.

- Voce não me compra com presentes. Eu não gosto de voce!

Isabella pensou em abrir a boca para repreender o menino, mas Tanya foi mais rápida.

- Eu sei. Não quero te comprar, não estou te comprando, só... é só um presente de aniversário.

Thomas desconfiado caminhou até onde Andy estava no tapete da sala abrindo a sacola se deparando com uma camisa do Milan toda autografada por todos os jogadores do time.

- Demais! – bradou empolgado achando mais coisas dentro como figurinhas originais também autografadas – Obrigada! – disse com os olhos brilhando e completamente encantado com seu presente.

Isabella observou o menino e acabou sorrindo por ver ele feliz. Mesmo que fosse Tanya a provocadora dessa felicidade repentina.

- Sabe – Tanya disse ao seu lado num tom baixo, chamando a sua atenção – Eu não sou burra como me pintam. – Isabella a olhou assustada – Aquele dia no restaurante, eu queria te pedir desculpas.

- Senhorita Denali, - tentou respirar – quem tem que pedir desculpas sou eu. Agi de forma baixa.

- Não! – Tanya a cortou – Voce não me tratou de forma baixa; voce me tratou como qualquer individuo que fez o que eu fiz merecia ser tratado. Voce estava em um jantar intimo, não estava no trabalho, não era empregada era apenas uma mulher jantando com um homem.

Isabella não sabia bem o que dizer. Apenas se limitava a olhar Tanya como se ela tivesse sido abduzida.

- Por isso peço desculpas, eu não tinha nada contra voce, só agi por impulso.

- Não tinha? Agora quer dizer que tem?

Tanya respirou fundo. Olhou as crianças no tapete e então voltou a encará-la.

- Não, não tenho nada contra voce, mas tenho contra ao o que voce representa Isabella Swan.

Isabella confusa com tudo o que desarrolhava a sua frente piscou atordoada.

- O que eu represento?

- O fim do meu relacionamento. – Isabella perdeu o fôlego, não sabia como recuperá-lo – Edward esta encantado com esse novo momento da vida dele. Ele esta conseguindo se relacionar com os filhos. Esta conhecendo as crianças, esta conseguindo olhar para Thomas e ver o garoto e não o fantasma da sua ex-mulher. – Tanya segurou a mão de Isabella – E isso graças a sua insistência e intromissão peculiar. Seu jeito simples o fez questionar a vida que ele vivia. E eu sou grata a voce por isso, Exceto... – Isabella conseguiu puxar um pouco de ar para os pulmões – que isso não mudou apenas o jeito dele ver os filhos. Mudou o jeito dele ver voce. Mudou o jeito dele me ver.

Isabella puxou a sua mão da dela e deu um passo para trás toda acuada como um bicho do mato.

- O que quer dizer com tudo isso?

- Eu sei que voce e ele têm algo. Ele não me procura Isabella. Ele não sente falta de um toque conhecido; porque enquanto ele tinha as putas de luxo dele, isso não me afetava porque era a mim que ele corria quando as coisas não davam certo; mas agora... agora é para os seus braços que ele corre.

- Oh senhorita Denali não fale absurdos! Eu não sou ninguém, eu sou apenas uma babá. É com voce que ele vai se casar, é com voce! – o pavor consumiu Isabella; seu coração batia a uma velocidade descontrolada.

- É comigo que ele ia se casar.

Um silencio sepulcral tomou os ouvidos de Isabella.

- Ia?

- Ele adiou o casamento.  Não acha isso um tanto suspeito? Mas só queria te avisar Isabella; eu não vou perder Edward Cullen porque eu o amo. Amo do fundo do meu coração – Isabella pode ver uma sinceridade e um brilho perigoso no olhar de Tanya – E vou fazer o que tiver ao meu alcance para ter ele para sempre.

Isabella sentiu medo. Tanya se afastou dois passos dela e a fitou com uma superioridade intimidadora. Ela não estava brincando, ou falando palavras vazias, Tanya Denali iria se livrar de Isabella, sim ou sim se ela continuasse no caminho.

- Não duvido do seu amor senhorita Denali, e eu não tenho nada com seu noivo! – mesmo que a ultima parte fosse mentira, Isabella se viu obrigada a dizer – O meu único interesse são as crianças. É o meu trabalho zelar pelo bem estar deles. De resto, não me importa, não esta ao meu alcance!

Tanya sorriu incrédula.

- Só se ponha eu seu lugar. Não quero te fazer nenhum mal.

E assim então se afastou em direção ao Thomas; se despediu das crianças no tapete e saiu da casa sem olhar para trás.

Isabella não sabia se respirava ou achava um lugar para se apoiar. Seu corpo inteiro tremia, seu coração parecia que iria explodir, sua consciência estava pesada. Sentia culpa, sentia remorso, sentia que o seu “Era uma vez...” havia acabado de terminar.

Edward sorriu ao olhar a ficha que tinha em mãos.

- Voce por acaso é detetive? Como conseguiu todas essas informações?

Emmett que estava sentado na cadeira a sua frente apoiou as mãos na escrivaninha.

- Segredo. Eu tenho meus contatos!

- Rosalie Hale, 23 anos, formada na academia belas artes, graduação psicologia e bacharelado artes e dança, categoria clássica (balé), família descendente de Austriacos...

Edward parou novamente de ler e voltou a olhar o irmão.

- Voce puxou até a ficha criminal? Emmett!

- Temos que nos assegurar de tudo maninho! De tudo! – ele disse com convicção e Edward devolveu a folha para ele já um tanto enjoado com a obsessão do irmão com a garota.

- Ok, voce pode ficar apaixonado, mas não se esqueça da suas obrigações, agora mesmo voce deveria estar me entregando um relatório das royalties.

Emmett rolou os olhos e guardou a folha numa pasta.

- Até o fim do dia eu deixo na sua mesa. – se levantou, mas não conseguiu sair da sala, tinha algo preso na garganta. – Edward? – chamou.

Edward tirou os olhos da tela do computador.

- Tem algo que eu gostaria de te perguntar.

- Pergunte.

- É sobre a Bella.

Edward se endireitou na cadeira e limpou a garganta, suas mãos começaram a suar e seu estomago gelou por alguns segundos.

- Vá em frente Emmett; pergunte.

- Eu sei de tudo. – Edward se manteve imparcial – Realmente de tudo. A casa é grande. Mas nem tanto; sem falar que a mamãe meio que fez um jogo para que voce e a Bella se envolvessem dessa forma.

Edward piscou atordoado apoiou as mãos na mesa.

- Fez um jogo? Emmett, explica isso direito.

- No começo a mamãe não suportava a Bella. Me pediu algumas vezes para demiti-la. – Emmett voltou a se sentar – Mas não sei o que aconteceu que de repente ela mudou de opinião. Queria levar a Bella para todos os cantos e até mentiu que a assistente dela tinha ficado doente para levar a bela ao Baile. Certo dia ela marcou uma almoço comigo e Alice e disse que se fosse para voce se casar, seria apenas com a Nanny qualquer outro casamento que voce inventasse ela estaria contra até a morte. – Edward a cada palavra do irmão ia se afundando – Entao ela começou com os jogos, com as situações, chamou Jasper em casa e colocou a Bella como alvo proibido sabendo que tudo que fosse proibido para Jasper ele iria querer ter. O baile, o vestido os seus brincos favoritos. A viagem a Paris. As suas súbitas mudanças de humor e essa viagem que ela vez sem data de volta. – Emmett suspirou – estou te contando isso para que voce saiba que seu interesse pela Bella não foi apenas seu. Mamãe deu jeito de colocar ela cada vez em seu caminho.

- E ela sabia disso?

Emmett teve que rir da pergunta estúpida do irmão.

- Obvio que ela nunca suspeitou. Mamãe sabe manipular muito bem, ou já se esqueceu quem é Esme Cullen? Mas... – ele deu uma pausa demorada para que o irmão engolisse tudo o que ele tinha dito e então voltou a falar – Mas voce sabe que nada disso teria realmente dado certo se voce já não tivesse um interesse nela, mesmo que fosse algo que nem voce tivesse percebido direito. Mamãe viu antes que voce notasse e trabalhou para que voce percebesse.

Edward se levantou com raiva. Caminhou até a enorme janela e olhou a cidade a sua frente.

Algo na sua memória o levou para uma manhã em que ele se levantou furioso e foi ate onde tinha vozes agitadas e seu reflexo o fez segurar em seus braços uma garota molhada e macia, de um cheiro bom que ele relutou em soltar. Olhou bem para ela e seu olhar amedrontado o fez sentir pena. Viu suas filhas e ela ali toda desconcertada pela situação. Algo passou em sua mente; ela poderia ser minha. Então uma nuvem dispersou o pensamento e ele voltou a se comportar como o estúpido de sempre.

- Não acredito que a minha mãe me manipulou desse jeito! – rosnou inconsolado.

- Ela não te manipulou Edward, ela te deu uma nova opção. – rebateu Emmett, Edward o olhou furioso – E nem tente dizer que não é. –disse antes que ele abrisse a boca – Mas enfim, a minha pergunta era: Como nós dois sabemos que esta apaixonado pela Bella; que voce vai fazer quando o contrato de Aur Pair terminar?

Edward continuou encarando o irmão.

- A pergunta não deveria ser sobre a data do meu casamento?

- Voce só vai se casar depois que ela for embora. – disse Emmett tranquilamente – Voce não conseguiria dizer sim para Tânia com ela no mesmo lugar.

Emmett se levantou novamente e então saiu da sala.

Edward mergulhou em seus demônios, seus medos e frustrações. Nada parecia então acontecer naturalmente. Sempre tinha um dedo de alguém ou a cor verde do dinheiro. Tudo tinha interesses e preços. Ele estava em um mundo em que parecia que ele jamais poderia ser feliz.

Foi por isso que ele decidiu pegar seu sobretudo e sair do escritório sem dar explicações a ninguém. Ele era o dono daquela porcaria, ele tinha o direito de ir e vir quando entendesse, não tinha que estar cumprindo horários e muito menos contratos. Chegou em seu apartamento que há muito tempo não ia. Ali se sentou no sofá acompanhado de uma garrafa de whisky e passou a refletir.

O que ele faria quando Isabella Marie Swan fosse embora?

Isso realmente importava ou ele estava queimando neurônios a toa?

Isabella e Andy assistiam o ensaio do Sofie. Isabella mal conseguia desgrudar da menina nos últimos dias. Tinha sentido tantas saudades de Sofi que quando a viu entrando no hall não se conteve e a abraçou girando no ar. Victoria ficou apenas algumas horas, mas as horas que ficou, importunou Isabella ao ponto de que ela cedesse a aceitasse o presente que ela tinha trazido com exclusividade da sua nova coleção que ainda seria lançada. Sozinha no quarto Isabella provou e simplesmente se deu conta que nunca antes na vida tinha se sentido tão sexy como se sentia com aquela lingerie; mas infelizmente ela não podia mais usar com quem queria.

Fazia dias que Edward não dava as caras em casa. Emmett tinha dito que alguns imprevistos tinham acontecido e ele estava segurando as pontas; mas Isabella tinha algo que ninguém sabia; ela simplesmente sabia quando alguém estava mentindo. E Emmett estava mentindo. Mas tudo bem para ela; era bem melhor com Edward longe e isso a levou a decidir que ele não era mais do que seu patrão e que as coisas nunca mais sairiam desse padrão.

Sofie estava mais feliz. Thomas estava mais feliz. Andy estava feliz e crescendo.

- Sofie esta ótima! – disse rose se sentando ao seu lado – Até o festival de natal a apresentação vai estar perfeita.

- Eu sempre quis dançar balé. – disse Isabella encantada com as meninas no palco.

- E porque não dançou?

- Dois pés esquerdos! – disse olhando para amiga com um olhar de cachorrinho abandonado.

Rose gargalhou.

- É a vida!

- É a vida! – Isabella repetiu voltando a sua atenção para Sofie.

- Sabe, eu tenho um encontro hoje a noite.

Isabella voltou a olhar a loira. Ela tinha uma expressão de culpada e finalmente Isabella entendeu.

- Mentira! – disse num sussurro animado – Mentira, mentira, mentira! Emmett? Serio que voce aceitou?

Rose riu e olhou suas alunas no palco.

- Eu estava cansada de dizer não! – deu de ombros.

Não demorou muito e o ensaio acabou. Isabela e as meninas se despediram de Rose e foram buscar Thomas na escola. Ele estafa fazendo reforço de matemática. Quando Thomas já estava devidamente instalado no banco de trás do carro Isabella sentiu vontade de levar todos eles para conhecer a loja de motos aonde Jacob estava provisoriamente hospedado. As crianças já tinham conhecido Jake.  Thomas tinha adorado seu melhor amigo assim como Andy, mas Sofie ainda parecia relutante em aceitar a presença de Jake e Isabella queria mudar isso.

- Jake! – disse Thomas pulando do carro e indo em direção ao moreno que limpava as mãos em um pano velho.

- Fala campeão! – fizeram um cumprimento personalizado com as mãos –Preparado para o campeonato de sábado?

- Ah mais ou menos. – disse mais interessado na moto a sua frente – Eu ainda estou de reserva depois que quebrei o pé. Essa é a Haley preta que voce me falou?

Jake riu do entusiasmo do garoto.

- É sim, já te mostro umas paradas! – se virou para Isabella - Hey Bells! Oi Andy, Oi Sofie!

- Oi Jake! – Isabella cumprimentou, Andy deu os bracinhos e Sofie virou a cara.

Jake apenas sorriu e Isabella rolou os olhos para o comportamento de Sofie. Andy ficou com Jake e Thomas enquanto os dois falavam sobre motos, peças e motores.

-Hey Bella, hey gatinha! – Nessie apareceu e então Isabella entendeu o que Sofie sentia em relação a Jake. Queria virar a cara para a bonitona também, mas em vez disso...

-Oi Nessie!

- Que bom que vieram, Jake já estava reclamando! Fiz bolo de chocolate, aceitam?

“Bolo de chocolate” foi a palavra mágica para que Sofie olhasse Vanessa e sorrisse para ela.

Traidora. Pensou Isabella olhando para a baixinha.

Quando chegaram em casa já era o anoitecer; e para a surpresa de Isabella Edward estava descendo do carro quando ela estacionou a mini van. As crianças desceram correndo e o abraçaram,mas Isabella logo percebeu que tinha ago errado porque ele mal sequer conseguiu retribuir a atenção.

- Pai, sábado tem o campeonato de futebol. Voce vai não é?

- Logico Thomas; eu não poderia perder isso. – Edward sorriu e o sorriso não alcançou seus olhos. – boa noite Nanny.

- Boa noite!- Isabella respondeu automático, mas a questão era: ele nem tinha olhado para ela. – Crianças tenho que conversar com voce sobre algo.

O tom foi serio e cuidadoso o que deixou Isabella apreensiva. Edward colocou sua pasta em cima da mesa de canto e se sentou no degrau da escada ficando a altura das crianças.

- Tânya me pediu algo incomum que eu não soube como negar. – no mesmo momento as duas crianças fizeram uma careta – Ela quer conhecer vocês. Quer que vocês a conheçam também. E o meu maior erro foi não ter pensado nisso antes. Ela não é e nunca será a mãe de vocês e eu sei, mas que mal há ela ser amiga de vocês como a senhorita Swan? – Isabella sentiu uma vertigem; ele não a chamava de “senhoria Swan” há séculos – ela quer passar o feriado de amanha com vocês. Será uma sexta feira agradável, eu garanto isso. Vocês passam o dia com ela e no fim da tarde eu apareço para levar vocês para jantar. E assim damos uma folguinha a mais para a Nanny certo?

Então pela primeira vez Edward olhou para Isabella. Nada adiantou. Seu coração bateu mais forte e doeu por ver que ela tentava disfarçar a decepção. Mas ele não podia mais ser fraco. Depois de ter pensado muito chegou a conclusão que não poderia condenar Isabella a ser sua “tapa buracos” para sempre. Ela era jovem e tinha o mundo a sua frente. Não podia ser a baba dos seus filhos, ela tinha que ser a mãe dos filhos dela. Ela não podia ser sua amante, ela tinha ser a amante do marido dela. Ela não poderia ficar e cuidar dele, ela tinha que voar e descobrir quem ela era. Isabella era livre e ele não tinha o direito de atá-la a ele. Ele tinha que deixar aquela garota que tinha mudado ele; partir. Era o destino, era a vida. Algumas pessoas não tinham nascido para ficarem juntas e ele precisava cortar o laço que tinha se formado entre eles. Retomar a sua vida medíocre e deixar que ela fizesse da dela algo além.

- De acordo Isabella? – questionou.

- Totalmente de acordo senhor Cullen. – seus olhos tinham um brilho diferente, eram lagrimas contidas, constatou – Vamos crianças, pro banho.

Alguns segundos depois quando seus filhos e Isabella desapareceram escada acima, o silencio voltou para seus ouvidos. Isabella tinha entendido o recado. Qualquer coisa que eles tivessem estava terminado, ele iria se casar e ela iria embora no fim do contrato.

Ninguém ali poderia saber; mas essa decisão estava sendo a mais difícil de toda a sua vida.

Depois do Jantar Isabella saiu para o jardim. Ele era enorme e ela poderia se refugiar aonde quisesse. Se sentou na pequena ponte que tinha no lago das carpas e tartarugas. Estava frio, mas isso não importava muito porque ela queria ficar um tempo longe de qualquer integrante daquela família. Até mesmo das crianças e dos funcionários.

Fechou os olhos se lembrando de como a sua vida era antes de conhecer essas pessoas. Pacata, solitária e silenciosa. Cercada de livros e flores. Acomodada na casa dos pais e covarde demais para sair. Pequena e frágil. Condenada a ficar para sempre no mesmo lugar.

Abriu novamente os olhos e se deu conta que essa garota e essa vida não existiam mais. Ela tinha crescido, saído de casa, se apaixonado, criado novos sonhos e responsabilidades, não estava mais sozinha e ria com mais freqüência. Estava cercada de pessoas. Mas agora estava condenada a partir para o antigo lugar.

Sentou-se e deixou os pés balançando próximo as águas. Puxou de dentro do casaco o caderno que tinha feito de diário e que há muito tempo não anotava nada. Leu o ultimo parágrafo que havia escrito.

“O tempo esta passando muito rápido; tem dias que já não lembro quando tudo começou. Me sinto parte disso aqui, coisa que eu achava impossível no começo. Eu sei particularidades das pessoas que me cercam, como por exemplo que Art não toma café com açúcar, que Nelly tem uma foto de Justin Bieber na carteira, que o jardineiro Tom sempre deixa uma rosa escondido para Mary, e que Mary gosta de vermelho por causa das rosas de Tom. Sei que Emmett gosta de desenhos animados e que Alice mesmo doida, tem mais juízo do que parece.Que Esme tem o coração mais mole que gelatina e que toma picolé de limão escondido desde o dia que eu a presenteei com um. Percebi que Thomas admira seu pai mais do que realmente fala e em falar em “falar”, Sofie fala até pelos cotovelos quando quer e Andy tem um obsessão estranha por dormir segurando minha orelha. Mas o mais surpreendente de todos seria Edward Cullen. Ele ama e se importa mesmo quando não quer amar ou se doar. É a pessoa mais contraditória que existe porque finge ser o que não é para simplesmente não se fazer frágil. Só que talvez ele nem saiba, mas o amor que existe dentro dele, é o que o torna dentre todos, o ser mais forte que conheci.”

Lagrimas caiu sob a folha. Isabella se viu então desesperada pelo tempo estar passando tão depressa. Por seu tempo estar chegando ao fim. Ela não queria ir embora. Ela tinha aprendido a amar essas pessoas. Mesmo sendo que ela e Edward nunca pudessem ficar juntos, ela não queria ficar longe. Ela não queria partir.

Rasgou a folha e arremessou para algum lugar no escuro. Eram apenas palavras que pareciam não fazer mais sentido algum quando tudo terminasse. Pegou o celular e em pranto discou o numero que há muito tempo não utilizava.

Chamou uma, duas, três, quatro e então uma voz grogue atendeu.

-Alô? – uma voz rouca e sonolenta atendeu.

- Pai? – chamou.

- Bells? O que houve? – a voz agora estava alerta.

- Nada. Eu só precisava escutar a voz de vocês, onde esta a mamãe?

- Bells querida? – sua mãe logo respondeu.

- Mãe, o que fazer quando voce ama demais para deixar para trás?

...

Isabella se sentou num banco de madeira e ficou olhando seu melhor amigo trabalhar. Mas sua cabeça não estava realmente ali, se questionava aonde e como as crianças estavam e se estavam bem.

- Voce passou o dia assim.

- Assim como? – se fez de desentendida.

Jake colocou o alicate na caixa de ferramentas e deu um olhar discreto para Nessie que compreendeu que ele teria que ter uma conversa particular com Isabella.

- Vou fazer um lanche pra gente! – disse Vanessa saindo de fininho.

Jake sentou ao seu lado.

- Assim. – disse sussurrando – como se seu mundo estivesse em outro lugar.

Isabella suspirou.

- Porque meu mundo esta em outro lugar, estou preocupada com as crianças.

- Mas o pai das crianças que tomou a decisão Bells, voce tem que concordar.

- Eu concordei não concordei? – disse um pouco exaltada – Mas isso não me impede de me preocupar.

- Na verdade não é só isso que te incomoda. – Isabella o olhou de canto de olho – Voce não precisa me contar Bells; eu sei o que é. Ele não vai deixar ela; ele ainda vai se casar.

Isabella ficou em silencio. Não tinha muito o que dizer.

- Sabe – continuou Jake – Só porque eu sou seu melhor amigo eu vou te fazer esse favor. Voce sabe aonde estão as crianças?

- Não. – disse dando de ombros – Mas sei que quando acabar o expediente Edward vai encontrá-los para jantar.

- Então vamos! – ele se levantou caminhando em direção aos capacetes.

- Vamos aonde Jake, voce pirou? Eu não vou espiar ninguém isso não é algo que eu faça!

Jacob olhou para ela com uma sobrancelha arqueada.

- 1,2 3 ... sua ultima chance!

- Ok! – ela se levantou rapidamente sorrindo – Mas lembre-se que a idéia foi sua!

Jake gargalhou.

- Ok. A idéia foi sua!

- Não minha, SUA! – disse colocando o capacete. Jake sorriu.

- Não minha... sua!

Isabella gargalhou eu deu um murro leve.

- Para de me imitar seu bobo.

Jake mostrou a língua e montou na moto.

- Vamos que só faltam 20 minutos para acabar o expediente do seu patrão!

A moto cortava entre os carros. Rápida, ágil, veloz. E quando chegaram em frente a Magnun Isabella admirou por um bom tempo a estrutura magnífica a sua frente. Não demorou muito para que a conhecida Mercedes preta saísse. Jacob se encarregou de seguir discretamente até um restaurante. Ali Edward desceu e a sua espera estava Tânia mais linda como nunca segurando a mãozinha direita de Andy e Sofie segurava a outra e do lado esquerdo da madrasta estava Thomas. Edward se aproximou sorridente e as crianças sorriram como manhã de natal, como se de repente tudo estivesse perfeito. Uma família feliz e completa. Todos o esperando para jantar e contarem como tinha sido seu dia. E então Edward alcançou a sua família perfeita de integrantes lindos e angelicais. Passou a mão na cabeça de Thomas, deu um beijo no rosto de Sofie, pegou Andy no colo e selou delicadamente seus lábios no de Tânia.

De repente Isabella estava arrasada. Percebeu que o dia todo esperou que as crianças odiassem Tânia, mas no fim do dia, as crianças tinham aprendido a amá-la. E percebeu que definitivamente seu trabalho estava chegando ao fim. Sem entender o porque a sua mente a levou no dia em que Thomas escutou a conversa sobre a mãe e ela tinha prometido uma coisa:

- Nanny! Nanny! – ele chamava com um grito abafado em seu peito – Nanny promete que nunca vai me deixar?

Isabella suspirou e o abraçou forte.

- Nem se me obrigassem Thommy! Eu vou ficar aqui até quando voce quiser!

  E parecia que ele já não precisava tanto mais que ela ficasse por ali.

- Vamos embora daqui Jake.

Jacob apenas ligou a moto e saíram de volta para a oficina. Em silencio o mundo a sua volta passava devagar e quando finalmente chegaram; Isabella desceu da moto e se permitiu chorar. Estava quase tudo escuro, lá fora ventava forte como se uma tempestade estivesse a caminho. Seus sentimentos estava feridos; seu coração estava partido. Era como se respirar doesse, como se tudo que o tinha de bom ela tinha dado aos Cullen e agora se encontrasse vazia.

- Bells? – Jake chamou. Mas seu choro era incontrolável.

Olhou para o amigo e notou tudo o que a vida inteira tinha ignorado. Ela poderia estar hoje em Seattle casada com Jake e grávida do segundo filho. Ele com uma oficina de sucesso e ela poderia ter uma livraria e ensinar aulas particulares de literatura. Isso antes parecia tão pouco, mas agora era tão grande, algo que ela havia perdido ou jogado fora por ter sido tão ambiciosa... e agora tinha perdido tudo.

- Jake – disse entre as lagrimas – Jake me perdoa. Me perdoa por ter achado a vida toda que o que voce tinha para mim era pouco. Eu sonhei demais, eu fui longe demais, minha mãe sempre teve razão quando dizia que eu vivia no mundo da lua. – se aproximou demais de Jake; seu desespero era palpável.

Ela estava ficando para trás. Sabia disso. Jake estava seguindo em frente, Edward iria e casar. Quando voltasse para casa iria lhe restar o mesmo de antes, lecionar na High Forks School e nas horas vagar ajudar a mãe na floricultura. Todos tinham construído algo na vida, uma família uma profissão, e ela ali, parada no tempo. Perdida.

Talvez foi por esse desespero que Isabella fez o que fez. Juntou seus lábios nos de Jacob e não foi como a primeira vez em que se beijaram há muitos anos atrás. Não tinha nada de estranho. Era tão familiar para ela aquele beijo, aquela boca, aquele cheiro... ele soou como o antídoto da tempestade, a solução para o medo, a chave para liberdade... mas quando seus lábios se separaram e ela olhou nos olhos escuros como a noite; eles estavam tristes.

- Bells – ele sussurrou – eu não sou quem voce procura. Nunca fui e nunca serei. Não pode desistir dos seus sonhos porque esta tudo desmoronando. Algumas vezes o nosso mundo tem que ser destruído para que a gente possa recomeçar. – ele a apertou forte, as suas mãos eram grandes e seguras – Agora é a hora de voce ver as coisas boas que voce fez por essa família, voltar para a casa e juntar tudo o que voce aprendeu e tirar disso algum proveito.

Isabella suspirou e se soltou do abraço de Jacob.

- Eu sei. – murmurou fracamente – Talvez eu faça isso.

Puxou as chaves do carro do bolso.

- Voce deveria ficar. A chuva esta forte.

- Eu não acho que vou conseguir olhar para a Vanessa depois disso. Preciso de um tempo para mim Jake. Mas te vejo amanha no campeonato certo?

Olhou para ele e tentou um sorriso. Estava mais calma e ciente que vivia aquele momento da vida em que voce esta sozinha e tem que aprender a lidar com isso.

- Amanha as cinco em ponto! – Jake sorriu.

Isabella saiu pela porta e Jacob podia escutar só o som da chuva caindo sob o teto. Ficou um tempo ali no lugar meio escuro pensando em tudo o que tinha acontecido e entendo o que tinha mudado. Então uma pequena luz amarela atrás dele se acendeu.

-Você ama ela.

A voz de Vanessa preencheu todo o ambiente. Jake se virou para ela que estava a alguns metros longe dele.

- Amo. – disse e começou a caminhar em direção a ela – Amo e é por isso que eu não estou com ela.

Parou bem próximo de seu rosto. Entrelaçou suas mãos nos cabelos macios e peculiares da sua garota.

- Aonde esta o sentido disso Jake? – Vanessa perguntou com o coração apertado sem tirar os olhos dos dele.

- Eu amo ela, mas eu sei que eu nunca poderia fazê-la feliz. Eu poderia carregar o mundo para ela, mas jamais seria o suficiente, porque o meu amor não é tipo de amor que ela precisa. – Vanessa engoliu seco – Então é por isso que eu estou com voce. Não por falta de opção Vanessa, mas porque eu sei que posso te fazer feliz. Porque quando eu te amo, eu vejo meu amor te envolver e te fazer sorrir, te fazer sonhar, te levar a alturas que só ele pode levar. O meu amor encaixa com o seu amor, entende?

- Mas e esse beijo Jake, onde ele se encaixa, hum?

Ele fitou os olhos amedrontados e um pouco raivosos a sua frente.

- Nessie, esse beijo só significa uma coisa: Que não há nada no mundo que me impeça de amar e ficar com voce. Nem voce. Mesmo que voce me mande agora para o inferno e diga para que eu vá embora. Eu vou ficar e eu não vou te deixar. Porque eu te amo mais do que qualquer outra coisa nessa vida.

Vanessa respirou fundo, mas mesmo assim algumas lagrimas escorreram de seus olhos. Finalmente Jake tinha se esclarecido. Não tinha mais a sombra de um amor e amizade mal resolvida; não existia mais Isabella Swan entre eles. Fechou os olhos diante da sensação dele enxugando suas lagrimas e o gosto bom da boca dele que veio de encontro coma sua. Se entregou nos braços fortes que a cercou e a protegeu contra todo o seu medo de amar e não ser amada. Ele a amava. E ele iria ficar.

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(continua...)


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Notas finais do capítulo

Gente eu reparei que eu nunca sei se é Tânia, Tânya ou Tanya... --' eu nunca lembro a forma que eu escolhi de escrever e como estou sem beta e tempo para revisar; vai ficar assim mesmo! U.u todo mundo sabe de quem eu estou falando kkkkkkk... e desculpa se acaharem erros de ortografia, pontuação ou acento. ë pelo motido do erro anterior; sem tempo para revisar! kkkkk.. e outra; passou pela minha cabeça a possibilidade de reescrever a fic e fazer dela um livro, alias ... tudo o que eu escrevo eu penso em fazer livro, acho que todo mundo sonha em virar uma escritora mundialmente conhecida e cheia de Best Seller; não é só a nossa personagem principal aqui não. kkkk...
Desculpem a demora; realmente esse é o meu pecado com voces, mas acho que isso não vai ter cura para mim tão cedo; porque não adianta eu pegar todo dia dez minutinhos; quando eu pego para escrever eu fico horas, para finalizar o capitulo eu demorei em média umas 4 a 5 horas. Então... acho que é compreensível a minha demora. :)
Proximo capitulo, campeonato, volta da mamãe Esme e NOIVADO! :O
P.S: qual seria o nome para Isabella se a historia realmente virar um dia um livro?