Harry

— Onde você se meteu? — Amy me encarou. — Eu fiquei...
— Eu fui resolver o problema de vocês. — dei de ombros. — Qual o problema aqui? — eu me aproximei dela, abraçando-a pela cintura e beijando-a.
— Como assim resolver os nossos problemas? — Juliet me encarou. Passei os olhos pelo saguão e notei que todos estavam com uma expressão tensa nos olhos, Charlotte parecia ter chorado e Niall estava encostado na parede com cara de paisagem.
— O que aconteceu enquanto estive fora? Porque as caras de enterro? — cutuquei o ombro de Louis, mas ninguém me disse nada então eu tratei de falar o que eles queriam saber. Mas tivemos que subir porque ninguém merecia falar coisas particulares na frente de toda aquela gente estranha. Juliet se jogou ao meu lado no sofá e me encarou com cara de “depois vamos conversar mocinho” e Louis estava apertando Ella pela cintura.
— Agora abre a boca — Zayn resmungou — O que você foi fazer afinal?
— Fui ao banco!
— E como isso pode ajudar a gente? Você não é normal Harry. — Sophie revirou os olhos. Eu mostrei a língua.
— Eu também não entendo no que isso pode... — Juliet me encarou. — Claro! Como eu não pensei nisso antes? Omg, você é demais Harold. — ela sorriu e me abraçou.
— Só eu não entendi nada? — Liam sentou no braço do sofá, puxou Sophie para seu corpo e a abraçou pela cintura. Todos muito amorosos, só Amy que queria manter a discrição. Eu achava isso uma bobagem, todo mundo sabia que estávamos juntos, que eu e ela havíamos sido o primeiro casal, que estávamos apaixonados... — Do que se trata?
— Eu coloquei copias no banco. — Juliet sorriu idiota. Mas ela realmente parecia uma naquele exato momento e eu ri. Amy arregalou aqueles olhos escuros pra cima de Julis, Sophie parecia estar nem ai e Char revirou os olhos.
— Isso é sério? — Zayn sorriu, sentou ao lado dela e a beijou na bochecha. — Você não vai ser presa.
— Nossa, quanta preocupação com A GENTE não é mesmo? — Ella ficou debochada de uma hora pra outra. — E depois daquele estresse todo. — suspirou. — Desculpe Sophie, não deveríamos ter brigado com você.
— Tudo bem — ela deu de ombros — eu errei em ter vacilado e sorte que temos Julis pra cuidar dessas coisas ou uma hora dessas estaríamos nos preocupando em irmos atrás de um fiador.
— E como você fez? — Julis me abraçou pelo pescoço.
— Para de ficar apertando ele. — Louis resmungou dando de ombros.
— Deixa de ser ciumento garoto. — Ella o puxou pela gola da camisa pólo. Ele fez beicinho e eu sorri.
— Eu apenas conversei com o gerente e como eu sabia o nome da conta, porque Juliet me contou outro dia desses, ele permitiu que eu checasse as entradas recentes. Juliet tinha depositado o dinheiro e algumas segundas vias, ou seja, ela deixou tudo no banco. — dei de ombros.
— Meu herói. — Amy disse, bagunçando os meus cachos. Ela tem essa mania, nunca fica sem mexer no meu cabelo por mais de duas horas. Até parece o Lou.
— Problema resolvido. — Char disse levantando e indo pro quarto. Ela ficou trancada lá o resto do tempo que eu estive no hotel. Fomos a um restaurante na esquina e depois voltamos. As meninas estavam mais contentes, Amy até estava mais brincalhona do que antes, e resolvemos jogar vídeo game. Claro que elas ganharam porque nós deixamos. Niall e Sophie acabaram brigando porque ele queria marcar falta e ela também. Dois idiotas juntos.
— Você está bem? — perguntei.
— Sim. Por quê? — Julis me encarou, jogando o controle para Louis logo depois. Dei de ombros.
— Vocês estavam esquisitos quando cheguei. Aconteceu algo?
— Fator Niall e Char como sempre. — ela riu boba. Eu a abracei. Como eu ficaria sem a minha melhor amiga? Como eu ficaria sem Amy ou sem qualquer uma das meninas? Meu deus, eu já estava tão acostumado e apegado a elas que ficaria muito triste se elas tivessem que ir embora logo agora. Eu não me vejo sem elas e sei que os meninos pensam o mesmo. Mas só temos mais uma semana e nada mais. Espero que possamos viver intensamente.

Ella

Estávamos todos mais felizes. Quero dizer, eu estava contente por não precisar me preocupar em ser presa por ser uma ilegal em Londres. Era gratificante poder circular pela cidade sem ter de me preocupar com isso, mas outra coisa estava me incomodando agora, faltavam apenas alguns dias para voltarmos para casa e isso estava me tirando o sono. Eu não conseguia imaginar como eu ficaria, como Louis ficaria. Eu não só estava preocupada com o meu namorado famoso longe de mim, mas como o meu melhor amigo entre os meninos, pois — claro que eu sentiria falta dos outros, claro que sim — Niall não sobreviveria sem meus conselhos. Eu havia acordado com o celular tocando. “[i]Starbucks?[/i]” quando eu digo que Niall não fica bem sem mim ninguém acredita. Levantei, tomei um banho, coloquei um short já que o dia parecia quente e avisei a Juliet que estava de saída. Niall estava encostado no carro — que ele sequer dirigia — com óculos de sol, blusa branca e calça jeans.
— São nove horas. — resmunguei, abraçando-o. — Depois você diz que não me procura, né?
— Então volta pra cama e fica lá o dia todo porque Louis está na sessão de fotos com o Liam, está bem sua nojenta? — ele deu de ombros. Até parece que eu não sabia o que o MEU namorado estava fazendo. Fomos o caminho todo morrendo de rir, Niall mostrou alguns vídeos dos meninos na casa do Harry dançando. E eu pensei que Amy era dura em relação à dança, mas eles ganharam de lavada. Liam parecia uma vassoura desgovernada. O que foi o mais engraçado.  Eu pedi um café duplo, pois resolvemos passear no parque para ocupar a mente.
— Já pensou como vai ser quando eu e as meninas voltarmos para o Brasil? — encostei-me no banco, inclinando a cabeça para conseguir sentir aquele sol tão gostoso. De onde eu venho se você ergue a cabeça pra ver o sol é capaz de ficar cega de tão forte que ele é. Não é exagero, o verão lá parece o inferno.
— Não vou sentir falta de vocês. — deu de ombros depois de engolir metade da casquinha do sorvete. Era o quinto que ele tomava. Será que ele não se cansava de comer? Revirei os olhos. — Mas aposto que vai me ligar todos os dias.
— Vou ligar sim, pra dizer que você é uma anta que pinta o cabelo — mostrei a língua.
— Me ame menos, por favor — ele sorriu de lado. Por favor, qual eu teria um amigo assim? Daquele que me faz rir, que pega no meu pé e que me manda ir procurar ele na casinha do cachorro sem mesmo ter um? Eu sentiria falta dos meninos, sentiria falta de Londres e das coisas boas que ela trouxe para minha vida. 
“— Por favor, porque a gente fica pegando no pé dela mesmo? — insisti. 
— Porque ela é uma gorda irritante. Eu já te falei isso umas mil vezes. Deixa de ser uma cabeça de vento e presta atenção — Juliet resmungou. — Agora tchau. 
Descemos as escadas, cada uma foi para seu carro ou transporte escolar. Minha mãe estava com uma nova cor de cabelo. Entrei no banco de trás como sempre, passei o sinto e fiquei encarando a janela. 
— O que aconteceu meu morango? 
— Nada... — suspirei. Eu sabia que minha mãe era a minha melhor amiga, ela sempre me escutava e acho que eu podia falar a ela essas coisas. Ela entenderia, ela já teve doze anos. — É que tem uma menina lá no colégio, — dei de ombros — ela estuda comigo e as meninas desde o primário. 
— Que fofo! Vocês todas juntas e...
— Antes fosse mãe. — dei de ombros. — Lembro dela no meu aniversário de nove anos, algo desse tipo, mas depois só lembro-me de Sophie enchendo o saco dela com piadas idiotas. — revirei os olhos. — As meninas pegam muito no pé dela. 
— E você concorda com elas? 
— Claro que não né. — me joguei pro lado e catei meu celular. — Só acho que as meninas deviam parar de pegar no pé dela, mas adianta eu falar? Claro que não, Juliet não liga e eu não posso dizer nada porque eu sou a mimada do grupo. — mostrei a língua. — Isso é um saco!”
— Por acaso você ouviu algo do que eu disse? — Niall parecia irritado. 
— Sinto muito, Niall... O que você disse? Acho que eu viajei. — gargalhei. 
— Eu perguntei sobre o que você estava pensando sua ameba idiota. — ele revirou aqueles olhos azuis e eu sorri.
— Sabia que vou sentir sua falta? — suspirei. O puxei e o abracei com força. — Vou sentir sua falta, muito mesmo, mas alguém vai sentir ainda mais. — eu o soltei, peguei o celular, abri na mensagem e mandei um sms para Charlotte. 
— Do que você está falando? — sua voz parecia desconfiada. 
— Vamos parar de fingir, está bem? — revirei os olhos. — Você sabe muito bem de quem eu estou falando e sei que você vai sentir o mesmo. 
— Não faça isso Ella, você prometeu e além do mais, ela me odeia e...
— Tarde demais!