Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 93
Premiação




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Já era março. Camilla não havia mais falado sobre Teddy. Passamos o carnaval na Cinelândia, no centro do Rio, e isso a distraiu bastante. Nathan nos acompanhou, porque não confiava na Camilla. Foi exatamente isso o que ele disse. Ela não se importou muito com tais palavras, pois estava feliz porque ele desistiu de ir para Cabo Frio com a família. Camilla ficou o dia inteiro falando sobre uma premiação britânica chamada “Brit Awards” e que não poderia perder. Ela disse que já havia acontecido em fevereiro e só agora passaria em uma televisão brasileira. Ela me obrigou a comprar pipoca. Com manteiga, outra não.  A empregada, que Pablo havia contratado depois que nos mudamos, também começou a trabalhar conosco. Sônia. Esse era o nome da baixa mulher que falava errado e não tinha todos os dentes. Aparentava ter quase quarenta anos, mas de acordo com a contagem dela, tinha trinta e três. Sara fez com que Sônia usasse uniforme e ela usava o mesmo quando trabalhava no meu apartamento. Adorava contar sobre sua vida. Ela nos visitava duas vezes por semana e ficava quase o dia todo. Adorava ouvir suas histórias sobre onde morava. Madureira, era o lugar. Nem sei onde fica, mas é no subúrbio do Rio.

“Camilla me contou que você ainda é apaixonada por um ex seu.” –Ela disse, enquanto varria o meu quarto.

“Ela disse isso? Por que?” –Perguntei, parando de passar um pano molhado na janela.

Eu tinha essa mania de querer ajudar e claro, Sônia não reclamava.

“Ela tava ouvindo um tal de Ed no ‘netbrook’ e me contou sobre quem era o ruivo tocando violão.” –Ela disse. –“Um moço bonito.”

“Sim, muito bonito...” –Eu quase sussurrei.

Voltei a limpar a janela do quarto, quando Sônia voltou com o assunto. Pedro estava no apartamento de Pablo.

“Me diga uma coisa. Por que você não volta para ele? Olha só, ele agora tá rico e conhecido no mundo todo, praticamente.”

“Isso não é tudo, Sônia.”

“Ah, você diz isso porque mora em Copacabana. Correria para os braços dele se morasse onde eu moro.”

“Eu o conheci quando não tinha nada. Nem tatuagens. Vocês apenas esquecem que vou me casar com Pedro.”

“Rompa antes que assinem os papeis.” –Disse Sônia, encerrando o assunto.

Larguei o pano dentro de um balde com água e sai do quarto. Por que todo mundo tinha que ter essa conversa comigo? Parecia que eu tinha a idade de Camilla e estava descobrindo como era a vida. Eu já fiz minha decisão. Ninguém ali me conhecia quando eu estava ao lado do Teddy, eles não poderiam falar nada sobre uma vida a qual eles não presenciaram. Amo a maneira que Pedro me trata.

“Cheguei!” –Camilla gritou, ao entrar no apartamento.

Ela estava com Helo. Ela parecia bronzeada.

“Você disse que ficaria no quarto da Helo.” –Eu disse.

“Mas foi o que aconteceu.”

“Por que está mais morena?” –Questionei.

Camilla não respondeu. Ela abria a boca para dizer algo, mas não completava.

“Porque o sol estava entrando forte no quarto dela.”

“O sol não bate lá a essa hora.”

“Tudo bem. Fomos a praia. Feliz?”

“Não! Eu disse para não sair sozinha!”

“Eu não estava sozinha. Helo foi comigo.”

“Resumindo, sozinha! Você mentiu pra mim”

“Ah, não vem com essa de mentira. Eu vou a praia a hora que eu quero.”

“Tudo bem. Quando for sequestrada de novo, não vou atrás de você.”

“Obrigada! Porque minha vida só se tornou esta merda, por sua culpa! Por que não ficou com seu namorado ruivo?”

Não gostei nem um pouco do que ela havia dito. Como sempre, ela estava dizendo suas verdades que feriam. Não quis continuar a conversa e fiquei parada encarando aqueles olhos que me julgavam o tempo todo. Ela cansou e foi em direção ao seu quarto, enquanto eu permanecia no mesmo lugar.

“Mais uma coisa. Acho, aliás, acho não. Tenho certeza. Você só está com Pedro por pena. Ele salvou sua vida, você está devendo algo a ele. E você está pagando o que deve. Você não me engana. Você tem essa idade toda, mas não sabe o que é amar.”

E com esse desfecho, Camilla foi para seu quarto. Eu nunca havia parado pra pensar dessa forma. Eu estava chateada. Eu queria destruir as coisas. Era um sentimento novo que andava pelo meu corpo. Eu não estava recompensando Pedro por algo que ele havia feito. Eu realmente o amava. Assim como eu tinha uma certa dúvida entre Teddy e Ethan. Daí eu parei e raciocinei. Não acho que você seja capaz de amar tanto assim. A história sobre não saber amar, poderia ser verdade. Talvez, eu fosse carente demais e confundisse as coisas. Porque eu ainda amo o Teddy, pelo o que parece. E consigo viver sem o Ethan. Cheguei a esta conclusão. Eu já não conseguia viver sem Pedro.

Fiquei sentada no sofá da sala e olhava para o nada. As vezes eu tinha a sensação de que não estava piscando. Eu estava viajando em meus pensamentos, até que ouvi alguém me chamar. Era Sônia, perguntando o que eu queria para a janta. Fiz uma cara de dúvida e ela já sabia que isso cabia como um “tanto faz”. Minha cabeça parecia que ia explodir. A dor parecia caminhar por toda a minha cabeça. Pedro entrou, enquanto eu massageava minha cabeça, onde são as chamadas “fontes”.

Eram sete horas da noite e Camilla saiu do quarto, para jantar. Ela começou rápido e correu para colocar a TV em um canal a cabo, o qual passaria o Brit Awards. Ela ficou sentada no sofá assistindo e Pedro e eu ainda jantávamos. Ela não dirigiu uma palavra a mim. Do nada, ela aumentou a TV. A voz do Teddy tomava conta da sala. Fechei os olhos e respirei fundo. Fingi não me importar e voltei a comer. Ele estava se apresentando na premiação. Estava cantando uma música que eu também não conhecia e no refrão tinha “my little bird”. O intervalo entre minhas garfadas, diminuíam.

“Come devagar.” –Disse Pedro.

Parei de comer e larguei o garfo. Acabei me virando para a TV. Lá estava ele. Sozinho no palco, acompanhado do seu violão. Cantando mais uma música de amor. As pessoas pareciam gostar. Me levantei e me sentei ao lado de Camilla. Pedro continuou comendo. Era seu segundo prato. Teddy ganhou como melhor cantor da Inglaterra e como revelação.

“Você tem algum prêmio, Pedro?” –Camilla perguntou.

Me levantei e puxei Camilla pelo braço direito. A levei até seu quarto e nos trancamos lá. A soltei e por reflexo, acertei um tapa em seu rosto.

“Te dou casa, estou cuidando de você. Sempre cuidei desde que tudo aconteceu. Me esforço para fazer o melhor pra você e o que eu ganho? Uma amiga que está tentando arruinar meu noivado. Querendo que eu namore alguém que mora do outro lado do oceano e nem lembra que eu existo. Esse Nathan deve te fazer sofrer muito e você quer que eu sofra igual!”

Camilla ficou sentada em sua cama, chorando com a mão no rosto. Eu não sentia nenhum arrependimento sobre o tapa. Assim como ela não sentia por dizer tais coisas. Eu estava cansada. Estava quase mandando Camilla morar com Pablo. Eu não aguentava mais olhar para ela e ouvi-la cantando uma música do Teddy. Voltei para a sala e Pedro estava no sofá, assistindo a premiação e Sônia recolhia as coisas da mesa.

“Me desculpe pela Camilla.”

“Tudo bem. Mas ela tem sempre razão.”

“Eu também tenho razão sempre?”

Pedro olhou pra mim.

“Olha, Camilla me deixou bastante confuso e cara, olha pra ele. Impossível competir com alguém talentoso ou, não sei, romântico.”

“Tudo bem, duvide de mim o quanto quiser.”

“Não é isso. Eu não sei, pra falar a verdade. Acho melhor marcar logo o casamento.”

“Isso! Junho ou Julho?”

“Não. Dezembro.”

“Tão longe?”

“Pense melhor sobre o que quer da sua vida.”


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Notas finais do capítulo

Amanhã é meu aniversário *-* estou ficando old, 20 anos ): sad. haha
MUITO OBRIGADA POR LEREM A FANFIC, obrigada por sempre comentarem e todo dia aparecem leitores novos, obrigada a quem recomenda a fanfic ♥333
Jenny, eddictedhoran



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