Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 133
Praça




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267862/chapter/133

Passamos em frente ao Thomas Mills e estava fechado, devido as férias de ano novo. Teddy reparava em cada detalhe da fachada e um homem, já idoso, se aproximou de nós. Ele estava vestindo o uniforme da escola, se apresentou como Wesley e disse cuidar da escola quando vazia. Disse que Teddy talvez não se lembrasse dele, mas Wesley sempre reparava em Teddy tocando seu violão pelos cantos da escola.

“Estou orgulhoso do que se tornou, meu filho.” –Disse Wesley, com um tom cansado.

Perguntei a Wesley se ele se lembrava de Lori e suas amigas.

“Me recordo bem daquelas meninas. Sei que April e Susan disputaram popularidade até se formarem e bom, April ganhou. Na formatura, Lori venceu. April começou a contar todos os segredos que sabia da Lori e para a surpresa de todos, Lori confirmou tudo e um monte de gente contando seus segredos. Foi bem diferente.” –Disse Wesley.

Nos despedimos de Wesley, que me deu um abraço carinhoso e acolhedor. Passamos em frente a minha antiga casa. Uma menininha nos observava pela janela do segundo andar, onde era o quarto de Mary. A criança fechou a cortina branca ao perceber que reparávamos muito em sua casa.

“E um dia acreditei que Amy conversava comigo.” –Comentei, olhando pra janela fechada.

“Não duvido de que ela se esforçava para isso.” –Disse Teddy.

Apenas sorri. Percebi que a garota ainda olhava para nós e decidi ir embora. As ruas estavam vazias, o caminho para a escola ainda era apenas mato e suas vacas. Enquanto caminhávamos pela trilha, perguntei sobre Alice e Teddy ficou um tempo pensando. Se manifestou gaguejando e desistiu de contar a história. Insisti.

“Ela foi pra faculdade e eu queria seguir meu sonho na música.” –Ele disse, parecendo se lamentar.

“Só por isso?”

Teddy deu de ombros colocou as mãos nos bolsos do casaco. Ele detestava falar sobre ela ou sobre sua vida pessoal, mas eu fazia parte da sua vida pessoal e tinha o direito de saber ao certo, quem foi Alice.

“Carregou uma foto dela na carteira?”

Teddy parou de andar e notei que seus olhos não paravam e procuravam um foco nos meus.

“Na época, eu não tinha nem dinheiro, por que teria carteira?” –Ele perguntou, rindo.

Dei um leve sorriso, mas eu gostaria que ele levasse a sério a minha pergunta. Deixei Teddy pensar que eu não perguntaria mais sobre a sua fonte de inspiração musical. Perguntei sobre onde ele se apresentaria e disse que era inauguração de uma casa de show. A noite de ano novo seria especial, o show que seria sábado, foi transferido para segunda-feira, último dia do ano. Concordamos em ter um réveillon diferente, que não seja com uma ceia em casa. O espaço era grande, segundo Teddy e a classe A de Framlingham estaria lá. Nos sentamos na praça fria e pouco movimentada, a qual costumávamos a nos encontrar.

“Já escolheu suas músicas?” –Perguntei.

“Sim, disseram que tenho que cantar seis músicas minhas.”

Ele havia escolhido todos os singles lançados e “Kiss me”. Ele me perguntou sobre o que eu estava esperando da grande noite. Não queria dizer que já havia treinado em frente ao espelho diversas possíveis reações de surpresa, então disse que só esperava que fosse algo realmente surpreendente.

“Tenho medo de não dar certo o que estou pensando.”

“E por que não daria?”

“Porque não depende só de mim. Depende se vai aceitar ou não.”

E todas as maneiras as quais imaginei Teddy me pedindo em casamento, percorriam minha mente e eu não sabia o que dizer para ele, que me olhava esperançoso. Dei-lhe um selinho demorado e seus lábios estavam gelados. Ele tirou sua mão do bolso e a repousou em um rosto. Eu sentia seu polegar acariciar minha bochecha esquerda e um leve sorriso se abrir em seu rosto.

“Sei que vai dá tudo certo.” –Ele disse, gentilmente.

Afirmei com a cabeça e pensei que, nenhuma reação que eu imaginasse, se concretizaria no dia. Eu ficaria tão nervosa que talvez esquecesse meu nome. Por mais que eu me sinta feliz durante o dia, a noite eu não consigo me concentrar e dormir bem. Talvez, meu travesseiro seja uma máquina do tempo a qual tem como função me lembrar das coisas ruins que vivi no passado e que provavelmente farei no futuro. Quantas lágrimas já não se secaram no meu travesseiro? Quantos gritos abafados? Dormir ao lado de Teddy não tem mudado muita coisa, menos quando me viro para ele e o observo dormir. É engraçado quando, muito cansado, ele abre a boca durante o sono. O medo de quando abrir os olhos pela manhã, ele não esteja mais lá. Parece que “pessimismo” é meu sobre nome, ou então, eu apenas tenha aprendido a não ter muitas esperanças sobre o futuro, assim a queda não será tão grande. Eu estava sentada ao lado de Teddy no meio da praça a qual passamos grande parte do nosso namoro e pensamentos ruins insistiam em percorrer minha cabeça. Eu definitivamente tinha que parar com isso.

“Qual a melhor coisa que já te aconteceu?” –Teddy me perguntou.

“Ser adotada.” –Respondi sem pensar muito.

“Pensei que responderia outra coisa.”

“Pra ter acontecido essa coisa a qual você está imaginando, eu precisava ter sido adotada antes.”

Teddy ficou em silêncio e seus olhos estavam presos aos meus. Ele concordou comigo e me pediu desculpas e confessou que estava esperando um momento romântico. Rimos por poucos minutos. Fomos embora. A loja de Theodor já não existia mais, as lojas não eram mais as mesmas. Apesar de ainda parecer a cidade pouco habitada, Framlingham estava diferente para meus olhos. Quantas vezes perdi meu tempo tentando imaginar uma vida perfeita e deixei a realidade escapar por entre meus dedos frios. Nunca ficarei satisfeita por completo com a minha vida, sei que, um dia, algo estragará tudo. É, eu estava preparada para a grande noite. 

Ao chegarmos em casa, Imogen e John estavam dançando e a melodia remetia aos anos sessenta. Eles pareciam felizes. Teddy me puxou para perto deles e começou a dançar. Tentamos. Perdi as contas de quantas vezes o pé de Teddy parou embaixo do meu e vice versa. Me desequilibrei quando Teddy me rodou, levantando minha mão direita. Trocamos de casais e John não parava de sorrir enquanto dançava comigo. Matt apenas nos observava sentado no sofá mexendo em seu celular.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curtam a fanpage FANFIC FOLHAS DE OUTONO ♥
muito obrigada por ler e TALVEZ, o próximo capítulo seja o último, eu não sei. Enfim, sobre a revolta em um capitulo anterior, sim, eu vou postar a próxima fanfic.
E MUITO MUITO obrigada pelas recomendações, não sabem o quanto é importante recebê-las ♥
jenny, thewalkingteddy (siga)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Folhas De Outono" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.