Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 100
meet & greet




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A base serve para cobri as olheiras de uma noite mal dormida. O blush esconde minha palidez e desespero. Lápis preto contornando meus olhos fundos. A sombra dourada para fingir que eu me importo com maquiagem. Para finalizar, um gloss rosa claro. Camilla quem me maquiou. Me sentei no vaso e ela fez todo o serviço. Ela usava uma blusa de lycra e dava para ver que sua barriga já estava aparecendo. Se ela não errou as contas, três meses completou semana passada. Pedro e ela vão de pista comum e eu de Premium. Faltavam poucas horas para o show do Teddy. Eu não almocei direito e deixei metade da comida no prato. Pedro parecia preocupado, mas fingia não se importar. Nosso casamento estava marcado para o dia do meu aniversário e não nos casaríamos em uma igreja, seria na Low Club. Sara quem está organizando tudo para mim. Não achei que Sara e Pablo fossem durar tanto.

Uma blusa de seda branca, com as mangas dobradas na altura do cotovelo. Um shorts cintura alta preto e uma rasteirinha branca com brilhos nas tiras, parecia o visual ideal para a noite. Camilla foi com um vestido floral, que escondia sua barriga. Ela dizia ter vergonha de andar na rua e as pessoas a julgarem. O show era em uma pequena casa de shows na Glória. Pedro e Camilla foram para a fila da pista, que estava pequena ainda. Umas cinco fãs acamparam de um dia para o outro. Elas vestiam camisas com fotos do Ed e trechos de algumas músicas. Vi um cartaz escrito “Meet & Greet” e me dirigi até lá. Uma mãe e sua filha estava encostadas na grade. O tempo estava nublado e frio. A menina vestia uma touca rosa e um moletom escrito “sheeranator”. Ficaríamos ali por três horas, então puxei assunto com a menina. Seu nome era Helena e ela pediu para a mãe fazer aquele moletom no mês passado. Ela tinha onze anos e era um pouco pequena para a idade.

Eu tremia. Não sabia se de frio ou nervoso. Talvez uma soma dos dois. Estava escurecendo rápido, pelo fato de estar nublado. Uma grande fila já se formava atrás de Pedro. Camilla estava sentada no chão, vestindo um casaco reserva do Pedro, o qual ele sempre deixava dentro do carro. O tempo mudou do nada, estava calor em Copacabana, mas foi descermos na Glória, que o vento nos acompanhou. Um segurança se aproximou de nós e Helena perguntou se já estava na hora. Ele disse que daqui a pouco abriria. Meu coração parecia querer fugir de mim. Eu estava com vontade de vomitar. Eu normalmente me sinto assim quando nervosa.

Andei por um caracol de grade, que me levava até a entrada. Helena e sua mãe mostraram seus ingressos e entraram. Mostrei o meu e o homem uniformizado de preto, destacou uma parte do ingresso e devolveu meu ingresso. Olhei para trás e pude ver Pedro. Ele deu um leve sorriso, que logo sumiu em seu rosto. Camilla acenava contente e pude ler seus lábios dizerem “boa sorte”. Respirei fundo e segui pelo caminho indicado. Era uma porta preta, que se abrira quando outro homem uniformizado rodou sua maçaneta. Ele pediu para que eu esperasse onde estava. Pude ver a cara de surpresa da Helena e ela sair correndo após entrar na sala. Eu roia minhas unhas. Pude ver o flash vazar por debaixo da porta. Tudo parecia se mover devagar. Estava tudo em silêncio que eu até conseguia ouvir meu coração. CLICK. Fez a maçaneta ao chegar no seu final e abrir a porta. O homem fez um sinal para que eu entrasse. Fiquei encarando ele. Eu estava congelada. Ele se aproximou, mas eu não ouvi o que ele disse. Ele tocou em meu braço direito e olhei sua grande mão quase se fechar ao dar a volta pelo meu antibraço. Ele me conduziu até a porta e me soltou. Coloquei minha cabeça dentro da sala e virei lentamente para o lado esquerdo. Era ele. Ao piscar, uma lágrima percorreu pelo meu lado direito do rosto. A sequei e com um empurrãozinho do segurança, entrei. Ele estava conversando com o fotógrafo e ria. Ele estava com uma barba mal feita. Seu moletom era verde. Como dos velhos tempos. Ele diria “velhos tempos”. O fotógrafo alertou que a nova fã se aproximava. Disse em inglês. Teddy bebeu um pouco de água na garrafa, a tampou e colocou sobre a pequena mesa. Ele se virou, sorrindo. Seu sorriso desapareceu. Ele parecia tão espantado quanto eu. Eu desviei o olhar.

“Vamos. Se abracem.” –Disse o fotógrafo.

Nós olhamos para ele e Teddy voltou a olhar para mim. Eu não sabia o que fazer com as minhas mãos. Eu as ficava esfregando uma contra a outra. As colocava para trás. Para frente. Coçava meu antibraço.

“Se aproxime...” –Disse Teddy.

Eu queria fugir de lá. Eu não estava acreditando.

“Qual seu nome?” –Perguntou o fotógrafo. –“Não temos muito tempo.”

“Temos o tempo que ela achar necessário.” –Retrucou Teddy.

Pensei se eu deveria responder Emília ou Yolanda. Eu não queria mentir. Já havia cometido erros o suficiente.

“Yolanda...” –Respondi.

“Então é...”

“Andem logo!” –Disse o fotógrafo.

Acelerei meu passo e o abracei. Imediatamente ele retribuiu. No meio do embaçar dos meus olhos, por causa das lágrimas, pude ver flashes brilharem pela sala. Eu conseguia sentir uma de suas mãos nas minhas costas, me pressionando contra seu corpo.

“Agora olhem pra mim.”

Ignoramos completamente o fotógrafo. Soltei Teddy e fiquei olhando em seus olhos.

“Você está bem!”

Eu afirmei. Eu sorria devido ao nervoso. Ele segurou minhas mãos. Ele suava, enquanto eu estava gelada. O ar condicionado da sala estava extremamente forte, o que contribuía para eu tremer mais ainda.

“Por que sumiu?” –Ele perguntou.

“Dá para tirarmos a foto? Tem uma enorme fila lá fora!”

“É melhor tirarmos a foto dele.”

Teddy sorriu e passou seu braço direito por trás e mim e repousou sua mão direita na minha cintura. Olhei sua mão e fiz o mesmo com ele. Inclinei um pouco minha cabeça para perto de seu ombro e sorri. FLASH. O flash se mentinha vivo em meus olhos e eu o via em qualquer lugar que eu olhasse. Aos tempos ele foi sumindo.

“Sente-se ali.”

Teddy apontou para um pequeno sofá branco e lá esperei por meia hora. Vi pessoas chorarem, umas o pedir em casamento, outras deram ursos ou outro presente. Umas apenas tiravam a foto e iam embora. Quando terminou, o fotógrafo tirou o cartão de memória de sua máquina e se dirigiu para seu notebook. Teddy tirou seu moletom e estava com uma blusa vermelha de meia manga. Pude ver seu braço esquerdo todo tatuado. Ele havia mencionado que gostava de tatuagens um dia, mas não imaginei que seria tanto. Seu braço estava quase fechado. Era lindo. Ele pegou outra garrafa d’água e se sentou ao meu lado.

“Temos uma hora até a passagem de som. Me conte tudo o que aconteceu.”

Ele tomou um gole d’água e me olhou.

“Muita coisa aconteceu, acho que não dá pra contar em uma hora.”

Eu estava com as pernas cruzadas e minhas mãos estavam sobre meu joelho. Ele olhou para minha mão direita e a ficou encarando.

“Noiva?”

Olhei para minha mão e olhei para ele. Afirmei com a cabeça.

“Pois é. Bem que na sua carta dizia que eu teria um namorado.” –Sorri sem graça.

“Noivo.”

“Você está namorando?”

“Talvez.”

“Então está.”

Ele sorriu e tomou água novamente. Meu celular tocou. Era Camilla. Ela falou sobre a foto já ter sido postada. Disse que meus olhos estavam bastante vermelhos, mas a maquiagem ainda estava firme e forte. Ela só reparou nisso. Maquiagem. Ela desligou o telefone.

“Quando vai ser o casamento? Estou convidado?”

“Ah... Dezembro.”

“Você não respondeu minha outra pergunta.”

“Desculpe. Claro que está.”

Ele me perguntou sobre a carta e contei tudo sobre Kelly-Anne. Ele pareceu feliz ao saber que Kelly fez isso e guardou a carta.

“Vinte minutos.” – Disse uma mulher.

Ela parecia da equipe do Teddy. Ela nos avisava quantos minutos faltavam para a passagem de som. Ele não tirava os olhos do meu anel e toda hora elogiava o quanto era bonito e que depois queria conhecer o dono do “bom gosto”. A mulher voltou, o chamando para subir para o palco, era hora da passagem de som.

“Vamos lá.”

“Eu não comprei ingresso pra isso.”

Ele sorriu e estendeu sua mão esquerda. Pude ver melhor suas tatuagens. A segurei e me levantei. Ele me levou até o palco e disse para onde eu deveria ir. Segui por um caminho e rapidamente já estava na pista Premium, ainda vazia. Me localizei no meio da grade e lá me apoiei. Ouvi um barulho de passos rápidos, me virei e vi garotas correndo. Umas carregavam cartazes laranjas nas mãos. Elas se espalharam pela grade. Pude contar cinco meninos, no meio de tantas meninas. Acho que não tinha mais de trinta pessoas ali. Talvez até menos. Teddy entrou no palco e eles começaram a gritar. Notei que ele me procurava no meio deles e sorriu ao me encontrar.


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Notas finais do capítulo

wow, capítulo 100. Tinha que ser algo especial, não? Por isso decidi pular logo para este tão esperado momento. ♥ espero que tenham gostado.
Eu comentei sobre o trailer, então, estou sem editores de vídeo e nao consigo instalar nenhum, deixa isso pra depois :/
Eu tava pensando em criar uma fanpage para a fanfic, porém nao sei.
Muito obrigada por lerem a minha fanfic, estou chegando ao leitor número 100 *-* (registrado no NYAH) Por isso queria a fanpage, pra saber ao certo, quantos leitores existem. AMO VOCÊS, LITTLE LEAVES ♥



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