Sophie POV’s

E agora, aqui estou eu... Num avião com destino á um lugar chamado “arruinando vidas”.

- Dá pra você botar um sorriso nesse rosto, por favor? – Corey me perguntou, me olhando constrangido.

- Não. – falei seca. Aquela história não estava me agradando nem um pouco se quer saber.

- Só estou fazendo isso pro seu bem. – falou, me olhando de canto.

- Dá pra parar, pai? Eu já entendi. Mas não quero conversar, que merda. – bufei, e encaixei minha cabeça entre a janela e a poltrona do avião.

O ouvi murmurar algo, algo pra qual não dei muita atenção e logo adormeci.

- Ei, Soph. Acorda. Chegamos. – Corey falou pausadamente, como se eu fosse criança.

Sorri sínica pra ele, abri o bagageiro do avião e peguei minha bolsa, saindo dali.

- Quando vou pra aquele inferno que chama de internato? – perguntei, em quanto sentávamos na poltrona do aeroporto, esperando minha mãe chegar.

- Não fale assim. – me reprimiu, e revirei os olhos como resposta. – E você vai amanhã, querida, ainda tem o dia livre hoje.

- Ótimo. – falei irônica, mais ou menos tempo não vai fazer diferença se vou ter que ficar enfiada naquele lugar.

Pegamos nossas malas e logo minha mãe chegou.

- Soph! – me abraçou forte.

- Mãe, e ai? – perguntei, sorrindo e ao mesmo tempo querendo ir pra casa dormir.

- Tudo ótimo, vamos então?

- Sim. – falei disparadamente, e sai como um foguete até o carro que distingui ser o dela.

Logo estava eu em casa, desmaiada na cama o dia inteiro. Não iria conhecer Londres, não mesmo: pra quê? Não poderia mais sair depois disso mesmo, e as malas que trouxe, serão as mesmas que levarei pro internato, então meus planos agora são dormir.

- Ei, menina, acorde. – cocei meus olhos e vi uma mulher me cutucando.

- Oi? Quem é você, mesmo? – perguntei, me levantando num pulo.

- Sou Ambrie, empregada daqui. Já coloquei seu café, e está atrasada para a nova escola.

- Hospício, quis dizer. – murmurei.

- Oi? – perguntou, arqueando a sobracelha.

- Ah, nada! – revirei os olhos e fui me trocar.

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Comi qualquer coisa e caminhei até o internato, que era ali perto pelo jeito.

- Nome? – um cara que parecia ser o porteiro ou qualquer coisa do gênero do colégio perguntou.

- Sophie, hm, Sophie Gauthier. – falei, pensando em dar nome falso para não entrar, mas logo descartei a ideia de morar de baixo da ponte.

- Pode entrar, querida. Caminhe até o ginásio, a abertura já começou.

- Abertura? Sério? Que clichê. – falei irônica, revirando os olhos pela milésima vez desde que cheguei aqui.

Senti olhares sobre mim assim que entrei pela porta do ginásio. Sim, estávamos todos no ginásio ouvindo a diretora falando do colégio em si, como funcionava e blá blá blá. Estava distraída olhando ao redor e, não é que aqui tem garotos bonitinhos? Que pelo jeito são “os pegadores” o que já me fez enoja-los.

- Como todos devem saber, uma grade divide o colégio. De um lado meninas e do outro, meninos. – foi uma das coisas que ouvi a diretora dizendo, mas... OI? QUE CARALHO ESSA GRADE TÁ FAZENDO ALI? EU TERIA QUE ESTUDAR SÓ COM ESSAS BONECAS AMBULANTES?

- Vou. Matar. Meu. Pai. – bufei pra mim mesma, morrendo de raiva.

- Cada quarto terá 2 ou 3 pessoas, olhem a folha no quadro de aviso, achem seus nomes e o de quem vocês dividiram seus quartos, vejam o número de cada quarto e passem na secretária para pegar suas chaves. – a voz rabugenta da diretora entrou em meus ouvidos, fazendo-me soltar um arrepio de ódio por estar ali.

- Ótimo, vou ter que dividir o quarto com qualquer uma aí. – Revirei os olhos e fui até o tal quadro de aviso.

Espera, quem é Melaine Clark? Melaine é nome de patricinha. Se eu ficar com uma dessas vadias, a escola vai ter mais uma suicida.

Com toda a disposição que tenho, arrastei-me caminhei até a secretaria, peguei as chaves e fui até a cantina comprar algo.

- Oque vende aqui? – perguntei.

- Vende, bem, sucos, café... – a moça ia falando até um ser aparecer atrás de mim e falar:

- Eu também estou á venda, custa um beijo. – a voz era grossa e arrepiante, preferi nem olhar pra cara do garoto.

- Não sabia que aqui vendia produtos usados. – falei, comprando um café e saindo dali sem olhar pra cara que ele deve ter feito. Ri comigo mesma e fui até meu quarto.

- Que ótimo, e agora? Serei uma garota morta quando alguém souber. – avistei um ser andando de um lado pro outro, apenas fechei a porta atrás de mim e fiquei olhando até ela esbarrar em mim.

- Você perdeu a noção do perigo? – perguntei, quando avistei o café por meu corpo.

- Ei, quem você pensa que é? – ouvi sua voz soar confiante, a encarei com raiva e cheguei mais perto.

- Porque? Tem algum problema comigo?

- E se tivesse? – me olhou.

- Ei, meninas! – uma mulher entrou. – Nada de brigas, estejam prontas para a inauguração do campus.

- Tá. – a garota, que deveria ser Melaine, bufou e a mulher saiu. – Melaine Clark.

- Que bom pra você.

- Nossa, parece até eu. – riu consigo mesma.

- Sophie Gauthier. – sorri pra ela, mesmo que não tenhamos começado bem, ela era uma garota legal. E não, ela não era nem um pouco vadia, muito pelo contrário.

- Você vem na inauguração? – perguntou.

- Sim, mas, porque é dividido? – perguntei, meio curiosa.

- Eu não sei. – dei de ombros. – Alguns meninos são muito perversos, talvez. Sei que eles estavam aqui até agora pouco, e foram mandados pra lá. Mas na inauguração, vai juntar tudo de novo, então não sei pra quê isso.

- Hm, sei. – falei, me tacando na poltrona que havia ali.

- Vamos? – perguntou, meio preguiçosa. E nossa, finalmente achei alguém igual á mim.

- Ah, tá. – falei, me levantando com certa dificuldade de sair do aconchego pra voltar praquele inferno.

Saímos do quarto e fomos andando até o campus, ainda sim senti olhares sobre mim, quer dizer, qual é o problema comigo?

- Entrou esse ano? Nunca te vi por aqui.

- Sim, e você? Estuda aqui desde quando? – perguntei, tentando parecer interessada. Mas na verdade, o que me chamou atenção foi uma pequena acumulação de pessoas em cima de quatro ou cinco garotos que estavam por ali também. Estranhei, mas de qualquer forma, tentei não me importar.

- (...) E é isso. – ela falou, e eu assenti arqueando a sobrancelha. – Você não ouviu nada, né?

Ri.

- Ok. – ela disse. – São os cinco mais populares do colégio.

Notei que Melaine estava desconfortável com o assunto e resolvi cortar.

- Foda-se, né. – sorri sínica, sou bem seletiva com os garotos. Bem, mesmo. E não vai ser qualquer um desses idiotas populares que vai ter algo de mim.

Resolvemos adentrar na escola, ela iria me mostrar a sala de música.

- Ora, estranhas andando juntas, combina. – uma garota nos parou.

As pessoas começavam a se amontoar em volta daquilo

- É, porque não anda com a gente? – outra chegou perto de mim, e eu cuspi no chão como resposta. – Nossa, acabei de te dar a chance de sua vida e você recusa assim? Oque você tem?

- Eu tenho um cérebro, talvez você não saiba oque é isso porque não tem um. Então da licença, por favor. – sai, esbarrando nela e Mel veio atrás rindo.

Logo ouvimos a voz da diretora soar em um breve “venham” e, ainda sendo observada eu fui antes que explodisse ali.

Não ouvi muita coisa do que aquela mulher estava falando, como de costume mas ouvi algo do tipo “cada um pro seu lado” e fui até o lado das garotas, infelizmente teria que olhar na cara daquelas garotas outra vez, mas antes disso um garoto me puxou pelo braço e falou:

- Não liga pra elas, isso é inveja. – olhei pra ele com uma cara sarcástica e logo a desmanchei quando encarei seus olhos, balancei a cabeça levemente saindo daquele mini transe e falei:

- Não sou o tipo de garota que cai nesse charminho. – falei, piscando o olho sínica e sai indo ao encontro de Mel.

- Não acredito. Um dos mais populares falou com você. – me olhou boquiaberta.

- E quem é ele?

- Ele é simplesmente Harry Styles.