No capítulo anterior...

- Você sabe muito bem, James Sirius. Eu vou estudar, porque como você sabe, eu posso ser obrigada a repetir um ano aqui se eu bombar nos N.I.E.M.s.

- Porque quero enfrentar vocês, e não a Lufa-Lufa. De qualquer jeito vamos ganhar... Mas prefiro ganhar de vocês aos panacas Lufanos

-Eu e Rose terminamos de estudar mais cedo, amor. Vai dar pra irmos à festa.

- Temos que conversar.

-Pode falar.

P.O.V Rose Weasley

Como eu diria aquilo à James? No fundo, eu realmente sabia que não existia mais nada, mas talvez ele tivesse pensado em relação ao nosso relacionamento e... Bem, eu não quero magoá-lo.

-Acho que não podemos terminar agora. Eu... – respirei e continuei – Eu te amo, Jay.

-Desculpe, Rose. Eu fui idiota ontem. – disse James meio avoado.

Ele me empurrou contra a parede e me beijou com voracidade, minhas mãos logo encontraram sua nuca, e o puxaram para mais perto, enquanto eu aprofundava o beijo.

Então me dei conta que eu não estava arrepiada, nem mesmo com o coração acelerado. Será que eu só estava percebendo isso agora?

Separamos-nos quando o ar faltou, e em menos de um segundo, eu puxei-o de volta. Ele começou abrir os botões de minha camisa, e parou de me beijar. Então ele sussurrou com uma voz – extremamente sensual – rouca ao meu ouvido:

-Vamos à sala precisa?

Não hesitei antes de dizer que sim.

-Ótimo. – sussurrou ainda ao meu ouvido e mordeu minha orelha.

~~~~

Acordei em uma cama enorme, com lençóis realmente confortáveis.

-Jay? – chamei me virando para o lado.

Estava tudo vazio. Nenhum sinal dele, nem roupas, nem nada. Isso mesmo, passamos a noite juntos e esse panaca some sem deixar sinais. Será que estava me traindo? Não, ele jamais faria isso comigo.

Me vesti e corri até o quadro da mulher gorda.

-Leão Dourado. – disse tediosamente e ela abriu passagem para mim.

Olhei rapidamente pelo salão e logo localizei os cabelos negros e rebeldes de James, conversando com o legume insensível do meu irmão.

-James Sirius Potter porque você sumiu?

Ele sorriu, e me puxou para um beijo bem ahn... impróprio, se é que você me entende.

-Beijos não vão resolver, Sr. Potter. – disse cruzando os braços. – Me diga agora, porque você sumiu de lá. O que teve de tão importante hoje que te fez me largar na cama?

Ele me olhou como se eu fosse louca – o que eu não estou muito longe de ser – e saiu de lá, bufando.

-Jura que você não percebeu que dia é hoje, Rose?! – perguntou Hugo.

Tentei me lembrar e...

-OH! POR MERLIN! Não me diga que...?

-E depois eu sou o legume insensível... – disse Hugo revirando os olhos.

-Shh! – exclamei olhando-o irritada. – Eu tenho que consertar isso.

Oh! E o que eu faço agora?

~~~

P.O.V Dominique

Não posso dizer que acordei, porque eu nem dormi. Fiquei a noite inteira com as palavras de James em minha cabeça. Eu não sou como você pensa!

Será que James Sirius Potter finalmente mudara?

Balancei a cabeça e ignorei esses pensamentos idiotas. James Sirius nunca mudaria. Seria sempre o menino galinha e imaturo de sempre.

Chegando no salão, James veio falar comigo.

-O que você quer? – perguntei grosseira.

-Falar com você. Podemos ir até a sala precisa?

-Não. Se quiser falar comigo, fale aqui. Não se esqueça que você é o namorado da minha prima, e que eu não vou deixar você despedaçar o coração dela assim como você fez comigo. – disse contendo as lágrimas.

-Ah, então é por isso que você não tem coração? Eu o destruí? E o que eu fiz?

-VOCÊ SABE O QUE FEZ! SEU IDIOTA INSENSÍVEL. – disse chorando abertamente, enquanto todos os alunos à volta olhavam para a gente com incrível interesse.

É tão impressionante como o pessoal de Hogwarts é curioso!

-E o que vocês estão olhando? – perguntei grosseira.

-A princesinha de Hogwarts perder a pose. – disse Jenna McLaggen.

ARGH odeio essa menina!

-Eu não ligo pra gente fofoqueira como você, McLaggen. – disse e mostrei o dedo do meio para ela.

Algumas pessoas riram descaradamente. O que é, nunca viram um dedo do meio?

E outras pessoas olhavam surpresas, como se eu estivesse louca.

E talvez eu estivesse louca mesmo.

James me olhou com os olhos arregalados e a boca idiotamente escancarada.

-Eu nunca vou esquecer esse dia. – murmurou. – O dia em que Dominique Weasley se descontrolou.

Fiz um gesto totalmente obsceno para ele e sai de lá como se nada tivesse acontecido.

Um lugar para esquecer as coisas. Pensei. Onde eu fique em paz. Sem ninguém para me perturbar.

Pensei nisso três vezes, e entrei na sala precisa, que agora era uma salinha circular. Escura, e com cortinas roxas desgastadas cobrindo as duas únicas janelas do cômodo. Uma mesinha com um romance trouxa Romeu e Julieta, uma bandeja com duas xícaras com desenhos de coração. Havia também um pufe cinza, de aspecto bem confortável.

Decididamente, esse não era um lugar próprio para esquecer romances falhados. Pelo menos não o ideal para o que eu sofrera.

*Flashback On*

Quinto ano, Hogwarts, 23h09min do dia 27 de maio.

Acordei com o barulho da chuva. Infelizmente. Amanhã – ou até mesmo daqui a cinquenta e um minutos – faria um mês de namoro com o James. Bem, faria...

Continuando, eu sai do dormitório e desci para o Salão Comunal, com planos para ler algumas revistas e alguns feitiços proibidos.

Mas nada disso aconteceu.

Eu apenas desejei ter ficado lá em cima, rolando na cama e tentando, em vão, dormir.

Ou talvez eu poderia nunca ter aceitado namorar com James Sirius Potter.

E lá estava ele, atracado com uma loira qualquer. Uma loira qualquer.

-Hey, Joanne... O que acha de irmos até a sala precisa?  - perguntou alisando seus cabelos.

-Ah, não, Jay...

-Porque não, minha loirinha?

Minha loirinha? Era assim que ele me chamava!

-Vamos, linda! Por mim! – disse fazendo um rostinho fofo, que ele sempre fazia quando queria me convencer a fazer algo ‘errado’.

-Ok. – disse ela se deixando levar.

-Nem tão rápido assim seu vagabundo! – gritei.

-Quem é você? – perguntou Joanne em tom inocente, porém levemente irritado e também confuso.

-A namorada dele! – exclamei. – Ou melhor, a ex-namorada dele!

Joanne se aproximou e deu-lhe um sonoro tapa no rosto.

-Isso é por ter me dito que não estava namorando!! – disse e chutou-lhe no meio das pernas. – E isso, por trair sua namorada!!

Ela foi até perto de mim e me olhou triste.

-Me desculpe... Se eu soubesse jamais faria isso. – disse timidamente.

-Eu entendo, Joanne. – disse sorrindo tristemente. – É esse vagabundo que não presta.

Ela subiu para o dormitório.

Assim que ela saiu esqueci de tentar me manter forte.

-Estamos terminando. – disse para ele.

Deixei as lágrimas caírem pelo meu rosto, e quando vi eu já estava caída no chão, chorando aos prantos.

James não disse uma única palavra. Ouvi passos se distanciarem.

Era James Sirius indo embora, sem ao menos ligar para o que ele me causou.

*Flashback Off*

Após mais de uma hora na sala precisa, eu saí de lá, percebendo que seria impossível esquecer ele, e pior: o que ele fez a mim.

Mas mesmo assim, uma voz dentro de minha cabeça murmurava: Esqueça isso, Dominique. Apenas esqueça e siga em frente. Você consegue superar.

Mas não, eu não conseguia, e soube isso no exato momento onde ele apareceu na minha frente. Os olhos vermelhos e úmidos.

-O que foi? – perguntei em tom inexpressivo.

-Precisamos conversar Dominique. Nem tudo foi como você pensa.

-Tudo foi como eu penso! – exclamei sentindo as lágrimas escorrendo pela minha bochecha.

Ele me pegou para o braço e me puxou para a sala precisa.

-Nós precisamos conversar. – disse sentando-se no sofá que estava ali.

-O que você quer?

-Eu quero pedir desculpas. Aquele foi o pior dia da minha vida. Você foi a única pessoa que eu amei verdadeiramente, Dommy. A única que me faz bem... Eu sempre te amei. E ainda te amo. Te ver com o asqueroso do Malfoy me faz odiar ele ainda mais...

As lágrimas rolavam pela minha face. Eu fazendo de tudo para esquecê-lo e ele aparece para me dizer coisas bonitas? Impossível Merlin me odiar mais.

-Então porque ainda está com Rose? – verbalizei a pergunta que há tanto tempo martelava em minha cabeça.

-Eu não quero magoá-la! – exclamou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

-Mas você não pensou em mim na hora de levar Joanne para a sala precisa!

-EU TE AMO DOMINIQUE! EU ESTAVA BÊBADO AQUELA NOITE! EU NUNCA ESQUECI VOCÊ E NUNCA VOU TE ESQUECER! VOCÊ FOI A ÚNICA COISA PURA E VERDADEIRA EM MINHA VIDA, E EU NÃO VOU TE PERDER DE NOVO, OK? – ele gritou, me segurando fortemente.

Eu senti medo dele, pela primeira vez em minha vida.

- Eu não entendo isso, você me ilude e depois vem com essas historinhas!! O que você quer hein?

Ele me olhou de um jeito que me fez sentir muito mais amedrontada do que antes.

-Eu só quero que você perceba que eu te amo, Dominique. Só isso.

-MAS NÃO É O QUE VOCÊ DEMONSTRA! SEU ENERGÚMENO!! – gritei saindo de lá, ignorando as lágrimas que caíam.