The Girl Next Door escrita por Fernanda Meinert


Capítulo 10
Paint war


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está mais um capítulo. Eu queria agradecer pelas reviews e pelo modo como aceitaram a fic. Eu adoro escrever essa história. É como... tomar café com bolinhos num lugar aconchegante enquanto está garoando lá fora. Não me perguntem o porquê disso, por que nem eu sei.É... confortável? Talvez essa não seja a palavra certa. Acho que "acolheodor" se encaixaria. Divertido também. Aconchegante... não sei. Eu só... gosto bastante haha boa leitura.



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Quinn acordou inspirada. Ela não sabia o porquê. Mas assim que abriu os olhos, milhares de ideias para pintar quadros dominaram sua mente. E ela agradeceu por isso. Não podia continuar sem um trabalho. Mas também não poderia achar um emprego sem algum material.

Talvez os acontecimentos de ontem a noite fossem responsáveis por toda essa criatividade. E toda vez que ela pensava nisso, um sorriso ridiculamente gigante tomava conta de sua face.

E agora ela estava em seu ateliê. Com uma tela de um metro quadrado a sua frente. As cores formavam uma mistura interessante. A pintura não era imagem específica. Quinn apenas espirrava tinta com o pincel e às vezes pincelava aleatoriamente. Mas o resultado estava lhe agradando.

O cômodo permanecia coberto por jornais. Porque o ar às vezes também era alvo das pinceladas de Quinn. Além de seu rosto, roupas e cabelo que felizmente estava preso.

Levou as mãos à cintura e examinou o quadro. Decidiu que havia terminado. Então, com um pincel mais fino, assinou seu nome no canto direito da tela, em tinta preta. Sorriu. Ela sempre sentira orgulho de sua arte.

Largou os pincéis na sua mesa e levou o cavalete para longe da janela. Não seria nada legal se sua pintura criasse bolhas. Achou um bom lugar em uma das extremidades do quarto. Perfeito.

E por incrível que pareça, Quinn sentia-se cansada. Pintar exigia um grande esforço físico. Ao menos para ela. Quando traçava as linhas, jogava seu braço para um lado e depois para o outro. Quase como uma dança. Isso tornava tudo mais divertido, ainda mais com música.

Levou as costas da mão à testa para limpar o suor, deixando no lugar um grande risco azul. Sentiu a tinta em sua pele e então olhou para suas mãos. Elas estavam sujas de uma mistura de azul, laranja e amarelo. Ela tinha que começar a se lembrar de limpar suas mãos antes de fazer qualquer coisa. Mas não acreditava que adiantaria alguma coisa. De um jeito ou de outro, sempre haveria tinta nela.

Escutou algumas batidas em sua porta. Quem seria? Antes de deixar o ateliê, limpou as duas mãos no pano úmido e surrado e olhou para si mesma. Seu velho moletom estava numa mistura de diversas cores. Ela tinha mesmo sérios problemas.

Andou rapidamente até a porta enquanto gritava um “já vai!”. Não se arriscou em soltar seu cabelo. Talvez houvesse tinta em seu pescoço.

Girou a chave, destrancando a porta.

“Josh!” Disse surpresa enquanto encara o moreno sorridente a sua frente.

“Olá, Quinn.” Ele se aproximou para abraçá-la. No entanto, recuou. “Acho melhor não.”

“Realmente.” Quinn disse risonha. “Entra.” Ele murmurou um “licença” e adentrou o apartamento.

“Uau. É aconchegante.” Ele disse depois de examinar o lugar.

“Obrigada. Pode sentar. Quer beber alguma coisa?” Perguntava enquanto se dirigia a cozinha.

“Se não se importar. Vim andando.” Josh sentava-se no sofá.

“Sem problemas.” Voltou com dois copos de água. Entregou um a Josh e bebeu o outro em um gole só.

Ia sentar-se no sofá. Mas achou que não seria uma boa idéia. Já bastava ela parecendo um arco iris. Optou por se acomodar no chão.

“Então, o que te trás aqui?” Quinn perguntou intrigada enquanto levantava um pouco a cabeça para conseguir olhar no rosto de Josh.

“Pensei que poderíamos fazer algo.” A loira sorriu. Realmente apreciava a companhia de Josh.

“Poderia ter me ligado.” Respondeu sorrindo.

“Eu aprecio os antigos hábitos.”

“Certo.” O silêncio se instalou e Quinn começou a se perguntar por que diabos Josh não tirava os olhos dela.

“Quinn...” Ele disse depois de algum tempo. “Você sabe que tem um borrão azul gigante na sua testa, não sabe?”

“Oh, sério? Eu nem tinha percebido.” Respondeu divertida.

“Deveria tentar pintura corporal, dizem que dá dinheiro.” Disse no mesmo tom.

“Vou levar em conta. Mas acho que diria que isso” Apontou para sua testa. “Está mais para arte moderna no meu próprio corpo.”

“Oh, entendo.”

“Sério?”

“Não.” Ambos riram. “Mas eu ficaria lisonjeado em ver algum de seus quadros.”

“Lamento, mas terá que esperar.”

“Por quê?” Pareceu decepcionado. Quinn riu.

“Porque sou uma artista. Preciso de meu tempo. Um pouco de drama sempre é bom.” No momento em que disse a frase, Rachel Berry apareceu como um raio em sua cabeça. Isso parecia exatamente o que a diva diria. Quinn sorriu.

“Posso saber o que está te causando esses sorrisos? Desde que cheguei aqui eles não param de aparecer. Seria por minha causa? Quinn Fabray está pensado em considerar minha proposta daquela noite?” Disse a última frase com uma sobrancelha sedutoramente arqueada.

“Por favor, você não é digno de minha atração.” Josh olhou para ela, indignado. Fazendo-a sorrir mais uma vez. “Mas você se importa de ser minha melhor amiga com pênis novamente?”

“Nunca, meu amor.”

“Não abuse.”

“Desculpa.” Eles riram.

“Tive um grande progresso com Rachel ontem a noite.” Suspirou contendo o sorriso.

“Com progresso você quer dizer...” Josh fez alguns gestos obscenos que obrigaram Quinn a esticar a perna e atingir a canela do amigo. “Au!” Ele gritou enquanto esfregava o lugar atingido.

“Não! Claro que não!” Não sabia como Josh havia pensado uma coisa daquelas. Era certo que não poderia culpá-lo. Sendo que até ela já tinha pensado coisas desse tipo. Mas apenas uma suposição. Não tinha realmente considerado a hipótese.

“Droga. Pensei que ia ouvir uma narração de sexo quente entre duas garotas. Isso teria feito minha vinda até aqui valer a pena” Quinn corou com as imagens que vieram na sua cabeça. E então chutou Josh mais uma vez. “Porra! Quinn!”

“Você precisa se tratar.”

“Errado. Eu preciso de sexo.”

“Veio procurar no lugar errado.”

“Eu não estaria tão certo disso.” Ele começou a se levantar.

“Josh... O que você está fazendo?” Perguntou enquanto se levantava também, tentado se afastar do moreno. “Josh...” Teve apenas um sorrisinho em resposta.

“Já que não quer fazer sexo comigo, sofrerá com cócegas eternas!” Ele disse com a voz grossa, soando como uma maldição.

Quinn gritou e saiu correndo, com Josh logo atrás dela.  A loira soltou o sofá e correu até a mesa, tentando impedir que o moreno chegasse até ela. Circularam o móvel algumas vezes. Até que Quinn conseguiu escapar e correu até seu ateliê, onde se armou com um pincel e tinta roxa.

“Não ouse chegar mais perto, Sir Joshua Roseveltt III.” A loira proferiu com a voz grossa. O sobrenome ela havia inventado. Porque de fato não sabia o de Josh. O moreno também pegou um pincel, apontando-o para a loira.

“Sinto-lhe dizer donzela do reino de tão tão distante.” Quinn riu com a citação de Shrek. “que também estou armado e não sentiria remorso em atacar à senhorita. E pergunto-lhe, que porra de sobrenome é esse que inventaste?” Os dois falavam como se estivesse na era medieval o que tornava tudo mais cômico e difícil de segurar o riso.

“Sinto se não me disseste o teu. Mas devo admitir que caiu bem a vossa senhoria.”

“Agradeço-lhe.” Estufou o peito. “Mas creio que seja a hora de atacá-la.”

“De fato.” Quinn proferiu. Correu até Josh, pincelando a camisa branca do rapaz. E então escapou pela porta.

“Você me paga, Quinn Fabray!” Ouviu o moreno gritando do quarto. E segundos depois aparecendo na porta, cambaleando como se estivesse ferido. Mantinha a expressão dolorida no rosto quando caiu de joelhos com a mão no peito.

“Últimas palavras?” Quinn se posicionou a frente do rapaz com as mãos descansando na cintura.

“Sim.” Josh mantinha a respiração irregular e a dor na face. “Eu sou seu pai.” Ele disse e então se jogou para frente, morto.

Quinn começou a rir. Rir muito. E muito alto. E acabou se juntando a Josh no chão. Que começou a gargalhar junto dela. Os dois estavam literalmente rolando e seus rostos estavam vermelhos. Como que eles conseguiram passar da idade média para Star Wars?

A loira tentava parar. Porque, céus! Ela precisava de ar. O estômago estava começando a doer muito. Levou as duas mãos a barriga e começou a respirar fundo. E se deu conta que Josh fazia o mesmo.

Eles se olharam com leves sorrisos na face quando finalmente conseguiram se acalmar. O rapaz levou a mão aos cabelos de Quinn e bagunçou-os de leve. Deixando seu rabo de cavalo desregulado. A loira fez o mesmo com o amigo, que sorriu.

“Tenho que admitir, você foi uma boa adversária.” Josh se levantou e estendeu a mão a Quinn, que se pôs de pé também.

“Eu sei.” A loira apertou a mãos estendida do moreno, que revirou os olhos diante da atitude de Quinn.

“Convencida.” Murmurou.

“Eu ouvi isso!” A artista gritou da cozinha enquanto servia dois copos de água.

Josh foi até ela e tomou o líquido com gosto.

“Obrigado.”

“Desculpa não ter nada mais para oferecer. Não tive de tempo de fazer muitas compras ainda.”

“Sem problemas.” Os dois sentaram-se à bancada. Um silêncio confortável se instalou. Ainda sentiam-se muito cansandos para começar qualquer tipo de assunto.

Quinn estava emergida em seus pensamentos quando insistentes batidas na porta ecoaram em sua mente. Josh olhava para ela, esperando que atendesse logo a porta. Levantou-se e abriu-a.

“OláMEU DEUS DO CÉU! Quinn, tem um bicho azul na sua testa!” Santana tinha os olhos arregalados e se preparava para dar um tapa na loira.

“Não Santana, espera!” Quinn gritou antes que fosse atingida por um tapa da latina. “É tinta.” A expressão da amiga de suavizou.

“Já inventaram as telas, sabia?” Quinn revirou os olhos, permitindo que Santana entrasse.

A latina deu alguns passos e então seus olhos pararam no atraente homem sentado à bancada de sua amiga. Ele portava um sorriso encantador. E ela não conseguiu não retribuír. Então começou a analisar a situação. Quinn tinha os cabelos bagunçados e o rapaz também. Ambos estavam sujos de tinta e sorriam como idiotas. Droga. Rachel não ia gostar de saber disso.

“Desculpa, eu não sabia que tinha companhia.” Santana murmurou. Já sentindo a dor da pequena diva que a esperava em casa.

“Oh, não tem problema, eu já estava indo.” Josh se levantava e apanhava a jaqueta que trouxera consigo. “Você deve ser Santana, certo?” O rapaz se lembrava de Quinn ter falado muito sobre ela.

“Sim.” Santana sabia que não devia gostar dele. Mas o moreno era encatador e gentil. Detalhe que ela era lésbica.

“Sou Josh. Prazer em te conhecer.” Eles apertaram as mãos. A latina se limitou a assentir.

O rapaz de digiriu à Quinn.

“E você Fabray, me deve uma nova camiseta.” Ele disse fechando a jaqueta para esconder a mancha de tinta.

“Vai sonhando.” Os dois riram e Josh beijou a testa de Quinn que sorriu. E novamente Santana sentiu pena da sua melhor amiga da porta da frente.

Quinn virou sorridente para latina. Ela teve vontade de dar um soco na cara da loira. Não podia acreditar que a artista já estivesse construindo um relacionamento. Fazia apenas uma semana que estava na cidade. Isso era tão injusto. Quinn não tinha o direito de magoar Rachel dessa forma. Era certo que a loira mal sabia que estava fazendo. Mas não queria ver o coraçãozinho da sua pequena quebrado novamente.

Primeiro o babaca do Jessie. Depois o idiota do Finn. O chato do Brody. E agora Quinn. Rachel não tinha sorte no amor. E isso deixava a latina triste. Ela não era a melhor nisso. Mas ao menos tinha Britt. Elas não estavam em um relacionamento, porém sempre seriam uma da outra. Não importava a distância ou o momento. Elas se pertenciam.

Mas Rachel não tinha esse “alguém”. Ela estava sempre sozinha. E Santana se sentia tão mal por isso. A morena fingia não se importar. Mas a latina sabia que ela o fazia. Ninguém vive sem amor.

E quando os sonhos de Rachel com Quinn começaram, Santana criou uma certa esperança. E ontem a noite, quando tiveram aquela conversa, a latina percebeu que a morena também criou.

Santana suspirou cansada.

“Está tudo bem?” Quinn perguntou. Sua amiga já estava ali parada há algum tempo, com o olhar fixo no chão.

“Sim... está.” Ela passou a mão na testa. “Eu queria saber se você quer jantar com a gente hoje. Rachel vai cozinhar uma massa.” Santana já não sabia se era uma boa ideia.

“Eu adoraria!” Quinn abriu o mais maravilhoso dos sorrisos.

“Tudo bem. Pode ir para lá quando quiser.”

“Certo. Vou só tomar um banho e já estou indo.” O sorriso não saia do rosto de Quinn e a latina percebeu. Afinal de contas, o que estava acontecendo?

“Até depois.” Santana foi para seu apartamento.

Quinn fechou a porta. Para então correr até meio da sala e começar a dançar. Esse seria o melhor dia da semana. Ela foi até o banheiro fazendo um moon walk improvisado. Despiu-se das roupas coloridas e foi para baixo do chuveiro.

A água escorreu pelo seu corpo. Levando consigo as mais varidas cores. Quinn definitivamennte tinha problemas com isso. E então ela se pegou pensando em Rachel de novo. O que será que ela acharia do retrato que a loira pintou?

Quin sorriu. Estar com a morena era sempre algo maravilhoso. A loira ainda se assutava com a intensidade desse sentimento. Mas preferia não pensar. Ela só queria sentir.

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Quinn vestiu uma calça jeans e uma blusa confortável. Não precisava e nem queria vestir algo extravagante. Penteou os cabelos ainda molhados e vestiu suas sapatilhas.

Antes de sair, passou na cozinha e pegou um bolo pronto que havia comprado aquele dia no mercado.

Trancou a porta de seu apartamento. E bateu na de Rachel três vezes. Para que em menos de trista segundos, a morena aparecesse vestindo um shorts vermelho e uma blusa amarela. Portava um grande sorriso que acabou contagiando o de Quinn.

“Oi.” Rachel disse tímida. Reparando em como a loira estava linda.

“Oi.” Quinn devolveu no mesmo tom. “Eu trouxe para você... quer dizer, para a sobremesa.” Estendeu o bolo para a morena e sentiu-se extremamente idiota pelo o que tinha falado. Rachel apenas riu da inocência da loira e pediu que entrasse.

Quinn, com passos hesitantes foi chegando até a cozinha, que era junto da sala, assim como em seu apartamento. Encontrou uma Santana desesesperada tentanto não queimar os três tipos de molho que estavam no fogão.

“Oh! Rachel! Graças a Deus! Eu vou queimar isso!” A latina mudava a colher de panela desesperadamente, tentando mexer todos. Rachel soltou uma risada gostosa que acabou arrepiando Quinn. Quando a loira sentiu isso, ela instantaneamente arregalou os olhos.

“Está tudo bem, Quinn?” Santana estranhou a expressão da amiga.

“S-sim.” Tratou de dissimular. No entanto, começou a examinar Rachel que estava de costas para ela, parando em suas pernas. A latina não deixou passar despercebido, sorrindo de canto.

Ouviu-se um toque de celular e em seguida Santana se desculpando e pedindo licença.

“Pode se sentar se quiser, Quinn.” A morena disse enquanto mexia os molhos.

Quinn se acomodou em uma das banquetas do balcão e ficou assistindo Rachel. E isso foi muito mais interessante do que ela imaginou.

Rachel sentia-se intimidada com a intensidade do olhar que a loira mantinha sobre ela. Mas ela meio que gostava dessa atenção. Talvez Santana estivesse certa, talvez ela sentisse algo mais pela loira. O que explicaria muito bem o quase estado de depressão que a morena se meteu quando Quinn a abandonou. Sacudiu a cabeça, livrando-se dos pensamentos.

“No que está pensando?” Quinn perguntou.

“Nada.” A morena deu de ombros. Mantendo sua atenção nos molhos.

“O cheiro está realmente muito bom.” A loira tentava puxar assunto. Rachel sorriu.

“Obrigada.”

Quinn se deu conta que ainda tinha muita coisa a averiguar sobre a vida da morena e decidiu que essa era a hora para as perguntar. Respirou fundo.

“Rach?”

“Sim?” A morena sorriu com o apelido.

“Posso te fazer umas perguntas?” Rachel respirou fundo. Não seria fácil. Mas concordou com a cabeça. Ela sempre teria os molhos para de distrair. “O que aconteceu com o Finn?” A morena respirou fundo. “Se não quiser responder eu vou entender.”

“Não, tudo bem.” Respirou mais uma vez. “Obviamente nós não estamos mais juntos. Mas... Acabamos voltando no meu segundo ano de faculdade. Então eu percebi que realmente não era para dar certo. E terminei com ele. Foi difícil. Sabe... se livrar do seu primeiro amor por uma segunda vez, mas eu não o amava mais. E ele não era mais o mesmo. Não estou dizendo que ele piorou. Só não sentíamos mais as mesmas coisas.” Deu de ombros.

“E você namorou mais alguém?” Quinn estava curiosa.

“Quinn Fabray, por que esse interesse repentino na minha vida amorosa?” Rachel perguntou sorrindo e a loira corou, mas tratou logo de dissimular.

“N-nada. Só curiosidade. Quero saber tudo o que perdi de sua vida.” Rachel tentou disfarçar a pontada de decepção que surgiu em seu peito.

“Bom... no meu primeiro ano de faculdade eu namorei um garoto chamado Brody.” Quinn tentou não rir, mas tinha achado o nome terrivelmente engraçado. “Ele era um cara legal. Ainda somo amigos. Mas também não deu certo.” Uma expressão tristonha apareceu no rosto moreno. “Ele era uma boa companhia, mas não tinha amor. E Santana não gostava muito dele.” Sorriu. “Isso torna tudo mais complicado.” Quinn riu porque ela podia imaginar a situação.

“Mais alguém?”

“Não.”

“E Kurt? Vocês ainda se falam.”

“Claro. Ele está aqui em Nova York.” Quinn olhou surpresa.

“Não sabia? Na verdade, ele é seu vizinho de janela.”

“O que?” Quinn perguntou um pouco mais alto. Rachel a olhou assustada. “Desculpe.” Murmurou. Mas saber que Kurt era quem morava naquele apartamento ao lado do seu era desconcertante.

“Só para você saber, ele te odeia.” Rachel disse risonha.

“Novidade.” A loira riu sem humor.

“Oh, não fique assim, Q!” A morena disse divertida. Mas o uso de seu apelido fez o coração de Quinn acelerar. O que está acontecendo comigo? “Mais perguntas?”

“O que você sabe sobre o pessoal do Glee Club?” Quinn perguntou, temendo a resposta.

“Sam mora aqui perto. Abriu uma gravadora que está começando a fazer sucesso. Puck mora em Los Angeles, mas vem pra cá de vez enquando. Parece que o negócio de piscinas deu realmente certo. Mercedes está gravando seu primeiro disco na Califórnia. Ela também vem nos visitar nos feriados. Mike está fazendo uma turnê com a Lady Gaga nesse exato momento.” A loira arregalou os olhos. “Chocante, não é? Tina virou agente dele. Sugar está na Califórnia com Mercedes e virou sua assistente pessoal. Mas elas mantem uma relação bem amigável. Finn deixou o exercíto e trabalha com... bem não sei ao certo, algo com futebol. “Quinn riu. “Kurt é redator da Vogue. E Joe Hart...“ Quinn gemeu de frustração quando ouviu esse nome.

“O que foi?” Rachel perguntou intrigada.

“Não quero saber dele. Foi à Yale mil vezes me procurando e querendo construir algo comigo.” Rachel sentiu o ciúmes invadir-lhe o peito. Tanto por o garoto tentar algo com a garota que ela estava traída, mas tinha problemas em admitir e porque ele teve contato com Quinn nesses quatro anos e ela não. Mas a morena nada disse.

“Mas continuando, vocês mantem contato?”

“Oh, sim!” Rachel tinha um sorriso sincero no rosto. “Passamos as festividades anuais juntos. Menos Joe.” Ela olhou para Quinn sorrindo. A loira sorriu de volta.

Mas aquele sorriso era na verdade uma máscara. Ainda tentava processar toda a informação que tinha recebido. E sentia-se tão culpada sabendo que todos eles manteram contato e ela fugiu. Desapareceu. Tentou não pensar muito nisso, mas era difícil.

“Ah, e só para deixar claro, todos eles te odeiam.” Rachel olhou para a loira fazendo biquinho. Quinn não pode deixar de sorrir. A loira jogou os braços para cima e gritou:

“Céus!” Rachel riu.

Quando Santana voltou, o jantar já estava pronto. Elas sentaram-se na mesa enquanto a latina falava sobre seu dia. E a loira amava isso. Estar perto de pessoas que ela conhecia e amava. Amava? Sim, amava. A trazia uma familiaridade num lugar desconhecido. Era acolhedor.

“E você Rach, o que fez?” A latina perguntou com a boca cheia de macarrão ao sugo.

“Ensaio. Só.” Deu de ombros.

“Em que peça está encenando?” Quinn se deu conta que ainda não tinha perguntado.

“Wicked!” Rachel disse animada. “Sou Elphaba.” A loira sorriu de orelha a orelha.

“Isso é fantástico.” Rachel sorriu.

Um silêncio confortável se estabeleceu. No entanto, Santana não se conteve e teve que perguntar:

“Quinn, da onde você conhece Josh?” Rachel olhou para as duas confusa. Mas esperou a loira falar.

“No meu terceiro dia aqui, sai para passear. Acabei indo no Bar 169, conhecem?” Elas assentiram.

“Vamos sempre lá.” Santana comentou.

“Eu estava lá e ele veio dar em cima de mim.” Algo no estomago de Rachel revirou e ela teve que cuidar para não deixar a decepção transparecer. A latina notou e sentiu pela amiga. “Mas eu não queria nada com ele. Josh estava na verdade me usando para conseguir outras garotas.” Quinn sorriu com a lembrança. “E acabamos ficando amigos depois disso. Ele se mostrou alguém muito legal. E me ajudou bastante com algumas coisas.” Quinn deu de ombros.

“Hmm.” Foi tudo que Santana disse. Talvez os dois não estivessem em um relacionamento. Mas não significava que não existia a possibilidade de surgir um.

Já Rachel nada disse. E seu apetite desaparecera completamente.


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