Ao ler o primeiro nome da carta, sendo destinada a Charles, Missy olhou pela janela, o carro de sua mãe estava estacionando na garagem, cuidadosamente desceu as escadas tentando ser rápida, colocou a carta no meio dos cadernos e tentou endireitar a parede do quarto para que sua mãe não reparasse em nada. Só deu tempo de Missy endireitar o quarto, deitar na cama que a porta se abre.

– Então, o que achou? - Sua mãe tinha um sorriso no rosto.

– Achei lindo, gostei muito.

– Melissa, quero que conheça uma pessoa. - Sua mãe chegou para o lado deixando um homem passar pela porta e entrar no quarto. Ele era alto, magro e tinha os cabelos loiros cacheados - Esse é Will, um grande amigo meu, pode confiar nele, caso qualquer coisa acontecer pode falar com ele.

Missy olhou para o homem, os olhos dele eram um tom de cinza que ela não conseguia descrever, nunca tinha visto olhos tão penetrantes antes,

– Oi, prazer. - Missy o olhava com um sorriso.

– Sua mãe me disse muito sobre você. - Ele sorriu e continuou olhando para ela. - é como se eu já a conhecesse.

– Então... - Elizabeth disse cortando o assunto. - Melissa, vai dormir, amanhã você tem escola.

Sua mãe a deixou sozinha no quarto, Missy pegou suas roupas de dormir e deitou.

Ela não conseguia pensar em outra coisa, era sempre os olhos acinzentados de Will, o parque e as árvores, o animal que pensou ter visto que era frande de mais para ser uma ave, e o sorriso sobre de um ser que parecia um anjo. Anjos não existem, muito menos na terra.

Quando começou a ouvir uma conversa entre sua mãe e Will, ela saiu do quarto tentando não fazer barulho, e pôde ouvir os dois conversando na cozinha.

– O qe foi aquilo de "é como se eu já conhecesse você"? Não fale assim, já está sendo difícil para mim! - Elizabeth parecia estar furiosa, coisa que só acontecia as vezes, Missy sempre achava sua mãe calma demais.

– Lize! - Ele disse com um tom íntimo demais, Missy ercebeu que era a única pessoa que havia chamado sua mãe desse jeito. - Você acha que vai conseguir deixar as coisas assim por quanto tempo? Melissa tem 16 anos, já está na idade.

O que elizabeth pdoeria esconder de sua filha? Missy já tinha idade para o que? Ela não poderia acreditar que sua mãe escondeu algo sobre ela.

– Eu só estou tentando proteger minha filha! - Missy sentiu que sua mãe deveria estar chorando. - Mas sei que ela vai descobrir, tem 16 anos, e já passou a enxerar, pensava que onde morávamos seria seguro, mas... - Elizabeth hesitou por um momento. - Só quero que minha filha não faça parte desse mundo. Não seja como ele.

– Ela nasceu assim, são suas origens, não pode negar isso a ela.

Logo depois Missy não ouviu mas nada, sua mãe e Will sairam, e ela não conseguia pegar no sono. O que será que sua mãe poderia saber? Que mundo seria aquele, sem ser o que ela vive? O que Will teria haver com isso? Era de sua vida que se tratava.

Com o passar do tempo, caiu no sono. Sonhada com árvores grandes, e uma mansão enorme,em gritos e choros, em anjos que se desesperavam, e em uma gargalhada que soava alto de mais, e que a provocava medo. Acordou aflita sem saber o que fazer. Não poderia contar com a ajuda de sua mãe agora, então estaria sozinha no mundo? Ficou pensando a noite inteira até pegar no sono minutos antes de ter que acordar para a escola.

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– Melissa acorda agora! - Missy pôde ouvir a mãe gritando da escada.

Mas já estava pronta, com os cabelos negros presos, com uma roupa pronta para ir para escola e encontrar sua amiga, descendo sua mãe a esperava sentada na mesa.

– Fiz panquecas!

Missy pegou um pequeno pedaço e o colocou na boca.

– Não estou com tanta fome assim.

– Seja como for querida. Preparada para encontrar Patrícia hoje na escola?

– Não vejo a hora de encontrar ela.

– Patrícia é uma boa garota, era muito amiga da mãe dela, antes dela falecer. Patrícia é como você. Sempre esteja ao lado dela.

– Como assim igual a mim?

O olhar de Elizabeth mudou, como se tivesse falado algo que não deveria.

– Quero dizer.... Vocês são muito parecidas.

Missy não sabia porque, mas viu que o olhar da mãe mudou, e que provavelmente, não era só isso que era parecida com Patty.

– Seja como for, estou indo.

Missy pegou sua mochila, levantou, e fechou a porta de casa logo atrás.

E de longe, algo a observava.