Blue, Red And Grey escrita por Madonna Of The Wasps


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Esse foi o maior capítulo da fic até agora :D



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– Não e aquela vez que... – Roger ria com John enquanto deixava a fumaça do seu cigarro subir pra cima. Logo uma pessoa chegara à porta do estúdio aonde os dois conversavam. Era Mary.

– Roger – Ela começou a dizer – Podemos conversar lá fora, sozinhos?

O vocalista do The Who deu um forte suspiro, e olhou pra John, que assentiu entendendo sua situação.

– Tudo bem... – Ele se levantou, apagando o cigarro em um cinzeiro próximo, e indo até a porta.

Quando ele saiu do lado de dentro, Mary deu um aceno rápido pra se despedir de John, que ficara sozinho lá.

– O que é? - Roger perguntou um pouco impaciente.

– Por favor, volta pra mim... – Ela colocou os braços em volta dele, dando um abraço apertado. – Não faz ideia de como sinto sua falta...

Roger fez uma expressão triste, e logo tocou no queixo de Mary levantando sua cabeça, a encarando de um jeito mais delicado o possível.

– Desculpe Mary... – Ele começou a dizer calmamente, procurando ser o mais delicado possível. – Você pode me amar ainda, mas eu não... Não como antes.

Lágrimas começaram a rolar do suave rosto da garota. Não queria perder Roger, não mais. Ele se soltou dela, ainda olhando triste.

– Não faça isso! – Ela começou a soluçar.

– Desculpe... – Ele respondeu tristemente. – Acho que nós dois sabemos que é a hora de conhecermos novas pessoas.

– Elas não importam! – Ela gritou, chorando. – O que eu quero é você!

– Mas eu não quero você. – Ele disse, enfim. E Mary sentiu seu coração rachar, bem profundamente, ao ouvir aquelas palavras.

Roger a deixou lá, enquanto voltava pro estúdio.

– E então? – John perguntou ao vê-lo entrar.

– Já conseguir dispensar ela. Ela nem era tão legal assim, sabe... – Ele respondeu aliviado. – Acho que eu vou pra casa, Ox... Estou cansado.

– Tudo bem, até mais.

– Até.

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– Sabe o que a gente esqueceu? – Dani falou quando finalmente se soltara do abraço de Pete. – Hoje completamos 7 meses de namoro.

– Ahn... – Pete falou de um jeito estranho, a deixando desconfiada.

– O que é que você andou tramando?

– Eu sabia disso... – Ele falou com um sorriso sem graça. – Ia te levar em um restaurante chique pra comemorarmos. Fiz as reservas a uma semana atrás, é um lugar meio difícil de se conseguir uma mesa.

– Awn, Pete! – Ela abraçou o seu pescoço, espalhando muitos beijos em seu rosto. – Você fez isso por mim?

– Por nós, meu doce.

Ela sorriu, dando um selinho rápido nele.

– Vou me arrumar logo e nós vamos lá! – Ela falou pegando umas roupas no armário e indo pro banheiro.

– Não demora, viu... – Ele falou rindo.

– Não vou.

E nem demorou mesmo. Uma meia hora depois Dani já estava pronta, e os dois saíram.

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John estava arrumando suas coisas para ir embora, até que ouviu um choro fino.

“Devia me preocupar com isso?” Ele se perguntou um pouco aflito.

O choro não era tão alto, mas era de se dar agonia. Logo ele ignorou seus pensamentos e foi até aonde aquele som depreciante vinha. O banheiro feminino.

– Olá? – Ele perguntou num tom de voz médio, perto da porta.

O choro se interrompeu um pouco, e uma voz fina respondera:

– O que é?

– Ouvi você chorando lá do estúdio onde eu estava. – Ele começou a explicar. – Fiquei intrigado com o que aconteceu.

Logo ele viu a maçaneta da porta girar, e uma moça saindo assim que a porta abriu.

– Não é nada demais... – Ela secava uma lágrima, com a maquiagem um pouco borrada.

– Espera, você não é a ex do Roger? – Ele perguntou prestando mais atenção em sua aparência.

– Sou... Por mais estúpido que seja, estou chorando por causa dele.

– Eu tenho umas vagas lembranças de você... Mas ele quase nunca te levava pra coisas relacionadas com a banda, e ainda mais nem chegamos a conversar... Seu nome é Mary, certo?

– É sim.

– Bom, Mary... Não fique assim por causa do Roger. Você é uma moça bonita, tenho certeza que vai achar alguém logo!

– Não tão rápido... As garotas caem matando nele, já no meu caso é meio complicado alguém se interessar tão fácil.

– Vai saber...

Logo os dois ficaram conversando no corredor por um tempo, aproveitando o momento.


Mas o que ninguém esperava é que uma forte tempestade invadiria aquela linda tarde londrina.

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Evelyn fitava o papel a sua frente, segurando um lápis com a mão esquerda, a que não estava quebrada.

Pensava loucamente em uma ideia para o próximo álbum de sua banda. Mas era meio difícil, principalmente porque não podia nem ao menos tocar alguma coisa para se inspirar. Colocara um velho vinil de Beethoven para tocar, mas música clássica já estava começando a irritá-la de certa forma.

“Que ódio estar presa sem o que fazer aqui...” Ela pensou raivosa, até que ouviu alguns trovões. “E pra piorar tudo, vai chover... Que legal.”

E na mesma hora caiu uma pancada forte de chuva, o que a fez ir para um canto se encolher. Não tinha medo de tempestades, mas aquele clima tedioso e tenebroso da tarde causava uma depressão.

E ela acabou tirando um cochilo, pois gostava de fazer isso quando se sentia deprimida.

E um tempo depois muitas batidas na sua porta a acordaram.

Quando voltou a si, viu que já era noite, e a chuva estava mais forte do que nunca.

– Evelyn! – Era Keith, que batia desesperado. – Me deixa entrar, por favor!

– Por que eu deveria? – Ela perguntou impaciente.

–Você vai me deixar nessa chuva forte? Tudo bem. Acho que vou acabar pegando uma pneumonia, mas tudo bem...

Ela suspirou impaciente e abriu a porta.

– Muito obrigado! – Ele falou, todo molhado com a chuva. – No máximo eu só pego uma gripe...

Ela o encarou com um pouco de raiva, e olhando pro chão.

– O que foi? – Ele perguntou intrigado.

– Bem... É a primeira vez em muito tempo que eu limpo esse chão. – Ela explicou. - E você tá sujando ele todo!

Ele olhou pra baixo e viu as pegadas de sujeira que havia deixado.

– Puta que pariu, Keith... – Ela grunhiu, chateada. – Olha, você tá todo sujo, é melhor você tomar um banho.

– Hummm, um banho? – Ele falou com malícia enquanto ela o empurrava até a porta do banheiro.

– Cala a boca. Depois me dá as suas roupas pra eu botar pra secar.

E então ela fechou a porta na sua frente, voltando pra sala.

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– Acho que vai chover... – Pete falou receoso, enquanto saía do carro.

– Tem razão. – Dani falou, enquanto estendia sua mão para ele. – Espero que seja depois que voltarmos. Não estou a fim de pegar uma gripe.

– Bom, acho que não devíamos nos preocupar muito com isso. Vamos lá?

– Sim.

Eles foram andando até o restaurante, e Pete foi até a recepção pedir que levassem ele e Dani a mesa que reservara. Era um lugar bem chique.

– Luz de velas, hein? – Dani falou enquanto observava o lugar. – Que romântico.

– Obrigado, obrigado... – Ele se gabou, enquanto pediu uma garrafa de champanhe. – Conheço uns lugares legais.

– Estou vendo... – Eles se beijaram por um breve momento. O garçom chegara com a garrafa em um balde, deixando em cima da mesa. - Obrigada.

– Então, vamos brindar? – Ele falou, enchendo as taças.

– A nós? – Ela perguntou segurando sua taça com os dedos.

– A nós!

Então os dois brindaram, e tomaram o champanhe.

Tudo parecia perfeito, até que um cara na outra mesa começou a fitar Dani. E é claro que Pete não gostara daquilo nem um pouco.

– Dani, você não acha que seria melhor botar o seu suéter? – Ele perguntou amargamente.

– Por quê? – Ela ficou intrigada. – Não estou com frio!

Então ela olhou para o canto e viu o cara que a paquerava, que na hora disfarçou. Claro que estava de olho nela por estar usando um vestido decotado.

– Quem é ele? – Pete perguntou meio desesperado.

– E eu vou saber? – Ela se fez de desentendida – Nunca vi mais gordo.

– Nunca se sabe...

– Pete, você está com ciúmes de novo. Para com isso, poxa! Eu te amo, não vou te trocar por qualquer um!

– Tá bom...

Logo o garçom chegou com o prato, e o casal foi se ajustar na mesa para comerem.

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A campainha da casa de Belle tocou. Ela foi correndo até lá, e quando abriu viu Roger.

– Roger! – Ela falou surpresa. – O que faz aqui?

– Belle, eu, eu... – Não falou mais nada, agarrou a garota na hora e a beijou apaixonadamente. – Eu quero você. Só você.

– R-Rog... – Ela corou, tocando seus lábios. – Sim, sim! Eu também quero você!

Belle o abraçou muito feliz, enquanto Roger acariciava seus longos cabelos negros.

Logo um trovão veio e ela se encolheu assustada.

– Você tem medo de tempestade? – Ele perguntou docemente.

– Sim... – Ela disse baixinho. – Trovões me assustam muito, eu sei que é ridículo... Pode rir de mim.

– Não, que isso... Eu te protejo.

– Awn, obrigada Roger...

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– Ei! – Evelyn bateu na porta do banheiro. – Você pode usar um roupão que está no quarto de hóspedes, amanhã as suas roupas devem estar relativamente secas pra você ir pra casa.

– Ok! – Keith gritou lá de dentro. – Mas eu vou dormir aqui então?

– A menos que você queira ir andando naquela rua alagada, sim.

Logo ela voltou pra sala pegando alguns papéis no chão e foi até seu quarto, colocá-los em cima do criado-mudo.

“Tomara que eu nunca mais tenha que passar por isso de novo.” Ela pensou um pouco frustrada.

Quando saiu do quarto, viu a porta do banheiro se abrir e muita fumaça saiu. Keith saiu de lá, com uma toalha amarrada na cintura, uma visão que deixou Evy quase babar.

– Ahn... – Ela tentou sair do transe, piscando. – O quarto de hóspedes fica ali no fim do corredor!

– Ok... – Ele disse passando por ela, e Evy pode até sentir o cheiro do seu sabão nele, a fazendo delirar.

“Mas o que eu estou fazendo?” Voltou a si, finalmente, e então após pendurar as roupas dele num varal, foi de volta para a sala, tentar escrever alguma coisa.

Ficou fitando o papel até conseguir pensar em alguma coisa, mas seus pensamentos estavam bagunçados demais.

– Que merda... - Ela xingou baixinho. – Se eu pudesse falar sobre...

Logo teve uma ideia, começando a escrever. E logo já estava ocupando metade da folha.

– O que você tá fazendo? – Keith perguntou, apoiando as mãos na mesa, colocando os braços entre ela.

– Escrevendo... – Ela suspirou nervosa. – Ainda é um protótipo, mas se quiser ver...

Então Evy tentava se concentrar, mesmo com o gesso atrapalhando e Keith colocando os braços em volta dela, o que dificultava muito.

– Quer saber? – Ela levantou, tentando disfarçar o nervosismo. – Eu faço isso depois.

Evelyn podia quase tentar fugir de lá, mas algo a impedia.

– Evy... – Ele sussurrou perto de seu ouvido.

– Sim? – Ela sussurrou também.

Nenhum dos dois disse mais nada. Ela se virou e beijou Keith com toda a vontade que tinha.

– Que se foda tudo. – Ela falou baixinho.

– É assim que se fala. - Ele riu, a beijando mais.

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– Dani, eu vou ao banheiro, ok? – Pete falou, se levantando.

– Tudo bem, meu amor... – Ela sorriu. – Vou ficar aqui esperando.

Ele foi andando até os corredores, até entrar no lugar. Após terminar de urinar, foi lavar as mãos, jogou um pouco de água no rosto e se olhou no espelho.

“Hoje a noite está ótima, nada vai estragar, nada vai estragar...” Ele torcia em seus pensamentos, procurando manter a calma.

Mas quando saiu, viu aquele mesmo cara que estava paquerando Dani ir até a mesa onde eles estavam. E ficou com um olhar odioso.

– Com licença... – Ele disse grosseiramente. – Pode sair daqui?

– Não. – Ele respondeu sem nem ter medo de Pete. – Antes eu quero o que eu pedi.

– Calma, Pete... – Dani falou, enquanto escreveu seu nome no papel, dando para o cara. - Aqui está.

– Muito obrigado! - Ele disse empolgado, enquanto saía. – Espero que vocês gravem seu próximo disco logo, estou ansioso!

– Sim! – Ela acenou, e logo voltou à atenção para seu namorado. – Era só um fã... Não tem o que se preocupar...

– Nunca se sabe... – Pete falou com um olhar desconfiado. – Vamos lá pagar a conta e ir pra casa, acho que essa chuva vai piorar.



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