Between Love And Hate escrita por Nancy Watson


Capítulo 9
Look At Your Game, Girl




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Taylor's POV
Entrei em casa me sentindo tonta e enjoada. Fui direto para o meu quarto e lá me joguei na cama pensando em tudo que eu havia contado para Axl. Um grande erro me expôr daquela forma para aquele idiota. Não conseguia parar de me culpar pelo meu ato desnecessário, que só me trouxe lembranças ruins e saudade. 
Um conhecido peso tomou conta da minha mente, e eu sabia que o único jeito de descarregá-lo era o despejando no papel.
Fui até a escrivaninha perto do closet e me sentei com papel e caneta em mãos. As letras ficavam cada vez mais escarrachadas a medida que eu escrevia a mesma frase com agonia: "Where did Jesus go?"
Escrevi três páginas baseadas em memórias dolorosas sobre todos os fatos relacionados 
à minha amizade com Angel. Quando terminei, senti lágrimas escorrendo sobre minha bochecha, mas eu já não estava mais nervosa. Não sentia nada além da zonzeira e zunido nos ouvidos. 
Me arrastei de volta para a cama, e adormeci entorpecida com o vazio que preenchia minha alma naquele momento.
Axl's POV

Estávamos todos reunidos na sala. John, depois de dar um sermão em Steven sobre drogas, estava fazendo mistério sobre novidades para a banda.
— Bom, já estava na hora. Aqueles bastardos da gravadora deram um prazo de dois meses pra vocês finalizarem o álbum.
— Porra, prazo? Eu não consigo criar sob pressão! – Slash se indignou.
— Eu concordo, John. Os caras nos enrolaram e agora querem pressionar? – Duff reforçou.
— Puta merda, vocês só reclamam! Não imaginam o duro que eu dei para fazer com que eles concordassem em investir o quanto eu pedi! Além disso, vai ter turnê assim que o material estiver pronto! Vocês são doentes! – O gordinho ficou vermelho de irritação.
— OPA! Turnê?! Gostei! – Steven se animou, assim como todos nós.
— Com ônibus próprio e tudo, seus folgados! Os papéis estão em cima da mesa, assinem logo antes que eu me arrependa! – Ele limpou o suor da cabeça calva com um lenço tirado do bolso de sua calça social de marca. – Calor do inferno.

Depois de tudo acertado, e prazos definidos, John foi embora satisfeito com nossas promessas de compôr músicas alucinantes e andarmos na linha, sem causar problemas.

A primeira era mais fácil de ser cumprida.

Deixei meus companheiros de banda animados e cheios de ideias na sala, e me tranquei no meu quarto.
Os acontecimentos de mais cedo ainda tiniam na minha cabeça. Abri as cortinas da janela esperando ver Taylor, mas as dela estavam fechadas.
Suspirei. Me joguei na cama. Suspirei. Soquei o colchão. Depois de alguns minutos pensando no que diria para os caras da casa ao lado, fui até lá marchando.

Jamie abriu a porta, feliz, como sempre.

— Fala ai, Axl! Veio dar uma sarrada na loira de novo? – Fiquei surpreso com a pergunta. 
— Quem me dera, amigo. Mas infelizmente é por causa dela que estou aqui. Ela está ai? – Perguntei enquanto adentrava a sala.
— Está lá trancada no quarto. Quer que eu chame? 
— Não. Na verdade eu estou preocupado. Você sabia que ela se meteu no meio da rua hoje? Quase foi atropelada pelo meu empresário, por sorte ele a trouxe pra cá! – Eu gesticulava indignado. – Essa garota não tem limites! – Quase gritei, exasperado.
Jamie parecia estar sem graça. 
— Ei, está tudo bem aí? – Mark apareceu da cozinha. Devia ter ouvido o meu chilique.
— Na verdade, não. Vocês têm que dar um jeito nessa garota, ela quase se matou hoje! – Deixei ele a par dos fatos, inclusive os que ocorreram na última festa. Ele apenas balançava a cabeça em desaprovação.
— Olha, Axl, você já deve ter notado que a Taylor não é fácil. Ela já teve atitudes assim muitas vezes. Ela sempre acaba melhorando, eu te garanto. O Ben cuida bem dela e ...
— Cuida como?! – O interrompi. – Vocês vêem ela usar todo tipo de merda e não fazem nada! E o merda do pai dela, vocês nunca procuraram? – Os dois se entreolharam. 
— É uma história complicada. – Jamie falou com um baixo tom de voz.
— Como assim? – Continuei com meu tom irritado. Eles se entreolharam novamente.
— A Taylor não sabe bem a verdade sobre o pai. Nós sabemos onde ele está, mas não queremos que ela o encontre novamente. – Mark respondeu quase sussurrando. – Ela é emancipada, não precisa dele. – Fiquei boquiaberto com a revelação. Não era a toa que a Momsen era do jeito que era.
— Isso não é desculpa. Ser legalmente dona do próprio nariz não significa que também é psicologicamente! – Me sentei, tentando controlar meu temperamento. Mark suspirou.
— É, talvez você esteja certo.

Taylor's POV
Quando acordei já era noite. A fadiga tomou conta do meu corpo enquanto eu descia as escadas e ia em direção à cozinha. Ben e Mark já estavam em casa, e interromperam o assunto quando adentrei a peça.

— Falando mal de mim? – Perguntei ainda meio grogue.
— Sempre. – Jamie brincou e foi para a sala.
— Precisamos conversar. – Ben falou muito sério. Rolei os olhos.
— Lá vem. O que eu fiz agora?
— Ficamos sabendo da sua "ceninha" de hoje. – Ele me olhava nos olhos, tentando me intimidar com sua postura paterna. Aquilo não me afetou, mas suas palavras me surpreenderam. Como ele sabia disso? A única pessoa que havia visto era...Ah, droga.
— Então o Rose andou fazendo fofoca sobre mim? – Minha voz saiu tão autoritária quanto a ele.
— Sim, ainda bem que ele o fez. Olha, Tay, eu sei que você se sente madura o suficiente pra fazer suas merdas e arcar com as consequências, mas não é bem assim que funciona. Você precisa de limites!
— Mas que porra, Ben! – Me exaltei, extremamente incomodada. – Me dê uma droga de motivo pra me importar com limites! Huh? E desde quando você fala assim comigo? Escuta, eu te respeito muito, mas eu não vou admitir ser tratada como uma criancinha problemática!
— Então pare de agir como tal! Se você não se importar em foder com a sua vida, se importe com a banda! Pense no quanto você quer isso! Caralho, você é tão jovem! Quando parar com esse drama vai perceber quanto tempo perdeu fazendo birra!
— Drama? Fazendo birra? Não sei se ainda não percebeu, mas eu não tenho nada! NADA! – Eu já estava aos berros, e com os olhos lacrimejando. Ser tratada daquela forma por Ben realmente era uma coisa para a qual eu não estava preparada. – Quem deveria estar me dando sermão era o homem que me desprezou, e você jamais vai preencher esse vazio! VOCÊS NÃO PODEM SIMPLESMENTE DIZER PRA EU ME IMPORTAR, QUANDO NÃO TENHO PORQUÊ FAZER ISSO! – Descontrolada que estava, joguei longe um dos copos que estavam em cima da mesa. Ele bateu contra a parede e caiu em vários pedaços no chão.
— Quebrar a louça, muito maduro! – Ele respondeu, e se retirou da cozinha, sendo seguido por Mark.
Soltei um grito de raiva, e lancei mais um copo. E outro. Parei, pois para diminuir minha ira teria que quebrar a casa toda.

Me sentei em uma das cadeiras de madeira, tentando me acalmar. Minha cabeça parecia que ia explodir com toda aquela tensão. Eu odiava ser tratada daquela forma, detestava quando jogavam a verdade amarga na minha cara.
Por que todos esperavam um comportamento que sabiam que nunca viria de mim? Por que eles tinham tantas expectativas quando nem eu mesma as tinha? 

Fiquei tanto tempo esperando melhorar e divagando, que acabei cochilando.
Quando despertei, já bem mais calma, preparei algo para comer. 
A comida descia rasgando pelo nó da minha garganta, e assim que terminei, já me encontrara enjoada. 
Brigar com Ben era a última coisa que eu precisava naquele momento.
Retornei para o meu quarto, e no meu banheiro procurei por algum remédio que me ajudasse a dormir feito uma pedra. Quando concluí meu objetivo, me deitei na cama com a visão embaçada pelas lágrimas.


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