Konoha - Internato para menores psicopatas escrita por stephba


Capítulo 2
Konoha


Notas iniciais do capítulo

Em passos lentos neste lugar sombrio.

Silêncio, ouça o meu coração.

Ele está acelerado.

Parece que estou com medo.

(Anônimo)

—--
Espacinho da autora:
MINNA, vou deixar as desculpas para as notas finais.
Venho apenas avisar que há um trecho, de tamanho considerável, apenas com a descrição do local.
Quem quiser pular, pode pular. Começa no terceiro ~ * ~.
Beijinhos, amoros ♥, boa leitura!



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Sinto alguém cutucar meu braço, o que me fez abrir os olhos lentamente. Vejo, então, Ino. Tiro meus fones, fitando-a.

– Saki, olha pela janela. – Ela diz, com um sorriso, enquanto apontava para a mesma.

Retirando os pés do outro banco, sentei-me direito para ver. Olhei, e vi apenas mato, grama, algumas árvores e nada, absolutamente nada.

– O que tem? – Pergunto, confusa.

– Está vendo aquela cerejeira lá no fundo? - Ela pergunta, olhando pela janela e apontando para uma arvore bem distante.

– Hum... sim, estou. – Digo, indiferente.

– Dizem que é a única cerejeira num raio de dois mil quilômetros, e que ela é mágica. – Ino parecia animada.

– Como... como sabe disso? – Pergunto, não me importando com aquela historinha de mágica. Estava mais preocupada em saber como Ino possuía tantas informações. Será que ela já possuía um histórico no internato, ou a informação teria vindo de alguns amiguinhos já veteranos no local?

– Me contaram uma vez. – Ela dá de ombros. – Ela se chama Aiya, que significa cupido. Diz a lenda que ela morreu para salvar o marido, e ele jogou as cinzas dela sobre a grama. No local nasceu essa arvore, que não possui nenhuma outra da espécie perto...

Continuo olhando para a arvore. Apesar da distancia, podia-se ver que é magnifica. Grande e com cores fortes, apesar de se tratar de uma arvore antiga.

– É lindo, não acha? – A loira pergunta, assim que o ônibus avança o suficiente para não poder enxergar mais a tal arvore.

– Não acredito nessas coisas. – Respondo, apenas, colocando os pés novamente sobre o outro banco.

– E por que não...? – Ela pergunta, ainda me encarando.

Porque sou realista e não uma romântica idiota.

– Porque... não. – Respondo, apenas. – Estamos a quanto tempo do internato?

– Uns quinze minutos ainda. – Ela suspira.

– I-Ino... – Escuto a voz de Hinata, e só então ela se vira para nós.

– Diga, Azulada. – A loira responde, com um sorriso.

Hinata apenas cora como um pimentão.

– Sa-sabe se-se é verd-dade que v-amos dividir os quartos? – Ela pergunta, com o olhar baixo.

Minha nossa, quem diria que essa é uma psicopata?

– Sim, os quartos são divididos entre três pessoas. Eu espero que nós possamos escolher com quem dividir, porque se eu precisar ficar com a vaKarin, matarei alguém.

Sinto um arrepio percorrer minha espinha. Em outro contexto, matarei seria uma expressão de efeito. No contexto atual, é algo muito possível.

– Rosada e azulada, se tivermos escolha, vocês serão minhas colegas de quarto. – A loira afirma, sem vestígios nenhum de ter considerado que alguma de nós não concordaria.

E quem sou eu para dizer o contrário? Não faz diferença alguma.

Psicopatas são psicopatas, e terei que dormir ao lado de dois deles. Sem pressão.

– Atenção, jovens. – Shizune chama a atenção de todos, com uma planilha em mãos. – Antes de chegarmos, preciso dar algumas instruções. 1. Vocês serão divididos em dois grupos: meninas e meninos... ou, no caso, meninas e o Sr. Uchiha.

Novamente, o mesmo receio ao citar o nome do garoto-de-capuz.

O caso desse marca, pelo jeito.

– 2. Os quartos serão divididos entre três pessoas, pelo sobrenome. – Assim que Shizune comentou o pequeno detalhe da divisão por sobrenomes, Ino bufou ao meu lado, irritada. – Agora vem o problema: vocês são em cinco, o Sr. Uchiha é sozinho. Logo, terão de dividir quartos com veteranos. Há outro problema: o número de garotas é ímpar.

Quanta burocracia só para dividir quartos. Pelo jeito, é tudo minuciosamente organizado.

Ela consulta a prancheta, antes de continuar:

– Andei organizando e a divisão ficará: Haruno Sakura, Hyuuga Hinata e Onuki Matsuri.num quarto. Senji Karin e Ino Yamanaka divirão outro quarto com duas veteranas.

– Hey! – Ino se exalta a ponto de levantar do banco. – Não posso ficar no mesmo ambiente que a coisa ruiva ali, ainda mais num quarto que deveria suportar três pessoas e vai suportar quatro!

– Lamento, Srta. Yamanaka, mas regras são regras. As senhoritas Mitsashi e Sabaku são veteranas e dividem o quarto, teremos que agrupá-las por falta de cômodos. Já o Sr. Uchiha... – Shizune hesita, observando o rapaz por alguns instantes. – Dividirá o quarto com dois rapazes, Sabaku no Gaara e Uzumaki Naruto. A não ser que deseje dividir com seu ...

– Não. – Shizune é interrompida pelo Uchiha, que responde simplesmente um não em tom seco.

– Certo.

O ônibus para e a vice-diretora sorri.

– Bem vindos ao Konoha.


~ * ~


– Não posso acreditar nisso. – Ino resmungava ao meu lado, enquanto uma cabisbaixa Hyuuga seguia ao lado dela. – De todas as pessoas presentes, justo a Karin... Bem, ao menos conheço a Ten-chan.

– Quem? – Pergunto, não exatamente interessada, mas fazendo o possível para distrair minha mente.

Internato para psicopatas. Eram as palavras que bombardeavam sem cessar, mais fortes a cada instante.

– Mitsashi Tenten, nossos pais são amigos e nós crescemos juntas. Foi o pai dela que sugeriu ao meu que me enviasse para cá. – Que tipo de pai manda o filho para um local desses, sem ser forçado pela justiça? – E, sinceramente, sempre adorei o jeito moleque que ela se comporta. Mesmo o vicio dela por armas sendo meio estranho...

Ah, claro. Vício por armas. Perfeitamente normal.

– S-Saki-chan. – A azulada me chama. Ótimo, o apelido já pegou. – E-esse é o nosso quarto.

Só então percebo que já havíamos chegado até o fim do corredor. A penúltima porta, com o número 49 desenhado, indicava que havia encontrado meu quarto.

– Pelo menos seremos vizinhas, meu quarto é o do lado. – Ino diz, apontando o quarto ao lado, o último do corredor. – Poderão ouvir enquanto eu estrangulo a vaKarin.

Ela realmente espera que eu retribua o sorriso de deboche? Olá, sou uma psicopata, riam comigo.

– Até mais, Ino. – Digo, abrindo a porta do quarto e entrando. Hinata me segue, murmurando um tímido tchau para a loira realmente estranha.

O quarto é pequeno. Duas janelas na parede em frente a porta, uma cama entre elas e outras duas, cada uma encostada nas outras paredes opostas. Haviam três cômodas ao lado de cada cama, de tamanho suficiente para guardar as roupas e algumas outras coisas que necessitem de certa privacidade.

Como armas, por exemplo? Em todo caso, não é recomendável mexer em cômodas alheias.

– Acho que a Onuki chegará logo, então escolha sua cama, Hinata. – Disse, caminhando para a cama encostada na parede à direita.

A azulada permaneceu parada, olhando para a cama no meio do quarto e para a mais à esquerda. Seus olhos perolados demonstravam confusão e indecisão, enquanto ela tocava os dedos indicadores.

– Quer um conselho? – Pergunto, sentindo certo aperto no peito. Eu sabia como ela se sentia. Estava nervosa, com um pouco de medo e em meio a mais um turbilhão de sentimentos. Não que eu me sinta dessa forma. Mas já me senti, há algum tempo atrás, antes da minha vida virar um circo dos horrores e os sentimentos mais puros me abandonarem. – Pegue a cama mais à esquerda. A que está entre as janelas recebe muita claridade, além do vento. E duvido muito que as cortinas resolvam ambos os problemas.

Ela me olhava, com os olhos arregalados pela surpresa. Provavelmente, não esperava nenhum gesto amigável num local desses.

Assim como eu não esperava encontrar uma psicopata fofa.

– O-obrigada. – Ela responde, após alguns instantes. Então leva a mala até a cama e senta-se sobre ela, pouco a vontade.

A porta se abre, revelando nossa colega de quarto ducolor. Digo, a Onuki.

Ela nos observa com expressão séria, e então caminha para a cama restante. Larga a bolsa lá e volta a sair.

Sem amizades, entendi.


~ * ~


– Não se preocupem com a ducolor, ela é apenas uma idiota obcecada por um garoto. – Ino comenta, enquanto caminhávamos pelo internato. Passaram-se apenas alguns minutos desde que chegamos, e a loira já havia nos tirado do quarto para conhecer o local.

– Como assim? – Pergunto, mas acabo por me arrepender imediatamente. Sempre fui muito curiosa, e aparentemente nem tudo que passei foi capaz de mudar isso. Mas não é legal fofocar sobre psicopatas. Eles podem pedir satisfações.

– Ela fez algumas besteiras para vir pro Konoha. O motivo? Um garoto. É tudo que eu sei, Tenten estava com pressa não deu muitos detalhes sobre a nova amiguinha de vocês. Ela foi ver alguns amigos, nos encontraremos com ela no ginásio de esportes.

Não disse nada, minha mente apenas pensava sobre que tipo de pessoa iria para um local desses por causa de um garoto.

– Rosadinha, você é muito quieta. A azulada eu até entendo, é bastante tímida. Mas você poderia falar mais, o que tanto esconde?

O que tanto esconde? Todos aqui escondem coisas, alguns mais, outros menos. Não parece sensato sair perguntando ou contando sobre o passado a estranhos.

– Apenas acho que boca fechada não entra mosca.

– Não se preocupe, ninguém aqui mexerá com nenhuma de nós. Tenho amigos aqui, e eles tem outros amigos. Isso é uma garantia de segurança.

Garantia de segurança? Ino, aqui só há psicopatas. – Respondi, quase que automaticamente. Outro dos meus antigos defeitos: dificilmente guardar as coisas para mim. Isso já devia ter sido mudado. Todos aqui são psicopatas. Inclusive minhas novas ‘amigas’.

– Nem todos. Qualquer um que diz besteira para o psicólogo num momento de raiva para ou tem algumas atitudes rebeldes, pode parar aqui. Esse foi o meu caso... andei brincando com coisas que não devia, machuquei uma garota e acabei aqui. – Machucou uma garota. A pergunta é: o que é besteira para um psicopata? Alguns membros fora do lugar? Talvez um dedo arrancado? – E você, rosadinha? Parece não se incluir quando fala em psicopatas. O que você fez? Deixa eu adivinhar... pegou seu namorado com uma vadia, roubou o carro dele, bateu em uma arvore e riscou mensagens como “vou te matar” vidro?

Quem dera fosse.

Mantive silencio, e Ino logo sorriu.

– Tudo bem, não quer falar. Mas eu não me importo. Logo descobrirei... além do mais, você e a azuladinha não parecem perigosas. São minhas protegidas agora. Só não provoquem quem no conhece, há pessoas aqui com problemas de verdade. E nós não queremos essas pessoa irritadas com alguma de nós.

Seguimos em frente até a entrada do internato, onde Ino nos levou por um tour pelo inferno.


~ * ~


– À direita o dormitório feminino, à esquerda o masculino. – Ela disse, enquanto passávamos por uma espécie de hall ao ar livre, onde havia um corredor de cada lado, ambos levando até um dormitório.

Continuamos em frente, onde – exatamente no centro do internato – havia o prédio principal. Um estabelecimento grande, constituído por pedras atingidas pelo tempo. Com apenas dois andares, a construção que um dia poderia ser chamada de elegante, hoje seria melhor definida como macabra, quase sinistra. O céu cinzento da tarde não serve de ajuda para dar um ar mais alegre a tudo.

Ino subiu pelas escadas compridas e caminhou até a porta do edifício. Ela a abriu, nos dando passagem.

Assim que entrei, me senti um tanto melhor. Por dentro, o prédio principal se parecia mais com uma escola comum. Bem iluminado e inteiramente em tons pastel, o ambiente interno é bem mais receptivo. O lustre grande e majestoso fornece ao lugar um ar mais elegante e respeitoso.

A entrada dá para um enorme saguão, com o lustre bem no centro. Mais à frente, também no centro, uma escada começava, depois se abria, tanto para direita quanto para a esquerda. Bem no meio, onde as escadas se abriam, estava pregado na parede uma placa de cobre informando: ‘Colégio Interno Konoha’. Atrás das escadas parecia haver um corredor. Ao lado esquerdo, uma remessa de escadas descia até o refeitório. Tanto ao lado direito, quanto ao lado esquerdo do saguão, havia um labirinto de corredores, de armários e de salas.

O internato não era nem cheio nem vazio. Em cada local que íamos, havia um pequeno grupo de pessoas. Algumas mais estranhas, outras um tanto normais. Em ambos os casos, nenhuma delas parecia exatamente contente. E nem seria possível.

Nas laterais do prédio principal, haviam duas construções. Ao lado direito, o estacionamento. Ao lado esquerdo, a biblioteca. Bibliotecas sempre fora, para mim, sinônimo de local seguro. Não sei se daqui para frente continuará assim.

Atrás do prédio principal, havia um pequeno lance de escadas que levavam até um chafariz. De cada lado do chafariz, um lance de escadas descia para uma construção. À direita, uma espécie de oficina onde os alunos tinham aulas do curso extracurricular de mecânica. Ao lado esquerdo, uma estufa para as aulas extracurriculares de jardinagem.

Grande droga, um pior que o outro.

Seguindo adiante, havia o ginásio de esportes – com direito a piscina. Suja e vazia. – e o campo de esportes.

Esse era o internato Konoha, uma estrutura enorme e intimidadora.


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Notas finais do capítulo

Yo, minnaaaaaaaaa!
Peço milhares e milhares e milhares de perdões por abandonar a fic por esses meses!
Eu realmente estava CHEIA de coisas para fazer, e espero que entendam.
Prometo que postarei regularmente agora, ~dedinho mindinho em pé ~

Espero que tenham gostado e, independente da resposta, quero criticas e sugestões nos comentários! u_u
Kissuuuuus, até breve!