PVO Jake

Eu estava no chalé de Apolo, me preparando pra dormir, quando alguém senta ao meu lado:

– Jake, não foi legal o que você fez com a Annie, amanhã você irá pedir desculpas ok? – era o Nick, conselheiro do chalé.

– Pedir desculpas? Pelo que Nick? Eu não fiz nada de errado – respondi.

– Fez, fez sim, quase fez a garota morrer de vergonha, ela não era sua amiga? Porque a tratou assim? – ele disse olhando em volta, todos estavam dobrando roupas, escovando os dentes e indo dormir, daqui a pouco as luzes deveriam ser apagadas.

– Ah cara, você sabe, ela sempre gostou de mim, e depois de hoje, não sei, ela não vai querer olhar mais pra minha cara.

– Não mesmo. Bom Jake, a escolha é sua, eu daria tudo pra ter uma amiga como a Annie, ela é só meio tímida. Boa noite cara.

Ele levantou e foi ao banheiro, deitei-me na cama e adormeci. Tive um sonho esquisito, eu estava num lugar de extrema ventania:

– Jake, Jake, não foi nada legal o que você fez com a pobre garota, mas quem liga? Apolo que não é, ele te esqueceu Jake, não te ama mais. – dizia uma voz estridente e metálica.

– O que? Não, meu pai sempre vem me visitar – eu disse, eu tentava me mover, algo apareceu na minha frente, e estralou os dedos, o vento parou, ele deve ter visto minha expressão porque sorriu.

– O poder é viciante Jake, aguarde mais visitas em sonhos - depois disso tudo ficou preto.

PVO ANNIE

Abri a porta do chalé, lá encontrei Drew e meus irmãos me olhando, com cara debochada:

–Olha quem apareceu, fugiu queridinha? – Drew disse – depois do aconteceu também né, eu nunca ri tanto na minha vida.

Todos começaram a rir, olhando pra minha cara, eu apenas engoli em seco e fui para minha cama, Piper apareceu na porta com um sorriso no rosto, mas depois que viu como estava o chalé seu sorriso se desfez:

– Eu estou atrasada 15 minutos e vocês fazem uma festa? – ela vociferou.

– Ah Piper, querida – Drew disse – você não manda em nós, e não é uma festa, estamos rindo da Annie, pena que não estava lá pra ver – ela voltou a rir, eu abaixei a cabeça e sentei na cama.

– QUIETA DREW, todos para a cama agora, não quero mais um piu. – Piper gritou, ela veio andando e sentou ao meu lado.

–Annie, ta tudo bem? – ele perguntou.

Assenti com a cabeça:

– O que aconteceu? Eu não estava lá, o Leo me mandou para o bunker 9 ver as novas instalações.

Contei baixinho pra ela tudo o que aconteceu:

– Ah, perdão, eu queria estar lá para por limite na Drew, todos estavam lá? – ela perguntou.

– Menos você, o Leo, Percy e a Annabeth – eu respondi.

– Vou deixar você dormir agora, amanhã resolveremos isso – ela disse e foi se deitar.

Se eu estiver aqui amanhã, calmamente me levantei, peguei uma mochila e enfiei tudo o que conseguia lá, voltei para minha cama e dormi.

Sonhos não são legais, eu já disse isso? Só são legais quando você tem um sonho normal, não quando você vê alguém esmagar o que parecia ser seu pai, e eu não tenho pai. Deixe-me explicar, eu fui deixada aqui quando tinha 7 dias de vida, por Afrodite, meu pai? Não sei quem é, quem foi, ou qualquer coisa assim, não sei seu nome ou onde mora, meu pai pra mim é Quíron, que foi quem me criou. Mas não era Quíron sendo esmagado:

– Está vendo Annie? Este é seu pai, está vendo isso? – o homem se contorceu pela pressão do vento – Eu estou matando seu pai. Nos veremos em breve Annie, seu pai está vivo... Por enquanto.

Acordei com um salto, soando frio, olhei para os lados, não tinha ninguém acordado, eu queria sair de lá, dar uma volta por aí, talvez ir falar com o João, é, o João!

Me levantei e fui até a porta andando com passos leves, abri a porta e olhei para os lados, nada. Saí correndo até a porta do chalé 12, bati, ninguém abriu, a porta estava destrancada, abri um pouco, João dormia no primeiro beliche, de boca aberta, babando, em cima da cadeira estava uma capa, tive uma ideia, fui até a cadeira e coloquei a capa, me aproximei dele e disse:

– Jãozinho, acorde querido, está na hora de morrer – ele abriu os olhos e os arregalou gritando.

– MEUS DEUSES, O QUE É VOCÊ? EU TO MORRENDO? EU SOU NOVO! – ele berrava e eu comecei a rir, tirei a capa me sentei na cama enquanto ele esbravejava – QUER ME MATAR ANNIE? QUER MORRER?

Eu rolava de rir, ele tentou manter a pose de durão, mas começou a rir comigo, eu parei e fiquei olhando-o.

– O que você está fazendo aqui? – ele perguntou.

– Eu tive um sonho estranho, sobre meu pai.

– Pai? Você tem pai? Não disse que foi criada por Quíron? - João era novo no acampamento, tinha chegado a seis meses aqui, ele era um semideus brasileiro, veio de Minas Gerais, mas falava inglês fluente.

– Eu fui, mas no sonho, algo ou alguma coisa falava que aquele era meu pai, e se for?

– E se não for? – ele perguntou.

Enterrei a cabeça nas mãos mas de repente levantei e disse:

– Você vai comigo não? Eu vou agora!

– Ir aonde criatura? – ele perguntou me fitando.

– Fugir, recomeçar a vida em outro lugar, longe de tudo e de todos – respondi entusiasmada.

– Ainda não desistiu dessa história? – ele se acomodou mais ao meu lado e eu apoiei a cabeça em seu ombro.

– Não, você vem comigo não vem?

- Vamos dormir, amanhã falaremos sobre isso.

E deu a conversa encerrada, eu apenas bufei e me apoiei nele, eu não queria voltar para o chalé 10, não queria voltar a ter mais sonhos toscos com pessoas sendo esmagadas por massas de ar.

Eu fiquei olhando para o vazio até que adormeci.