Pegasus, após se recuperar do trauma de ter perdido o posto de maior dos duelistas, jurava vingança por lhe terem tirado o Olho do Milênio, e colocou agentes na rastro das duas garotas. Elas eram um objeto de estudo fascinante. Tomar posse delas podia significar retomar o controle do mundo dos jogos.

Quando possuído por seu lado Yami, Bakura sentia a necessidade de nutrir mais e mais informações a respeito das duas, principalmente de Rika, que passava mais tempo com eles – Kisara só os via na escola quando ia com Seto, que era muito rígido no quesito “contato com a turma de Yugi”. (Sim, elas começaram a frequentar a escola de Yugi e dos outros.)

Era como se o espírito maligno de Bakura, que existia desde o antigo Egito, tentasse relembrar a importância delas para o destino do mundo.

Agora que tinha o Olho e o Anel do Milênio, as suas duas relíquias do Milênio brilhavam quando estavam na presença das meninas ou pelo menos de uma delas. As garotas tinham alguma relação com os objetos mágicos...

Depois das lutas contra os jogos virtuais, ficou claro que a maioria dos amigos de Joey gostava da companhia de Rika e de Kisara. As duas se revelaram exímias jogadoras de Monstros de Duelo, com Rika usando um baralho de Demônios, e Kisara, um de Feras, Guerreiros e Guerreiros-Feras, composto por uma boa quantidade de cards raros, fornecidos por Seto. Kisara nunca o chamava de Kaiba.

Yugi ensinava as duas a jogar, colocando-as para enfrentar Téa e Tristan. Téa conseguia superá-las na maioria das vezes, por já ter experiência de jogo, mas Tristan era deplorável no card game. Até mesmo Duke se dava bem com as duas, e presenteou-as com brincos de dados de seu jogo Dungeon Dice Monsters, iguais aos que ele próprio usava.

Apenas uma pessoa não se dava bem, especificamente, com Rika: Mai Valentine. Não era difícil vê-la se irritar sempre que Joey dava atenção demais à menina-Dragão de Olhos Vermelhos.

— Menina, para de monopolizar o Joey, ele tem outros amigos e alguns mais importantes do que você – alfinetou a loira, certa vez, quando todos estavam num parque aproveitando a tarde, exceto Kaiba e Kisara que estavam em casa (digo, edifício).

— Era só pedir com educação, cheirosinha! – retrucou Rika, espanando o ar, por causa do perfume forte de Mai, deixando a outra bufando de raiva.

Joey segurou uma risada para não ofender Mai. Ele mesmo estava sentindo-se indeciso sobre quem merecia mais atenção, se Rika ou Mai.

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Ao mesmo tempo, Joey continuava conversando com Serenity pelo aplicativo de mensagens de texto. Devido à separação de seus pais, eles moravam em cidades diferentes e não se viam com a mesma frequência de quando os pais ainda estavam juntos. Ele ainda não havia contado aos amigos, mas pretendia fazê-la vir visitá-los em breve. A cirurgia havia sido um sucesso - mas a menina ainda não tirara a venda que protegia os olhos recém-operados. Em parte devido à recomendação dos médicos de que ela não os expusesse ao sol; em parte, também, devido ao próprio receio de Serenity de que não fosse mais conseguir enxergar como antes, conforme confidenciara ao Joey. Mesmo com a cirurgia tendo sido um sucesso, ela receava que pudesse ter que usar óculos ou lentes de contato para o resto da vida, ou mesmo que sua visão não voltasse totalmente da forma como era antes, quando ela e Joey eram crianças.

Apesar disso, Joey seguia otimista. Com os boatos de que um novo torneio de card-game pudesse começar em breve, ele torcia para que Serenity pudesse acompanhá-lo no torneio para torcer por ele e, quem sabe, tomar a coragem para enfim tirar sua venda. Ainda mantinha segredo de seus amigos e, principalmente, de Rika porque ainda não sabia exatamente o que sentia por ela, mas imaginava que a situação se tornaria favorável em breve para que pudesse, enfim, dar as boas novas a todos.