Tsunade olhou o
céu, com um sol a brilhar esplendoroso. A brisa da noite já começava a
abandonar os arredores da vila, tornando, o calor cada vez mais intenso. Ela
então olha para Jiraya dizendo:

                -Se me der sua boa vontade, você
terá a minha. – Nisto deu as costas. Já havia excedido o seu limite de suplicas
por dia. Nunca mais Jiraya a colocaria numa situação ridícula daquelas,
prometeu a si mesma.

                O homem a viu pegar seu caminho
com uma tranquilidade admirável. Olhando o rosto dos três Hokages, ele não teve
alternativa a não ser segui-la, mesmo por que por mais que quisesse nunca
conseguia dizer não pra aqueles olhos cor de mel.

                O dia passou se arrastando,
Tsunade quando não estava em missão supervisionava os trabalhos no hospital.
Mas, não queria sair de casa, por que sabia que todos os olhares da cidade
estariam sobre ela, à notícia de seu casamento com Jiraya já se espalhara.

                -Tsunade-san, a senhora não vai
comprar seu vestido? – Perguntou Shizune perplexa.

                -Claro que não, Shizune! – Disse
Tsunade com um sorriso debochado que só ela era capaz de dar. – Esse não é um
casamento convencional. – A sannin deu ênfase a palavra convencional.

                -Ah, mas sensei... – Shizune
tentava argumentar com um tom de voz manhoso.

                - Já chega Shizune! Se eu
tivesse sua idade, estivesse apaixonada e não houvesse outros interesses
envolvidos eu faria questão de casar como manda o figurino. Mas, eu não sou uma
virgem cheia de sonhos. – Disse a loira preguiçosamente.

                -O casamento pode não ser
convencional, mas ainda assim ele tem que aparentar ser. Você não está
apaixonada, já é uma mulher madura e experiente, mas precisa fingir que tudo o
que mais quer na vida neste momento é subir ao altar, justamente por estes
‘outros interesses serem tão importantes. – Tsunade ficou perplexa com a
presença de Jiraya ali. Quando queria o sannin dos sapos sabia ser bem
convincente com as palavras.

                -Você não deveria estar em uma
interessante despedida de solteiro?! – Disse ela zombeteira como sempre.

                -Posso fazer isto, qualquer dia
que eu quiser, depois de nos casarmos amanhã. – Tsunade nada disse. Só mudou a
expressão de paisagem quando ele lhe entregou um embrulho. Sem cerimônia, ela o
abriu.

                E ali uma yukata, cor branca, um
tecido macio e perfumado. Com um pequeno fio bordado, com pedrarias delicadas,
até a cintura. Era simples, mas linda.

                -Pra que isto?

                -A Tsunade-san, você ainda não
entendeu? – Kushina apareceu detrás de Jiraya com um sorriso matreiro nos
lábios.

                -Precisamos prepará-la para o
casamento. – Tsunade fez uma expressão contrariada. Sábia que aquilo deveria
ter custado os olhos da cara, não poderia aceitar.

                -Vamos Tsunade, estou cumprindo
nossa promessa de ter ‘boa vontade’, cumpra você também a sua.

                Antes que a loira pudesse
responder se viu sozinha no quarto com Kushina e Shizune, praticamente
histéricas.

                Mas, Tsunade só tinha uma
preocupação em mente:

                “Onde tudo aquilo iria dar?”.