Bleach - Mysterious Blizzard escrita por Satsuki Ichi


Capítulo 18
A loba misteriosa


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela incrível demora dos capítulos e etc, mas estou sem tempo e por isso fica meio complicado de escrever, espero que gostem e aguardem pelo próximo ^^ muitas coisas serão reveladas.
Boa leitura.



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Meus olhos estavam limpos, eu enxergava tudo desde os ataques incrivelmente rápidos de Gyakuryu até o balançar do vento. Não havia momentos tranqüilos naquele lugar, mesmo que me sentisse bem nele não podia parar para ficar admirando. Gyakuryu havia sumido novamente, examinei o local e lembrei-me de meus ensinamentos, fechei os olhos e me concentrei, não demorou muito para sentir sua presença. Ela tentou me golpear nas costas, mas eu usei o shunpo para fugir o que não adiantou, pois ela apareceu um segundo depois atrás de mim novamente e me atingiu, cai de cara no chão, mas logo me arrastei para longe, fiquei de pé e voltei à luta. Depois de alguns bateres de lâminas ela sumiu novamente, tudo que eu via era um circulo de correntes me envolvendo e logo uma névoa gelada tomava o lugar, comecei a olhar para os lados quando pude sentir sua presença novamente, ela havia aparecido... Corria por todos os lados cercando-me, era rápida de mais e parecia se multiplicar. Vendo o quanto me deixou confusa aproveitou a situação para me atacar diretamente pela frente, não me preocupei quanto a isso, pulei por cima de sua cabeça e a chutei para trás, finalmente brandi minha espada e corri em sua direção, ela me bloqueou três vezes, mas na quarta eu consegui unir forças para jogá-la para o lado e atingir seu ombro que agora mostrava um enorme corte. Comecei a me sentir mal, não queria feri-la e muito menos destruí-la. Dei alguns passos para trás e guardei a espada, fechei os olhos e esperei por uma resposta.

–O que pensa que está fazendo? – Perguntou-me Gyakuryu que se levantava lentamente – Ainda não terminamos minha mestra.

–Não me importo. – Respondi.

–Mas é preciso! – Ela apontou sua espada para mim – Está com medo?

–Mas o que diabos você...

–Eu não sou como as outras zanpakutous – Ela me encarava tão séria que chegava a me dar arrepios – Que veneram seus donos e não discutem contra a vontade deles...

–A onde quer chegar?

–Só estou tentando dizer – Ela me deu as costas – que se por acaso deseje evoluir neste lugar... Leve-me mais a sério. Se precisar matar alguém, mate. Se precisar trair alguém, traia. Destrua a qualquer um menos a você mesma e é isso o que importa!

Aquele seu tom de voz calmo e frio me deu raiva, tanta raiva que não consegui me conter a retirar novamente a espada da bainha e investir contra ela que se defendeu rapidamente.

–Está errada! – Disse eu – Não pretendo matar ninguém, principalmente quem está do meu lado! Se estiver tentando me dizer que para conseguir poder terei que sacrificar tudo o que é importante para mim, pode esquecer. E isso também inclui você!

Vi os olhos de Gyakuryu brilharem, um pequeno sorriso brotou em seu rosto, mas logo se desfez, cedendo lugar para a melancolia. Ela se voltou para mim bloqueando mais e mais ataques até que nossas espadas voltaram a formar um “x” Então ela me encarou como se estivesse tentando me pedir desculpas por algo.

–Entendo – Disse ela – Você é tão indomável quanto eu... Tenho medo disso.

–Preste atenção! – Pulei no ar e apontei para ela - Hadou no Yon, Byakurai!

Em uma fração de segundos um raio branco saiu de meu dedo indicador e foi em direção de Gyakuryu que brandiu a espada e cortou em “x”

Aishi Shoheki! – Pronunciou, e uma barreira enorme de gelo tomou forma em sua frente parando sem dificuldade o Kidou – Essa é a sua única saída? Esperava mais de você.

–Sua...

–A menos, que você não seja realmente a minha mestra...

Aquilo fez meu sangue congelar, um medo tomou conta de meu corpo e logo depois a raiva, investi novamente contra ela e quando estava bem perto gritei:

Toketsu, Gyakuryu! – Uma espada de gelo tomou forma em minha mão esquerda e a corrente estava lá também, porém agora ela pesava mais e parecia não me responder muito bem, mas não tinha tempo para me preocupar com isso. 

–Como... – Ela arregalou os olhos – Como recuperou a liberação tão rápido?! Não era para você conseguir liberar...

–Desculpe-me – Sorri para ela – Eu não sou como os Shinigamis normais, acho.

A cada movimento, a lâmina lançava gelo na direção de Gyakuryu que se encontrava impressionada com minha recuperação, aproveitei para usar sua técnica contra ela mesma. Afastei-me um pouco e então comecei a usar o shunpo, estava mais rápida que o normal e conseguia ver Gyakuryu de todos os ângulos sem problemas. Eu a atingi algumas vezes tomando cuidado para não feri-la tão gravemente. Finalmente conseguindo me parar, agarrou meu uniforme e me jogou contra uma arvore, felizmente eu consegui parar a tempo de bater e me segurei, voltei até ela e a ataquei mais uma vez, ela parecia não estar se esforçando tanto.

–Você está com medo! – Disse enquanto bloqueava meus ataques.

–O que?

–Teve a chance para me derrotar e mesmo assim não o fez... Por quê?

–Não sabe o que está dizendo, eu não...

Gyakuryu segurou a lamina de minha espada provocando um profundo corte em sua própria mão, sem expressar nenhuma dor, ela me puxou para ela e então chutou minha barriga jogando-me para o lado. Levantei-me e voltei a atacá-la.

–Prometa-me uma coisa... – Pediu ela.

–O que você quer?

Gyakuryu me olhou séria e então retirou a espada da frente do rosto, deixando-me sem equilíbrio. Por conseqüência eu acabei provocando um corte no canto de seu olho direito e antes que ela pudesse fazer algo, afastei-me rapidamente.

–Não seja tão piedosa – Ela guardou a espada – Isso pode prejudicá-la.

Ela começou a andar e então sua figura começou a ficar vaga, senti um vento gelado atravessar meu corpo e então corri até ela.

Espere!

Seu treino acaba por aqui. – Disse sem olhar para trás – Parabéns, você me derrotou.

E então tudo escureceu, não conseguia ver nem ouvir nada. Fiquei desnorteada por alguns segundos e então acordei em um pulo olhando para os lados procurando por Gyakuryu, então baixei os olhos para o meu colo e lá estava a espada, senti-me aliviada, mas algo me dizia que aquilo ainda não estava completamente resolvido. Sinceramente eu não havia entendido de primeira o que estava acontecendo, Gyakuryu não me mostrou nada, não me ensinou nada, apenas me preocupou e encheu minha cabeça de enigmas. Eu não queria descobrir sozinha... Por que eu tinha que ter um gênio tão difícil? Ahrg! Fiquei ali sentada exatamente como estava antes, senti o gosto de sangue na minha boca e quando toquei os lábios vi que a luta realmente tinha surtido efeitos, tinha um pequeno rasgo no braço e sentia uma leve dor nas costas e no abdômen, como se tivesse levado uma pancada (E de certa forma, foi o que aconteceu) ficaria ali filosofando por mais tempo se não fosse interrompida por uma voz familiar.

–Oi! Fuyu!

Olhei para cima e dei de cara com o capitão do décimo esquadrão me encarando de forma estranha, ao seu lado estava Hyourinmaru, a zanpakutou de gelo mais poderosa da Soul Society. Levantei-me rapidamente guardando a espada.

–Sim? – Foi tudo o que pensei para dizer.

–O que aconteceu com você? – Perguntou apontando para minha boca ainda suja de sangue.

–Eu... – Gaguejei, não sabia se podia contar a ele sobre minha luta com Gyakuryu, eu sabia que há alguns anos atrás eles haviam tido problemas com a revolta das zanpakutous e que saber de uma luta ou um desentendimento com seu mestre poderia causar problemas e desconfianças, além do mais não são todas as zanpakutous amigáveis que simplesmente somem de vista e abandonam o mestre para ir dar uma volta, tive de esconder, limpei minha boca rapidamente e então falei – é apenas um problema que preciso tratar.

–Então está doente?

–S-sim, quase isso... – Arrumei minha postura – Perdão?

–Sim, Ukitake está a sua procura – Ele cruzou os braços – Ele estava atarefado e não podia vir em sua procura, e como já lhe conhecia apenas rastreei seu reiatsu.

–Ah...

–Hum, que estranho... – Hitsugaya me tentava não me encarar – Não me lembro de haver movimentação perto dos portões essa manhã, o que significa que você utilizou um portal... É o único modo restante para chegar a tal lugar.

–Hoje mais cedo...? – Olhei para o céu finalmente me dando conta, já havia amanhecido, fiquei em torpor por muito tempo. – Eu fiquei fora tempo de mais...

–Afinal de contas o que estava fazendo aqui? Não é muito normal um Shinigami, quanto mais um tenente se retirar sem comunicar com seu capitão. Sem querer ser rude, mas isso pode lhe trazer problemas.

–Eu queria um lugar tranqüilo para entrar em contato com Gyakuryu –Toquei a empunhadura de minha espada – Achei que aqui seria um bom lugar, deveria ter avisado ao capitão antes... Perdão por tê-lo feito vir até aqui só para me dar um aviso a favor.

–Não me importo com isso, fique tranqüila. Afinal, também não tive trabalho algum para chegar.

–Oh, sim. O portal.

Ele assentiu – Agora é melhor voltarmos.

–Certo.

Hitsugaya abriu o portal e entrou acompanhado de Hyourinmaru, eu fui logo atrás me xingando mentalmente por ter caído na besteira de sair de dentro dos muros sem avisar a alguém. Podia perder meu cargo ou causar problemas para o meu esquadrão, isso não seria nada divertido. Saímos e então me despedi de Hitsugaya, não tive coragem de dirigir a palavra para Hyourinmaru, pois poderia perturbá-lo, era até mesmo mais sério que seu dono. Corri tão depressa até a base que assim que cheguei ao corredor do escritório do capitão, atirei-me de joelhos no chão e usei os punhos para parar na frente da porta de cabeça baixa.

–Ukitake Taichou! – Disse – Desculpe-me pelo atraso... Novamente...

–Atraso? – Perguntou ele em um tom de voz divertido – Está muito adiantada, na verdade. E levante-se, já lhe disse que não precisa ser tão dramática assim – Ele sorriu para mim – A propósito, onde esteve?

Eu me levantei – Ah... Eu abri um portal para a floresta de Rukongai, queria conversar com minha zanpakutou, mas aqui seria muito difícil. Espero não ter causado problemas.

–Claro que não, haha, deve ter sido o Hitsugaya né? – Ele pegou um copo encima de sua escrivaninha – Ele exagera um pouco, deve ser por isso que está tão preocupada.

–Sim...

–Oh, certo. Eu queria lhe avisar que haverá uma reunião de tenentes essa tarde, é importante. A tenente Nanao procurou por você para avisar, mas não a encontrou e então me pediu para entregar-lhe o recado.

–Certo, estarei lá.

–O.k. – Ele encarou o copo em suas mãos e então o colocou de volta – Estou tão acostumado a isso que pensei de não ter esvaziado o copo...

–Seus remédios? – Perguntei.

–Sim. – sorriu meio envergonhado – Bem, pelo menos eles fazem efeito.

A paz foi interrompida por uma espécie de “grito de guerra” feito por duas vozes meio infantis, olhei para o capitão que agora tinha a mão esquerda pousada ao rosto e então entendi o que estava acontecendo. Duas crianças idênticas de cabelos brancos e usando suas roupas azuis com um detalhe amarelo pularam em cima de mim e nós caímos com tudo no chão.

–Oi! Oi! Tia – Disse uma das crianças – Foi mal, você estava na frente.

–Tia? – Perguntei meio confusa – Esperem, vocês são...

–Sougyo no Kotowari – Respondeu o outro – Olá!

–Olá... – Eles saíram de cima de mim e então eu me sentei.

–Ora, vocês não conseguem ficar quietos um minuto? – Ukitake se aproximou de nós – Desculpe Satsuki.

–Sem problemas – respondi – Bem, eu vou terminar com a papelada e então aguardar a reunião. Estarei por perto.

–Certo – O capitão estendeu a mão para me ajudar a levantar.

Ele era o tipo de pessoa que me deixava meio sem graça, ele era como um pai para mim e mesmo assim eu ainda não havia me acostumado com sua gentileza. Provavelmente ele era a pessoa mais calma do lugar. Fiquei meio vermelha ao aceitar sua ajuda e antes que Sougyo no Kotowari ou o capitão pudessem notar, acenei para eles e sai da sala às pressas.


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Notas finais do capítulo

Review?



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