A semana seguinte fora mais conturbada possível. As provas estavam chegando e ultimamente não estava conseguindo me concentrar devido á estar pensando em Scorpius todos os segundos de meus dias desde aquela noite.

Foram inúmeras às vezes em que nos esbarramos nos corredores sem dizer uma única palavra. Não queria mais vê-lo, isto só aumentaria mais ainda meu sofrimento. Por isto, inventei uma história para McGonagall, dizendo que estava me sentindo doente e gostaria de não participar dos turnos dos monitores naquela semana, negando todas as vezes que me recomendou procurar a enfermeira da escola.

Porem naquele dia, eu havia sido pega.

– Nunca esperei uma atitude como esta vinda da senhorita! – Disse Mcgonagall, com uma voz de descontentamento.

– Mas professora, a senhora não entende...

Minha fala foi interrompida quando a porta da sala de McGonagall havia sido escancarada. Quase me engasguei com minha própria saliva quando avistei um belo loiro de vestes desarrumadas adentrar a sala.

– Ah, que bom que chegou senhor Malfoy.

– A senhora gostaria de falar comigo? – Disse ele, que parecia ter notado que eu estava na sala, mas não me olhou após isto.

– Sim, claro. Veja bem, a senhorita Weasley cometeu um grave erro esta semana, por isto ela ficará em detenção durante duas semanas, e o Senhor, como monitor, deverá garantir que ela passe suas noites neste período, estudando na biblioteca.

Dera-me certa vontade de rir naquele momento, como se eu e ele ainda estivéssemos nos beijando pelos cantos durante os turnos, e ao mesmo tempo estava grata que Mcgonagall resolvera me dar uma detenção ao invés de retirar meu cargo de monitora.

– Certo. – Disse ele assentindo com a cabeça.

Fiquei nervosa durante o resto do dia em relação às detenções. Não queria me encontrar com ele, estava confusa e me perguntando por que até aquele momento ele não havia tentando lutar por mim como dissera. Mas, às vezes me sentia um tanto egoísta, não era apenas ele quem deveria lutar por mim, e sim eu quem deveria lutar por ele.

Por isto estava decidido, esta noite Scorpius e eu nos entenderíamos.

Me perfumei antes de ir à biblioteca, para impressioná-lo. Me sentia uma idiota fazendo coisas para impressioná-lo.

Cheguei à biblioteca e lá estava ele, sentado em uma cadeira de costas para a janela.

– Oi. – Eu disse.

– Oi Rose.

Sentei-me em uma cadeira em frente a ele e abri um livro qualquer. Até tentei lê-lo mas as palavras pareciam vagas e sem significado.

– Rose. – Disse ele encarando-me, e isto foi o bastante. Nos aproximamos, e nos beijamos como nunca. Não era mais como antes, mas de um jeito bom. Era uma paixão descontrolada, mas agora tinha, vamos se dizer, sentimento.

– Não consigo parar de pensar em você. – Eu disse entre um beijo e outro.

– Eu também não consigo parar de pensar em você. – Disse ele, agora parando de me beijar e olhando profundamente em meus olhos. – Rose, eu... Eu estou apaixonado por você.

Não pude dizer nada, apenas o beijei como se significasse um “eu também”.

– O que faremos agora? – Perguntei, fazendo-o notar que eu estava falando de meus pais e meu irmão.

– Se queremos mesmo isto Rose, precisamos contar a eles. – Disse ele segurando meu rosto e selando meus lábios.

Ele tinha razão, não era mais possível ficarmos nos encontrando às escondidas pelo palácio, se quiséssemos mesmo ficar juntos, deveríamos contar às nossas famílias e amigos.

– Você tem razão. – Respondi.

– Todo ano minha família faz uma festa de natal, você poderia dar um jeito de levar sua família até lá, assim contaremos a todos.

Planejamos o que iríamos fazer em relação à nossos pais durante toda a noite, após isto, seguimos para a sala comunal dos monitores e sentamos ao sofá.

– Eu estou feliz. –Eu disse, arrancando-lhe um sorriso e entrelaçando seus dedos com os meus.

– Eu também. – Respondeu, depositando um beijo em minha mão.

E assim passamos a madrugada, conversando sobre o que gostávamos e o que não gostávamos, dando beijos de cabeça para baixo no sofá, rindo de histórias engraçadas que ambos contávamos. Finalmente, eu poderia dizer que estávamos nos dando bem.

***

Os dias haviam se passado muito rápido. Tanto que, já estávamos há uma semana do natal.

– Sabe no que andei pensando? – Eu disse, quando estávamos sentados no bom e velho sofá de sempre da sala comunal dos monitores.

– No que? – Disse ele massageando meus pés.

– Na tatuagem que você tem em seu traseiro.

Scorpius acabara de corar, parecia que não sabia onde colocar a cara no momento de tanta vergonha.

– Aquilo foi uma aposta. Acho que não devo ser julgado por uma aposta. – Argumentou ele enquanto me via dar gargalhadas.

– Sabe o que eu acho disso tudo? Nunca mais faça apostas.

– Talvez você tenha razão. Mas, que tal apostarmos algo? – Disse ele com um malicioso sorriso no rosto enquanto ainda massageava meus pés.

– O que você sugere?

– Uma partida de quadribol. Quem perder paga o jantar do lugar que o outro escolher, não importa qual seja.

– É bom se preparar Malfoy, pois irá gastar um bom dinheiro em um belo restaurante quando eu ganhar. – Eu disse com superioridade.

– Isso é o que vamos ver. – Disse ele agarrando minha cintura e me dando um beijo.

Eu estava realmente ansiosa, não só pelo jogo de quadribol, mas também pelo jantar de natal, que na verdade, eu ainda não sabia como levaria minha família até a casa dos Malfoy. E para este problema, havia apenas uma solução, e esta se chamava Lily Luna Potter.