Bloody Mary (série Essências) escrita por Matheus Gaudard


Capítulo 2
Capítulo 2 - Face a face com o Mal


Notas iniciais do capítulo

Mary vai a Igreja e fica frente a frente com o Padre de sua cidadezinha.



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O padre, que se encontrava ajoelhado no altar principal, logo se levantou e virou na direção da mãe e da filha que caminhavam até ele.

Mary tinha passos pesados, obrigada pela sua mãe a ir onde não queria. Não se intimidava com a constante presença divina, porém, se incomodava estar no mesmo ambiente em que os fiéis de Deus iam todos os domingos para tentar amenizar as punições que seriam de direito aos seus pecados.

O padre logo sentiu a presença maligna, e nem foi preciso estar tão próximo para sentir um calafrio em suas espinhas.

Enquanto a garotinha se distraia com seus pés, balançando para frente e para trás sentada em um dos bancos da igreja, o padre e sua mãe estavam afastados um metro de distância para conversarem a sós.

– Esta menina carrega algo de muito maligno em seu corpo.

– Eu não sei o que há de errado com ela, Padre. – preocupou-se a mãe, olhando para sua filha.

– Não sei se o que ela tem será reversível – tentou não ser tão verdadeiro, mas o padre sabia que nada poderia fazer por aquela criança. Ela já não pertencia mais aos céus, e sim ao submundo. Um lugar escuro, frio e úmido.

– Sim. Mas podemos tentar. – entusiasmou a mãe.

– Começa trazendo-a em todas as missas! Ela é uma criança ainda, talvez algo como um exorcismo seja forte demais para o seu frágil corpo.

O padre chamou a criança. Ela olhou suspeita e recusou-se até que sua mãe lhe pediu para se aproximar deles. Mary seguiu até o altar onde os dois se encontravam, ela ainda brincava com os seus pés, só que desta vez vendo eles em passos lentos.

Sua mãe ajoelhou e levantou o seu rosto retirando os cabelos que caiam sobre sua face.

– Cumprimenta o padre, minha filha!

– Ele não gosta de mim – afirmou a garotinha sem piscar os olhos por nenhum instante.

O padre se sentiu ameaçado pelos olhares fulminantes da pequena Mary. Eram tão expressivos quanto qualquer olhar de um gato, e sombrios quanto qualquer noite silenciosa.

A mãe tentou disfarçar, estava sem graça, se enrolou nas palavras e não conseguiu dizer nada ao padre naquele momento.

– Não. Não precisa dizer nada, senhora! É apenas uma criança, e não sabe o que diz. – o padre tentou acalmar a mãe da garotinha. Ele se sentiu um pouco exausto, com suas pernas fracas. Talvez fosse a presença de Mary que causara o cansaço rápido? Quem sabe?

O padre pegou sobre a mesa do altar sua bíblia, parecia um livro antigo. Estava bem usada, com as páginas amareladas, e sua capa molenga despencava do resto. Ele estendeu suas mãos sobre a cabeça da criança e leu algumas palavras daquele livro sagrado. Olho no olho, face a face com um demônio.


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Notas finais do capítulo

Continua...
Próximo Capítulo será postado dia 24/09/2012



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