Bloody Mary (série Essências) escrita por Matheus Gaudard


Capítulo 3
Capítulo 3 - Sua única Essência


Notas iniciais do capítulo

Mary mostra para o que veio. Leiam e descubram a Pura Essência dessa garotinha!



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Elas se despediram do senhor de cabelos grisalhos, vestido de batina com uma bíblia em suas mãos.

Mary sorriu maliciosamente enquanto caminhava até a saída, de cabeça baixa ela vibrava por dentro como se tivesse conquistado uma vitória.

E realmente havia conseguido uma...

Minutos depois que já não via nem mesmo a sombra da criança sobre o piso da igreja, o padre desabou ao chão sem nenhuma força em suas pernas.

Lá fora, a garotinha perguntou a sua mãe:

- Como seria se não sentíssemos nossas pernas e não pudéssemos andar?

- Não sei explicar, filha. Tente imaginar como seria ficar preso num espaço pequeno, onde não conseguiria mover suas pernas... Talvez seja assim!?

Elas seguiram felizes. A mãe por pensar que havia iniciado uma solução para o problema de sua filha, e Mary por ter feito uma brincadeira muito má com o padre de sua cidadezinha.

Sua mãe mal sabia que sua mente ainda esquematizava coisas abomináveis. Que seus sentimentos agora eram de vingança.

Há tempos que Mary vinha observando seus pais, cada comportamento... Se a tratavam com amor, ou apenas tinham o compromisso de amá-la para não se entregarem ao medo que realmente sentiam em relação a ela.

Mary nasceu assim, não houve possessão ou coisa do tipo. Sua alma veio do inferno.

Naquela noite a criança repetiu o mesmo ritual de sempre.

Parada na porta do quarto de seus pais, ela os fitava diante a luz que vinha do corredor, e que iluminava o seu corpo, estendendo sobre o leito deles a sua sombra. Uma segunda imagem. Talvez a sua verdadeira aparência. A Sua única e verdadeira essência.

Uma sombra que adorava o perigo, que odiava o homem que descansava sobre aquela cama bem em sua frente. Seu ódio era alimentado pela falta de compreensão de seu pai aos seus comportamentos.

Sempre foi um grande homem, ou pelo menos era até o nascimento de sua filha. Sua mudança foi completa, às vezes agredia sua mulher, maltratava o seu cachorro, dentre outras coisas como não agüentar um ai de Mary quando brincava sozinha com suas bonecas.

O seu pai sempre disse que não a amava. Ele se entregou as bebidas, fumava constantemente dois maços de cigarro por dia. Completamente diferente do homem maduro e sério que era antes, com opiniões formadas e de caráter.

Sempre disse também a sua mulher que a criança era filha do demônio.

Consciente ou não de suas palavras, ele estava certo. Nunca esteve tão certo nos últimos 10 anos. Mas aquela noite seria o inicio de seu silêncio.

Seu coração dilatava. Suas veias se espremiam e depois eram arrebentadas contra a força. Manchas de sangue tomavam o seu corpo enquanto sua garganta era estrangulada sem a necessidade de mãos para isto. Cada vez mais lhe faltava ar enquanto a menininha continuava na porta do quarto em estátua, com sua cabeça baixa e sorrindo pelos seus olhos, completamente satisfeita. E mais ainda quando ouviu o último arfado de seu pai agonizando.

Ela, então, desenhou um sorriso em seu rosto. Era um sorriso tenebroso para estar desenhado no rosto de uma criança.


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Notas finais do capítulo

Continua...
Próximo Capítulo será postado dia 29/09/2012



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