Confessions escrita por teenageghoul


Capítulo 1
Confessions;




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Há dias um tipo de tristeza me consome. Parece estar tudo bem, às vezes realmente está. Mas algo sempre está faltando.

Lembro-me de como tudo começou. Era uma brincadeira não-tão-inocente no meio de uma orgia descontrolada. Nada de mais.

Apenas sexo.

Mas é claro, um vocalista e seu baixista bêbados. O que mais poderia acontecer entre dois homens com tendências um tanto quanto homossexuais?

Sexo, sexo e mais sexo.

Mas não esperava que fosse me apaixonar.

Noites em claro com pensamentos atordoados sobre tudo fizemos e tudo que eu desejava que fizéssemos, mas não tinha coragem de dizer.

Aos poucos tudo que tínhamos foi desaparecendo, só restando a amizade que sempre existiu. O que me levou a mais noites em claro, mais pensamentos e menos coragem. Tudo isso misturado levou-me quase à depressão. E toda a tristeza acumulada transformou-se em uma quase overdose de metanfetamina e heroína. As drogas transformaram-se em brigas, as brigas em ameaças e as ameaças em uma expulsão.

Mas ele insistiu em continuar a ser meu amigo, mesmo tendo colaborado com a expulsão da banda que eu criei. E é claro, como eu conseguiria recusar aquele rostinho, se tudo que eu queria era ele mais perto de mim? Eu não poderia negá-lo, nunca.

E isso levou a mais festas e mais sexo.

Eu tinha que tomar coragem, tinha que falar o que sentia. E foi que eu fiz, mesmo que tudo desse errado no final, eu precisava tentar.

Não, ele não sentia o mesmo. Mas isso não o impediu de tentar. E o “tentar” levou a um “amar”. Mas como a vida não é um conto de fadas, as coisas não ficaram muito melhor quando o “tentar” se tornou “amar”. O amor pode te trazer o paraíso, mas pode te levar ao inferno. Isso se deve ao simples fato de que, onde há o bem, existe o mal.

Ciúmes levam a brigas. E, eu sendo impulsivo e nervoso, sempre acabo fazendo ou falando coisas que me deixam arrependido. Mas os ciúmes não eram o único motivo das brigas.

O fato de eu não ser um poço de carinho e romantismo é outro grande obstáculo para quem é muito carente de atenção. Então surgem mais brigas.

Brigas, brigas e mais brigas. Sempre pelo mesmo motivo.

E então essa tristeza me invade novamente, me consome aos poucos. É como um bloqueio. Não, é uma maldição não conseguir demonstrar o que sente. Eu posso sorrir por estar feliz, posso chorar por estar triste. São pequenos gestos corriqueiros, quase inúteis.

É difícil entender, porém, quando as palavras ou ações falham comigo, só meus olhos podem falar. Eles não mentem e nunca escondem a verdade. Eu posso falar que o amo, mas meus olhos estarão gritando mais que isso, se for possível.

Talvez meu jeito de ser não seja como ele queira. Às vezes não é como eu queria ser. Eu posso ser mimado, birrento, dramático, implicante, impulsivo, irritado, ciumento, atirado, insistente e até contraditório. Mas esse é meu jeito de ser, posso tentar mudá-lo, mas nunca terei muito sucesso com isso.

Mas eu o amoa cima de tudo. Não digo amor pelo simples fato de assim o sentimento ser chamado, mas sim porque eu gosto dele. Gosto de ficar perto dele, conversando, rindo, ou até mesmo durante uma "luta", em que ele me vence e fica com aquele lindo sorriso.

Pelo menos aprendi a controlar um pouco da impulsividade, o que já é um começo. Se não, todas as vezes que terminamos, eu acabaria desmaiado em um banheiro ou internado em um hospital por overdose. E foi quando eu parei de usar as drogas como válvula de escape, que eu comecei a me transformar em uma garotinha chorona.

Uma garotinha que depende de uma pessoa para viver. Craig passou a ser tudo que eu preciso, tudo que eu respiro, tudo que eu penso. Cada célula de mim passou a precisar dele. Mas, novamente, não consigo demonstrar isso.

E isso machuca os dois. O machuca por ele precisar de mais, me machuca por eu não ser o que ele precisa.

Vivemos em um campo minado, se pisarmos errado, alguém explode. Juntos somos como carvão, enxofre e salitre, juntos somos como fogo e gasolina. Somos como dois países frequentemente em guerra, somos como dois imãs virados para o mesmo polo. E somos tão perfeitamente imperfeitos.

Ele me tem quando bem entender e pode fazer o que bem quiser, é quase como se eu tivesse vendido minha alma para ele, porém de graça. Eu pertenço tanto a ele, quanto ele a mim.

É como um pesadelo maravilhoso no qual eu nunca quero acordar.

"I'm trying to set my mind free.

I'm sorry you never knew me.

My soul is in recession.

Painful to make this confession."


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Notas finais do capítulo

Cada palavra aí foi tipo, verdadeira.



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