Dancing Until Morning Comes escrita por anachin


Capítulo 5
Capítulo 5 - Treinando


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap..
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Capítulo 5

Treinando

Isso era maluquice! Total maluquice! E John ainda estava me fazendo ensaiar todos os dias. Nos trancávamos ou no meu quarto ou no quarto dele pra isso. Ele me ajudava com os passos de vários tipos de danças e eu estava começando a amar o John. Ele era aquele tipo de irmão que enchia a paciência, um tanto quanto insistente, mas no fundo só quer ajudar.

Mas eu ainda estava muito nervosa. Eu ainda estava fazendo as coisas escondidas, e se eu quisesse mesmo fazer os testes, eu precisava aprender a dançar na frente de outras pessoas. Mas eu não tinha nenhuma amiga pra isso, seria simplesmente horrível. E dançar na frente da minha irmã definitivamente não seria a melhor das escolhas.

Então essa história de dançar na frente de outras pessoas iria ficar enterrada por enquanto. À noite, durante essa semana de ensaios, eu continuava a ver os vídeos de coreografias “cutes” do kichin e às vezes nem dormia direito tentando aprendê-las. Essa semana ele lançou mais dois vídeos com músicas de grupos ingleses e eu fiquei abismada. Não parava de ver por nada nesse mundo e nem nas aulas do colégio eu prestava mais atenção. Eu precisava dançar com ele. A minha irmã? Não era nada na frente desse garoto. Daria tudo pra ele me ensinar a dançar assim!

No fim de semana, mamãe inventou de ver um dos ensaios da Charlotte, e como eu e John não tínhamos nada pra fazer, fomos juntos. John havia me dito que eu tinha que me acostumar com isso tudo para que eu pudesse ficar calma no dia do teste. Eu não tinha coragem de falar nada pra minha mãe ainda, e nem sei como ela iria reagir.

O ensaio andava ligeiramente bem quando minha irmã decidiu ousar. Ela estava dançando uma música qualquer da Lady Gaga que ela havia preparado durante a semana lá em casa (eu não agüentava mais a barulheira dos ensaios) e Molly faltava babar em cima da minha irmã. Não era diferente de alguns professores – e dos santos dos alunos da Charlie (que sofriam para acompanhá-la) –, que simplesmente levantavam para aplaudi-la de pé toda vez que a criatura terminava um trecho. Ela dançava trecho por trecho, parando pra tomar água de vez em quando.

– Sua irmã é sempre assim?

– Sempre. Vai se acostumando, pelo resto da vida ou enquanto você morar lá em casa vai ser desse jeito.

John riu do que eu disse e negou com a cabeça. Ele sempre dizia que eu era engraçada, mas até hoje eu me pergunto o porquê dele achar isso.

Charlie não se dava muito bem com John, mas ele não ligava. Pelo contrário, ele enchia a paciência da Charlotte para vê-la zangada, o que me fazia rir por dentro. Lembra-se como eu odeio qualquer tipo de confusão e discussão? Eu sempre evitava rir dessas coisas para não começar uma.

Mamãe nem piscava. Só parava pra olhar pra outras coisas quando Charlie pausava a música e fazia os alunos repetirem tudo, de um jeito mais calmo, mas ela ficava zangada facilmente quando alguém errava. Essa não era uma virtude dela. Ela perdia a paciência muito fácil e se achava superior por ser uma boa dançarina.

Quando repetiram a música pela trigésima vez, eu e John praticamente dormíamos no final da sala espelhada, esperando minha mãe decidir ir pra casa. Mas ela queria ver todo o ensaio. Minha irmã estava exigindo dos pobres coitados tanto na primeira semana (sim, ela estava dando aula por uma semana e já tava matando de raiva todo mundo, tenho pena dessas pessoas que estão fazendo essa aula), que uma das alunas torceu o bendito do pé na hora do final e ela simplesmente surtou. A menina estava caída de tanta dor, o que fez a gente despertar do quase cochilo (Eu e John). Íamos nos levantar para ver o que tinha acontecido, mas antes mesmo da Charlie chegar perto da menina, um rapaz de olhos puxados, magricela e alto correu até ela verificando a situação do seu tornozelo. À medida que ele ia mexendo, a menina gritava de dor.

– Tudo bem? Está doendo aqui? – Ele disse com uma voz bem grossa e me assustei. Ele parecia delicado demais para uma voz daquelas. Ele mexeu novamente no tornozelo e ela choramingou. – Aqui? – Ela assentiu que sim. – senhor Wilson, traga gelo, por favor. – Ele disse mais alto e um cara bem esbelto e musculoso saiu da sala correndo.

– Por que todos estão assistindo a essa aula? Esse povo não trabalha, não? – Falei para John que riu.

– Sua mãe disse que esses quatro professores foram os jurados que avaliaram a dança dela. – Ele explicou. – Queriam observar como ela se saia durante sua primeira semana.

É, o teste que minha irmã fez foi para ser professora de dança, não aluna. Geralmente você se matricula e entra nessa academia, mas era muito caro. Geralmente as pessoas que tinham dinheiro faziam isso. Mas a cada três meses abriam duas vagas para bolsistas, e eu concorreria para isso. Eles faziam com essa freqüência porque usualmente quem desistia mais eram os bolsistas, então no fim sempre sobrava vaga.

A aula da minha irmã seguiu quando o rapaz que ajudou a aluna machucada a se sentar em um dos banquinhos colocava gelo, ajudando-a. Fiquei olhando pra ele e ele parecia muito simpático, sempre sorria para a moça, que até sem graça ficava.

– John, será que ele é professor?

– Com certeza, não viu o que eu falei? Ele avaliou sua irmã no teste dela.

Verdade, fazia todo o sentido.

– Mas ele parece tão novo. – Falei e John comentou algo:

– Sua irmã também é. – Ele disse rindo e eu ri também. É, ela tinha 20.

Quando olhei pra ele de novo, ele estava me observando. Ainda estava de cócoras e ajudava a menina, mas mantinha um olhar curioso sobre mim. Fiquei incomodada e desviei o olhar.


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Notas finais do capítulo

reviews? ;T



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