Dancing Until Morning Comes escrita por anachin
Notas iniciais do capítulo
Desculpem os erros..
Criticas, sugestoes e elogios sao aceitos!
Capítulo 2.
Esclarecimentos
Eu mal podia acreditar no que eu ouvi. Minha mãe estava noiva e eu, que sou sua filha, não sabia?! É o fim do mundo mesmo.
– Garoto, explica isso direito. – Falei puxando-o até o quintal, estava menos barulhento. O garoto não era tão mais alto do que eu. Tinha cabelos negros e espetados e seus olhos pareciam envergonhados porque iria ter de explicar essa bagunça, não minha mãe.
– Eu também não estou animado com isso, ok?! E meu nome é John, seu mais novo meio-irmão.
– Ok, John, mas me fala... – Suspirei. Ele parecia sem graça pela situação, deve estar pensando “que diabo de família é essa onde a comunicação é zero?”. – Desde quando eles estão noivos?
– Duas semanas. Pensei que ela tinha te falado... Você é filha dela mesmo? – Quando ele disse isso, me deu vontade de chorar. Mas que diabo de pergunta foi aquela?!
– A filha não preferida. – Expliquei e ele me olhou sem graça. – Como ela pode me esconder uma coisa dessas... – Será que a Charlie estava sabendo dessa história? Ou sou tão insignificante nessa casa para saber algo desse porte?
– Entendo. – Ele disse olhando pra festa, ele ainda parecia sem graça. Eu estava vermelha, geralmente quando estou com raiva fico dessa cor.
– Ela não faria algo desse tipo pra mim. – Falei cansada, me sentei na beira da piscina. Tirei as sapatilhas e mergulhei minhas pernas. Ele fez o mesmo, mas não colocou as pernas na água.
– Você dança também? – Disse puxando assunto. Acho que o assunto do casamento dos nossos pais havia sido deixado de lado por um momento. Eu estava completamente voada naquele momento. Mas com a pergunta repentina, eu parecia mais calma.
Ri com a pergunta.
– Não. – Menti. Eu amava dançar!
– Ahm... – Ele disse passando a mão na água. – Amanhã já estou aqui com meu pai. – Ele disse e eu olhei assustada pra ele.
– Mas já? – Falei assustada. É, o assunto voltou.
– Eles estão muito apaixonados, dizendo eles. Precisam morar juntos logo. – Ele disse fazendo uma careta. Ri de sua cara.
– Você deve ter odiado... essa idéia maluca. – Falei zangada e ele riu.
– Não sei. Acho que só convivendo com a minha nova família pra saber. Sei lá, você não parece ser aquele tipo de filha que faz a mãe ignorar.
Ri disso.
– Ela só... – Tentei explicar... – Ama a Charlie. Ela é perfeita. Eu sei disso, não vou negar. Dança irrevogavelmente bem, é simpática com todos – mesmo sendo um saco comigo –, lembra de todos, e todos a amam.
– E você? Não é nada disso também?
– Não. Eu sou na minha, um tanto quanto anti-social. – Apontei ao meu redor. – Mas até que curto dançar.
– Você disse que não dançava.
– Não como ela. – Falei e ele sorriu.
Mas aí paramos de conversar, mamãe estava chegando com um cara charmoso atrás dela, e Charlie acompanhava os dois com um sorriso no rosto. Mamãe parecia aflita e eu só observava. Sei lá, eu não estou nem aí sobre tudo isso – tirando o fato da surpresa e minha indignação sobre ser a última, a saber, de tudo –, quem vai se casar é ela, não eu. Eu já não tenho muita voz nessa casa, mas realmente espero que, pelo menos, o cara seja legal. Não queria arrumar um padastro horrível e um irmão mais chato ainda. Mas acho que o máximo que vai me acontecer é o John pegando no meu pé de manhã cedo para eu sair do banheiro, para ele usar. Já o resto tudo ia ficar na mesma. Acredite.
– Filha, John... – Ela disse pegando uma cadeira solta pelo quintal, se sentando perto da gente. – Queria falar com você, Meggy.
Revirei os olhos. Era agora que ela me pretendia contar?
– Sou todos ouvidos. – Falei zangada, mas respirei fundo. – Ah, mas antes que a senhora fale, preciso perguntar algo.
– Vá em frente.
– Há quanto tempo vocês estão juntos que eu nunca reparei nisso?! – Falei rindo e todos riram. – É sério, não é pra todo mundo rir. Isso é sério, dona Lauren! – Ri nervosamente. – Até quando pretendia esconder isso da gente? Subindo no altar? Ou depois de dizer sim a esse estranho? Mãe, já parou pra pensar que agora, vocês prestes a se casarem, que conhecemos esse homem?
Todos se entreolharam.
– Megan, se acalme. Meu pai é uma boa pessoa. – John disse dando tapinhas nas minhas costas.
– Não sei por que o drama. – Charlie disse e eu fechei a cara. – Mamãe está feliz, isso é o que importa.
– Não tenho uma bola de cristal. – Falei mais baixo. – Não posso adivinhar tudo. Custava dizer isso antes?
– Eu sei, filha. – Minha mãe parecia envergonhada, mas ao mesmo tempo não abriu a boca ainda pra explicar uma linha...
Mas quando eu ia pensar em perguntar mais coisas, ela começou a falar. Disse que conheceu o homem quando foi transferida para outra agência de turismo. Ele era bastante bonito, bem alto e parecia muito com John, e ainda mais, falava quatro línguas. Mamãe ficou louca. Ela amava esse tipo de coisa. Não demorou para começarem a sair. E isso explica muita coisa por aqui. Ela sempre dizia que ia ter que trabalhar até mais tarde, e depois de um tempo dizendo isso, eu acabei achando estranho. Mas como tudo aqui em casa é maluco, eu deixei pra lá. Duas semanas atrás, ela foi pedida em casamento e aceitou sem pensar duas vezes. E agora está aqui na frente toda boba contando isso para nós, fechou o assunto selando os lábios no homem. Mas nada disse sobre quanto tempo isso tem durado. Minha mãe vivia sendo transferida de agência para agência. Não faço a mínima sobre quanto tempo mesmo.
– Pode me dizer pelo menos há quanto tempo isso tem durado? – Falei bem mais calma agora, sei lá, não queria bancar a chata.
– Faz um ano. – Ela disse e eu arregalei os olhos.
– Um ano?! – Charlie, eu e John gritamos juntos.
– Ufa, ainda bem que eu não sou a única desinformada aqui. Brigada maninho, estamos juntos nessa. – abracei de lado John e ele gargalhou. – E obrigada Charlie, claro.
Ela me olhou séria.
– Viu querida, eu disse que eles iam se dar bem. – E os dois se abraçaram. É, eu espero mesmo. Se bem que com a Charlie, impossível se dar bem. A gente nunca conseguiu fazer uma amizade, um laço verdadeiro de irmão, pra falar a verdade.
– Mas por que escondeu isso da gente? Você não falou nada sobre isso. – Falei e minha mãe sorriu sem graça.
– Eu não sabia como ia reagir e ultimamente você estava tão longe de mim que fiquei com medo... E Charlie estava ocupada demais ensaiando para o teste na Begum. – Ela disse séria e eu fiquei séria também. É, isso é verdade. A única forma que eu tinha de dançar sem ser descoberta era no meu quarto, então eu me trancava lá na maior parte do tempo. Charlie parecia nem mais ouvir o que mamãe dizia, tanto que verificava as unhas no momento.
– Tudo bem, mãe... – Falei sem graça. – Isso não importa. Só quero que você seja feliz, e olha... Aliás, como é seu nome mesmo? – Que tapada que eu sou, nem saber o nome do meu padrasto eu sabia. Olha o quão distraída sou!
– Luke Mason. – Ele disse com sua voz grossa e eu me arrepiei. Uau. Além de bonito, inteligente e com uma voz linda? Entendo um pouco minha mãe agora.
– Ah, prazer. – Eu disse. – Mas olha lá ein, – fiz uma careta – só faça ela feliz ta? – Falei e ele me olhou sem graça. Mamãe deu um beijo em Luke, o que me fez sorrir. Acho que ela já estava feliz...
– Seu pai não é um homem de muitas palavras, não é? – Cochichei para John que sorriu do que disse.
– Só nesses momentos constrangedores de encontros de família. – Ele disse no mesmo tom e eu ri.
Todos se entreolharam depois do momento “revelação do ano” e Charlie disse:
– Pessoal?! Hoje não seria o meu dia? – Ela disse todos acordaram do transe. – Vamos dançar! – Ela disse empurrando minha mãe e Luke pra dentro de casa de novo. Ela realmente não está entendendo a situação... Ela, ao contrário de mim, não questiona muito.
Só ouvi mamãe falando “por que tem gente bêbada aqui, Charlotte Clarke?!”. Comecei a rir. Tecnicamente era permitido porque Charlie e seus amigos tinham mais de 18 anos, então estava tudo bem, eu sabia, mamãe não brigaria mais com ela. Eu tinha 17 e me sentia com 5 anos. Charlie tinha 20.
– É, acho que posso começar a implicar com você, não é pirralha? – John disse andando mais a frente de mim, o que me fez aborrecer.
– Pirralha? Quantos anos você tem? – Eu falei empurrando-o e ele disse.
– 18. – Ele disse e eu fiquei boquiaberta. Não parecia de jeito nenhum!
– E eu 17, então não estou muito diferente de você, garotinho!
Começamos a rir e entramos na festa novamente. Agora eu parecia mais motivada a dançar, mesmo que eu ainda estava chocada. Uma notícia dessas demora a cair a ficha na gente. Acho que vai levar um tempo pra se acostumar com dois caras novos por aqui.
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