A Fúria dos Etruscos (Percy Jackson Universe) escrita por Phoenix M Marques W MWU 27


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, obrigado pelos reviews e pela atenção. Acompanhem o próximo passo da jornada desses novos meio-sangues.



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Nesse dia, a primeira vez em que a capacidade vigilante de Hunter foi testada foi exatamente no final da aula. Um aluno que não costumava falar com o grupo de Neko, Diogo Gospiggs, aproximou-se sorrateiramente para puxar conversa.

Apenas a aproximação de Gospiggs foi suficiente para fazer os pelos de Hunter se eriçar. Estranhamente, o aluno gorducho de olhos miúdos não fazia nenhum som ao se mover – ou seja, sua aproximação só seria notada se ele estivesse sendo observado. Durante a aula, Gospiggs raramente era notado, fosse pelos alunos fosse pelos professores, apesar de sua silhueta ser suficientemente grande para ocupar duas cadeiras. Além disso, ele emitia um cheiro que Hunter sabia que só ele conseguia sentir – um odor antigo, talvez medieval, de quem desconhece os avanços da área sanitária.

Que não seja o que estou pensando, pensou Hunter, aflito. Ele decidiu prestar atenção na conversa do grupo com Gospiggs, que até então não parecia mal-intencionado.

— Estive pensando – ia dizendo ele -, já que vocês falaram tão animadamente de filmes de terror com o professor de História, podíamos selecionar uns filmes e assistir nesse final de semana.

— Filmes? – indagou Paul. – Filmes de terror, você disse?

— Adoro filmes de terror – exclamou Dippie. – O que acha, Rina?

— Parece bom – resmungou a colega em resposta.

— Parece ótimo, Diogo! – exclamou Neko. Gospiggs sorriu satisfeito ao ouvi-la dizer seu nome. – Quando seria? E onde?

— Ah, quanto mais cedo, melhor – disse Gospiggs. – Para aproveitar que o inverno está chegando, podíamos ver na minha casa, lá é bem aquecido...

Esse foi a deixa para Hunter entrar em ação. Ele se ergueu rapidamente e foi até o grupo, pigarreando e dizendo:

— Desculpem-me a intromissão, mas o Conselho de Classe me pediu para levar vocês quatro – ele frisou a palavra e encarou Diogo ao dizer isso – até a sala da monitoria após a próxima aula.

O sorriso de Neko desapareceu, e ela encarou Hunter, horrorizada.

— O que houve, Matt? O que nós fizemos? – guinchou ela, aterrorizada.

— Não se preocupe, Neko, tenho certeza de que vocês não fizeram nada de errado – disse ele. – Creio que os professores queiram ter apenas uma conversa amigável com vocês. Afinal, você é uma excelente atleta, e Paul é um bom aluno, e suas amigas são boas pessoas. O que pode haver de ruim?

Neko suspirou aliviada, mas ainda havia tensão em seus olhos.

— Tudo bem, nós iremos – disse, e os outros assentiram.

Gospiggs, vendo que a atenção de o grupo havia sido tomada por Hunter, desistiu da conversa e voltou para o seu lugar em silêncio absoluto.

Hunter achava que não teria mais problemas após a aula de Literatura, a última do dia, vendo que Gospiggs não conseguira prender a atenção de Neko e dos outros como gostaria. A professora, Anuska Darling, entrou na sala e cumprimentou cordialmente a turma, sorridente como sempre. Era considerada a professora mais bonita da escola, sem contar o fato de que era a mais jovem do corpo docente da Snow Angel. Anuska tinha cabelos castanhos longos que iam até a cintura, olhos castanhos afetuosos e uma pele branca e bela como a neve, não pálida como a de Rina. Descendente de imigrantes russos, suas curvas sinuosas eram perceptíveis até quando ela dava aula com a bata da escola. Os garotos da turma estufavam o peito e não falavam durante a aula, fingindo prestar atenção, mas na verdade, estavam encantados com a voz doce da professora. Eles sabiam que ela era solteira, e a maioria sonhava em dançar com ela durante o baile de Natal da escola, para tentar a sorte de convidá-la para sair.

Alunos safados, pensou Hunter soltando um bocejo. Além de não ligar para Anuska, ele já conhecia todo o conteúdo de Literatura da grade.

Após expor para a turma que a aula seria sobre os poetas da Antiguidade, a professora começou a distribuir folhas com questões para os alunos, começando pela fila de Neko, que ficava no canto esquerdo da sala. Anuska não costumava fazer elogios aos alunos, até porque a maioria não prestava atenção na aula, mas quando parou para entregar a folha a Hunter, que estava sentado na última cadeira da fila à direita de Neko, ela ofegou de satisfação e disse:

— Ah, Matt Hunter! Eu adorei o seu parágrafo sobre Homero na última aula. Meus parabéns! Eu nunca esperaria tanto esmero de você.

Os outros garotos da sala deviam estar pensando que Anuska estava se derretendo por Hunter, pois ela nunca dava esse tipo de atenção a um aluno. Meio sem jeito, o monitor respondeu:

— Ahn, obrigado, professora.

Mal ele disse isso, o olhar da professora mudou de repente: ao invés do calor afetuoso habitual, os olhos dela ficaram frios e ameaçadores ao fitar Hunter.

— Boa sorte, garoto – disse ela num tom de voz perigoso. – Vai precisar. A menos que queira que eu encontre seus amiguinhos primeiro.

Hunter ficou pálido e congelado na cadeira, sem acreditar no que ouvira. Dando um sorrisinho ingênuo, ela entregou-lhe a folha de exercício, que ele pegou mecanicamente.

Aparentemente ninguém havia notado a segunda parte da conversa entre Anuska e Hunter, pois a turma estava absolutamente quieta quando a professora voltou a distribuir as atividades. Após 20 minutos, ela anunciou que iriam corrigir a atividade oralmente – a folha de Hunter estava em branco, intocada, devido ao choque que tomara conta do rapaz. Pela primeira vez no ano, Hunter havia passado a maior parte da aula prestando atenção exclusivamente na professora.

— A primeira questão diz: “A que divindade os poetas antigos se dirigiam quando compunham versos de exaltação ao vinho e outras bebidas?” – citou Anuska. – Quem pode nos dizer a resposta certa?

Ela olhou furtivamente para Hunter, e deu um sorrisinho irônico ao notar a folha em branco do rapaz. Mas quem ergueu a mão foi Paul Richardson.

— Sr. Richardson?

— A divindade a qual os poetas se referiam era Dioniso, chamado de Baco pelos romanos, professora – respondeu ele.

Anuska encarou Paul com um olhar que beirava a fome, mas rapidamente encenou um sorriso.

— Isso mesmo, Sr. Richardson – disse ela. – Para os que não sabem Dioniso não era apenas a divindade do vinho, mas também das festividades e da insanidade. A pergunta seguinte... “Um herói saído da Guerra de Tróia, narrada no poema Ilíada, de Homero, foi o responsável pela fundação de Roma e do Império Romano. Quem foi esse herói e que tipo de ser ele era”?

Novamente, Paul ergueu a mão.

— Sr. Richardson, de novo...?

— O herói que fundou Roma foi Enéias, e ele foi um semideus, filho da deusa Afrodite, ou Vênus, com um mortal.

A professora não escondeu o olhar de satisfação que lançou ao menino.

— Correto novamente, Sr. Richardson – disse ela. – Para a próxima pergunta... “Quem foi o herói que inspirou a Odisseia, o segundo poema de Homero”?

Os marmanjos da sala começaram a olhar para Paul com indignação, como se ele estivesse roubando a atenção da professora só por estar respondendo algumas perguntas. Alguns arriscaram erguer a mão nas perguntas seguintes, mas ou não tinham respondido à pergunta ou não sabiam responder corretamente. A cada pergunta, Paul respondia com precisão, e fazia Anuska soltar um sorriso de aprovação – um sorriso pelo qual os garotos da sala estavam se derretendo, mas que para Hunter era tenebroso.

Só ele desconfiava do real significado das palavras de Anuska e da atenção fornecida por ela a Paul, que também colocava em risco o grupo de amigos do rapaz.

Para Hunter era o suficiente.

Preciso cumprir minha missão hoje.


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Notas finais do capítulo

E ae pessoal, o que acharam? Esperando reviews de bom grado, VValeu a todos por lerem!